Trabalhadores desempregados pedem subsídios

Carla Ruas

Entidades dos trabalhadores e desempregados do Rio Grande do Sul uniram-se nesta quarta-feira, 14 de junho, para buscar subsídios ao Governo. Durante todo o dia, realizaram protestos em Porto Alegre reivindicando a isenção do pagamento da água e luz, acréscimo de cestas básicas e passe livre no transporte coletivo.

O movimento foi organizado pela CUT-RS, Federação dos Metalúrgicos, Federação Democrática dos Sapateiros e o Movimento dos Trabalhadores Desempregados (MTD). Às 15 horas, representantes participaram de uma audiência com o chefe da Casa Civil, Paulo Michelucci, e o secretário de desenvolvimento e assuntos internacionais, Luis Roberto Ponte, no Centro Administrativo. Em mais de duas horas de conversa, eles dialogaram em busca de soluções.

Michelucci admitiu encaminhar alguns dos itens, mas enfatizou que o Estado também sofre com a baixa da economia. “Mas vamos intervir no processo para tentar solucionar”, acrescentou. Ele pretende estimular os dirigentes da CEEE e da CORSAN a minimizar os custos, aceitar o pagamento a prazo e religar os serviços cortados dos desempregados”.

O chefe da Casa Civil iniciou o debate sobre o assunto durante o encontro, mas passou a coordenação para o secretário Ponte, que deve realizar as próximas reuniões. Michelucci diz que após a ampla discussão sobre cada categoria serão produzidos projetos de lei e encaminhados para a Assembléia Legislativa. “Mas apenas quando houver o consenso entre os trabalhadores e o governo”, ressalta.

O presidente da CUT-RS, Celso Woyciechowski, afirma que os secretários também prometeram consultar as empresas de ônibus e a Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional (Metroplan), para a obtenção de vale-transporte gratuito aos desempregados. A Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) será contatada para o acréscimo no número de cestas básicas.

Para Woyciechowski o encontro foi muito produtivo, mas o ponto prioritário ainda é a retomada de emprego. “São necessárias medidas de médio prazo, como a retomada do setor de máquinas agrícolas e políticas para uma agricultura renovada”. Ele lembra que nas indústrias de máquinas e implementos agrícolas o número de desempregados já chega a 9 mil. E que aproximadamente 20 mil trabalhadores foram demitidos devido à crise do setor coureiro-calçadista nos últimos meses.

O chefe da Casa Civil responde que o Estado tem sofrido o mesmo efeito no setor de calçados, têxtil, fumo, móveis e máquinas agrículas. Ele explica que o problema é o câmbio e a falta de preço do produto produzido no Rio Grande do Sul. “Reduzimos a carga tributária, mas não tem surtido efeito”.

Ele ainda destaca a abertura de frentes de trabalho na região metropolitana de Porto Alegre. Neste programa do governo, cooperativas e grupos de trabalho recebem treinamento e ajuda de custo no inicio das atividades. “Cerca de 2 mil grupos já foram criados como costureiras e galpões de reciclagem de lixo”.

Os manifestantes também questionaram a mudança e a inclusão de categorias nos níveis do novo salário mínimo regional, aprovado em maio. “Queremos incluir os trabalhadores dos bares e restaurantes, vigilância, imobiliárias e call centers”. Além disso, eles buscam mudar de faixa os sapateiros e os trabalhadores da construção civil.

Dia de protesto

Às 8h30 da manhã, o grupo se concentrou no  Centro Cultural do Parque Harmonia. Em seguida fizeram uma caminhada com faixas e bandeiras pelo Centro Administrativo, Corsan e Palácio Piratini.

No início da tarde foram recebidos pela Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul (Agergs) para pedir a isenção do pagamento da energia elétrica. A agência é responsável por garantir a qualidade dos serviços públicos, como energia, telecomunicações e transporte. O presidente Guilherme Sócias Villela encaminhou a questão ao conselho superior, que irá apresentar à Agência Nacional de Energia Elétrica, ANEL. “Caso seja aprovada, haverá uma orientação para as concessionárias não cobrarem dos desempregados”.

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