A Câmara Municipal de São Paulo inaugurou hoje (25), no centro da cidade, uma estátua em homenagem ao jornalista Vladimir Herzog, morto nas dependências do DOI-CODI durante o regime militar. A cerimônia ocorre 41 anos após o assassinato de Vlado, morto sob tortura no dia 25 de outubro de 1975 por agentes da ditadura militar.
A praça que recebeu a escultura de bronze de mais de 2 metros de altura foi revitalizada e teve o nome mudado em 2013, após um encaminhamento da Comissão da Verdade instalada na Câmara Municipal. Antes, se chamava Praça da Divina Providência.

Olhando para cima e com os braços para o alto, Andreato denominou a obra de Vlado Vitorioso. “A nossa geração foi vitoriosa contra a ditadura e o Vlado foi um mártir dessa geração. Então, eu precisava fazer algo que fosse a celebração dessa vitória contra o regime militar que o matou”, afirmou o artista.
O filho de Vlado e diretor do Instituto Vladimir Herzog, Ivo Herzog, destacou a importância de disputar os espaços públicos, trazendo a memória da luta contra ditadura e removendo homenagens àqueles que participaram da repressão. “As novas gerações estão sempre chegando e elas precisam conhecer essa história. Não podemos ficar cometendo os mesmos erros do passado. A gente tem que se preocupar com novas agendas e não ter de retomar agendas, lutas do passado. Temos que preservar as conquistas. E a maneira de fazer isso é a memória, através do conhecimento da nossa história”, ressaltou.
Assassinato
Herzog trabalhava como diretor do telejornal Hora da Notícia, na TV Cultura, quando foi procurado por agentes da repressão em casa e no trabalho. O jornalista se prontificou a comparecer no Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi) para prestar esclarecimentos. Ao se apresentar, foi preso e torturado até a morte.

Os agentes da repressão divulgaram uma falsa versão sobre a morte de Herzog, apresentando inclusive uma foto falsa para mostrar que ele teria se enforcado dentro da cela. Com base em depoimentos e inconsistências nas evidências apresentadas pelos militares, a história foi desmentida ainda à época. Mas foi somente em 2013 que a família do jornalista recebeu o novo atestado que aponta como causa da morte lesões e maus-tratos sofridos por Herzog durante interrogatório no DOI-CODI.
(Texto de Daniel Mello, da Agência Brasil)
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