Secretário discorda da revisão do IPTU e se demite. É a 11ª queda em oito meses

Por discordar do projeto que revisa o IPTU de Porto Alegre, o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Ricardo Gomes, avisou na quarta-feira ao prefeito Nelson Marchezan Júnior que irá deixar o cargo.
Gomes alegou que não poderia atrair seus ideais liberais e apoiar projeto que irá trazer aumento de impostos aos contribuintes.
“Embora eu aceite a ideia da revisão da planta de valores do IPTU Municipal, eu divergi do projeto que o governo encaminhou à Câmara com relação a dois aspectos fundamentais: um deles é a existência de alíquotas progressivas, o que trata de forma desigual os porto-alegrenses; e o segundo é que esse projeto, depois do passar do tempo, quando ele for consolidado, ele vai representar um aumento significativo da arrecadação do tributo na cidade”, destacou Ricardo Gomes em entrevista para a Rádio Guaíba.
Segundo nota da Prefeitura municipal, Gomes concorda com a revisão da planta de valores do IPTU para a correção de diversas distorções, mas por sua posição sabidamente liberal se opôs à adoção de alíquotas progressivas, ainda que o projeto reduza a alíquota atual. O aumento de arrecadação, mesmo que diluído ao longo dos próximos anos, também foi objetado. Marchezan e Gomes são amigos há muitos anos, e o secretário reafirma que continuará apoiando o governo e que a gestão está no caminho certo para recuperar Porto Alegre de sua crise.

Gestão Marchezan tem 11 baixas em oito meses

Além de Ricardo Gomes, em menos de nove meses a gestão do prefeito de Porto Alegre Nelson Marchezan Júnior já teve outras 10 baixas em cargos importantes.
1 – No último dia nove, o diretor da Companhia de Processamento de Dados de Porto Alegre (Procempa) Michel Costa se demitiu. Ele responde sindicância devido a denúncia de uma reportagem que revelou Costa como sócio da empresa que testa a instalação da tecnologia de GPS em ônibus da Carris e de outra responsável pelo plataforma do Banco de Talentos. Costa ainda presidia o Conselho de Administração da Carris.
2 – O diretor-geral do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU), Álvaro de Azevedo, foi afastado nem 22 de junho por suspeitas de desviar itens doados pelo TJ/RS ao departamento municipal. A Polícia Civil investiga o crime.
3 – No lugar de Azevedo, no DMLU, entrou Adenir Matos dos Santos, que deixou a diretoria apenas duas semanas depois, por motivações pessoais.
4 – O procurador-geral do Município, Bruno Miragem deixou o cargo dia 16 de junho. Saiu por razões pessoais, segundo a Prefeitura. Advogado e consultor jurídico, Miragem representou a Falconi em um processo de 2014, quando a Justiça suspendeu um contrato de R$ 2 milhões entre a empresa de consultoria e a Prefeitura de Pelotas. Em Porto Alegre, a Falconi atuou junto à Prefeitura através da organização Comunitas, cujo contrato foi suspenso pela Justiça.
5 – Kevin Krieger, coordenador da campanha vitoriosa de Marchezan, foi secretário de Relações Institucionais e Articulação Política e considerado braço direito do prefeito. Também saiu alegando motivos pessoais, em 4 de maio. Semanas antes, Krieger havia feito chegar aos jornais seu descontentamento. Estaria se sentindo escanteado.
6 – O diretor de Jornalismo da Prefeitura Alexandre Bach ficou apenas três semanas no cargo. Na sexta-feira, dia 16 de junho, pediu demissão. “Não houve crise alguma na minha saída, a decisão foi minha porque não consegui conciliar o trabalho na Prefeitura com a atividade que priorizei desde que saí da RBS, a produção de livros”, justificou o jornalista.
7 – Ainda em fevereiro, a baixa foi na Carris. Após 20 anos no cargo, o presidente nomeado por Marchezan pediu para sair. Luís Fernando Ferreira tinha o perfil para a vaga: empreendedor, selecionado através do banco de talentos, especializado em gestão de empresas em crise. Assumiu com a missão de reverter os maus resultados acumulados pela Carris nos últimos anos. Pediu demissão 20 dias depois.
8 – Em março, o adjunto da Secretaria Municipal de Administração foi demitido. Carlos Fett ocupava cargo em comissão desde a gestão Fortunati. Em paralelo, atuava como pré-reitor de assuntos institucionais do grupo Facinepe, investigado pelo Ministério da Educação por suspeita de irregularidades em cursos de pós-graduação.
9 – Em 18 de julho, a procuradora-geral da Carris Jaqueline Simões pediu desligamento, também, por motivos pessoais.
10 – A chefe de gabinete de Marchezan, Neiva Dalchiavon, deixou o cargo em 1 de junho, por razões pessoais.

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