"Temer corta programas sociais para manter política de Pedro Parente" 

Em edição especial, na quinta-feira, o Diário Oficial da União publicou a medida provisória que o presidente Michel Temer baixou para compensar os custos que o governo terá com a greve dos caminhoneiros.
Serão mais de R$ 13 bilhões de perdas, com redução de impostos e subsídio a combustíveis, a serem compensados com cortes no orçamento que atingem desde programas sociais até obras rodoviárias.
“Desse governo não se poderia esperar outra coisa”, disse o ex-deputado Hermes Zanetti, pré candidato do PSB ao governo do Rio Grande do Sul. “Estão mandando a conta para o povo e preservando integralmente os interesses dos rentismo, os únicos que lucram com a crise. Mexe no orçamento já reduzido dos programas sociais para não tocar na política de preços adotada por Pedro Parente para a Petrobras.
Em seu livro “O Complot”, recém-lançado, Zaneti sintetiza 30 anos de estudos e debates sobre o processo que resultou no endividamento do Estado brasileiro. “Aí estão os males do pais, um Estado que foi sequestrado por um sistema financeiro perverso, que pune o trabalho para garantir juros e dividendos absurdos”.
“Esses que estão no poder foram colocados lá pelos rentistas para satisfazer ao seu projeto”. O caso exemplar é o de Pedro Parente, presidente da Petrobras, que manteve sua politica de preços, desafiando o governo. “Não é o Temer que manda nele”, diz Zaneti
Segundo Zanetti, a greve dos petroleiros foi declarada ilegal e sujeita a pesadas multas porque pediu a retirada de Parente da presidência da Petrobras. “Parente é um dos principais agentes dos rentistas internacionais e sua política de preços dos combustíveis um exemplo do receituário neoliberal”.
Subsídios para o Diesel Importado?

Uma nota assinada por 21 professores do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro também condenou o corte de programas sociais no orçamento para subsidiar o diesel, como está fazendo o governo Temer:
“Recentemente, o conselho de administração da Petrobras, negligenciando os efeitos danosos da volatilidade no preço do petróleo para a atividade econômica, decidiu manter os preços dos combustíveis alinhados com os preços dos derivados no mercado internacional, independentemente dos custos de produção da companhia”
.”Com essa política, a empresa passou a repassar os riscos econômicos da volatilidade dos preços para os consumidores com o objetivo de aumentar os dividendos de seus acionistas. A crise provocada pela reação dos caminhoneiros a essa política é fruto desse grave equívoco”.
“Para superar essa crise, é indispensável rever essa política. No entanto, o governo decidiu preservá-la, propondo um subsídio para o diesel com reajustes mensais no seu preço. O governo estima que essas medidas custarão R$ 13 bilhões aos cofres públicos até o final do ano, dos quais mais de R$ 3 bilhões serão gastos para subsidiar o diesel importado O ministro Guardia justificou essa medida econômica heterodoxa como necessária para preservar a competitividade do diesel importado”.
“O Brasil importou 25,4 milhões de barris de gasolina e 82,2 milhões de barris de diesel no ano passado, porém exportou 328,2 milhões de barris de petróleo bruto. Na prática, esse petróleo foi refinado no exterior para atender o mercado doméstico, deixando nossas refinarias ociosas (31,9%) em março de 2018. Nesse processo, os brasileiros pagaram os custos da ociosidade das refinarias da Petrobras e aproximadamente US$ 730 milhões anuais pelo refino de seu óleo no exterior. Não é racional que o Brasil subsidie diesel importado para absorver a capacidade ociosa de concorrentes comerciais”.
A Petrobras foi criada para garantir o suprimento doméstico de combustíveis com preços racionais. Não é razoável que o presidente da Petrobras declare que o petróleo produzido no Brasil é rentável a US$ 35 dólares/barril e proponha oferta-lo aos brasileiros a US$ 70/barril.
Professores do Instituto de Economia da UFRJ:
Adilson de Oliveira
Ary Barradas
Carlos Frederico Leão Rocha
David Kupfer
Denise Lobato Gentil
Eduardo Costa Pinto
Fernando Carlos
Isabela Nogueira
João Saboia
João Sicsu
José Eduardo Cassiolato
José Luís Fiori
Karla Inez Leitão Lundgren
Lena Lavinas
Lucia Kubrusly
Luiz Carlos Prado
Luiz Martins
Marcelo Gerson Pessoa de Matos
René Carvalho
Ronaldo Bicalho
Victor Prochnik

Adquira nossas publicações

texto asjjsa akskalsa

Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *