Sartori e o perigo dos cortes indiscriminados

O governador Ivo Sartori está caindo na armadilha que engole governadores, principalmente os do PMDB, no Rio Grande do Sul.
Essa contenção de gastos, indiscriminada, leva a casos como esse de cortar o serviço de emergências no litoral durante o veraneio, com milhares de turistas e serviços de atendimento deficientes nas praias.
Foi preciso que um menino, de uma familia de turistas argentinos, caísse da sacada para que se percebesse o absurdo.  Muito mais vai surgir, esperemos que não à custa de vidas.
O rigor nas despesas é indispensável, mas o corte indiscriminado não significa rigor, significa falta de clareza, que leva à falta de critério.
O histórico dos governos estaduais que sucessivamente fracassam há mais de quatro décadas no RS,(desde que voltou o voto direto), mostra que essa tecla da “austeridade” a qualquer custo é o caminho mais curto para a derrota na próxima eleição.
Deteriora os serviços, desorganiza a gestão, desestimula os servidores públicos… E a economia que proporciona não chega a ser significativa diante do rombo acumulado.
De todos os oito governadores que passaram nesse período, talvez com a possível exceção de Antonio Britto, o ex- governador Tarso Genro foi o único que tentou outro caminho, mais ousado.
Em vez de dar prioridade aos cortes, empenhou seus melhores esforços em buscar recursos para retomar os investimentos e destravar setores estratégicos do Estado, numa perspectiva de mais longo prazo.
Ele perdeu a eleição, por muitas razões. Mas sua estratégia tinha coerência com a necessidade essencial do Estado, que é ter um projeto de desenvolvimento de longo prazo, inserido num projeto nacional.
Esse é o único caminho consistente para superar, inclusive, o desequilíbrio crônico das contas públicas estaduais.
Se olhar com atenção e sem preconceito para o governo anterior, o governador Sartori poderá encontrar inspiração para sair dessa armadilha do “equilíbrio a qualquer preço”, que onera ainda mais o contribuinte e pouco contribui para o verdadeiro equilíbrio.
Continuidade é a palavra que o governador deveria incorporar imediatamente ao seu vocabulário. Até para ter legitimidade para pedir para continuar em 2018.
 
 
 
 
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