Um diálogo artístico entre Porto Alegre e Pelotas

Até dois de fevereiro próximo, na galeria Xico Stockinger – Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul (MACRS) acontece à exposição “BR 116: circuitos independentes em trânsito”.
Ela reúne obras – pinturas, desenhos, instalações, fotografias e esculturas – de seis artistas voltados à arte contemporânea: Tigo Weiler, Helene Sacco, Vivian Herzog, Ernani Chaves, Marília Bianchini e Diego Passos.
O evento, idealizado pela Casa Paralela, de Pelotas, e Arte Subterrânea, de Porto Alegre – patrocinado através de edital pelo governo do estado – encerra o projeto homônimo ao da exposição.
Nele, além de mostras simultâneas, foram inclusos, ao longo do segundo semestre de 2013: palestras, visitas guiadas, e oficinas nas duas cidades que são ligadas pela BR 116. Daí o nome do projeto.
No sexto andar da Casa de Cultura Mário Quintana, no espaço que provisoriamente abriga o MACRS, as imagens de um vídeo-documentário veiculadas num monitor colocado em frente à entrada da galeria Xico Stockinger mostram obras e explicam através dos depoimentos o projeto “BR 116: circuitos independentes em trânsito”.
De repente, a imagem de um artista na tela parece fundir-se com a figura real, do próprio, que na galeria quente e vazia empilha pequenas caixas – antigas gavetas de abelhas – que compõe a sua instalação “Arco”.
Trata-se de Ernani Chaves que,tranquilamente, vai montando a sua obra, mesmo sabendo que um dos propósitos dela é o de também ser novamente desarrumada, e novamente ajeitada por ele ou pelo público visitante. Chaves, aos 48 anos, é o decano da trupe que participa do BR 116. Ele fez da força antagônica representada pelo empilhamento-desmoronamento o seu foco de pesquisa artística.
As razões dessa escolha foram, inicialmente, pessoais, pois Chaves, com problemas na coluna e desgaste ósseo, soube transformar o limão, a doença, numa limonada: “comecei a desenvolver uma pesquisa sobre desequilíbrio e escoras verticais na arte contemporânea, já que vivencio isso também no meu corpo.
Tive como inspiração mestres como o romeno Constantin Brancusi (1876-1957), e sua “Coluna infinita”; o brasileiro Hélio Oiticica (1937-80), e o americano Richard Serra”; explicou.
A instalação de Chaves está cercada pelas obras dos outros cinco artistas. E o fato de serem poucas peças facilita o exame minucioso dos trabalhos, todos produzidos em 2013, como, por exemplo: “Odisséia mínima até lugar nenhum”, técnica mista, de Helene Sacco; as pinturas de Vivian Herzog; as impressões em jato de tinta sobre papel artesanal de Marília Bianchi; as instalações de Tigo Weiler; e a curiosíssima organização de azulejos dispostos por Diego Passos.
Trabalhos que denotam estudos, experimentações estéticas e utilização de novos materiais. Tudo reforçado pela condição desses artistas atuarem como pesquisadores e estarem ligados a centros de formação acadêmica, pois a atividade de professor é fundamental para as suas sobrevivências e vulgarização das técnicas desenvolvidas.
E isso também, segundo o diretor do MACRS, André Venzon, não deixa de influir na principal característica desta exposição: “o equilíbrio na diversidade de linguagens artísticas, e que, de certa forma, reflete a produção do estado que, em termos nacionais, é sempre vista como muito respeito”.
Exposição: BR 116: circuitos independentes em trânsito
Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul – Galeria Xico Sockinger – Casa de Cultura Mário Quintana (Rua dos Andradas, 736, sexto andar)
Horários: segundas, das 14 às 19h; de terça a sexta, das 10h às 19h; sábados, domingos e feriados, das 12h às 19h.
Até dois de fevereiro de 2014

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