Ustra deixou rastros em Porto Alegre

A estrutura repressiva que o coronel Brilhante Ustra criou e comandou em São Paulo, teve um precedente no chamado Dopinho, centro de repressão política instalado num casarão da rua Santo Antonio, no bairro Bom Fim, nos primeiros anos da ditadura.
Era um centro de operações que reunia militares do Exército, Brigada Militar, agentes do Dops e até civis que se infiltravam no meio estudantil para identificar os “subversivos”.
Segundo Jair Krischke, presidente do Movimento de Justiça e Direitos Humanos, movido por verbas secretas o Dopinho já reunia a elite da repressão, como os coronéis Atila e Menna Barreto. “É o primeiro centro clandestino instalado no país”.  Só ficou conhecido com a morte do sargento Raimundo Soares, no caso Mãos Amarradas, no final de 1966.  Ex-sargento do Exército, Soares apareceu boiando morto na beira do Guaíba, depois de ter sido preso pelo Dops e de passar por torturas no Dopinho. “Ali foi testado esse modelo”.
A repercussão do caso, com uma CPI na Assembleia, levou à extinção do Dopinho. Em seguida, surgiu mais ou menos nos mesmos moldes a Operação Bandeirantes (OBAN), montada e dirigida por Ustra, com dinheiro, carros e equipamentos fornecidos por empresas privadas.
Dali, Ustra saiu para montar a estrutura do DOI CODI, também em São Paulo. “Quando o presidente Geisel desmontou a conspiração do general Frota, comandante do II Exército, contra a abertura política, Ustra caiu em desgraça e foi transferido para o quartel de artilharia em São Leopoldo”, diz Kritschke.
Lá estava em 1977, quando se deu o “sequestro dos Uruguaios”, que revelou as conexões entre as ditaduras do cone sul para eliminar os dissidentes. “Talvez não tenha tido participação direta. Mas com certeza tinha conhecimento do plano, pois era ligado ao Centro de Informações do Exército”.

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