Autora: Marília Levacov
Luna é uma labradora. Marília é uma escritora. Elas passeiam pela Praça da Alfândega e seu entorno todos os dias, em diferentes horários, com sol ou com chuva.
Luna atrai as pessoas. Marília as disseca com humor e compaixão.
2009, 170 pág, 16 x 23 cm, 290 gr
ISBN 978-85-87270-33-7
R$28,00
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Autor: da Redação
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Luna na Praça da Alfândega
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Inter, Orgulho do Brasil
Autor: Kenny Braga
Quinta edição, revisada e ampliada, com a história do clube desde 1909 até o Centenário, com capítulos inéditos sobre a conquista da Copa Sul-Americana e as comemorações dos 100 anos.
5a ed, 2009, 254 páginas, 16 x 23 cm, 390 gr
ISBN: 978-85-87270-34-4
R$ 36,00
Apoio Cultural: Sport Club Internacional, Federação Gaúcha de Futebol, Clube dos 13, Banrisul e Associação dos Transportadores de Passageiros.
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Edição Extra do Jornal JÁ traz dossiê sobre corrupção
Reportagem traz um resumo dos casos recentes e um histórico das CPIs no legislativo estadual – desde 1947, foram 139, média de duas por ano.
Estão em andamento no judiciário gaúcho mais de 200 Ações Civis Públicas ajuizadas pela Promotoria de Defesa do Patrimônio Público, do MPE.
A maior delas envolve a fraude na CEEE, ocorrida em 1987, no governo Simon, e que em valores corrigidos chega a R$ 800 milhões, quase 20 vezes o prejuízo causado ao Detran/RS, conforme apuração da “Operação Rodin”.
A empresa JÁ Editores, que publica o jornal, foi condenada a indenizar a viúva Julieta Rigotto, mãe do empresário Lindomar Rigotto, por causa de reportagem publicada em 2001 sobre a morte dele, que foi assessor da Diretoria Financeira da CEEE e um dos principais implicados na CPI.
A corrupção no Rio Grande do Sul é o tema de capa da edição de novembro do Jornal JÁ que está circulando desde o final de semana.
A reportagem traz um resumo dos casos recentes e um histórico das CPIs no legislativo estadual – desde 1947, já foram 139 comissões parlamentares de inquérito, média de duas por ano em seis décadas.
Segundo o jornal, estão em andamento no judiciário gaúcho mais de 200 Ações Civis Públicas ajuizadas pela Promotoria de Defesa do Patrimônio Público, do Ministério Público Estadual.
A maior dessas ações, envolve a fraude em dois contratos para a construção de onze subestações de energia da CEEE, ocorrida em 1987, durante o governo Simon, e que em valores corrigidos chega a R$ 800 milhões, quase 20 vezes o prejuízo causado ao Detran/RS, conforme apuração da “Operação Rodin”, que incriminou 39 pessoas.
A fraude na CEEE, que resultou numa Ação Civil Pública ajuizada pelo MPE em fevereiro de 1996, é também um dos mais antigos processos envolvendo lesão ao patrimônio público em andamento no judiciário gaúcho.
O processo já tem 110 volumes e corre em segredo de justiça, ainda em primeira instância. “Caiu o mito do Estado menos corrupto”, diz uma das manchetes desta edição.
A empresa JÁ Editores, que publica o jornal, foi condenada a indenizar a viúva Julieta Rigotto, mãe do ex-governador Germano Rigotto e do empresário Lindomar Vargas Rigotto, por causa de reportagem publicada em 2001 sobre a morte do empresário, que foi assessor da Diretoria Financeira da CEEE e um dos principais implicados na CPI.
Jornal JÁ – Edição Extra
Onde encontrar em Porto Alegre
CENTRO
Banca do Julio – Mercado Público
Banca do Leandro – Largo Glênio Peres
Banca das Apostilas – Borges de Medeiros c/ Sete de Setembro
Banca do Clovão – Borges de Medeiros, 915, c/ Fernando Machado
Banca do Paulo – Andrade Neves c/ Borges de Medeiros
Banca da Alfândega – Praça da Alfândega, Andradas c/ Caldas Jr
Miscelânia Sáskia – Fernando Machado, 806 (ao lado de um Zaffari)
CIDADE BAIXA
Banda da República – Rua da República c/ Av. João Pessoa
BOM FIM / SANTANA
Palavraria – Vasco da Gama, 165 (tele-entrega pelo 3268-4260)
Tabacaria Braz – Venâncio Aires, 1137, em frente ao HPS
Banca Folhetim – Jacinto Gomes c/ Venâncio Aires
Locadora Mondo Vídeo – Jerônimo de Ornellas, 531, c/ Santa Therezinha
Mercado Zerbes – Jacinto Gomes, 463
INDEPENDÊNCIA
Av Independência, em frente a 375, perto do Colégio Rosário
MOINHOS DE VENTO
Revista & Chocolate – Padre Chagas, 330
NA CIDADE: Nosso pessoal está na rua. Acompanhe a colocação do jornal nas bancas. Peça ao seu jornaleiro! Telefone da Editora: (51) 3330-7272 -
Banco de livros vai ampliar acesso à leitura
Por Carmen Carlet
A partir da segunda-feira, 26/10, os cidadãos gaúchos serão convocados a uma ação de cunho social e cultural: fazer uma faxina em seus armários e bibliotecas para doar livros a quem não tem acesso.
A Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), depois de 13 empreendimentos sociais bem sucedidos, lança seu Banco de Livros, um projeto inédito no Brasil. Para viabilizá-lo cercou-se de parceiros com peso na área. O presidente do Banco é Waldir da Silveira, ex-presidente da Câmara Riograndense do Livro.
Com a ambiciosa meta é arrecadar 500 mil exemplares até o dia 30 de novembro, o Banco de Livros lançou mão de uma arrojada estratégia de marketing e campanha publicitária desenvolvida pela agência Escala. A intenção é provocar impacto, mexer com o intelecto daqueles que estão habituados ao mundo dos livros e, no final, além dos volumes arrecadados, entregar para a sociedade um romance inédito de Luis Fernando Veríssimo – Os Espiões – que estará disponível na internet quando o banco alcançar a meta de meio milhão de livros.
O Banco de Livros terá 1334 postos de captação por todo o Rio Grande do Sul, incluindo agências dos correios, supermercados, concessionárias de veículos, redes de estacionamentos, farmácias e a própria Feira do Livro de Porto Alegre. Tudo que for arrecadado irá para Porto Alegre para seleção e classificação feita pelos alunos de biblioteconomia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Os estudantes farão a triagem do que pode ser doado, dependendo do conteúdo e condições.
O restante não será descartado, mas encaminhado ao Banco de Resíduos para aproveitamento”, avisa Silveira. E o que for viável para leitura será encaminhado a associações de bairros menos favorecidos, creches, hospitais, presídios, entre outras entidades.
Todas as informações desta campanha estarão disponíveis na internet:
www.livroinedito.com.br -
Bento Gonçalves: esse herói desconhecido
Por Cleber Dioni Tentardini
Hoje, 23 de setembro, completa 221 anos de seu nascimento. Em julho passaram-se 162 anos de sua morte. O mais famoso monumento em sua homenagem, em Rio Grande, chegou aos cem anos no dia 20. E o general farrapo permanece uma figura intrigante.
O personagem virou mito de um período histórico que faz parte do folclore riograndense. Suas façanhas viraram lenda, mas sua história ainda é desconhecida.
Nenhum dos mais de 500 livros sobre o conflito narra a vida de Bento Gonçalves no Uruguai, onde casou, criou os filhos, foi fazendeiro e capitão de milícias. Durante 15 dos 58 anos de vida. Pelo menos a metade da vida adulta. Historiadores apenas pincelaram a passagem de Bento pela uruguaia Melo, onde, depois, residiu o maragato Gaspar Silveira Martins. Ali, do outro lado do rio Jaguarão, Bento foi espião dos chefes luso-brasileiros, mas mantinha estreitas relações com a oligarquia castelhana. Foi até prefeito distrital, com direito a voto à cabresto.
Além do charque, que outras razões teriam levado um coronel da Guarda Nacional e um de seus melhores comandantes nas fronteiras do Sul a se voltar contra o Império. O fazendeiro abastado e senhor de escravos era simpático à monarquia, mas nutria convicções republicanas nos gabinetes maçons e na Assembléia Provincial, ao lado de liberais como Padre Chagas e Mariano de Matos.
O que moveu um pai de seis filhos pequenos e dois recém saídos da adolescência a sacrificar o convívio com a família e quase todas as suas posses para lutar contra aqueles com quem um dia ombreou nos campos de batalhas? Militar ardil, arquitetou uma revolução sem medir as consequências? Que influências tiveram em sua formação as guerras de Napoleão e a bandeira libertária do caudilho Artigas.
Bento Gonçalves foi acusado de assassino, ladrão e contrabandista. Submeteu Porto Alegre ao maior sítio de sua história, provocando bombardeios e racionamento de comida, mas se tornou patrono do Regimento de Cavalaria da Brigada Militar, o corpo policial que o general combateu na sua origem.
Sua morte, dois anos depois do fim da guerra, foi silenciada. Nem a Cúria Metropolitana registrou. O Riograndense foi o único jornal que ousou noticiar, timidamente.
Seu inventário foi realizado só dez anos após a morte. Deixou aos oito filhos 33 escravos com idades entre um ano e meio e 60 anos; 700 reses, 24 bois, 15 novilhos, 30 cavalos, 22 potros, 8 éguas, 270 chucras. Bens de Raiz: 3.746 braças de campo no Christal. Quinhão e meio mato à margem de Camaquã. Casa, tafonas e outros.”
Nem herói nem ladrão,
um homem de seu tempo
O historiador Tau Golin publicou um livro com o título Bento Gonçalves – o herói ladrão, em que chamou o líder farrapo de contrabandista e proprietário de escravos.
Golin criticou a ligação de Bento com as oligarquias e afirmou que ele não fez jus ao título de herói popular, “como um personagem para ser cultuado pelo povo rio-grandense”, porque as suas ações apenas procuraram preservar os seus privilégios e os de outros latifundiários. “Como conseqüência de seu projeto de sociedade, a partir de um liberalismo farroupilha antagônico à democracia, alienou o povo material e espiritualmente, submetendo-o à exploração e ao espólio”, disse.
E citou Moacyr Flores, historiador e professor da PUC gaúcha, para classificar o líder farrapo como simpatizante do absolutismo monáquico. “Nunca foi republicano, segundo Moacyr Flores, “e deixou de ser liberal ao assumir a presidência sem convocar ou permitir que reunisse a assembléia constituinte e legislativa.”
Alguns historiadores disseram que Bento não foi herói nem vilão, apenas um homem de seu tempo. O escritor Fernando Sampaio criticou Golin por ele ter descontextualizado as atividades de Bento como estancieiro e produtor de charque, sendo que a mão de obra disponível e barata era a escrava.
Sobre o contrabando de gado, Sampaio alega que essa prática era uma atividade social revolucionária, para fugir dos impostos. “Era uma atitude que passou a ser protegida entre os nacionais, ou entre a elite dominante local, contra a autoridade colonial e estrangeira”, destaca.
Existem documentos que demonstram que ao tratar da paz com o Império, Bento conseguiu que o barão de Caxias aceitasse as exigências da República Riograndense, relativas aos revolucionários negros. Consta que ele afirmou: “se o tratado de paz não assegurar a alforria dos ex-escravos revolucionários, continuaremos a guerra, para que não voltem aos grilhões os negros que há tantos anos lutam pela liberdade da América”.
O parágrafo 4º do acordo de paz de Ponche Verde, previa que ficariam livres todos os cativos que lutaram ao lado da República Riograndense. Mas fica a pergunta: até que ponto os farroupilhas combateram a escravidão negra quando não estava em jogo a arregimentação de homens para as manobras militares? A professora Margaret Bakos, da Faculdade de História da PUCRS respondeu: “Naturalmente, os senhores não desejavam libertar os negros porque significavam trabalho, capital, prestígio social e poder político”.
Para juiz, anarquista e demagogo
O baiano Rodrigo da Silva Pontes foi colega de Bento na 1ª legislatura provincial. Na época da revolução, era juiz de direito em Rio Pardo. Membro do Partido Conservador, ele classificou os liberais republicanos de anarquistas, demagogos, provincianos e de caráter duvidoso. Em seu texto-depoimento*, escrito no RJ, em 1844, por ordem de D. Pedro I, o magistrado informa que o desejo de ser proclamada uma república separada do Império fazia parte do imaginário político de uma facção dos sul-riograndenses que se reuniam em sociedades secretas para promoverem a conspiração, entre eles Bento Gonçalves.
Ele acusa Bento de conspirar contra o governo e coloca em dúvida sua capacidade de tomar decisões. “O astuto Bento Gonçalves procurava aliciar pessoas de boa fé para o partido de Lavalleja (…) o coronel desobedeceu as ordens de guardar neutralidade”, diz Silva Pontes.
Criticou a absolvição de Bento, acusado de contrabando de gado, e da pensão de um conto e duzentos mil réis concedida ao coronel, o que “apenas estimulou os desejos ávidos do caudilho, aumentou a influência dele na Província e ministrou aos propagadores do espírito de rebelião mais um poderoso argumento deduzido das simpatias do governo central pelo primeiro cabeça da facção.”
Silva Pontes diz que as correrias no Estado Oriental lhe deram a posse de cabeças de gado em um número suficiente para recuperar a fortuna perdida, mas Bento tinha sempre o mesmo gênio dissipador do caráter perdulário. (SEGUE)
(* O Arquivo Nacional, Arquivo Histórico do RS e Memorial do Judiciário do RS transcreveram as 84 tiras de papel almaço escritas de ambos os lados e lançaram em 2006 o livro Memórias Históricas da Revolução Farroupilha). -
Irã: os filhos da revolução vão às ruas
Por Paula Bianca Bianchi
A tensão continua em Teerã. Após alguns conflitos à tarde, concentrados no centro e dispersados pela polícia, as famílias se refugiam em suas casas. As que podem assistem ao noticiário internacional através de satélites clandestinos, instalados na altura do chão para não serem detectados pelas brigadas do governo.
Em um país de 70 milhões de habitantes em que 60% das pessoas tem menos de 30 anos, quem puxa os protestos são as mulheres, acompanhadas dos setores urbanos e estudantes – 60% da população feminina freqüenta a faculdade.
Conforme uma estudante iraquiana que preferiu não se identificar, celulares e máquinas fotográficas estão sendo recolhidos e a população evita o centro da cidade. Ela conta que um grande manifestação está planejada para amanhã a partir do mausoléu de Khomeini.
A internet também está sob controle, principalmente após a divulgação do vídeo que mostra a jovem Neda Agha-Soltande, 27 anos, sendo baleada. A conexão sofre oscilações e cortes constantes e redes sociais como Facebook e Twitter estão sobre vigilância – cerca de 18 milhões de iranianos usam a internet.
Neda Agha-Soltan estava nas imediações de um protesto quando foi morta com um tiro no peito
É através delas que chegam a maior parte das informações sobre o país, uma vez que o governo proibiu a permanência de jornalistas e agências de notícias.
Protestos semelhantes aos dos últimos sete dias já vitimaram cerca de 20 pessoas desde a divulgação do resultado das eleições, realizadas no dia 16 de junho. Reformistas afirmam que o pleito foi fraudado para reeleger o atual presidente Mahmoud Ahmadinejad e evitar a vitória do ex-primeiro-ministro Mir Hossein Mousavi.
Estas são as maiores manifestações registradas no país desde 1979 quando a população derrubou o xá Reza Pahlevi e instaurou a Revolução Islâmica. Ironicamente, são os filhos dos filhos desses manifestantes que hoje voltam às ruas para pedir por uma nova forma de governo. -
Caso RBS: Procurador espera sentença ainda este ano
Naira Hofmeister *
O procurador Celso Três, do Ministério Público Federal em Santa Catarina acredita que ainda este ano pode ter uma sentença na ação que move contra o Grupo RBS. Ele acusa a empresa de oligopólio e concorrência desleal. Quer que abra mão de um dos seus cinco diários que circulam no Estado e escolha apenas duas, entre as seis emissoras da RBS TV regional. “Ainda esse ano podemos ter uma sentença. Porque essa ação tem instrução, ela se prova”, diz ele.
Através de uma Ação Civil Pública, o Ministério Público Federal de Santa Catarina pede que o Grupo RBS abra mão de um dos seus cinco diários que circulam no Estado e escolha apenas duas, entre as seis emissoras da RBS TV regional. “Ainda esse ano podemos ter uma sentença. Porque essa ação tem instrução, ela se prova”, acredita o procurador da República no Estado de Santa Catarina, Celso Três.
A acusação é por formação de oligopólio. “É um conceito da ordem econômica, mas se aplica aos meios de comunicação porque suprime empregos, mexe no mercado local”, justifica. Com um agravante, sublinha o procurador. “Nesse caso, a concentração atinge o Estado Democrático de Direito porque bloqueia a garantia de ampla expressão e informação do cidadão. Só é possível haver múltiplas interpretações dos fatos da vida social a partir da pluralidade de órgãos de comunicação. O que não acontece em Santa Catarina”, acusa.
A ação foi ajuizada em novembro de 2008, mas o inquérito consumiu dois anos da rotina de Celso Três. A decisão de processar o grupo foi tomada em 2006, quando a RBS comprou o tradicionalíssimo jornal A Notícia, instalado há mais de 80 anos no município de Joinville. “Foi a gota d’água”, relata Três. “Todos os jornais de Santa Catarina são da RBS: A Notícia, Diário Catarinense, Jornal de Santa Catarina e Hora de Santa Catarina. Excetuados, é claro, os minúsculos, locais, sem qualquer expressão de rivalizar com a RBS”, sustenta a peça jurídica assinada por ele e outros três procuradores da República.
Apesar disso, nem o Ministério das Comunicações nem o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) condenam a compra do jornal A Notícia. Eles aceitaram o argumento da empresa, de que os veículos estão em nome de pessoas diferentes. “Os proprietários são da família Sirotsky e existem alguns laranjas. Mas se os veículos trazem a mesma manchete – ou transmitem a mesma programação – está caracterizado o oligopólio. É absurdo dizer que não!”, revolta-se Celso Três.
A certeza do procurador fica explícita na nomeação dos réus no processo. São treze ao todo – União, Cade e apenas duas pessoas físicas. Os demais citados são pessoas jurídicas, proprietárias das emissoras e jornais. Os responsáveis pelos CNPJs, no entanto, são todos ligados à família. A única exceção é Moacir Gervazio Thomazi, antigo proprietário de A Notícia.
Citado nominalmente, o presidente do Grupo RBS, Nelson Sirotsky é também o responsável por quatro veículos que respondem à ação. Outras duas pessoas da lista compartilham seu sobrenome: Denise e Marcelo, que respondem respectivamente pelas emissoras da RBS TV em Criciúma e Joinville. Já as televisões de Chapecó e Joaçaba estão representadas por Eduardo Magnus Smith, diretor executivo de desenvolvimento de negócios do Grupo RBS.
Além de pedir a devolução do jornal A Notícia ao dono anterior – ou sua venda para um grupo independente da RBS – o processo foca a concessão de radiodifusão, que é uma outorga pública. O Decreto-Lei nº 236, publicado em 1967 estabelece que nenhuma empresa ou pessoa pode ter mais de dez emissoras de televisão em todo o território nacional. A RBS possui 18, apenas de canal aberto. Também impede a concessão de mais de duas por Estado – só em Santa Catarina o grupo mantém seis canais locais que transmitem a programação da RBS TV, além do Canal Rural e a TV Com, que só abrange Florianópolis. “Isso é lei desde a época dos militares”, justifica Três.
Constituição
“A maior rede regional de TV do País conta com 18 emissoras distribuídas no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, com uma cobertura que atinge 790 municípios e mais de 17 milhões de espectadores nos dois estados. Possui 85% da grade de programação da Rede Globo e 15% voltada ao público local”. Essa é a descrição que o site do Grupo RBS dá para a Rede Brasil Sul de televisão, a RBS TV. É um tiro no pé. Isso porque a Constituição Brasileira determina que 30% da programação de rádio e TV devem ser locais.
Regulamentado ou não, o artigo é o argumento que o procurador da República utiliza na peça jurídica. “Já que a legislação está trancada no Congresso – o que é uma vergonha – queremos que a justiça estabeleça esse critério. Porque quando se fala em programação local, estamos falando em direito de expressão do cidadão”, justifica o procurador da República.
Celso Três admite que modificar – ou fazer cumprir – a legislação não é uma tarefa fácil. “Tem que ter coragem para fazer isso. Cabe ao presidente da República fazer um pronunciamento em rede nacional, explicar para sociedade. Vai ter muita emissora que vai criticar, é claro. Os 30% são razoáveis, ainda sobra 70% da grade para a programação nacional. Isso enseja a diversidade”.
Empresa é um partido político
Para além do poderio econômico que uma empresa do tamanho da RBS (veja quadro abaixo) detém, uma das maiores preocupações do Ministério Público de Santa Catarina é com a pressão política que o grupo pode exercer. “Uma situação é você ter a televisão, ser transmissora da Globo – e todo mundo sabe que o País só assiste à Globo. Mas bem mais grave é você ter a Globo, os jornais e as rádios. Porque os veículos se somam. Isso se chama propriedade cruzada e catapulta o posicionamento político”, critica Três.
O texto da Ação Civil Pública cita um exemplo bem conhecido dos gaúchos: a manipulação de pesquisas eleitorais. O documento traz até uma referência ao ocorrido no pleito gaúcho de 2002, no qual concorriam Tarso Genro (PT) e Germano Rigotto (PMDB) – e vencido por este último. A divulgação de pesquisas com percentuais muito diferentes daqueles verificados nas urnas, que indicavam ampla margem do peemedebista, gerou o cancelamento de 25 mil assinaturas de Zero Hora. A campanha obrigou a RBS a pedir desculpas publicamente através de um editorial publicado em Zero Hora. “No episódio eleitoral, uma das instituições [que executam pesquisas encomendadas pela RBS], embora tenha registrado corretamente o vencedor do pleito no Rio Grande do Sul, errou gravemente na diferença percentual entre os votos dos dois candidatos”, admitiu na época em editorial na Zero Hora, o presidente do Grupo RBS, Nelson Sirotsky.
No caso catarinense, o beneficiado é colega de partido de Rigotto e, assim como ele, saiu vencedor do pleito. “Na ultima eleição ao governo do Estado de Santa Catarina, o Grupo RBS encetou uma ação de sinergia em prol de Luiz Henrique da Silveira”, lê-se na peça jurídica, que a seguir, descreve a seqüência de eventos. No primeiro turno, os jornais da RBS juravam que Luiz Henrique estava eleito, sem a necessidade do segundo confronto – “fato desmentido nas urnas”, aponta o procurador. No segundo turno, as pesquisas veiculadas pela RBS indicavam uma vantagem de 20% do candidato sobre seu oponente, Espiridião Amim (PP). A diferença na apuração foi de 5,42%. “Doutrinada à exaustão a vitória de uma candidatura, a tendência do eleitorado, especialmente o indeciso, é aderir à vencedora”, denuncia a peça jurídica. “Quando se diz que é a RBS quem governa o Estado, que ela faz e tira o governo, é nesse sentido. Aí o governador que se opõe a um grupo como esse, é derrubado”, complementa Três.
No Rio Grande do Sul, Canoas é a bola da vez
Na mesma semana em que comemorou seus 30 anos em Santa Catarina, a RBS lançou o semanário Mais Canoas, que vai circular às sextas-feiras encartado em Zero Hora e no Diário Gaúcho. A tiragem prevista é de 25 mil exemplares mas dependendo da competência do departamento comercial, deve aumentar. Canoas é o segundo maior PIB do Rio Grande do Sul. A cidade tem um diário editado pelo Grupo Sinos, que já atua na região há 50 anos.
A julgar pelas práticas relatadas em Santa Catarina, é bom os executivos do Grupo Sinos começarem a se preocupar. No estado vizinho, a RBS praticou dumping, que é a taxação de preço abaixo do valor de mercado. No caso, a venda de exemplares do jornal Hora de Santa Catarina – de caráter popular – “por reles R$ 0,25” de acordo com a Procuradoria da República – para concorrer com o Notícias do Dia, do grupo Record. “À concorrência, resta quebrar ou vender-se a RBS”, alerta o texto jurídico.
E no litoral catarinense, para “combater” o Diarinho – jornal de Itajaí com 30 anos de existência, que utiliza uma linguagem sarcástica e tem leitores fiéis – a RBS pressionou uma rede de supermercados para não expor os exemplares nos caixas. “A empresa também faz negociações com os anunciantes, de reduzir o valor pago caso não anunciem em outros diários”, complementa Três.
Em 2008, o grupo incorporou a Rádio Metrô FM, a preferida dos pagodeiros de Porto Alegre. Depois de substituir os programas e comunicadores tradicionais pelos da casa – nesse caso, a rádio Cidade, principal concorrente da Metrô – a RBS simplesmente extinguiu o veículo. Agora, o espaço 93,7 do dial FM é ocupado pela Gaúcha, exatamente a mesma programação de AM. “O que não entendemos é como a concessão de radiodifusão, que é pública pode ser simplesmente adquirida por uma opu outra empresa”, questiona coordenadora regional do Fórum Nacional de Democratização da Comunicação, Claudia Cardoso.
E além dos quatro jornais que já mantém no estado, a RBS agora está de olho em três novos diários tradicionais do Interior. A empresa nega o interesse, mas no início do ano chegou a visitar as redações de O Nacional, de Passo Fundo, Agora, de Rio Grande e o Informativo de Lajeado.
Por uma mídia mais democrática
Cinco artigos da Constituição Brasileira tratam sobre a proibição da formação de oligopólio ou monopólio na comunicação. Apesar disso, o setor, ao lado das indústrias de chocolate, bebidas e pasta de dente, lidera o ranking de concentração do mercado brasileiro. “O lobby das empresas de mídia é muito forte e por isso, mesmo depois de 20 anos de sua publicação, esses artigos não foram regulamentados”, lamenta Claudia Cardoso.
Depois de anos articulando com governos, os movimentos sociais conseguiram marcar a data da primeira Conferência Nacional da Comunicação. Vai ser em dezembro. “Vivemos num país que tem mais televisões do que geladeira. É preciso reestruturar a comunicação, e capacitar o público para a crítica”, defende.
A idéia é combater o discurso uníssono, contra o qual não há voz suficientemente forte que tenha eco. Como a criminalização dos movimentos sociais pautada pela imprensa conservadora do Brasil. A reportagem de ADverso constatou que as charges dos jornais Zero Hora e Diário Catarinense do dia xx de abril eram idênticas em seu conteúdo, ainda que as assinaturas fossem de dois cartunistas diferentes. Coincidentemente, os desenhos ironizavam o Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra, um dos grupos que freqüentemente acusam a mídia de patrulhamento ideológico. “Em Santa Catarina chegamos a ter a mesma manchete em mais de um jornal. Idêntico! A ótica do Ministério Público é a proteção do direito à informação do cidadão. Isso é inerente à pluralidade – não existe diante de um órgão oligopolista”, avalia Celso Três.
Quem é a RBS (dados constantes do processo)
Faturamento em 2006: R$ 825 milhões
Lucro líquido em 2006: R$ 93 milhões
18 emissoras TV aberta (afiliadas da Globo)
2 emissoras de TV comunitária
1 emissora de agronegócio
25 emissoras de rádio
8 jornais diários
4 portais na internet
Editora RBS Publicações
Gráfica
Gravadora Orbeat Music
Empresa de Logística ViaLog
Empresa de marketing para público jovem Kzuka
Participação em empresa de móbile marketing
Fundação de Responsabilidade Social
(*Publicado no Adverso, reproduzido com autorização da autora) -
É preciso diploma para ser jornalista?
Por Ana Lúcia Behenck Mohr
Uma discussão sobre a exigência de diploma e sobre a (des)regulamentação da profissão de jornalista. Os dois palestrantes desmereceram o debate que, mesmo assim, foi longe. Entenda por quê.
O debate ocorreu nesta quarta-feira na Faculdade de Comunicação da PUC-RS, minutos depois do horário marcado (20h). Foi entre Tiago Jucá (editor da Revista “O Dilúvio”) e Sérgio Murillo de Andrade (presidente da Federação Nacional dos Jornalistas), tendo como mediador o professor Celso Schröder. Este último não só fez jus à sua condição de vice-presidente da Fenaj nas intervenções, como, em certo ponto do debate, assumiu ter “abandonado completamente a função de mediador”, o que gerou risos na plateia.
Jucá disse não achar a discussão tão importante. Sérgio Murillo afirmou tratar-se de um debate “completamente esquizofrênico”. Um debate convergente? Não, as razões das opiniões semelhantes são bem distintas.
Entre os argumentos usados na contra-defesa do diploma estava o fato de haver pessoas talentosas que não têm diploma e a péssima qualidade dos cursos de Comunicação Social – em particular, o da escola de onde Jucá é oriundo, a Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação da UFRGS (Fabico). O jornalista detonou a Fabico. Disse que os professores eram atrasados, equipamentos antigos (“agora deu uma melhorada”) e o currículo ultrapassado.
O editor da revista alternativa “O Dilúvio” levantou também a questão da censura, sobre a qual disse não ter visto manifestação por parte da Fenaj. Citou o caso do professor da UFRGS, Wladymir Ungaretti. Ungaretti foi processado por Ronaldo Bernardi, fotógrafo da Zero Hora e agora está impedido de fazer críticas ao jornal em seu site.
Também citou a censura do governo Lula às rádios comunitárias e as outorgas vencidas de 25 rádios de Porto Alegre. Deu a entender que estes seriam os debates mais importantes a serem puxados. Sérgio Murillo depois deixou subentendido que esses debates estão à pleno vapor.
A esquizofrenia do debate, conforme o presidente da Fenaj, é comparável a uma discussão de advogados sobre se os advogados devem ou não estudar Direito. “No Brasil o estado regulamenta as profissões não só para atender a demanda dos engenheiros, jornalistas, médicos, mas para dar uma garantia ao cidadão”, afirmou. Para ele, a defesa do diploma é a defesa de uma informação de qualidade.
A formação é considerada importante por Jucá. Afirmou que “um jornalista deveria estudar no mínimo história e letras”. Citou inúmeros exemplos de obras jornalísticas de autores sem formação em jornalismo (entre elas, as reportagens do médico Dráuzio Varella e seu livro “Estação Carandiru”, o livro “Os Sertões”, de Euclides da Cunha e a própria “Carta de Pero Vaz de Caminha”).
Em contrapartida, Sérgio Murillo fez a defesa incondicional do curso, chegou a fazer uma analogia com uma criança doente. “Se a criança está doente, não devemos matá-la, mas dar remédios”. No entanto, Murillo não chegou a prescrever nenhum medicamento para nosso bebê enfermo, embora tenha citado que a Fenaj está envolvida comissão que cria novas diretrizes curriculares para os cursos de jornalismo.
Para o presidente da Fenaj, a defesa do diploma e da regulamentação da profissão não exclui a defesa da liberdade de expressão. “Não tem em nenhum lugar do Brasil, sindicato pedindo fim de rádio comunitária”, ironizou. Disse que há uma confusão entre a comunicação e jornalismo, e este último deve ser exercido por um profissional especializado (com diploma). “Entre numa redação dos EUA, você não vai encontrar jornalista que não seja formado”, disse.
Murillo procurou frisar que a desregulamentação é uma demanda patronal, em específico do Sr. Otávio Frias Filho, dono da Folha de São Paulo, e visa a maior precarização da atividade. Referindo-se ao descumprimento das leis trabalhistas, afirmou ainda que os patrões do Brasil estão na Idade Média. Citou a vitória do Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro, onde os funcionários do jornal O Globo (da família Marinho) não recebiam hora extra porque não havia controle de jornadas, para defender a importância da organização sindical.
Graças à mobilização da categoria, agora a empresa está cumprindo a lei. Respondeu à crítica de um estudante (o único que se atreveu a defender os donos da mídia), segundo o qual a Fenaj seria um braço do petismo, desqualificando-a como ideológica. “Se a Fenaj é braço do petismo, nós poderíamos dizer que a Folha é braço dos tucanos”, comparou.
Quanto à referência feita pelo mesmo estudante de que a regulamentação havia sido originada durante a ditadura e por isso era ruim, disse que “nós não temos a a regulamentação por causa da ditadura, mas apesar da ditadura”. E arrematou: “se tudo que foi criado na ditadura fosse ruim, disse, o Estatuto do Índio teria que ser revogado e a ponte Rio-Niterói derrubada”.
Lei de Imprensa – Perguntado pelo mediador, Tiago Jucá silenciou sobre a Lei de Imprensa, revogada recentemente. Disse não ter ainda uma opinião formada sobre o assunto.
Conforme Sérgio Murillo, a Fenaj defende a Lei de Imprensa. “Não achamos que a lei da época da ditadura está boa, mas é melhor do que não ter lei”, disse. Falou ainda que o direito de resposta era bom, e agora ele fica “de acordo com a boa vontade de juiz de primeira instância”. “Hoje, na área de imprensa, o Brasil vive um blackout jurídico”, criticou.
Por fim, o presidente da Fenaj conclamou uma intifada contra os patrões, em defesa da regulamentação. “Se eles tem canhões, nós temos pedras”. Os patrões, como não estavam presentes fisicamente (apenas espiritualmente, através do estudante supracitado), não puderam se defender. -
Final feliz pra ninhada de gatinhos do Partenon
Em segurança: gatinhos num cesto quentinho
Por Liège Copstein / Especial
Depois de várias escoriações e alguns sustos – é incrível o quanto um gatinho consegue espernear – os cinco pequenos felinos abandonados entre pedras de um condomínio no Partenon foram resgatados por voluntárias das ongs Sítio dos Bichos e Luz Animal.São sortudos, por várias razões. Estavam relativamente saudáveis. São bonitos – a beleza, digam o que disserem, sempre é uma vantagem – e foram recolhidos antes de desenvolver um comportamento feral, o que dificultaria muito a captura. E foi bem a tempo, pois com a chegada da chuva e massa de ar frio, seria pneumonia na certa.
Depois de uma inevitável passagem pela veterinária, incluindo duas injeções em cada bundinha, eles agora terão o que merecem. Tratamento digno, alimentação, saúde, carinho e disponibilidade para serem adotados por tutores responsáveis.
Como eles vieram do Partenon, os meninos se chamam Zeus (o pretinho) e Apolo (o siamês chocolate). As meninas se chamam Helena (a siamesa azul), Juno e Minerva (as tigrinhas). Têm 50 dias e terão castração a baixo custo garantida (e obrigatória para quem quiser levar uma destas fofuras para casa. Contatos para adoção: sitiodosbichos@gmail.com ou Ana@luzanimal.org
É muito mais do que os milhares de animais de rua de Porto Alegre podem sequer sonhar em receber, ainda que a comunidade de protetores de animais portoalegrense tenha comemorado a recente criação pela prefeitura da Coordenadoria Multidisciplinar de Políticas Públicas para Animais Domésticos. Esse é um antigo projeto que promete contemplar os animais como indivíduos portadores de direitos, e não como pragas urbanas, enfoque dos sempre sinistros centros de controle de zoonoses.
Coordenado pelo vice-prefeito, José Fortunati, o grupo de trabalho é composto por representantes de 12 secretarias municipais relacionadas com o assunto. Segundo Fortunati, a partir de agora a cidade contará com um novo instrumento para desenvolver políticas públicas voltadas aos animais domésticos da cidade. “Vamos trabalhar de forma organizada e plural, realizando um amplo diálogo com a comunidade, para dar um salto de qualidade em termos de políticas públicas para animais”, destacou.
Bem, quanto aos cinco danadinhos do Partenon, as autoridades podem ficar descansadas. O voluntariado organizado já cuidou desses também. -
Gazeta Mercantil sai de circulação
O diretor-geral do jornal Gazeta Mercantil Jackson Fullen acaba de avisar aos jornalistas da redação em São Paulo que o tradicional jornal econômico vai parar de circular amanhã (sexta). .
“Esta (de quinta) será a última edição do jornal”, disse o diretor em reunião com os editores.
O jornal completaria 80 anos em 2010.