Vencedores do Prêmio Jovem Cientista apresentam soluções inovadoras para o meio ambiente

Estudantes, pesquisadores e instituições de ensino de Alagoas, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Pará e São Paulo estão entre os vencedores da 29ª edição do Prêmio Jovem Cientista, que abordou o tema “Inovações para Conservação da Natureza e Transformação Social”. O anúncio foi feito nesta terça-feira, 30 de outubro, em Brasília, na sede do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). A entrega das premiações será realizada em dezembro, em solenidade no Palácio do Planalto.
Foram mais de 1.550 inscrições de estudantes e pesquisadores de todo o país.  O primeiro lugar no ensino médio foi para a gaúcha Juliana Davoglio Estradioto, que criou um filme plástico biodegradável feito com casca de maracujá, capaz de substituir as embalagens de mudas de plantas, que geram grande quantidade de lixo na agricultura; o pernambucano Célio Henrique Rocha Moura,  primeiro lugar no ensino superior, venceu com uma pesquisa sobre como a percepção da população sobre áreas preservadas na cidade do Recife pode auxiliar na gestão das Unidades de Conservação; já o primeiro lugar na categoria mestre e doutor foi para João Vitor Campos e Silva, paulista que mora em Maceió, com o  estudo do impacto de um modelo de conservação na Amazônia que recupera populações de pirarucu e tem potencial para garantir às comunidades o equivalente a uma poupança bancária avaliada em R$ 30 mil anuais.
O Prêmio Jovem Cientista contempla as categorias Mestre e Doutor; Ensino Superior; Ensino Médio; Mérito Científico (para um cientista de destaque em áreas relacionadas ao tema da edição) e Mérito Institucional (para instituições dos ensinos médio e superior com o maior número de trabalhos qualificados). Nesta edição, com o objetivo de reforçar a importância da busca por inovações para conservar os recursos naturais e consolidar as transformações sociais, o Prêmio propôs linhas de pesquisas que abordam temas como agricultura familiar, restauração florestal, tecnologias de gestão e economia criativa, mudanças climáticas, inclusão digital, entre outros. O anúncio dos vencedores foi transmitido ao vivo e está disponível no site e redes sociais do Futura (www.futura.org.br).
“O Prêmio Jovem Cientista é a mais importante iniciativa do CNPq na divulgação e valorização da ciência para a sociedade brasileira. Motiva e prepara os jovens cientistas por um lado e, por outro, possibilita uma grande divulgação para toda a sociedade de pesquisas realizadas no país”, afirma o Prof. Mario Neto Bordes, presidente do CNPq.
“Incentivar a pesquisa no Brasil e reconhecer os talentos da ciência é uma causa que abraçamos há 37 anos com o Prêmio Jovem Cientista. É inspirador ver estudantes e professores encontrando soluções para os desafios do país e compartilhando inovações com a sociedade. No caso desta edição, inovações para conservação da natureza e para a transformação social”, afirma Hugo Barreto, secretário-geral da Fundação Roberto Marinho.
“Buscamos sempre traçar novas estratégias que mostrem à sociedade a importância da conservação da natureza. Nessa linha, o Prêmio Jovem Cientista é uma excelente oportunidade para aproximar os jovens desse tema e fazer com que criem práticas sustentáveis para o futuro. Estamos extremamente satisfeitos com essa parceria e com o grande número de projetos inscritos em todo o Brasil que poderão trazer soluções concretas para a conservação”, afirma a diretora-executiva da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, Malu Nunes.
“O apoio à 29ª edição do Prêmio Jovem Cientista está alinhado ao propósito do Banco do Brasil de cuidar do que é valioso para as pessoas e à sua causa de sustentabilidade, que visa contribuir para a Inclusão e Transformação Digital da Sociedade Brasileira. Reforça ainda nosso objetivo de fomentar o desenvolvimento de inovações, tecnologias e soluções para questões urgentes da sociedade, complementando esforços que o próprio BB realiza na vanguarda da tecnologia bancária para a transformação digital de seus processos e negócios. Ao fazer isso, estamos investindo nos nossos talentos e na construção do futuro do país”, comenta Carlos Netto, diretor de Estratégia e Organização do Banco do Brasil.
A 29ª edição do Prêmio Jovem Cientista é uma iniciativa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)/ Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, em parceria com a Fundação Roberto Marinho, Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza e Banco do Brasil.
OS PRÊMIOS
Na categoria Mestre e Doutor, os vencedores recebem R$ 35 mil (1º lugar); R$25 mil (2º lugar) e R$18 mil (3º lugar) e uma viagem ao Reino Unido para a visita “Science Tour in the UK”, onde os jovens vencedores terão a oportunidade de fazer uma imersão ao sistema de ciência e inovação britânico, a ser organizada pela Embaixada Britânica.
Para estudantes do Ensino Superior, os valores são de R$18 mil (1º lugar), R$15 mil (2º lugar) e R$12 mil (3º lugar). Estudantes do Ensino Médio em 1º, 2º e 3º lugares recebem um laptop. No Mérito Institucional, serão pagos R$40 mil para cada uma das duas instituições que tiverem o maior número de trabalhos qualificados. O pesquisador indicado para o Mérito Científico receberá R$40 mil. Além da premiação relacionada, todos os agraciados recebem bolsas de estudo do CNPq, nas modalidades de iniciação científica até o pós-doutorado.
Estudante gaúcha vence na categoria ensino médio

Juliana apresentou projeto, “Desenvolvimento de um filme plástico biodegradável a partir do resíduo agroindustrial do maracujá”.

A gaúcha Juliana Davoglio Estradioto, do Instituto Federal de Educação do Rio Grande do Sul, campus Osório, conquistou o primeiro lugar da categoria Ensino Médio. Seu projeto, “Desenvolvimento de um filme plástico biodegradável a partir do resíduo agroindustrial do maracujá”, teve duas motivações: o excesso de restos orgânicos gerados pelo cultivo do maracujá-amarelo, causando acúmulo de lixo e contaminação do solo, água e lençol freático; e o impacto da produção mundial de plásticos no ambiente – estudos estimam que em 2050 haverá, em peso, mais plástico do que peixes nos oceanos. “Conversei com minha professora orientadora sobre meu interesse em trabalhar com os agricultores familiares da minha região, já que meu pai é engenheiro agrônomo. O maracujá, depois de processado, gera 60% de resíduo, que são as cascas. Elas são descartadas no meio ambiente, por isso comecei a estudar para buscar uma solução para esse problema ambiental da minha região”, explica Juliana. Com a aplicação do método “casting”, de criação de embalagens comestíveis, a estudante conseguiu reutilizar o resíduo do maracujá.
CONHEÇA OS VENCEDORES
João Vitor Campos e Silva, da Universidade Federal de Alagoas, conquistou o primeiro lugar na categoria Mestre e Doutorcom a pesquisa “O gigante das várzeas: o manejo do pirarucu como modelo de conservação da biodiversidade e transformação social na Amazônia”. Devido à alta intensidade de exploração, o piracuru, espécie de peixe com grande importância cultural, ecológica e econômica na Amazônia, sofreu forte declínio populacional, chegando a ser extinto em várias localidades. Em sua pesquisa, João Vitor Campos e Silva investigou um modelo de conservação na Amazônia que recupera populações de pirarucu, maior peixe de escamas do mundo, com alto valor comercial e cultural. “Os lagos protegidos têm funcionado como uma espécie de poupança bancária, na qual as comunidades podem se planejar para explorar uma boa renda todo ano (o valor potencial pode chegar a quase R$30 mil por ano), o que contribuiu para melhorar as comunidades e a qualidade de vida da região”, conclui.
Na categoria Ensino Superior, a primeira colocação ficou com o estudante de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Pernambuco Célio Henrique Rocha Moura, que apresentou o projeto “Os valores naturais das Unidades de Conservação do Recife: Mata de Dois Irmãos e Mata do Engenho Uchôa”. O estudo avalia a conservação da natureza em Recife, entendendo-a como um bem de toda a população, partindo da identificação dos valores atribuídos pelos mais diversos grupos sociais para desenvolver instrumentos de gestão e proteção. “Concluímos que a identificação desses valores é a etapa inicial para a gestão da conservação do meio ambiente. A compreensão do ponto de vista da população vem a estreitar as relações das instituições gestoras com a comunidade”, diz Célio.
O Mérito Científico, categoria que reconhece cientistas com atuação de destaque em áreas relativas ao tema, foi conquistado por Vera Lúcia Imperatriz-Fonseca, do Instituto Tecnológico Vale Desenvolvimento Sustentável, em Belém (PA). A professora e pesquisadora Vera Lúcia Imperatriz-Fonseca é referência nas pesquisas com abelhas nativas, sendo coautora da Declaração de São Paulo para os Polinizadores, que originou a Iniciativa Internacional de Uso Sustentável e Conservação dos Polinizadores, além de ter participado de ONGs, associações e comissões estaduais e federais para a conservação e defesa do meio ambiente. “O prêmio dá importância para um tema presente no nosso dia a dia, pois trata da biodiversidade e inovação. Dediquei anos de estudo à Ciência e, por isso, conquistar esse prêmio é uma experiência única”, comemora Vera.
Já a categoria Mérito Institucional premiou duas instituições, dos ensinos Médio e Superior, que inscreveram o maior número de trabalhos qualificados com mérito científico para o prêmio. A Escola Técnica Polivalente de Americana, em Americana (SP), ficou em primeiro lugar na categoria Ensino Médio. “O grande desafio é estimular e incentivar o aluno a caminhar e concluir as etapas propostas, sem deixar de mostrar que as dificuldades existem. É fundamental o incentivo da coordenação e da equipe gestora da escola”, explica a diretora da escola, Mary Damiani. Já a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) conquistou a primeira posição no Ensino Superior. “O prêmio é um reconhecimento a todo o trabalho que a instituição vem fazendo através das pesquisas de seus alunos e professores. Acredito que a Ciência é importante nos âmbitos sociais e humanos, trabalhando para melhorar a qualidade de vida das pessoas”, fala Jane Tatikan, vice-reitora.
SOBRE O PRÊMIO JOVEM CIENTISTA
O Prêmio Jovem Cientista é uma iniciativa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)/ Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, em parceria com a Fundação Roberto Marinho, Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza e Banco do Brasil.
Quatro categorias são premiadas: Mestre e Doutor, Estudante do Ensino Superior, Estudante do Ensino Médio e Mérito Institucional. Há ainda um prêmio de Mérito Científico para um pesquisador doutor que, em sua trajetória, tenha se destacado na área relacionada ao tema da edição. Já na categoria Mérito Institucional são premiadas as duas instituições – uma do ensino médio e outra do ensino superior – às quais estiver vinculado o maior número de trabalhos qualificados.
Instituído em 1981, Prêmio Jovem Cientista já reconheceu mais de 194 estudantes e pesquisadores; 23 instituições de ensino superior e médio com o mérito institucional e sete pesquisadores doutores com mérito científico. Entre os assuntos abordados em edições anteriores estão “Oceanos: fonte de alimentos”; “Sangue: fluido da vida”; “Energia e Meio Ambiente”; “Cidades Sustentáveis”; “Inovação Tecnológica nos Esportes”; “Água: desafios da sociedade” e “Segurança alimentar e nutricional”.
Saiba mais sobre o prêmio no site jovemcientista.cnpq.br e nas redes sociais, Twitter (@jovemcientista) e Facebook (@premiojovemcientista).
SOBRE O CNPQ
Criado em 1951, o CNPq é a agência federal de fomento à ciência, tecnologia e inovação, vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). Atua na formulação de políticas públicas que contribuem para o avanço das fronteiras do conhecimento, o desenvolvimento sustentável e a soberania nacional e, por meio de chamadas públicas, concede bolsas e financia projetos de pesquisa em todo o país. Anualmente, são concedidas cerca de 80 mil bolsas nas mais diversas modalidades, da iniciação científica à produtividade em pesquisa, no Brasil e no exterior.
SOBRE A FUNDAÇÃO ROBERTO MARINHO
A convicção de que a comunicação pode ser instrumento para transformação social motivou Roberto Marinho a criar, em 1977, a Fundação Roberto Marinho. Entre os projetos desenvolvidos, está o Telecurso – tecnologia educacional reconhecida pelo Ministério da Educação (MEC) e adotada como política pública em estados e municípios, utilizado para a aceleração da aprendizagem nos ensinos Fundamental e Médio; na Educação de Jovens e Adultos (EJA); como alternativa ao ensino regular em cidades e comunidades geograficamente dispersas e como reforço escolar em todas as idades. Entre os projetos também estão o Aprendiz Legal, programa de educação profissional que garante o acesso de jovens de 14 a 24 anos ao primeiro emprego, cria condições para que permaneçam na escola, avancem nos estudos e também combate o trabalho infantil; os museus da Língua Portuguesa e do Futebol (SP), MAR – Museu de Arte do Rio, Museu do Amanhã e Museu da Imagem e do Som (este, em construção, no RJ), Paço do Frevo (PE) e Casa da Cultura de Paraty (RJ); e o Futura, projeto social de comunicação, com programação que alia entretenimento e conhecimento útil para a vida com ações de mobilização social. O Futura Está disponível, gratuitamente, na TV e na web (Futuraplay.org).
SOBRE O BANCO DO BRASIL
A missão do Banco do Brasil é ser um banco rentável e competitivo, atuando com espírito público em cada uma de suas ações, junto a clientes, acionistas e toda sociedade. Nossa visão é a de ser o banco mais confiável e relevante para a vida dos clientes, funcionários e para o desenvolvimento do Brasil. O Banco do Brasil tem como Valores o Espírito público. Consideramos simultaneamente o todo e a parte em cada uma de nossas ações para dimensionar riscos, gerar resultados e criar valor. A Ética é inspiração e condição de nosso comportamento pessoal e institucional. Acreditamos no Potencial humano de todas as pessoas e na capacidade de um se realizar e contribuir para a evolução da sociedade. Buscamos a Eficiência otimizando permanentemente os recursos disponíveis para a criação de valor para todos os públicos de relacionamento; e a Inovação, cultivando uma cultura de inovação como garantia de nossa perenidade. Sempre atentos à Visão do cliente. Conhecemos os nossos clientes, as suas necessidades e expectativas e proporcionamos experiências legítimas Banco do Brasil que promovem relações de longo prazo e que reforçam a confiança na nossa marca.
SOBRE A FUNDAÇÃO GRUPO BOTICÁRIO DE PROTEÇÃO À NATUREZA
A Fundação Grupo Boticário é fruto da inspiração de Miguel Krigsner, fundador de O Boticário e atual presidente do Conselho de Administração do Grupo Boticário. A instituição foi criada em 1990, dois anos antes da Rio-92 ou Cúpula da Terra, evento que foi um marco para a conservação ambiental mundial. A Fundação Grupo Boticário apoia ações de conservação da natureza em todo o Brasil, totalizando mais de 1.500 iniciativas apoiadas financeiramente. Protege 11 mil hectares de Mata Atlântica e Cerrado, por meio da criação e manutenção de duas reservas naturais. Atua para que a conservação da biodiversidade seja priorizada nos negócios e nas políticas públicas, além de contribuir para que a natureza sirva de inspiração ou seja parte da solução para diversos problemas da sociedade. Também promove ações de mobilização, sensibilização e comunicação inovadoras, que aproximam a natureza do cotidiano das pessoas.
SOBRE A EMBAIXADA DO REINO UNIDO DA GRÃ-BRETANHA E IRLANDA DO NORTE
A missão diplomática britânica no Brasil, por meio do Ano Brasil-Reino Unido de Ciência e Inovação, tem a honra de ser uma parceira da 29ª edição do Prêmio Jovem Cientista. O Ano é uma iniciativa conjunta liderada pelos governos do Brasil e do Reino Unido. Inicialmente discutido entre o então Ministro das Relações Exteriores, Boris Johnson, e o Ministro de Relações Exteriores brasileiro, Aloysio Nunes, em agosto de 2017, em Londres, o Ano foi oficialmente lançado em 27 de março de 2018 em Brasília, numa cerimônia no Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações (MCTIC). As atividades do Ano ocorrerão entre março de 2018 e abril de 2019 sob uma plataforma que promove oportunidades para cientistas, empreendedores e empresas brasileiras e britânicas para que trabalhem juntos frente aos principais desafios globais em quatro áreas prioritárias: clima & biodiversidade; agricultura sustentável, saúde & ciências da vida; e energia.

Adquira nossas publicações

texto asjjsa akskalsa

Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *