Caravanas chegam a Curitiba para a virada do ano com Lula

Apoiadores de todo o país devem chegar a Curitiba nos próximos dias para passar os últimos momentos de 2018 e a chegada do Ano Novo próximos ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Familiares, políticos e militantes vão se reunir na Vigília Lula Livre, que fica nos arredores da sede da Polícia Federal. Na próxima segunda-feira (31), completam 269 dias em que Lula é mantido como preso político.
O intuito dos apoiadores é oferecer calor humano ao ex-presidente, que tem o seu isolamento agravado por conta dos feriados das festas de final de ano, quando os presos são impedidos de receber visitas. Nos dias 24 e 25, cerca de 500 pessoas estiveram em Curitiba para celebrar o Natal com Lula.
No dia 1º, os organizadores da vigília planejam um ato simbólico de passagem da faixa presidencial. “O certo seria a Dilma passar a faixa para o Lula”, diz Ricardo da Silva, que participa de uma caravana que parte de São Bernardo do Campo, no ABC paulita, com destino à capital paranaense. “O que vamos ter em Brasília é um embuste, resultado de notícias falsas, de campanha com caixa 2, a posse que nós consideramos adequada vai acontecer em Curitiba.”
Também está sendo organizado o Lulabraço, às 15h do primeiro dia de janeiro: “um amoroso abraço gigante, formado por toda a militância, de mãos dadas ao redor do quarteirão, será a nossa forma de abraçar Luiz Inácio Lula da Silva”, informam os organizadores.

Confira a programação do dia 31

9h – Bom dia Presidente Lula com as Mulheres pela Liberdade do Lula
10h – Atividades artísticas, culturais e poéticas
14h30min – Boa tarde Presidente Lula
15h – Atividades artísticas, culturais e poéticas
19h – Boa noite Presidente Lula
19h15min – Ato político com representantes das Caravanas e convidados
20h – Ato inter-religioso
21h – Confraternização de final de ano
23h – Virada do ano Lula Livre
 
 

Desfile em carro aberto pode ficar só no ensaio

Sob um forte esquema de segurança, a equipe responsável pela cerimônia de posse de do presidente eleito, Jair Bolsonaro, realizou hoje (30), na Esplanada dos Ministérios, o último ensaio para a posse do presidente eleito, Jair Bolsonaro.
Após o ensaio, o atual ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Sérgio Etchegoyen, disse que os preparativos para a cerimônia estão prontos e que não houve grandes alterações em relação ao previsto no primeiro ensaio.
“A festa está pronta, será segura e certamente vamos ter um dia primeiro para coroar o processo democrático que se iniciou lá atrás no primeiro turno [das eleições] no dia 7 de outubro”, disse o ministro durante coletiva com jornalistas.
Questionado se já havia uma decisão sobre a utilização do desfile em carro aberto no tradicional Rolls-Royce, Etchegoyen disse não haver decisão sobre o uso do automóvel e que dependerá da vontade do presidente eleito.

Último ensaio para a posse do presidente eleito, Jair Bolsonaro, com desfile em carro fechado. Fotos Agência Brasil

No primeiro ensaio, realizado no último domingo (23), o dublê que interpretou Bolsonaro fez o trajeto da Catedral Metropolitana até o Congresso em carro aberto. No ensaio deste domingo, o desfile foi realizado em carro fechado.
“A decisão do carro aberto ou fechado será decidida pelo presidente da República em conversa com o general [Augusto] Heleno [futuro comandante do GSI], já no dia da posse e conforme as circunstâncias indicarem”, afirmou. “A nossa responsabilidade, a minha e a do general Heleno, é garantir que a vontade de 58 milhões de brasileiros se concretize e para isso é preciso dar segurança”.
Etchegoyen voltou a afirmar que são esperadas para a posse entre 250 a 500 mil pessoas. O ministro disse também que não há confirmação sobre a realização de uma cerimônia ecumênica na Catedral de Brasília.
“Somos um país grande, com significado no mundo, uma democracia importante que vai comemorar a posse de um presidente eleito. A nossa responsabilidade é apenas garantir que a festa esteja segura”, repetiu. “Toda posse é um período de esperança, independente de quem esteja assumindo, a posse é sempre um momento de esperança. Essa festa tem que ser garantida com as melhores condições de segurança”.
(Com informações da Agência Brasil)

Ações na Justiça tentam impedir Ricardo Salles de assumir Meio Ambiente

A cinco dias da posse do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), tramitam na Justiça pelo menos quatro ações populares para impedir que o advogado Ricardo Salles assuma o comando do Ministério do Meio Ambiente.
Em ação que tramita na 10ª Vara Cível Federal de São Paulo, o advogado Ricardo Nacle pede à Justiça que proíba a nomeação. Conforme o jornal O Estado de S. Paulo, “há sobre o futuro ministro um sombrio e desalentador cenário apto a comprometer, seriamente, o predicado da moralidade do indicado para o cargo de confiança”.
Na Vara Federal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, o advogado Felipe Ramos Vollkopf da Silva protocolou ação popular com pedido de liminar, para que Bolsonaro seja proibido de nomear e dar posse a Salles.
Entre os fatos elencados no pedido estão a similaridade do caso com o da deputada Cristiane Brasil, indicada por Michel Temer para o Ministério do Trabalho, que acabou impedida por pendências justamente com a Justiça do Trabalho.
E a inelegibilidade do indicado, conforme condenação pela Justiça paulista, por ter adulterado mapas de zoneamento e o próprio edital do plano de manejo da Área de Proteção Ambiental Várzea do Tietê, ao longo do percurso do rio Tietê na região metropolitana de São Paulo.
O advogado assina também ação popular que tramita na 1ª Vara Federal da Subseção de Três Lagoas, com pedido de liminar. “É inconcebível que uma pessoa condenada por improbidade administrativa por atos praticados enquanto secretário estadual de meio ambiente possa ser nomeada Ministro do Meio Ambiente”, argumenta na petição.
O perfil do escolhido de Bolsonaro para criar e gerir políticas para o meio ambiente, segundo o advogado, configura “quebra de confiança de Bolsonaro”.
A ação aponta ainda os conflitos de interesse que inviabilizam a posse de Salles. Além da proximidade com os ruralistas, há os laços de amizade com a família Viacava e Vilela Junqueira, diretamente associadas ao maior desmatamento já promovido na região Amazônica.
advogado e professor do Centro de Ciências Jurídicas da Universidade de Fortaleza (Unifor) Antonio Carlos Fernandes entrou com ação na 6ª Vara da Justiça Federal do Distrito Federal.
“Ele não está no gozo dos direitos políticos para ser ministro do Estado, como consta na Constituição. Então, ele não pode tomar posse, além de afetar o princípio de moralidade”, diz o advogado Antônio Carlos Fernandes ao jornal O Povo. “A posse dele será mais que ilegal, será inconstitucional. É imoral que um ministro já condenado tome posse. Ainda mais sendo condenado por fraudar a legislação do meio ambiente como ele foi”. (Com informações da RBA)

Tempo para se aposentar aumenta um ano a partir de segunda

O cálculo das aposentadorias por tempo de contribuição vai mudar a partir de segunda-feira (31), quando entra em vigor uma mudança na lei aprovada em 2015.
A regra exige um ano a mais para homens e mulheres se aposentarem. A atual fórmula, conhecida como 85/95, vai aumentar um ponto e se tornar 86/96.
Quem quiser se aposentar pela regra atual – e já cumpre os requisitos – têm até domingo (30) para fazer a solicitação.
Pela fórmula 85/95, a soma da idade e do tempo de contribuição deve ser de 85 anos para mulheres e 95 para homens.
O tempo de trabalho das mulheres deve ser de 30 anos e o dos homens, de 35 anos. Isso significa, por exemplo, que uma mulher que tenha trabalhado por 30 anos, precisa ter pelo menos 55 anos para se aposentar.
A partir do dia 31, para se aposentar com o tempo mínimo de contribuição, ela deverá ter 56 anos. A mesma soma precisará alcançar 86 e 96. A fórmula será aumentada gradualmente até 2026.
Aqueles que já cumprem as regras podem solicitar a aposentadoria pelo telefone 135, que funciona das 7h às 22h, no horário de Brasília. Pelo telefone, o pedido pode ser feito somente até sábado. Pelo site do INSS.o pedido pode ser feito até domingo (30).

Fórmula

A atual regra é fixada pela Lei 13.183/2015. Nos próximos anos, a soma voltará a aumentar, sempre em um ano. A partir de 31 de dezembro de 2020, passará a ser 87/97; de 31 de dezembro de 2022, 88/98; de 31 de dezembro de 2024, 89/99; e, em 31 de dezembro de 2026 chegará à soma final de 90/100.
Além de se aposentar pela regra 85/95, os trabalhadores podem atualmente se aposentar apenas por tempo mínimo de contribuição: 35 anos para os homens e 30 anos para as mulheres, independente da idade. Nesses casos, no entanto, poderá ser aplicado o chamado fator previdenciário que, na prática, reduz o valor da aposentadoria de quem se aposenta cedo.
(Com informações da Agência Brasil)

Netanyahu diz que mudança da embaixada "não é se, é quando"

Novo chanceler diz que "Deus está de volta"

Do El País
Avesso a entrevistas, o futuro chanceler do Brasil, Ernesto Araújo, assina um artigo na revista norte-americana The New Criterion no qual diz que a “Divina Providência (em maiúsculas) uniu as ideias de Olavo de Carvalho à determinação e ao patriotismo do presidente eleito, Jair Bolsonaro“.
O texto, de três páginas, consta na edição de janeiro da publicação de tendência conservadora. Trata-se de uma pouco usual manifestação de Araújo, diplomata que foi indicado ministro das Relações Exteriores de Bolsonaro por recomendação do filósofo Olavo de Carvalho, maior ícone intelectual da nova direita brasileira.
O homem que comandará a partir de 1º de janeiro as relações exteriores do maior país da América Latina inicia seu texto defendendo que Deus deverá assumir um papel central na vida política brasileira.
“Ao longo dos últimos anos o Brasil se tornou uma fossa de corrupção e aflição. O fato de que as pessoas não falavam sobre Deus e não traziam a sua fé para a praça pública certamente era parte do problema”, diz. “Agora que um presidente fala sobre Deus e expressa a sua fé de um jeito profundo e sincero, isso deve ser visto como um problema? Pelo contrário, eu estou convencido que a fé do presidente Bolsonaro foi instrumental, não acidental, para a sua vitória eleitoral e para a onda de mudança que está limpando o Brasil.”
A nomeação de Araújo, um diplomata considerado por muitos inexperiente demais para o posto e defensor de uma guinada radical em alinhamento às ideias defendidas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, gerou fortes reações dentro do Itamaraty — uma das pastas com maior tradição na Esplanada e que sempre cultuou posições de moderação na área de política externa. O futuro chanceler aproveitou o espaço no The New Criterion para defender-se, redobrando sua aposta em posições polêmicas. “Meus detratores me chamaram de louco por acreditar em Deus e por acreditar que Deus atua na história — mas eu não me importo. Deus está de volta e a nação está de volta. Uma nação com Deus; Deus através da nação. No Brasil (ao menos), o nacionalismo se transformou no veículo da fé, a fé se tornou o catalisador do nacionalismo, e ambos acenderam uma empolgante onda de liberdade e de novas possibilidades”.

Defesa da ditadura

Araújo faz uma reinterpretação do processo político vivido pelo Brasil desde o fim da ditadura militar que vigorou entre 1964 e 1985 — “erroneamente chamada de regime militar”, anota o diplomata — e afirma que a vitória de Bolsonaro nas urnas faz parte de “uma onda de mudança que está limpando o Brasil”. Para Araújo, desde a redemocratização se instaurou no Brasil um sistema corrupto “que sufocou a economia”, no qual três partidos (MDB, PSDB e PT) agiam de forma coordenada.
“Um sistema tão estabelecido nunca reformaria a si mesmo. Apenas encontraria novas máscaras para estender seu poder […] Uma mudança de verdade apenas poderia vir de fora, dos domínios intelectuais e espirituais”, escreve Araújo, para em seguida arremeter: “Então o que quebrou esse sistema? Olavo de Carvalho, a Operação Lava Jato e Jair Bolsonaro.”
Ernesto Araújo define Carvalho como “a única pessoa no Brasil, durante muitos anos, a usar a palavra comunismo para descrever a estratégia do PT”. Além do mais, segundo o novo chanceler o filósofo “talvez tenha sido a primeira pessoa no mundo a ver o globalismo como um resultado da globalização, a entender seus propósitos horríveis e a começar a pensar sobre como derrubá-lo”.
“Graças ao boom da Internet, e especialmente à revolução das mídias sociais, de repente as ideias de Olavo de Carvalho começaram a penetrar todo o País, alcançando a milhares de pessoas que até então tinham se alimentado apenas dos mantras oficiais”, escreve Araújo. “Essas ideias romperam todas as barreiras e convergiram com as posições corajosas do único político brasileiro verdadeiramente nacionalista dos últimos cem anos, Jair Bolsonaro, dando-lhe um apoio de base sem precedentes.”
Stuenkel aposta que, nos bastidores, os chineses convencerão à futura gestão brasileira a agir de forma pragmática. Já um diplomata brasileiro, que preferiu não de identificar, avalia que há diferenças internas da equipe bolsonarista que vão se refletir na política externa: de um lado, há o receituário liberal do Paulo Guedes, que será o superministro de economia, e, de outro, a postura mais soberanista que o próprio Bolsonaro costumava defender. “As relações com a China darão a senha para compreendermos qual dessas visões prevalecerá”, diz o funcionário

Ade

Relatório registra retrocesso do Brasil nos direitos humanos em 2018

O relatório da Anistia Internacional “O Estado dos Direitos Humanos no Mundo”, divulgado nos últimos dias de 2018, dedica um capítulo ao Brasil do governo Michel Temer (MDB).
O documento avalia as políticas relacionadas ao tema em diferentes países e seus resultados.
No caso brasileiro, o período analisado compreende o último ano, já sob governo de Temer.
Já em novembro, em inspeção por oito Estados brasileiros, um outro orgão internacional, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, havia constatado em relatório preliminar que o Brasil vivia “um retrocesso nesse campo”
A Anistia dividiu o relatório onze temas temas: mudanças legais, constitucionais e institucionais; monitoramento internacional; forças policiais e de segurança; condições prisionais; liberdade de manifestação; defensores dos direitos humanos; conflitos por terra; direitos dos povos indígenas; direitos LGBT; liberdade de religião e crença; e direito das crianças.

Mudanças institucionais

Quase 200 alterações que ameaçam os direitos das pessoas são descritas no documento – entre as mudanças em lei propostas ou concretizadas
A proposta de redução da maioridade penal “em que crianças podem ser julgadas como adultos” está entre elas.
Assim como tentativas de flexibilizar o acesso às armas de fogo, a criminalização dos protestos, a proibição absoluta do aborto até em casos de estupro.
Um ponto positivo citado pelo documento foi a aprovação da nova lei de imigração (Lei 13.455/2017), que traz mais garantias para imigrantes.
Entretanto, a lista de prejuízos é grande.
Mudanças nos processos de demarcação de terras indígenas, retrocessos na legislação trabalhista, tentativas do governo federal em dificultar o acesso dos cidadãos à aposentadoria, com a reforma da Previdência, são elencados.
É citada também a a Lei 13.491/2017, que prevê que crimes cometidos por militares devem ser julgados em tribunais militares. “Essa lei viola o direito a um julgamento justo”, afirma o relatório.
O documento lembra que a ONU fez 246 recomendações ao Brasil relacionadas a temas como direitos de povos indígenas, averiguação de crimes policiais, torturas em prisões e proteção a defensores dos direitos humanos.
O país aceitou as recomendações, entretanto, “com a adoção de leis e políticas retrógradas durante o ano, a aplicação dessas recomendações causava preocupação”.

Militarismo e cárcere

O capítulo mais extenso do documento trata de questões relacionadas às forças de segurança.
“As políticas de segurança pública continuaram a se basear em intervenções policiais altamente militarizadas, motivadas principalmente pela chamada política de ‘guerra às drogas’”, afirma o documento.
Entretanto, os resultados foram ineficazes. Aumentou o número de homicídios, especialmente no Nordeste, e, sobretudo, entre a população jovem e negra.
As investidas militares em favelas foram destaque negativo do relatório.
“As operações policiais em áreas marginalizadas geralmente resultaram em tiroteios intensos e mortes”, afirma.
A Anistia ressalta que os dados sobre a violência policial no Brasil são imprecisos, mas que em São Paulo, foram 494 mortes até setembro e, no Rio de Janeiro, 1.035.
Sobre a situação das cadeias, a organização vê a continuidade de um sistema falido.
“Continuou superlotado e os presos eram mantidos em situações degradantes e desumanas. A população carcerária era de 727 mil pessoas, das quais 55% tinham entre 18 e 29 anos e 64% eram afrodescendentes”, afirma.
A proporção de presos em situação provisória, sem o devido julgamento, é superior: 40%.
A ocorrência de mortes decorrentes de rebeliões foi alarmante, “64 no Amazonas, 31 em Roraima, 26 no Rio Grande do Norte e duas na Paraíba”.
E o 25º aniversário do massacre do Carandiru também foi lembrado, quando a Anistia lamentou que os responsáveis ainda não foram responsabilizados.

Direito à terra

Os seguidos ataques de pistoleiros contratados por proprietários de latifúndios foram lembrados com detalhes, inclusive quando esses homicídios afetam defensores de direitos humanos.
“O Pará e o Maranhão estavam entre os estados nos quais os defensores corriam maior perigo”, cita o relatório, a partir de dados do Comitê Brasileiro de Defensoras e Defensores de Direitos Humanos, que registram 62 mortes entre janeiro e setembro de 2017.
A violência em conflitos por terras afetou comunidades indígenas.
“Estruturas institucionais e políticas nacionais foram minadas pelo governo e pelos tribunais, o que atrasaram ainda mais o já demorado processo de demarcação de terras, agravando conflitos fundiários. Dados divulgados pelo Conselho Indigenista Missionário durante o ano revelaram que pelo menos 118 indígenas foram mortos em 2016”, afirma, também lembrando cortes em órgãos como a Fundação nacional do Índio (Funai). Foi em 12 de maio daquele ano que Temer assumiu a presidência.

Liberdades individuais

A escalada da violência dos ultraconservadores também mereceu destaque no relatório. “Segundo o Grupo Gay da Bahia, 277 pessoas LGBTI foram assassinadas no Brasil entra 1º de janeiro e 20 de setembro, o maior número registrado desde que o grupo começou a compilar esses dados em 1980.”
Os seguidos atentados contra locais de culto de religiões de matrizes africanas por integrantes de outras religiões também foram citados, com destaque para o Rio de Janeiro, onde ao menos oito ataques do tipo foram registrados.
(Com informações da RBA)

Sigmaringa Seixas, nome indissociável das lutas democráticas

Nome indissociável das lutas democráticas no Brasil, o advogado e ex-deputado federal pelo Distrito Federal e constituinte Luiz Carlos Sigmaringa Seixas, morreu neste 25 de dezembro em São Paulo, aos 74 anos. Ele sofria de leucemia.
Sigmaringa Seixas era identificado com a defesa dos direitos humanos. Foi filiado ao PMDB, ao PSDB e ao PT. O advogado atuou na defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no processo relativo ao tríplex no Guarujá (SP).
O presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Claudio Lamachia, rememorou  a atuação de Sigmaringa Seixas na OAB-DF, na Comissão Brasileira de Justiça e Paz e no Comitê Brasileiro de Anistia a época da ditadura cívico-militar, e classificou a trajetória de Sigmaringa de “memorável”.
A deputada federal Érica Kokay (PT-DF) relembrou do amigo e companheiro de lutas. “Fez história na luta das liberdades democráticas e dos direitos humanos. Seguiremos firmes defendendo seus ideais de uma sociedade mais justa e igualitária. Sentiremos sua falta!”, disse.
O vereador e ex-senador Eduardo Suplicy (PT-SP) classificou Sigmaringa como “um amigo certo nas horas incertas”.
“Meus sentimentos a todos familiares e amigos de Sigmaringa Seixas, que nos deixou neste Natal. Deputado federal constituinte por mais de dois mandatos pelo PT e um incansável advogado defensor de nossos companheiros, um amigo certo das horas incertas”, escreveu Suplicy.
Luiz Marinho, presidente do PT em São Paulo ex-prefeito de São Bernardo do Campo, também usou o Twitter para lamentar a morte do advogado.
“Acabamos de perder um dos grandes guerreiros da nossa trincheira: o companheiro Sigmaringa Seixas. Sig, que andava muito triste com golpe e as injustiças contra o presidente Lula, teve papel fundamental na redemocratização. Minha solidariedade à toda a família. Sig, presente!”, disse Marinho.
Parlamentares de outros campos políticos também se solidarizaram. “Perdemos hoje um lutador pelos direitos individuais e coletivos e um defensor da democracia. Que Deus conforte o coração da família e amigos do deputado Sigmaringa Seixas”, disse o senador Romero Jucá (MDB-RR).
Com informações da Agência Brasil e  do Brasil 247.

Queiroz, o ex-assessor, aparece na televisão mas não fala ao MP

Fabrício de Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro (RJ), escolheu a jornalista Déborá  Bergamasco, do SBT, para falar nesta quarta-feira (26). 

Queiroz afirmou que seus rendimentos mensais giravam em torno de R$ 24.000, sendo parte vinda do salário de assessor e o restante da remuneração como policial.
De acordo com o blog de Ricardo Noblat, em busca de proteção, Fabrício Queiroz só irá depor ao Ministério Público do Rio de Janeiro depois que o presidente eleito Jair Bolsonaro subir a rampa do Palácio do Planalto no próximo dia 1º.

Foi a primeira vez que ele se manifestou depois que seu nome apareceu num relatório do Coaf sobre movimentações financeiras atípicas de funcionários e ex-funcionários da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.

Na conta de Fabrício de Queiroz, foi apurada uma movimentação de R$ 1,2 milhão num ano.

Entre as transações, foram detectados R$ 24 mil depositados na conta de Michelle Bolsonaro, mulher de Jair Bolsonaro.

O relatório do Coaf resultou na Operação Furna da Onça, que prendeu dez deputados estaduais do Rio, no mês passado.

Na conta de Fabrício, o Coaf encontrou depósitos de funcionários do gabinete do deputado Flávio Bolsonaro e, também, de parentes de Fabrício, que trabalhavam no gabinete.

Duas vezes convocado. Queiroz faltou alegando problemas de saúde. Ele disse ao SBT, que o dinheiro “era fruto de negócios que fazia”.

“Eu sou um cara de negócios. Eu faço dinheiro. Eu faço, assim, eu compro, revendo, compro carro, revendo carro. Eu sempre fui assim. Eu gosto muito de comprar carro em seguradora. Na minha época, lá atrás, comprava um carrinho, mandava arrumar, vendia. Tenho segurança, tenho uma segurança”, disse.

Ele confirmou a explicação de Jair Bolsonaro sobre o depósito de R$ 24 mil na conta da futura primeira-dama, Michelle Bolsonaro.

“Nosso presidente já esclareceu. Tive um empréstimo de R$ 40 mil, passei 10 cheques de R$ 4 mil. Nunca depositei R$ 24 mil.”

Quanto aos depósitos de funcionários do gabinete em sua conta, Fabrício Queiroz disse que só vai explicar no depoimento ao Ministério Público.

“Essa é a principal questão que o MP quer esclarecer e que o assessor não explicou na entrevista exibida nesta quarta-feira. Mas negou que ele e os funcionários repassassem parte de seus salários ao deputado Flávio Bolsonaro”, registrou o  G1.

“No nosso gabinete, a palavra lá é: não se fala em dinheiro, não se dá dinheiro. Toda hora bate alguém no gabinete pedindo R$ 10, R$ 20, pedindo remédio. É proibido falar em dinheiro no gabinete, nunca, nunca. Isso é uma covardia rotular o que está acontecendo comigo ao deputado Flávio Bolsonaro. Eu não sou laranja. Sou homem trabalhador, tenho uma despesa imensa por mês”, afirmou.

Na entrevista ao SBT, Fabrício negou que Flávio Bolsonaro tenha alguma coisa a ver com a sua movimentação bancária.

“Eu me abati muito, minha calça está caindo, porque numa noite aí, eu falei caramba, acabou minha vida, eu era amigo do cara, o que ele está passando na rua. Entendeu? Achando que eu tenho negociata com ele. Pelo amor de Deus, isso não existe, eu vou provar junto ao MP”, disse.

Na entrevista ao SBT, Fabrício de Queiroz falou ainda sobre os problemas de saúde que, segundo ele, o impediram de prestar depoimento no Ministério Público.

Ele disse que tem uma cirurgia marcada para fazer no ombro, mencionou um problema na urina e uma tosse forte, e afirmou que descobriu um câncer no intestino.

Segundo Fabrício de Queiroz, o médico disse que o tumor é maligno e que ele precisa ser operado o mais rapidamente possível.

(Com informações do SBT e do G1)

Por que o ex-assessor Queiroz vai falar só depois da posse de Bolsonaro?

Fábricio Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro (PSL) só vai aparecer para depor ao Ministério Público Federal depois do ano novo, portanto, após a posse do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL).
Isso é o que se especula na imprensa, porque informação confirmada não há.
Queiroz foi citado pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) em relatório por “movimentações atípicas” de R$ 1,2 milhão e repasses à familia Bolsonaro.
Segundo o blog de Ricardo Noblat, Queiroz adia o depoimento em busca de proteção.
Ele já faltou duas vezes a depoimentos que deveria prestar ao Ministério Público do Rio de Janeiro — alegando motivos de saúde.
De acordo com o Coaf, a movimentação encontrada entre entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017 é incompatível com a renda de Queiroz.
À época, ele era motorista do então deputado estadual Flávio Bolsonaro e tinha salário de R$ 8.517 e também recebia vencimentos da Polícia Militar carioca.
Flávio Bolsonaro foi eleito senador nas eleições deste ano.
O mesmo relatório do Coaf, produzido em desdobramento da operação Lava Jato, também encontrou movimentações atípicas em gabinetes de outros 20 deputados estaduais.
A posse do presidente eleito se dará com essa nuvem pairando, mas talvez seja preferível a um rumoroso depoimento que desviaria o foco da festa.