Uma amostra do mel da Fazenda Barba Negra

GERALDO HASSE
No dia 10 de agosto de 2018, um sábado chuvoso, a reportagem do JA foi ao encontro de Ademir Hermann na praça central de Guaíba, a cidade de 100 mil habitantes onde a CMPC produz 1,8 milhões de toneladas de celulose por ano.
Aqui esse sorridente apicultor de 59 anos vende mel de eucalipto a R$ 20 o quilo, 10% mais barato do que os méis ofertados no Mercado Público de Porto Alegre.
É o produto de suas 500 colméias, quantidade que o classifica como um apicultor de nível médio, diz ele, que se declara preparado para uma expansão de 30% em seu apiário nos próximos anos.
Quando começou a produzir mel no final dos anos 1980, Hermann era um microprodutor com apenas meia dúzia de caixas. Cuidava de suas abelhas nas horas vagas do trabalho como técnico do laboratório da indústria de celulose de Guaíba.
Em 1999, numa das transições acionárias da companhia, aceitou uma gratificação para demitir-se. Com parte da indenização, reforçou seu apiário, já instalado dentro da Fazenda Barba Negra, com 10 mil hectares em Barra do Riacho, onde a CMPC mantém um viveiro de mudas de eucalipto e produz madeira.
Desde então vem crescendo, respeitados os altos e baixos da apicultura, atividade sabidamente dependente das variações climáticas.
Feliz no ofício que sempre quis exercer, Hermann é tão importante na história da apicultura da Fazenda Barba Negra que ganhou destaque em 2010 num release sobre o projeto que desde 1981 fomenta a apicultura nos hortos florestais da CMPC espalhados por vários municípios do Rio Grande do Sul.
Segundo o texto assinado por Letícia Vargas, havia na época 18 apicultores envolvidos no projeto que crescera à medida que a companhia chilena expandia seus eucaliptais visando produzir madeira para a quadruplicação da sua capacidade de produção de celulose.
Em 2010 a produção estimada era de seis toneladas de mel por ano. Os produtores ficavam com 92%, ficando os 8% restantes para o programa social Mel de Eucalipto da Solidariedade, que consiste na doação do alimento a escolas e instituições de atendimento a crianças excepcionais das cidades onde a empresa mantém plantios de eucalipto.
“Assim, desde 1981, a Celulose Riograndense entrega, aproximadamente, quatro toneladas anuais de mel a instituições educativas, que utilizam o produto para consumo de seus alunos e revendem o excedente, gerando recursos para a manutenção das suas atividades”, dizia o texto de Leticia Vargas.
Com a expansão dos plantios a partir de 2009, a CMPC chegou a 49 municípios, aumentando para 159 o número de apicultores credenciados nos hortos da CMPC.
A dimensão do programa exigiu a contratação de consultores técnicos, incluindo pessoal especializado da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, que processa parte do mel em seu campus rural em Eldorado do Sul.
No segundo semestre de 2018, em mais um ajuste operacional, a gestão do projeto passou às mãos do agrônomo Gustavo Zapata,  que já trabalhava como consultor externo.

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