Naira Hofmeister
Quem sobe os três andares que levam ao Torreão da Santa Teresinha para ver a proposta “Janelas Abertas”, do artista catalão Antoni Muntadas pode até se decepcionar. Na sala, nada além das 12 janelas, arqueadas e finas, escancaradas por onde é possível apreciar a vista e os sons da rua e sentir o vento soprando.
“Olhar pela janela, eu posso da minha casa”, esbravejou um espectador. E possivelmente essa era a proposta de Antoni Muntadas, que, pelo menos na última década, têm desenvolvido projetos a partir da frase “Atenção, percepção requer envolvimento”.
“Esse gesto de abrir as janelas é muito simples, mas compreende uma metáfora de sentir coisas que não estamos esperando. A mudança da luz, da temperatura, do cheiro, do espaço alteram a percepção”, esclareceu.
Simples ou não, a intervenção de Muntadas foi fruto de um longo processo de gestação. “A primeira vez que estive aqui foi em 2002 e saí já com essa idéia”, recordou. Muntadas só colocaria em prática a proposta se fosse mantida em segredo absoluto pelos curadores do Torreão.
“Foi um desafio não abrir essa possibilidade de ter Muntadas aqui no Torreão durante todos esses anos”, confessou a também artista plástica Elida Tessler, que organiza e escolhe as exposições que serão sediadas pelo espaço.
*Esta reportagem é um dos destaques da edição 377 do JÁ Bom Fim/Moinhos, que já está circulando nos pontos de comércio da região central de Porto Alegre.
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