Elmar Bones
O vice-governador Paulo Feijó disse neste quarta-feira, 31 de outubro, que o governo manipula números e não age com transparência no seu esforço para aprovar o pacote fiscal que encaminhou à Assembléia e que será votado ainda em novembro. “Eu mesmo não tenho conseguido muitas informações que peço à Secretaria da Fazenda”, declarou Feijó na audiência pública promovida pela Comissão de Economia e Desenvolvimento da Assembléia Legislativa.
Além das críticas do vice, a proposta de aumento de impostos representada pela governadora em seu Programa de Recuperação do Estado foi duramente criticada pelo presidente da Fiergs, Paulo Tigre, pelo presidente da Federasul, José Cairoli, e por representantes de vários segmentos da economia gaúcha.
Eles acusaram o secretário da Fazenda, Aod Cunha, de estar usando “argumentos falaciosos” na tentativa de convencer a opinião pública de que o aumento de impostos é a única saída. Um exemplo dessa atitude é a reiterada afirmação do secretário de que o Rio Grande do Sul tem uma das mais baixas cargas tributárias do país, em relação ao Produto Interno Bruto. “Qualquer pessoa minimamente familiarizada com o assunto sabe que não tem sentido essa comparação”, disse Feijó. Ele disse também que Aod Cunha está afirmando que o empréstimo do Banco Mundial, que o governo do Estado está negociando, depende da aprovação do aumento de impostos. “Isso não é verdade, pois o Banco Mundial defende redução de impostos como um caminho para os países em desenvolvimeto”.
A audiência pública, que lotou o plenarinho da AL, configurou-se como uma espécie de ensaio de uma frente única de empresários, sob a liderança do vice-governador, para resistir ao aumento de impostos.
“O aumento de impostos vai trazer desemprego e menos desenvolvimento”, projetou Paulo Tigre. “Eu estou a disposição lá no Palacinho para levar esse debate adiante”, atalhou Feijó. Ele justificou sua posição dizendo-se “coerente com o que eu e a nossa governadora prometemos na campanha, que era não aumentar impostos”.
O presidente da Fiergs disse que o aumento de impostos pretendido pela governadora vai render mais de R$ 1,4 bilhão por ano, muito mais portanto do que os R$ 950 milhões calculados pela Secretaria da Fazenda.

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