Tarso critica a mídia mas não fala em "lacerdista"

O jornalista Carlos Lacerda – proprietário, diretor e editor do jornal Tribuna da Imprensa na década de 1950, é autor de uma frase que ficou famosa e explica a expressão hoje utilizada “mídia Lacerdista”.
Antes da eleição de Getúlio Vargas à presidência, em outubro de 1950, Lacerda publicou em seu jornal a mensagem mais golpista que o país conheceu, conforme o jornalista Mário Magalhães em seu livro Marighela.
Escreveu Lacerda: “O sr. Getúlio Vargas, senador, não deve ser candidato à presidência. Candidato, não deve ser eleito. Eleito, não deve tomar posse. Empossado, devemos recorrer a revolução para impedí-lo de governar”.
O jornal, graças ao talento oposicionista de Lacerda, foi aos poucos se tornando um dos principais palanques políticos da UDN na imprensa e um instrumento poderoso para a construção de um discurso radicalmente oposicionista em relação à esquerda daquela época, representada pelos comunistas e o reformista Getúlio Vargas e seus “herdeiros”.
Para atacá-los, Lacerda não hesitava em recorrer ao sensacionalismo e, até, a forjar dossiês e grandes denúncias.
Declarações do governador Tarso Genro, na Federasul, nesta quarta-feira, 6, e publicadas no site do Jornal Já repercutiram na imprensa local exatamente pela expressão “mídia Lacerdista”, atribuída ao governador do Estado.
Foi um equívoco. Tarso, de fato, acusou a grande mídia de “fazer oposição ao PT”, mas não falou em “mídia lacerdista”.  A expressão foi utilizada pelo redator da notícia. (Sérgio Lagranha).

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