Vaz Netto diz que inquérito da Polícia Federal é uma mentira

O ex-presidente do Departamento Estadual de Trânsito, Flavio Vaz Netto, afirmou na CPI do Detran, da Assembléia Legislativa, que o inquérito da Polícia Federal resultado da Operação Rodin não é verdadeiro, criticou a exposição exagerada do superintendente da Polícia Federal, Ildo Gasparetto e negou que tivesse conhecimento da sub-contratação de empresas pela Fundação para o Desenvolvimento e o Aperfeiçoamento da Educação e da Cultura (Fundae), com quem a autarquia mantinha contrato para a realização dos exames teóricos e práticos da carteira de motorista. “Não tratem essas questões da Polícia Federal como verdade absoluta”, afirmou.
Vaz Netto foi o último a presidir a autarquia, do início do governo Yeda Crusius até o dia 6 de novembro de 2007, quando foi exonerado pela governadora, atitude que considerou “desleal e covarde” de Yeda Crusius, por não ter lhe concedido tempo para defesa. Explicou que a governadora autorizou a mudança da Fundação de Apoio à Tecnologia e Ciência (Fatec) pela Fundae, depois de ser comunicada que haveria irregularidades na prestação dos serviços.
Antes de começar a responder às perguntas, ele entregou aos deputados cópias dos de seus dois depoimentos à Polícia Federal (PF) e suas cinco últimas declarações de imposto de renda e de seus extratos bancários, e também autorizou a quebra dos seus sigilos bancário, fiscal e telefônico durante os 18 meses em que presidiu o Detran.
Às cinco horas da tarde, o presidente da CPI, deputado Fabiano Pereira (PT), informou que a secretaria da Comissão havia recebido naquele momento cópia do inquérito da Operação Rodin, autorizado pela juíza Simone Barbisan, da Justiça Federal de Santa Maria, com os depoimentos à Polícia Federal de Flavio Vaz Netto, do advogado Rubem Höher, de Rubens Murillo Marques, presidente da Fundação Carlos Chagas; Ronaldo Etchechury Morales, ex-presidente da Fatec; Luiz Carlos Pellegrini, também ex-presidente da Fatec; e Silvestre Selhorst, ex-secretário executivo da Fatec.
Os depoimentos que chegaram a CPI estão sob segredo de Justiça, ou melhor, deveriam estar, já que site Vide Versus publicou na madrugada de ontem parte do depoimento de Vaz Netto à Polícia Federal, cujas cópias já estão de pose dos parlamentares.
Requerimento
Os deputados aprovaram requerimento do deputado Alexandre Postal (PMDB) pedindo informações sobre o número de carros alugados pelo Detran e a quantidade de litros de combustíveis consumidos e de telefones celulares corporativos utilizados pela autarquia, mensalmente, desde 1999.
Estão previstos para o dia 31 de março os depoimentos de Rubens Murillo Marques, presidente da Fundação Carlos Chagas; Ronaldo Etchechury Morales, ex-presidente da Fatec; Luiz Carlos Pellegrini, também ex-presidente da Fatec; e Silvestre Selhorst, ex-secretário executivo da Fatec.
A Comissão tem prazo de 120 dias para investigar as denúncias de fraude na realização dos exames de habilitação e na emissão das carteiras de motoristas. Ontem fechou 44 dias de CPI.
O esquema de corrupção foi conhecido no início de novembro do ano passado, quando a Polícia Federal prendeu 13 pessoas e revelou que suas investigações apontavam prejuízos de mais de R$ 40 milhões aos cofres públicos. Entre os indiciados pela PF estão o ex-diretor geral da Assembléia, Antonio Dorneu Maciel, o diretor do Detran Flávio Vaz Netto, o ex-diretor Carlos Ubiratan dos Santos, o diretor técnico Hermínio Gomes Junior, e o empresário Lair Ferst, um dos coordenadores da campanha da governadora Yeda Crusius.
As irregularidades teriam acontecido em unidades de Caxias, Pelotas, Santa Maria, Porto Alegre e Uruguaiana. Há suspeita de que funcionários aposentados tenham recebido salários como ativos e de que o pagamento a prestadores de serviços terceirizados tenha sido manipulado. A Polícia Federal pretende concluir o inquérito até o dia a próxima sexta-feira, para encaminhá-lo à Justiça.

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