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  • Vencedores do Prêmio Jovem Cientista apresentam soluções inovadoras para o meio ambiente

    Estudantes, pesquisadores e instituições de ensino de Alagoas, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Pará e São Paulo estão entre os vencedores da 29ª edição do Prêmio Jovem Cientista, que abordou o tema “Inovações para Conservação da Natureza e Transformação Social”. O anúncio foi feito nesta terça-feira, 30 de outubro, em Brasília, na sede do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). A entrega das premiações será realizada em dezembro, em solenidade no Palácio do Planalto.
    Foram mais de 1.550 inscrições de estudantes e pesquisadores de todo o país.  O primeiro lugar no ensino médio foi para a gaúcha Juliana Davoglio Estradioto, que criou um filme plástico biodegradável feito com casca de maracujá, capaz de substituir as embalagens de mudas de plantas, que geram grande quantidade de lixo na agricultura; o pernambucano Célio Henrique Rocha Moura,  primeiro lugar no ensino superior, venceu com uma pesquisa sobre como a percepção da população sobre áreas preservadas na cidade do Recife pode auxiliar na gestão das Unidades de Conservação; já o primeiro lugar na categoria mestre e doutor foi para João Vitor Campos e Silva, paulista que mora em Maceió, com o  estudo do impacto de um modelo de conservação na Amazônia que recupera populações de pirarucu e tem potencial para garantir às comunidades o equivalente a uma poupança bancária avaliada em R$ 30 mil anuais.
    O Prêmio Jovem Cientista contempla as categorias Mestre e Doutor; Ensino Superior; Ensino Médio; Mérito Científico (para um cientista de destaque em áreas relacionadas ao tema da edição) e Mérito Institucional (para instituições dos ensinos médio e superior com o maior número de trabalhos qualificados). Nesta edição, com o objetivo de reforçar a importância da busca por inovações para conservar os recursos naturais e consolidar as transformações sociais, o Prêmio propôs linhas de pesquisas que abordam temas como agricultura familiar, restauração florestal, tecnologias de gestão e economia criativa, mudanças climáticas, inclusão digital, entre outros. O anúncio dos vencedores foi transmitido ao vivo e está disponível no site e redes sociais do Futura (www.futura.org.br).
    “O Prêmio Jovem Cientista é a mais importante iniciativa do CNPq na divulgação e valorização da ciência para a sociedade brasileira. Motiva e prepara os jovens cientistas por um lado e, por outro, possibilita uma grande divulgação para toda a sociedade de pesquisas realizadas no país”, afirma o Prof. Mario Neto Bordes, presidente do CNPq.
    “Incentivar a pesquisa no Brasil e reconhecer os talentos da ciência é uma causa que abraçamos há 37 anos com o Prêmio Jovem Cientista. É inspirador ver estudantes e professores encontrando soluções para os desafios do país e compartilhando inovações com a sociedade. No caso desta edição, inovações para conservação da natureza e para a transformação social”, afirma Hugo Barreto, secretário-geral da Fundação Roberto Marinho.
    “Buscamos sempre traçar novas estratégias que mostrem à sociedade a importância da conservação da natureza. Nessa linha, o Prêmio Jovem Cientista é uma excelente oportunidade para aproximar os jovens desse tema e fazer com que criem práticas sustentáveis para o futuro. Estamos extremamente satisfeitos com essa parceria e com o grande número de projetos inscritos em todo o Brasil que poderão trazer soluções concretas para a conservação”, afirma a diretora-executiva da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, Malu Nunes.
    “O apoio à 29ª edição do Prêmio Jovem Cientista está alinhado ao propósito do Banco do Brasil de cuidar do que é valioso para as pessoas e à sua causa de sustentabilidade, que visa contribuir para a Inclusão e Transformação Digital da Sociedade Brasileira. Reforça ainda nosso objetivo de fomentar o desenvolvimento de inovações, tecnologias e soluções para questões urgentes da sociedade, complementando esforços que o próprio BB realiza na vanguarda da tecnologia bancária para a transformação digital de seus processos e negócios. Ao fazer isso, estamos investindo nos nossos talentos e na construção do futuro do país”, comenta Carlos Netto, diretor de Estratégia e Organização do Banco do Brasil.
    A 29ª edição do Prêmio Jovem Cientista é uma iniciativa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)/ Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, em parceria com a Fundação Roberto Marinho, Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza e Banco do Brasil.
    OS PRÊMIOS
    Na categoria Mestre e Doutor, os vencedores recebem R$ 35 mil (1º lugar); R$25 mil (2º lugar) e R$18 mil (3º lugar) e uma viagem ao Reino Unido para a visita “Science Tour in the UK”, onde os jovens vencedores terão a oportunidade de fazer uma imersão ao sistema de ciência e inovação britânico, a ser organizada pela Embaixada Britânica.
    Para estudantes do Ensino Superior, os valores são de R$18 mil (1º lugar), R$15 mil (2º lugar) e R$12 mil (3º lugar). Estudantes do Ensino Médio em 1º, 2º e 3º lugares recebem um laptop. No Mérito Institucional, serão pagos R$40 mil para cada uma das duas instituições que tiverem o maior número de trabalhos qualificados. O pesquisador indicado para o Mérito Científico receberá R$40 mil. Além da premiação relacionada, todos os agraciados recebem bolsas de estudo do CNPq, nas modalidades de iniciação científica até o pós-doutorado.
    Estudante gaúcha vence na categoria ensino médio

    Juliana apresentou projeto, “Desenvolvimento de um filme plástico biodegradável a partir do resíduo agroindustrial do maracujá”.

    A gaúcha Juliana Davoglio Estradioto, do Instituto Federal de Educação do Rio Grande do Sul, campus Osório, conquistou o primeiro lugar da categoria Ensino Médio. Seu projeto, “Desenvolvimento de um filme plástico biodegradável a partir do resíduo agroindustrial do maracujá”, teve duas motivações: o excesso de restos orgânicos gerados pelo cultivo do maracujá-amarelo, causando acúmulo de lixo e contaminação do solo, água e lençol freático; e o impacto da produção mundial de plásticos no ambiente – estudos estimam que em 2050 haverá, em peso, mais plástico do que peixes nos oceanos. “Conversei com minha professora orientadora sobre meu interesse em trabalhar com os agricultores familiares da minha região, já que meu pai é engenheiro agrônomo. O maracujá, depois de processado, gera 60% de resíduo, que são as cascas. Elas são descartadas no meio ambiente, por isso comecei a estudar para buscar uma solução para esse problema ambiental da minha região”, explica Juliana. Com a aplicação do método “casting”, de criação de embalagens comestíveis, a estudante conseguiu reutilizar o resíduo do maracujá.
    CONHEÇA OS VENCEDORES
    João Vitor Campos e Silva, da Universidade Federal de Alagoas, conquistou o primeiro lugar na categoria Mestre e Doutorcom a pesquisa “O gigante das várzeas: o manejo do pirarucu como modelo de conservação da biodiversidade e transformação social na Amazônia”. Devido à alta intensidade de exploração, o piracuru, espécie de peixe com grande importância cultural, ecológica e econômica na Amazônia, sofreu forte declínio populacional, chegando a ser extinto em várias localidades. Em sua pesquisa, João Vitor Campos e Silva investigou um modelo de conservação na Amazônia que recupera populações de pirarucu, maior peixe de escamas do mundo, com alto valor comercial e cultural. “Os lagos protegidos têm funcionado como uma espécie de poupança bancária, na qual as comunidades podem se planejar para explorar uma boa renda todo ano (o valor potencial pode chegar a quase R$30 mil por ano), o que contribuiu para melhorar as comunidades e a qualidade de vida da região”, conclui.
    Na categoria Ensino Superior, a primeira colocação ficou com o estudante de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Pernambuco Célio Henrique Rocha Moura, que apresentou o projeto “Os valores naturais das Unidades de Conservação do Recife: Mata de Dois Irmãos e Mata do Engenho Uchôa”. O estudo avalia a conservação da natureza em Recife, entendendo-a como um bem de toda a população, partindo da identificação dos valores atribuídos pelos mais diversos grupos sociais para desenvolver instrumentos de gestão e proteção. “Concluímos que a identificação desses valores é a etapa inicial para a gestão da conservação do meio ambiente. A compreensão do ponto de vista da população vem a estreitar as relações das instituições gestoras com a comunidade”, diz Célio.
    O Mérito Científico, categoria que reconhece cientistas com atuação de destaque em áreas relativas ao tema, foi conquistado por Vera Lúcia Imperatriz-Fonseca, do Instituto Tecnológico Vale Desenvolvimento Sustentável, em Belém (PA). A professora e pesquisadora Vera Lúcia Imperatriz-Fonseca é referência nas pesquisas com abelhas nativas, sendo coautora da Declaração de São Paulo para os Polinizadores, que originou a Iniciativa Internacional de Uso Sustentável e Conservação dos Polinizadores, além de ter participado de ONGs, associações e comissões estaduais e federais para a conservação e defesa do meio ambiente. “O prêmio dá importância para um tema presente no nosso dia a dia, pois trata da biodiversidade e inovação. Dediquei anos de estudo à Ciência e, por isso, conquistar esse prêmio é uma experiência única”, comemora Vera.
    Já a categoria Mérito Institucional premiou duas instituições, dos ensinos Médio e Superior, que inscreveram o maior número de trabalhos qualificados com mérito científico para o prêmio. A Escola Técnica Polivalente de Americana, em Americana (SP), ficou em primeiro lugar na categoria Ensino Médio. “O grande desafio é estimular e incentivar o aluno a caminhar e concluir as etapas propostas, sem deixar de mostrar que as dificuldades existem. É fundamental o incentivo da coordenação e da equipe gestora da escola”, explica a diretora da escola, Mary Damiani. Já a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) conquistou a primeira posição no Ensino Superior. “O prêmio é um reconhecimento a todo o trabalho que a instituição vem fazendo através das pesquisas de seus alunos e professores. Acredito que a Ciência é importante nos âmbitos sociais e humanos, trabalhando para melhorar a qualidade de vida das pessoas”, fala Jane Tatikan, vice-reitora.
    SOBRE O PRÊMIO JOVEM CIENTISTA
    O Prêmio Jovem Cientista é uma iniciativa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)/ Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, em parceria com a Fundação Roberto Marinho, Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza e Banco do Brasil.
    Quatro categorias são premiadas: Mestre e Doutor, Estudante do Ensino Superior, Estudante do Ensino Médio e Mérito Institucional. Há ainda um prêmio de Mérito Científico para um pesquisador doutor que, em sua trajetória, tenha se destacado na área relacionada ao tema da edição. Já na categoria Mérito Institucional são premiadas as duas instituições – uma do ensino médio e outra do ensino superior – às quais estiver vinculado o maior número de trabalhos qualificados.
    Instituído em 1981, Prêmio Jovem Cientista já reconheceu mais de 194 estudantes e pesquisadores; 23 instituições de ensino superior e médio com o mérito institucional e sete pesquisadores doutores com mérito científico. Entre os assuntos abordados em edições anteriores estão “Oceanos: fonte de alimentos”; “Sangue: fluido da vida”; “Energia e Meio Ambiente”; “Cidades Sustentáveis”; “Inovação Tecnológica nos Esportes”; “Água: desafios da sociedade” e “Segurança alimentar e nutricional”.
    Saiba mais sobre o prêmio no site jovemcientista.cnpq.br e nas redes sociais, Twitter (@jovemcientista) e Facebook (@premiojovemcientista).
    SOBRE O CNPQ
    Criado em 1951, o CNPq é a agência federal de fomento à ciência, tecnologia e inovação, vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). Atua na formulação de políticas públicas que contribuem para o avanço das fronteiras do conhecimento, o desenvolvimento sustentável e a soberania nacional e, por meio de chamadas públicas, concede bolsas e financia projetos de pesquisa em todo o país. Anualmente, são concedidas cerca de 80 mil bolsas nas mais diversas modalidades, da iniciação científica à produtividade em pesquisa, no Brasil e no exterior.
    SOBRE A FUNDAÇÃO ROBERTO MARINHO
    A convicção de que a comunicação pode ser instrumento para transformação social motivou Roberto Marinho a criar, em 1977, a Fundação Roberto Marinho. Entre os projetos desenvolvidos, está o Telecurso – tecnologia educacional reconhecida pelo Ministério da Educação (MEC) e adotada como política pública em estados e municípios, utilizado para a aceleração da aprendizagem nos ensinos Fundamental e Médio; na Educação de Jovens e Adultos (EJA); como alternativa ao ensino regular em cidades e comunidades geograficamente dispersas e como reforço escolar em todas as idades. Entre os projetos também estão o Aprendiz Legal, programa de educação profissional que garante o acesso de jovens de 14 a 24 anos ao primeiro emprego, cria condições para que permaneçam na escola, avancem nos estudos e também combate o trabalho infantil; os museus da Língua Portuguesa e do Futebol (SP), MAR – Museu de Arte do Rio, Museu do Amanhã e Museu da Imagem e do Som (este, em construção, no RJ), Paço do Frevo (PE) e Casa da Cultura de Paraty (RJ); e o Futura, projeto social de comunicação, com programação que alia entretenimento e conhecimento útil para a vida com ações de mobilização social. O Futura Está disponível, gratuitamente, na TV e na web (Futuraplay.org).
    SOBRE O BANCO DO BRASIL
    A missão do Banco do Brasil é ser um banco rentável e competitivo, atuando com espírito público em cada uma de suas ações, junto a clientes, acionistas e toda sociedade. Nossa visão é a de ser o banco mais confiável e relevante para a vida dos clientes, funcionários e para o desenvolvimento do Brasil. O Banco do Brasil tem como Valores o Espírito público. Consideramos simultaneamente o todo e a parte em cada uma de nossas ações para dimensionar riscos, gerar resultados e criar valor. A Ética é inspiração e condição de nosso comportamento pessoal e institucional. Acreditamos no Potencial humano de todas as pessoas e na capacidade de um se realizar e contribuir para a evolução da sociedade. Buscamos a Eficiência otimizando permanentemente os recursos disponíveis para a criação de valor para todos os públicos de relacionamento; e a Inovação, cultivando uma cultura de inovação como garantia de nossa perenidade. Sempre atentos à Visão do cliente. Conhecemos os nossos clientes, as suas necessidades e expectativas e proporcionamos experiências legítimas Banco do Brasil que promovem relações de longo prazo e que reforçam a confiança na nossa marca.
    SOBRE A FUNDAÇÃO GRUPO BOTICÁRIO DE PROTEÇÃO À NATUREZA
    A Fundação Grupo Boticário é fruto da inspiração de Miguel Krigsner, fundador de O Boticário e atual presidente do Conselho de Administração do Grupo Boticário. A instituição foi criada em 1990, dois anos antes da Rio-92 ou Cúpula da Terra, evento que foi um marco para a conservação ambiental mundial. A Fundação Grupo Boticário apoia ações de conservação da natureza em todo o Brasil, totalizando mais de 1.500 iniciativas apoiadas financeiramente. Protege 11 mil hectares de Mata Atlântica e Cerrado, por meio da criação e manutenção de duas reservas naturais. Atua para que a conservação da biodiversidade seja priorizada nos negócios e nas políticas públicas, além de contribuir para que a natureza sirva de inspiração ou seja parte da solução para diversos problemas da sociedade. Também promove ações de mobilização, sensibilização e comunicação inovadoras, que aproximam a natureza do cotidiano das pessoas.
    SOBRE A EMBAIXADA DO REINO UNIDO DA GRÃ-BRETANHA E IRLANDA DO NORTE
    A missão diplomática britânica no Brasil, por meio do Ano Brasil-Reino Unido de Ciência e Inovação, tem a honra de ser uma parceira da 29ª edição do Prêmio Jovem Cientista. O Ano é uma iniciativa conjunta liderada pelos governos do Brasil e do Reino Unido. Inicialmente discutido entre o então Ministro das Relações Exteriores, Boris Johnson, e o Ministro de Relações Exteriores brasileiro, Aloysio Nunes, em agosto de 2017, em Londres, o Ano foi oficialmente lançado em 27 de março de 2018 em Brasília, numa cerimônia no Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações (MCTIC). As atividades do Ano ocorrerão entre março de 2018 e abril de 2019 sob uma plataforma que promove oportunidades para cientistas, empreendedores e empresas brasileiras e britânicas para que trabalhem juntos frente aos principais desafios globais em quatro áreas prioritárias: clima & biodiversidade; agricultura sustentável, saúde & ciências da vida; e energia.

  • Feira do Livro é a esperança de editoras ao final de um ano difícil

    ANA CAROLINA PINHEIRO
    A 64ª. Feira do Livro de Porto Alegre que começa neste fim de semana alimenta a expectativa das editoras gaúchas de salvar um ano dos mais difíceis dos últimos tempos.
    A redução das verbas para programas de leituras, o fechamento de livrarias e a inadimplência elevada este ano atingiram em cheio os produtores de livros.
    É o caso da Editora Projeto, que trabalha com livros infantis, infanto-juvenis e de educação e está desde 2014 com o mesmo catálogo, investindo apenas na divulgação dos livros que já tem.
    Segundo a editora Annete Baldi, o último livro editado com o padrão comercial da Projeto foi o Futurações, do autor Caio Riter, em abril de 2014.
    Depois disso, publicou o “Inventário de Gente”, de Hermes Bernardi Júnior, falecido em 2015, como uma homenagem ao autor e lançará na programação da Feira o título “Escola Projeto 30 anos: Livro, música e arte fazendo parte”.
    O livro contou com uma campanha de financiamento coletivo na plataforma Catarse.
    Entre as principais dificuldades encontradas no mercado editorial no Rio Grande do Sul, Annete destaca a limitação dos pontos de venda:
    “Nos últimos anos tivemos muitas livrarias que fecharam, livrarias importantes como a Sapere Aude e a Palavraria, que tinham trabalhos de leitura com o público e um acervo superbacana. Hoje, as grandes livrarias têm dedicado cada vez menos espaços à boa literatura: hoje na Cultura tem muita coisa ruim na gôndola, coisa ultra comercial. Mudou o acervo da livraria”.
    Outro fator levantado por Annete é a falta de pagamento das grandes livrarias: “nós paramos de vender diretamente para a Cultura e para a Saraiva porque elas deixaram de pagar. Não faço mais venda direta, só através da distribuidora de São Paulo”.
    A falta de pagamento por parte das grandes livrarias foi um dos elementos citados por Clô Barcellos, editora da Libretos. “Esse ano, a gente espera ter um impacto de vendas ainda maior durante a Feira, tendo em vista que as grandes redes não estão pagando as editoras”, explica Clô.
    O enfraquecimento dos programas de leitura, seja em âmbito municipal, estadual ou federal também fez com que muitas editoras puxassem o freio na publicação de novos títulos. “Os programas de leitura davam uma injeção de dinheiro para as editoras, e eu espero que isso volte a acontecer”, afirma Annete.
    Para a editora da Projeto, que tem no trabalho feito nas escolas o seu carro-chefe, caso o investimento por parte dos governos em projetos de leitura e na compra de livros se mantenha baixo, a tendência é que as editoras diminuam ainda mais a produção: “Eu estou há três anos sem lançamentos e estou sobrevivendo. Não vou ficar investindo em lançamento. Eu quero investir, mas ainda não me sinto fortalecida”.
    Nesse cenário, a Feira do Livro surge como uma oportunidade para que o editor se aproxime do leitor e as vendas cresçam. Para Clô Barcellos, as vendas chegam a crescer pelo menos 100% quando comparadas aos outros meses do ano. “A venda na Feira pode vir a representar uma boa parte do faturamento líquido da editora, pois na venda direta as margens são maiores”, afirma.
    Segundo Annete, a Feira do Livro de Porto Alegre é o momento mais aguardado pelo mercado do livro: “A Feira exige um investimento grande, com aluguel da barraca, funcionários extras. Mesmo assim, a venda direta para o consumidor aquece, e é um mês positivo em termos de receita. Temos a expectativa de vender ao menos R$20 mil em títulos”.
    Enquanto os lançamentos e as sessões de autógrafos da programação ajudam a dar visibilidade aos novos títulos, as promoções e os balaios de saldo dão vazão ao estoque. “Para editoras, a Feira – além de divulgar os lançamentos -, é um importante momento para a venda de saldos, livros que já não geram tanto interesse para as livrarias e que acabam ficando parados no depósito ao longo do ano”, explica Clô. “Especialmente em épocas de crise, a Feira aquece as vendas porque os consumidores esperam por oportunidades como essa para comprar produtos com desconto”, completa.
    A programação das editoras pode ser conferida abaixo:
    Editora Libretos:
     
    Uma fresta no sótão
    Lisana Bertussi
    6/11 – 15h30 – Tânia Carvalho entrevista a autora – Salão de Bridge do Clube do Comércio
    17h30 – Praça Central de Autógrafos
     
    Palavras com som
    Gonçalo Ferraz
    6/11 – 18h30 – Sarau de Poesias – Salão de Bridge do Clube do Comércio
    19h30 – Praça Central de Autógrafos
     
    Neoliberalismo – Desmonte do Estado Social
    Plauto Faraco de Azevedo
    7/11 – 17h – Encontro com o autor e o desembargador Jayme Weingartner Neto – Salão de Bridge do Clube do Comércio
    18h30 – Praça Central de Autógrafos
     
    Nada será como antes – 2013
    Alexandre Haubrich
    9/11 – 16h30 – Evento/debate – Biblioteca do Clube do Comércio
    17h30 – Praça Central de Autógrafos
     
    A reinventora de histórias
    Márcia Mocellin e Suzel Neubarth
    10/11 – 15h45 – autora e ilustradora reinventam histórias com as crianças – Biblioteca Moacyr Scliar (térreo do Memorial do Rio Grande do Sul)
    16h30 – Praça Central de Autógrafos
     
    Poemas – Obra Inédita (francês e português)
    Eduardo Guimaraens – organização Maria Etelvina Guimaraens
    10/11 – 18h – Participação da cantora lírica Nelly Baudalf – Salão Mourisco (Biblioteca Pública do Estado)
     
    Fim da Linha – O crime do bonde
    Rafael Guimaraens
    14/11 – 17h – Encontro com o autor – Salão de Bridge do Clube do Comércio
    18h30 – Praça Central de Autógrafos
     
    Editora Projeto
     
    Autógrafos:
     
    Escola Projeto 30 anos: livro, música e arte fazendo parte
    Texto de Roger Lerina com depoimentos de muita gente
    7/11 – 19h – Memorial do Rio Grande do Sul
     
    Autor no Palco:
     
    Marta Lagarta – 5/11 – das 15h30 às 16h30
    Anna Claudia Ramos –  8/11 – das 10h30 às 11h30
    Caio Riter – 9/11 – das 9h às 10h
    Gláucia de Souza – 9/11 – das10h30 às 11h30
    Alexandre Brito – 12/11  – das 10h30 às 11h30
    Dilan Camargo – 14/11 – das 9h às 10h
     

  • Exposição lembra a gripe que matou 40 milhões em 1918

    O Museu de História da Medicina do Rio Grande do Sul (MUHM) realiza na próxima terça-feira (30/10), às 14 horas, o lançamento da exposição “Gripe Espanhola: A marcha da epidemia”.
    Aberta ao público, a mostra aborda a trajetória da doença, considerada uma das mais avassaladoras da história mundial.
    De forma inédita, a programação revive a trajetória dos médicos porto-alegrenses que atuavam na linha de frente do combate à doença, assim como a rotina dos moradores da Capital durante a epidemia.
    Por meio de pesquisa em informações publicadas na imprensa da época, de documentos oficiais e de imagens históricas, a exposição do MUHM reconta o impacto da Gripe Espanhola, que neste ano completa um século de sua ocorrência.
    A epidemia surgiu no momento em que a Europa encontrava-se devastada pela Primeira Guerra Mundial.
    O movimento das tropas facilitou a disseminação do vírus, isso acrescido a carência de recursos médicos da época e a censura imposta pelas autoridades à sua divulgação.
    Ignorando fronteiras e os esforços das autoridades para controlá-la, a Gripe Espanhola infectou no mundo cerca de 600 milhões de pessoas e deixou 40 milhões de mortos.
    Em Porto Alegre, a doença chegou a bordo do navio Itaquera, em 14 de outubro de 1918, quando se espalhou pela cidade, levando pânico aos cerca de 170 mil habitantes.  No total, 40 % da população foi infectada. Entre as vítimas, estavam médicos, que se revezavam no desafio de atender a população.
    (Com informações da Assessoria de Imprensa)
     
    Evento: Lançamento da exposição: “Gripe Espanhola: A marcha da epidemia”.
    Quando: 30 de outubro, às 14 horas
    Local: Sala Rita Lobato do Museu da História de Medicina do Rio Grande do Sul (MUHM) – Av. Independência 270 – Centro – Porto Alegre.
    Entrada: Gratuita
    Realização: MUHM
    O MUHM funciona de terça-feira a sexta-feira, das 10h às 18h e nos sábados e feriados das 14h às 18h.
     

  • Eleitor gaúcho mantém a tradição de não reeleger governador

    A vitória de Eduardo Leite com 53,6% dos votos para o governo do Rio Grande do Sul representa a confirmação de uma regra que desafia todos os partidos: o gaúcho não reelege governador.
    Essa postura que já se torna tradição tem sido mantida nos últimos 20 anos, desde que se introduziu a possibilidade da reeleição, em 1997. Mas a regra vem de mais longe: a não ser nos tempos de eleições indiretas, quando os governantes eram nomeado, os gaúcho não dão uma chance de continuidade a nenhum governo.

  • Regras para compra de armas serão alteradas, segundo Onyx Lorenzoni

    O deputado Onyx Lorenzoni, que já fala como chefe da Casa Civil do presidente Jair Bolsonaro, disse que uma das prioridades do novo governo será alterar a legislação sobre a posse de armas de fogo pelos cidadãos.
    Ele disse em entrevista à Gaucha que as pesquisas já mostraram que a população é favorável a uma flexibilização da lei atual que restringe severamente a compra e o porte de armas de fogo.
    Segundo o deputado, será mantido um controle rigoroso, mas será retirado da Polícia Federal a exclusividade em conceder autorização para compra de armas. “Haverá um cadastro, um processo rigoroso de aprovação, mas será permitido às polícias estaduais autorizarem o cidadão que cumprir todos os requisitos a ter sua arma em casa”. Ele disse que o porte não será flexibilizado sendo mantidas as regras atuais.

  • 57 milhões assinam o cheque em branco dado a Jair Bolsonaro

    Militar indisciplinado, deputado obscuro, candidato que não debate, governante sem programa.
    Esse é, em síntese, o perfil do homem que mais de 57 milhões de brasileiros elegeram para presidente do Brasil nas eleições deste domingo, 7 de outubro.
    Ele mudou o discurso depois de eleito e fala em respeitar a Constituição, pacificar o Brasil e acabar com o “nós contra eles”. Mas não foi esse o discurso que o levou ao poder.
    Seus votos vieram, sobretudo, do antipetismo, das promessas de endurecimento, das ameaças aos adversários, do seu gestual agressivo, do autoritarismo que se expressa nas suas atitudes e palavras.
    As injunções do poder, a importância e a responsabilidade do  Brasil no contexto das nações civilizadas, as alianças que terá que fazer para governar – tudo isso deve influir e contribuir para abrandar os ímpetos de Jair Bolsonaro.
    Mas seu governo é uma grande incógnita. O país está dividido, há uma crise econômica gigantesca, desemprego, aumento da pobreza, insegurança e um clima de intolerância no ar.
    Enfim, um ambiente propício à radicalização e ao militarismo, que o novo presidente defendeu ostensivamente em muitas manifestações.
    Nestas graves circunstâncias, o desafio tanto dos eleitos que assumirão o poder  quanto dos derrotados que estarão na oposição, é manter acima de tudo o compromisso com a liberdade e a democracia, sem as quais não se tem futuro.
     
     
     
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  • Mais de mil mortos em oito meses de intervenção no Rio

    Desde que iniciou a intervenção federal na segurança do Rio, em fevereiro 1.024 suspeitos morreram em confronto com agentes das forças de segurança em território fluminense.
    Dá uma média de quatro homicídios por dias nesses oito meses, decorrentes de intervenção policial (como são chamados atualmente os autos de resistência) por dia.
    Considerando também  janeiro, os números de  2018 já superam o total de casos apurados em 2017.
    Foram 1.181 mortes em confronto nos nove primeiros meses deste ano, contra 1.127 em todo o ano passado.
    A análise foi feita com base em estatísticas oficiais do Instituto de Segurança Pública (ISP), divulgadas nesta segunda-feira.
    Nesses oito meses de intervenção, 74 policiais ou militares foram mortos no Estado do Rio, conforme o Observatório da Intervenção.
    Destes, aproximadamente um quarto estavam em serviço, enquanto 40,5% foram vítimas de assalto e outros 16% morreram em decorrência de brigas, vinganças ou execuções.
    Em 16,2% dos casos não foi possível identificar a causa da morte.
     

  • Curso para leigos ensina a criar abelhas sem ferrão em apartamento

    A bióloga Betina Blochtein, maior autoridade gaúcha em meliponicultura, aceitou o desafio de dar um curso rápido para leigos sobre a criação de abelhas sem ferrão.
    Haverá uma aula teórica na noite de 9 de novembro e aulas práticas ao longo do dia 10, um sábado, na sede da Associação Gaúcha de Apicultura (AGA), que dispõe de uma área na Faculdade de Agronomia da UFRGS.
    Em palestra “tira-gosto” na noite chuvosa de 1 de outubro, a professora da PUCRS atraiu à sede da AGA 40 pessoas, a maioria jovens, entre elas oito mulheres, um indicador de que o gênero feminino está de olho nas abelhas sem ferrão.
    Nas aulas do curso superior de biologia, as mulheres são majoritárias, numericamente.
    Segundo Betina Blochtein, a criação de abelhas sem ferrão tem potencial para ser bom negócio.
    No momento, embora um quilo de mel de melípona seja vendido por R$ 80 a R$ 120, a melhor oportunidade para os iniciantes seria a criação e venda de enxames que podem ser criados em pátios, sacadas e varandas de casas ou apartamentos. ]
    “Atualmente, vêem-se mais enxames nas cidades do que nas zonas rurais”, disse Betina, que preside o Instituto do Meio Ambiente da PUCRS.
    Além de dirigir pesquisas com a ajuda de seus alunos, ela cria abelhas em casa, limitando-se a cultivar flores que servem de alimento para elas. “A abelha sem ferrão não dá trabalho, é só alegria”.
    Atualmente, um enxame de abelhas nativas com ninho de madeira pode ser comprado por R$ 250, mas há quem faça dele um presente. Há notícias de pessoas que conservam até hoje um ninho ativo de abelhas indígenas ganho do avô, quando eram crianças.
    Embora sejam produtores de mel convencional, alguns associados da AGA como o atual diretor técnico José Cunha criam abelhas nativas como “hobby” e se dispõem a vender enxames, dando alento ao comércio incipiente mencionado por Betina.
    Um dos mais conhecidos meliponicultores do Rio Grande do Sul é Orlando Morschel, que tem apiário em Nova Petrópolis e esteve presente no estande da Emater na última Expointer, em Esteio.
    Ali ele atendeu à curiosidade das pessoas sobre a meliponicultura, cujo estudo é facilitado por um livro escrito pela bióloga gaúcha Sidia Witter em parceria com a ecóloga Patrícia Nunes-Silva, formada pela Universidade de São Paulo.
    Editado em 2014 pela Fundação Zoobotânica, o “Manual de Boas Práticas Para o Manejo e Conservação de Abelhas Nativas” tem 140 páginas e fotos/ilustrações coloridas de excelente qualidade – impresso na Palotti de Santa Maria.
    No Rio Grande do Sul, foram identificadas até hoje 24 espécies de abelhas sem ferrão. Dessas, estão na lista oficial de extinção quatro espécies: guaraipo, mandaçaia, manduri e uma das mirins.
    Segundo a professora da PUC, a criação doméstica das três primeiras pode levar à retirada do seu nome da lista de extinção, em futuro mais ou menos próximo.
    A abelha nativa mais comum é a jataí, que ocorre em todo o Brasil. Amarelada, ela gosta de fazer ninho em frestas de muros e paredes, mas aceita viver em caixinhas de madeira oferecidas por seus hospedeiros.
    Segundo Betina, a jataí é tão valente e atrevida que, em momentos de escassez, é capaz de furtar própolis de colmeias de abelhas melíferas.

  • Mural em São Paulo vai marcar os 100 anos de Nelson Mandela

    No próximo sábado, dia 27 de outubro, um presente será entregue à cidade de São Paulo: um imenso mural em homenagem ao líder sul-africano Nelson Mandela.
    A obra, que mede cerca de 15 por 25 metros, foi criada e está sendo executado ao longo dessa semana pelos artistas Criola e Diego Mouro no Parque do Minhocão, região central.

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    Na altura da estação Marechal Deodoro do metrô, o mural chega para impactar a paisagem da cidade. “É para lembrar de que cada um de nós pode ser o agente ativo das mudanças que desejamos ver – na escola, no trabalho, na vizinhança, na família”, dizem os autores.
    A obra integra a série de ações que está sendo realizada pela South African Tourism, escritório de turismo da África do Sul no Brasil, pela ocasião de celebração do centenário de Mandela em 2018.
    Outras iniciativas são: “Mulheres brilhantes seguindo os passos de Mandela”, viagem para a África do Sul na qual Camila Pitanga, Djamila Ribeiro e Nátaly Neri, acompanhadas da cineasta Carol Rocha e da jornalista Milly Lacombe, visitaram lugares ligados à história de Mandela.
    A exposição “Mandela e sua terra natal”, que fica em cartaz de 25 de Setembro a 31 de Outubro no Mirante 9 de Julho.
    A exibição de quatro filmes atrelados à história do líder na 42ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo. E, por fim, o oferecimento de uma formação sobre o legado de Mandela e Direitos Humanos para professores do ensino fundamental.
    Sobre os artistas:
    Criola: Criola é a identidade assumida por Tainá Lima para apresentar o seu trabalho artístico, enquanto mulher feminista e representante negra no mundo do graffiti. Mineira, nascida em Belo Horizonte, faz parte da nova geração de artistas urbanas brasileiras.

    Diego Mouro: Diego Hernandez de Lima, de nome artístico Diego Mouro, é designer por formação, especialista em mídias sociais e artista da nova geração de talentos de São Paulo. Diego é negro e busca retratar personagens negros, apresentar o histórico da sua raça, a luta de sua irmandade e as belezas e vitórias de suas inspirações.
    (Com informações da Assessoria de Imprensa)

  • Crescimento em São Paulo dá alento à candidatura de Fernando Haddad

    O Haddad pulou de 19% (no primeiro turno)  para 51% (ultima pesquisa Ibope) das intenções de votos no maior colégio eleitoral do país, a cidade de São Paulo.
    Ou seja, na cidade onde foi prefeito, subiu incríveis 32% do primeiro para o segundo turno.
    Única capital fora do nordeste onde passou Bolsonaro — 51% a 49%.
    Quantos milhões de pessoas são 32% dos eleitores de SP que passaram a apoiar Haddad nos últimos dias, após os absurdos ditos pela família Bolsonaro?
    Será uma tendência que mudará a eleição nos últimos dias?
    Esses 32% são o grande tema de uma reportagem sobre a pesquisa. Porque ninguém comentou isso?
    Registro do Globo:
    “A luz amarela acendeu para Bolsonaro, ainda que a manutenção de sólidas vantagens nas regiões Sul, Centro-Oeste e Sudeste, a mais populosa do país, sejam trunfos para a sua campanha. A subida de Haddad dá alento ao PT, que conta com uma militância aguerrida que, em outras eleições, fez a diferença. Como dizia o ex-vice-presidente Marco Maciel, em uma das várias tiradas espirtuosas atribuídas a ele, resta agora saber se a curva de alta de Haddad será forte o suficiente para que ele ultrapasse Bolsonaro até que as urnas sejam abertas no domingo”.