Seu Geraldo veio pra Ficar

Naira Hofmeister e Helen Lopes
O negócio de seu Geraldo vai de vento em popa. Todos os domingos, entre 10h e 18h – dependendo do movimento – o pátio do casarão na esquina das avenidas João Pessoa e Venâncio Aires fica tomado de carros. Cada hora de estacionamento custa R$ 5,00 e a rotatividade é grande. “São 25 automóveis por vez”, anota.
O resto dos dias não vale a pena abrir. “Nem mesmo aos sábados”, observa. Mas se ele sair durante a semana, os marginais tomam conta do local. Por isso, decidiu viver no andar superior da casa, onde montou um pequeno quarto com sofá, colchão no chão e uma mesinha de madeira para fazer as refeições. “É o único lugar onde não entra água quando chove”, descreve. O filho de 16 anos, que sonha em ser jogador de futebol, lhe faz companhia.
É obrigatório guardar um facão para se proteger, já que as ameaças são constantes. “Botei fora uma dúzia de colchões dos antigos moradores”, ilustra. Os traficantes, que habitavam o pátio e incomodavam os vizinhos, voltam com freqüência. “Não tenho medo, pois a Brigada também está do meu lado”, acredita.
Preocupado com a segurança, ele pediu um cão de guarda ao um amigo. “Veio isso daí”, lamenta, apontando um filhote de vira-lata que mede menos de 30 cm. Mesmo assim, alimenta o animal e torce para ele crescer depressa.
Governo do Estado quer “lacrar” casarão
Dois meses após anunciar que “em breve” daria uso ao casarão, o governo do Estado não sabe o que fazer com o prédio. Contatado inúmeras vezes, o secretário adjunto da Administração e Recursos Humanos (Sarh), Alfredo Scherer Neto, não pôde falar e mandou dizer, através da assessoria de imprensa, que estuda propostas com as secretarias de Justiça e da Cultura. Informou também que a ocupação é “responsabilidade da Brigada Militar”. Um dia depois, voltou atrás e informou que irá lacrar o local e deslocar um segurança terceirizado do Centro Administrativo para tomar conta do casarão.
Essa reportagem é um dos destaques da edição 384 do jornal JÁ Bom Fim/Moinhos. A publicação é quinzenal e circula gratuitamente nos 10 bairros da área central de Porto Alegre.

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