O depoimento de um agente do Centro de Informações do Exército, confirma uma antiga suspeita dos grupos que combateram a ditadura de 1964:
O sargento Alberi Vieira dos Santos, que participou dos projetos guerrilheiros de Leonel Brizola, depois de preso, tornou-se “cachorro”, isto é, passou a trabalhar para a repressão política, infiltrado entre os grupos que tentavam sustentar a luta armada contra o regime militar.
O depoimento de Otávio Rainolfo da Silva foi dado em junho de 2013 à Comissão da Verdade do Paraná, mas só agora foi divulgado pela Folha de S. Paulo.
Ele descreveu a emboscada, da qual participou, para a qual Alberi atraiu seis guerrilheiros da VPR (Vanguarda Popular Revolucionária),em 1974, no Parque Nacional do Iguaçu, no município de Medianeira (PR), no episódio conhecido como o “Massacre de Medianeira”.
José Lavecchia, Joel de Carvalho, Danilo Carvalho, Vitor Carlos Ramos e o argentino Ernesto Ruggia estavam refugiados na Argentina e foram convencidos por Alberi a voltar para o Brasil, onde um novo foco guerrilheiro estava em preparo.
Foram metralhados no meio da mata, quando se encaminhavam para um suposto acampamento clandestino onde se preparava a guerrilha.
O sexto homem seria o ex-sargento Onofre Pinto, um dos comandantes da VPR, que estava escondido em outro local, esperando para se juntar ao grupo.
Foi morto dias depois e teve os dedos cortados e a arcada dentária destruída para evitar o reconhecimento do cadáver.
Os seis corpos nunca foram encontrados. A morte de Onofre até agora era um mistério e muitos acreditavam que ele estaria vivo, em algum país na Europa.
Alberi foi o braço direito do coronel Jefferson Cardim Osório, que chefiou a primeira tentativa armada de resistir ao golpe militar, a chamada Guerrilha de Três Passos.
Entraram pela fronteira uruguaia em 1965, à frente de 23 homens precariamente armados, deslocando-se num caminhão velho. Foram presos a caminho de Foz do Iguaçu e barbaramente torturados.
Depois disso, Alberi passou a trabalhar para a repressão, sob o comando do coronel Paulo Malhães, ex chefe do Doi Codi no Rio.
A ordem nos órgãos de segurança era não deixar vivo nenhum dos ex-guerrilheiros libertados e exilados mediante o sequestro de diplomatas estrangeiros.
Alberi passou então a atraí-los para a morte, como fez também outra figura tristemente conhecida, o Cabo Anselmo.
Alberi foi assassinado em 1979, em Cascavel. O crime não foi esclarecido.
Sargento Alberi atraiu companheiros para a morte
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