Municipários voltam às ruas (Fotos: Helen Lopes/JÁ)
Helen Lopes
Em assembléia geral, realizada na quinta-feira, 6 de julho, os servidores do município decidiram aceitar a proposta de reajuste de 2,09%, encaminhada na quarta-feira (5/7) pela Prefeitura de Porto Alegre. No entanto, a categoria rejeitou o aumento do vale-refeição de R$ 8,00 para R$ 9,00. “Não concordamos porque, da forma como foi colocado, cortaria o vale de R$ 13,00 para quem precisa fazer hora-extra”, explicou a presidente do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa), Carmen Padilha.
O Simpa votou pela continuidade da mobilização por 16%, que se refere à recuperação de perdas ocasionadas pela suspensão da bimestralidade, ainda na administração anterior. “Os municipários estão de volta às ruas em defesa de seus direitos”, anunciou a presidente.
Sobre a proposta de disponibilizar vagas em creches mediante convênios, a entidade concordou em participar de um grupo de discussão e também vai debater internamente.
Os funcionários reivindicam ainda a volta da bimestralidade, maior reajuste no vale–refeição e valorização do serviço público. Outra reclamação dos funcionários é o pagamento de hora-extra a 703 cargos em comissão (CCs). “Enquanto impedem os servidores concursados de fazer hora-extra, os CCs podem”, denuncia Carmen.
Contra a “privatização” do DMLU
Após a votação realizada no Largo Zumbi dos Palmares, os servidores foram em marcha até o Paço Municipal. No caminho, entoavam palavras de ordem cobrando aumento e questionavam o projeto de mudanças no Departamento de Limpeza.
Em frente à Prefeitura, protestantes gritaram palavras de ordem
“Não, não, não! / à privatização!”, “Fogaça! / Sacana! / Devolve a nossa grana!” e “Fogaça/ cara de pau /acabou com o reajuste bimestral!”, foram alguns dos cânticos. A presidente do Simpa explicou o protesto. “Vamos questionar esse processo de terceirização total do DMLU. Somos contra essa licitação”, disse. Quando chegaram na frente da Prefeitura, os municipários encontraram quatro motos da Brigada Militar e uma corda cercando a entrada. Os manifestantes atacaram. “É assim que o governo Fogaça recebe os servidores?”. Constrangidos, os policiais foram para o Largo Glênio Peres. Os manifestantes ainda ficaram um tempo na frente da Prefeitura, antes de encerrar o ato. Nesta sexta-feira, 7 de julho, representantes do Simpa devem entregar um documento com as decisões à Prefeitura.
Servidores retomam entidade
Nova diretoria foi eleita por 3,5 mil servidores
Há cerca de 10 anos sem o reconhecimento dos funcionários públicos, o Sindicato dos Municipários de Porto Alegre, empossou, em junho deste ano, sua nova diretoria. Quem participou do processo conta que as irregularidades foram descobertas e por pressão do Ministério Público, da Câmara de Vereadores e das Centrais Sindicais, a turma que estava no comando debandou.
“O que os mantinha na entidade era a estrutura. Como eles sucatearam tudo, não tinham mais motivos para permanecer”, sustenta o funcionário do DMAE, Alexandre Abreu. O impasse era tamanho que um grupo criou o Fórum das Entidades de Servidores Municipais, com o objetivo de manter as reivindicações da categoria junto à Prefeitura. Com a eleição, o Fórum foi extinto.
Eleita com a participação de aproximadamente 3,5 mil servidores, dos mais de 30 mil, a nova direção estima que entidade tenha dívidas de aproximadamente R$ 1milhão. “Não encontramos a contabilidade dos últimos anos, existem diversas dívidas trabalhistas e ações de ex-funcionários, além do serviço de telefone cortado por falta de pagamento”, conta a presidente Carmen Padilha, que concorreu pela chapa 1, convergência de forças ligadas ao P-Sol, PT, PSTU.
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