Os dados do PIB divulgados na sexta-feira,31, pelo IBGE confirmaram aquilo que já vinha se prenunciando: o segundo trimestre de 2018 contribuiu com praticamente nada para a trajetória de recuperação da economia.
O PIB variou só +0,2% frente ao primeiro trimestre do ano, já descontados os efeitos sazonais, com muitos de seus componentes tendo resvalado novamente para o terreno negativo.
É fato que o segundo trimestre sofreu adversidades excepcionais com a paralisação do transporte de carga rodoviário, que interrompeu por mais de dez dias o fluxo normal de mercadorias e insumos e, consequentemente, a própria produção.
Entretanto, não é de agora que o desempenho da economia tem se mostrado insatisfatório. Na série com ajuste sazonal, o PIB ficou virtualmente estagnado nos últimos três trimestres (0%; +0,1% e +0,2%).
Já em relação ao mesmo período do ano anterior, o dinamismo foi cortado pela metade ao passar de +2,1% no 4º trim/17, para +1,2% no 1º trim/18 e então para +1% no 2º trim/18.
Esta evolução está associada à perda de força de dois dos mais importantes motores de propulsão do crescimento econômico, o investimento, do lado da demanda e a indústria, do lado da oferta.
Os investimentos, isto é, a formação bruta de capital fixo, caíram 1,8% no 2º trim/18, na esteira da deterioração das expectativas.
Porém, este foi apenas o episódio mais grave de uma sequência de resultados nada favoráveis, como mostram abaixo as variações com ajuste sazonal.
Na comparação interanual, apesar de ainda haver bases de comparação muito baixas, tampouco o investimento vem conseguindo adicionar vigor a sua reativação, crescendo em torno de 3,7% desde final de 2017.
Com isso, a taxa de investimento permaneceu em 16% do PIB, bem abaixo dos níveis pré-crise (mais de 20% entre 2010 e 2014).
No segundo trimestre de 2018, já descontados os efeitos sazonais, o PIB da indústria total registrou retração de 0,6% depois de ter ficado praticamente estável nos primeiros três meses do ano (variou só +0,1%).
No caso da indústria de transformação, o quadro é ainda pior: queda tanto no primeiro (-0,4%) como no segundo trimestre (-0,8%) de 2018.
A sequência de resultados na comparação interanual também mostra que o setor vem esmorecendo: +2,7%; +1,6% e +1,2% para o PIB da indústria total do 4º trim/17 até o 2º trim/18 e +6%; +4% e apenas +1,8% para o PIB manufatureiro.
Diante desses resultados, não há dúvidas de que o motor industrial da economia vem reduzindo a marcha. Como consequência, o PIB não deslancha, ainda que alguns ramos do setor de serviços, como telecomunicações, atividades imobiliárias e atividades financeiras e de seguros tenham conseguido reforçar seus resultados no 2º trim/18.
(Do Boletim do IEDI)
Categoria: Geral
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Queda nos investimentos e na indústria estão puxando o PIB para baixo
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Pregando rebelião e socialismo, Julio Flores chegou a 4% no Ibope
FRANCISCO RIBEIRO
A proximidade dos 60 anos não o fez perder o ímpeto dos tempos do
movimento estudantil e de militante trotskista. Os anos, décadas, não moderaram seu
apetite revolucionário, o desprezo à classe dominante, e o desejo de rebelião contra a ordem estabelecida.
Julio Flores, professor de matemática, candidato, mais uma vez, ao governo
do estado pelo PSTU, diz que não ficou surpreso com o surpreendente índice de quatro por cento de intenções de voto que alcançou na última pesquisa do Ibope*.
Para ele, a situação de miserabilidade, desemprego, e falta de perspectivas para uma massa de milhões de gaúchos e brasileiros, torna o seu partido uma alternativa.
Ele, porém, não tem ilusões. Diante da falta de espaço na propaganda gratuita – apenas seis segundos de exposição –, acha que dificilmente este índice, para muitos um fenômeno, se manterá.
Nesta entrevista ao JÁ, Flores, ao lado de sua candidata a vice, a pedagoga Ana Clélia, expõe o seu programa de governo para o Rio Grande do Sul, suas idéias e projetos para a construção do socialismo.

Flores, com a vice, pedagoga Ana Clélia
JA: O PSTU sempre teve índices nas pesquisas, agora alcançou 4%. Ao que o sr. atribui este espantoso crescimento?
Júlio Flores: Em primeiro lugar a situação política nacional do ponto de vista
conjuntural dos últimos quatro anos, particularmente do ponto de vista histórico. Temos uma situação de miserabilidade, e isto colocou uma disposição maior da classe trabalhadora em enfrentar os ataques do grande capital. Mas há um componente histórico importante, que é a decepção com o PT, que se enquadrou no status quo, passando, como era nos anos 1980, de um partido progressista para uma agremiação regressiva e um sustentáculo da ordem. Uma decepção, pois se esperava muito do PT, ao assumir o poder, fizesse mudanças profundas de ordem política e social. E, pelo contrário, uniu-se ao grande capital. Os governos Lula e Dilma também fizeram alianças com o que há de pior na política, MDB, Sarney, Temer, Maluf. E, particularmente os banqueiros, como o Meireles, que hoje é candidato a presidência da república pelo MDB. Enfim, do nosso ponto de vista, a cúpula petista nunca foi socialista. E é a partir desse desencanto com o PT que o PSTU aparece como uma alternativa a classe trabalhadora. Ou seja, a classe quer lutar, quer o enfrentamento, e o PSTU aparece como uma alternativa revolucionária e socialista para ocupar este espaço, constituir-se num partido como aquilo que se esperava do PT.
JÁ: Há um processo de radicalização das massas?
JF: Com certeza. Os trabalhadores e o povo pobre estão cada vez mais indignados. Já
são, aproximadamente, dois milhões de desempregados no Rio Grande do Sul. O regime burguês, e suas instituições, como o Congresso Nacional, estão completamente desmoralizados. A corrupção é algo inerente ao capitalismo, e esta coisa de meter a mão no dinheiro público é muito antiga. Nos estados as assembléias legislativas estão a serviço dos grandes capitalistas e dos latifundiários. O único interesse é acumular capital em detrimento dos trabalhadores. Isto provoca uma indignação, uma rebelião, como foi o caso da greve dos camioneiros que parou o Brasil de Norte a Sul. O que foi um caso de enfrentamento com o governo Temer, e tivemos chance, inclusive, de derrubá-lo. Para tanto, bastava as centrais sindicais chamarem para uma greve geral. O Lula poderia ter feito isso, pois, mesmo na cadeia, ele seria ouvido. Ao invés disso o PT preferiu apostar no processo eleitoral.
JÁ: O sr. prega abertamente a rebelião. Isso parece, para muitos, uma espécie de
arroubo juvenil, literatura de esquerda, uma palavra de ordem lá do movimento
estudantil, anos 60 e 70 do século passado. O sr não teme ser rotulado como
panfletário, de não ser levado a sério?
JF: Não. Acho que o povo brasileiro está levando a idéia de rebelião a sério. A greve
dos camioneiros, que falei há pouco, é uma prova disso. Já teve outras manifestações, como aquelas que antecederam a Copa de 2014, contra o aumento das passagens de
ônibus e também pelo desperdício de dinheiro público com as obras do mundial. E
uma coisa que não se resume ao Brasil, vide os conflitos em Honduras e na Nicarágua, onde o Ortega está por um fio. Na Argentina temos uma manifestação fantástica pela legalização do aborto. Ou seja, há uma onda de lutas libertárias por todo o mundo.
JÁ: Vivemos uma etapa pré-revolucionária?
JF: Exatamente. Uma situação em que os trabalhadores não querem suportar calados. E isto significa se rebelar. Uma revolução não acontece à toa. Acontece no calor das
mobilizações populares. O regime atual está podre e um combustível natural para a
mobilização popular. A corrupção é coisa que indigna a todos. Então propomos uma
rebelião dos trabalhadores em seus locais de trabalho, através dos seus conselhos,
eleição de delegados, representantes, nas empresas. Foi uma experiência que ocorreu no Chile, de Salvador Allende, e na Rússia …
JÁ: O sr, eleito governador, vai querer construir uma República Rio-Grandense
dos soviets(conselhos)?
JF: (risos). Não, estamos em 2018, não em 1917. A história também provou a
impossibilidade de socialismo num só país, quanto mais num estado de uma federação como o nosso. Mas a idéia de conselhos populares para a tomada de decisões visando o bem comum é boa. Trata-se, é óbvio, de um projeto nacional, internacional, até. Disputar de Norte a Sul e de Leste a Oeste os corações e as mentes dos trabalhadores. É um processo. E não é apenas nesta conjuntura e neste processo eleitoral. A luta vai seguir.
JÁ: O sr, principalmente sendo professor, deve ter muitos projetos na área de
educação. Quais são?
JF: Eu e a minha vice, Ana Clélia, somos da área da Educação. Achamos que é preciso investir pesado num ensino de qualidade e num salário digno para os educadores recuperando, inclusive, as perdas que tiveram. Há um desmonte, sucateamento, da educação pública em nível nacional. O modelo que foi aprovado nos governos Lula e Dilma, o PNE, é um modelo privatista, baseado na meritocracia. Também é preciso rever a reforma do ensino médio, que desobriga a obrigatoriedade de disciplinas como a Filosofia, por exemplo. Isto é um absurdo. Nós queremos um ensino público de turno integral, onde os filhos dos trabalhadores tenham acesso a todo o conhecimento necessário a uma excelente formação interdisciplinar – humana, técnica, científica – para que entendam o mundo e não sejam reféns. Grandes investimentos em laboratórios e bibliotecas.
JÁ: O RS também passa por uma crise do funcionalismo, parcelamento de
salários, não reposição de quadros em setores fundamentais como o da segurança, extinções de fundações como a TVE, por exemplo. Como o sr. analisa isso?
JF: A primeira coisa a fazer é anular estas extinções das fundações. Elas são
fundamentais para o desenvolvimento econômico do estado. Elas foram feitas em troca de uma suposta arrecadação que é finita. Trata-se de patrimônio público, empresas que têm um valor inestimável para a população. Também queremos reestatizar a CRT, hoje nas mãos da OI, e a parte da CEE que foi privatizada. Obviamente somos contrários à privatização da Sulgas, da CRM, Banrisul e da parte que sobrou da CEE. Queremos estatais sólidas no aporte de energia e telecomunicações, essenciais para o desenvolvimento do estado.Por outro lado temos que estudar a feitura de novos concursos públicas para pelo menos recompor os quadros. A recuperação salarial dos servidores, o fim do parcelamento das remunerações do funcionalismo, como vem fazendo o governo Sartori, que está endividando – pelo acréscimo de juros devido ao atraso nos pagamento – aqueles trabalhadores mais humildes. Enfim, para termos um serviço público de qualidade é preciso tratar os funcionários com dignidade e salários justos. Não é o que está acontecendo. Temos um servidor desmoralizado, desestimulado. Há casos, inclusive, de suicídio.
JÁ: E na área da Saúde, onde o atendimento a população chega a quase
indigência?
JF: Na área da Saúde, um dos aspectos centrais do nosso projeto estadual é – além da recuperação e construção de novas unidades de atendimento, hospitais e postos de saúde – investir em ciência através de convênios com as universidades. Descentralizar a saúde para evitar a ambulancioterapia. Eu haja atendimento especializado nas diversas regiões do estado. Defendemos um SUS cem por cento estatal e controlado pelo povo. A falta de leitos nos hospitais controlados pelo SUS é um escândalo. Pessoas nas emergências, nos corredores. Sofro isso na própria carne, pois minha mãe, muito doente, está num corredor do hospital da PUC. Por isso queremos a expropriação, a estatização dos hospitais privados. A saúde não é uma mercadoria, deve ser totalmente pública.
JÁ: A questão mais debatida no estado e no resto do país é a falta de segurança.
Como o sr. pretende tratar o problema?
JF: Há o problema estrutural, sistêmico, e coisas mais momentâneas. A primeira coisa é unificar as polícias e desmilitarizá-las. Precisamos de uma polícia unia e desarmada.
Uma polícia que seja controlada externamente pela população, pois, primeira pergunta, a quem ela protege? O grande capital, as propriedades privadas dos meios de produção, ou a população da bandidagem? Do crime organizado? Do tráfico? É preciso descriminalizar, legalizar as drogas como uma questão de saúde pública, e tratar o viciado por aquilo que ele é, um doente que precisa de ajuda, de tratamento adequado. O maior problema é que o tráfico está infiltrado em todos os escalões, da segurança aos palácios da burguesia. Veja o que aconteceu com a intervenção militar no Rio de Janeiro. Só fez aumentar a violência. Nós não queremos mais tiros, guerra nas comunidades. Quem morre são os filhos do povo, que ficam no meio do tiroteio entre tráfico e polícia.
JÁ: Como fomentar a economia e gerar empregos?
JF: Temos milhões de desempregados. É preciso incluir aqueles que desistiram de
procurar emprego, e aqueles que trabalham na economia informal, fazendo bicos para
sobreviver. E, por último, aqueles jovens que ainda nem entraram no mercado de
trabalho. Para resolver o problema, propomos, primeiramente, a redução da jornada de trabalho, 36 horas semanais, digamos, e com isso aumentar a oferta de empregos em todos os setores da economia. E, importante, sem redução de salário. Isso é possível, desde que se enfrente o grande capital. Teria que ser uma mobilização nacional contra o desemprego. Também propomos uma reforma agrária profunda e radical.que exproprie o latifúndio – tirando da beira da estrada os agricultores que não têm onde plantar- e aumentando as pequenas propriedades e criando as fazendas coletivas. Transformar através da expropriação, e controle dos trabalhadores, multinacionais como a Monsanto e Bayer, em indústrias limpas que invistam no desenvolvimento sustentável e produção de medicamentos para a população. Também faremos um grande plano de obras públicas, infraestrutura, construção de hospitais e casas para todos os trabalhadores que estariam trabalhando para eles próprios.
JÁ: E dinheiro para todos estes projetos?
JF: A primeira coisa é não pagar a dívida com a União, e não adia-la por mais três anos como quer Sartori, dentro do Plano de Recuperação Fiscal, e que envolve uma série de medidas contrárias aos interesses do povo gaúcho, como congelamento de salários, não reposição de quadros no funcionalismo e venda de patrimônio público. Tudo isso para pagar somente o serviço da dívida. Pagamos bilhões e a dívida só aumenta. Um escândalo. Mas o pior são as renúncias e as isenções de ICMS, a Lei Kandir que traz enormes prejuízos aos cofres públicos. Somado ao Fundopem o estado deixa de arrecadar cerca de 15 bilhões por ano. Dá pra fazer muita coisa com este dinheiro.-
Pesquisa do Ibope divulgada em 17 de agosto apontou os seguintes percentuais de intenção de voto para governador:José Ivo Sartori (MDB): 19%Eduardo Leite (PSDB): 8%Miguel Rossetto (PT): 8%Jairo Jorge (PDT): 6%Julio Flores (PSTU): 4%Mateus Bandeira (NOVO): 2%Roberto Robaina (PSOL): 2%Brancos/nulos: 28%Não sabe: 22%

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Mulheres com mais de 35 anos são as mais decepcionadas com a política
O grupo dos “descrentes”, aqueles que se sentem decepcionados com os políticos ou a política, formam o segundo maior contingente de eleitores no Rio Grande do Sul, representando 29,5% do total, segundo a pesquisa do Instituto Pesquisas Opinião.
Nesse grupo, mais da metade (58,4%) são mulheres, com idade entre 35 e 59 anos (51,1%) e uma renda familiar de até 2 salários mínimos (55,7%).
O estudo do IPO também identificou no perfil desse eleitorado “descrente”um forte posicionamento em relação a temas sociais polêmicos.
Para combater a criminalidade, por exemplo, 76,7% desses eleitores são a favor da redução da maioridade penal e 53,2% concordam adoção da pena de morte no sistema brasileiro.
São a favor de medidas duras para um sistema que está há anos em crise. Reflexo da impotência e descrença no poder do Estado na sociedade.
Quando à distribuição geográfica desses eleitores, observa-se uma relação entre o nível de descrença e a situação econômica da região.
Por exemplo, na região de Nordeste (Caxias do Sul e entorno), onde é elevado o padrão econômico, registra-se o menor índice de “descrentes” (18%), seguido da região Noroeste (Passo Fundo e outros) com 18,1% de descrentes.
Por outro lado, o maior índice de descrentes (46,2%) está no Sudeste (Pelotas e municípios vizinhos), região economicamente deprimida, e em Porto Alegre (39,4%). Nesse caso, o percentual de descrentes na capital é maior do que no conjunto da região metropolitana (27,4%)
Segundo o pesquisador Fábio DÁvila, alto índice de desconfiança dos eleitores vem numa curva ascendente e não há sinal de mudança em 2018.
“A sede por renovação é o grande capital social de esperança dessa parcela gaúcha, que anseia por um “salvador da Pátria”, mas sabe que esse destino está longe”, diz ele. ” Enquanto a luz no fim do túnel não surge, acreditam em mostrar nas urnas a sua indignação sobre um sistema político ineficaz”. -
Pesquisa mostra como o eleitor gaúcho decide seu voto
FRANCISCO RIBEIRO
Uma pesquisa feita pelo Instituto de Pequisas de Opinião em março deste ano identifica seis tipos no universo de eleitores do Rio Grande do Sul: os esperançosos, os descrentes, os práticos, os ideológicos, os de última hora e os que votam em benefício próprio.
Os pesquisadores do IPO fizeram 1.500 entrevistas em 41 cidades, em sete regiões abrangendo todo o Estado. Ouviram pessoas com mais de 16 anos numa amostragem representativa da população gaúcha, levando em conta as cotas de genero, faixa etária e nível de renda.
As entrevistas foram feitas nas casas e em pontos de fluxo de pessoas. A margem de erro é de 3% e o nível de confiança é de 95%.

Esperançoso (37,8%):
A principal característica deste eleitor é acreditar mais nas pessoas do que nos partidos. Por isso a fidelidade depende do grau de frustração, não tendo problemas para, na próxima eleição, trocar de candidato.
A região Noroeste (Passo Fundo e outras) é a que apresenta o maior índice deste grupo, 54,8 %. Porto Alegre o menor, 25%.
Descrente (29,5%)
Neste eleitor, o ceticismo é a regra, pois, geralmente, não acredita na política e muito menos em políticos. Vota nulo ou em branco, ou simplesmente não comparece no dia da eleição, justificando-se, ou pagando multa, depois.
A região Sudeste – Pelotas e outras – detém o maior índice desse grupo, 46, 2%; e a Nordeste, que tem Caxias como polo principal, a menor, 18%.
Prático (11,5%)
Tipo racional, mas não engajado. Visão pragmática da conjuntura, percebe o mundo como um balcão de negócios, o que vale é a relação custo-benefício. Vota no candidato cujas propostas, pelo menos parte delas, sejam viáveis. Ou in extremis, na candidatura que ofereça menor risco de desestabilização da economia. A região Nordeste – Caxias e outras – apresenta o maior índice, 16, 7% desse grupo de eleitores, e a Sudoeste – Uruguaiana e outras –, o menor.
Ideológico (10,4%)
Esquerda, direita, centro, alternativo. Não importa. O que vale para este tipo de eleitor é a tomada de posição. Trata-se, em termos de eleitorado, de uma elite que vota por ideais, defesas de causas ou de minorias. A região Centro Ocidental – Santa Maria e outras – tem o maior índice, 18,4%; e a Sudeste o menor, 6,2%.
Eleitor de última hora (9,2%)
Estes merecem atenção dos cabos eleitorais, principalmente no dia da eleição. Não chega a ser um descrente, mas comporta-se como um alienado funcional em termos de escolhas, principalmente no que tange os candidatos legislativos – federais ou estaduais -, fazendo a escolha através de um santinho que pegou no chão perto do local em que irá votar. São aqueles que não lembram em quem votaram. A região Metropolitana – Canoas e outras – congrega o maior índice desse grupo, 18,1%. Na região de Santa Cruz , o menor: 1,8%.
Vota em benefício próprio (1,7%)
É o eleitor pragmático de varejo. Fica atento aos candidatos que prometem resolver um problema específico. Trata-se do típico eleitor clientelista. E o fato do percentual desse grupo ser pequeno, apenas 1,7%, deve-se, em boa parte, ao medo da exposição. Afinal, o voto é secreto. A região Metropolitana concentra o maior índice desse grupo, 4%. E, cabe salientar, nas regiões Centro Oriental e Sudeste não houve incidência desse tipo de eleitor.
Perfil econômico
A análise do perfil econômico também revela dados bastante interessantes, principalmente se confrontados entre os seis grupos de eleitores. Fica entre os esperançosos, os maiores índices de jovens, de nível de educação formal, e de renda. Os que votam em benefício próprio perdem em todos os quesitos para os demais grupos de eleitores.
Outro dado levantado pela pesquisa se refere a atuação do eleitorado gaúcho nas redes sociais. Levantou-se que 96,1% tem acesso à Internet.
Destes, 84,5% participam de redes sociais, sendo que 37, 3 % no facebook. Também que 35,1 % utiliza o aplicativo WhatsApp para troca de mensagens.
As mulheres são as mais conectadas as redes, 87, 8 % contra 80 % dos homens. E, claro, está entre os jovens na faixa etária entre 16 e 24 anos o maior contingente de conectados, 98,2 %.
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Programa liberal de Macri leva Argentina ao fundo do poço
Mauricio Macri, um milionário ex-empresário, quis resolver os problemas herdados do governo de Cristina Kirchner – alta inflação e deficit fiscal – com um modelo liberal e de mercado.
De maneira gradual, cortou salários públicos, baixou impostos para exportações e aumentou as tarifas dos serviços subsidiados, entre outras medidas. Fez acordos para se endividar e expandir obras públicas.
Mas enquanto Macri queria fazer a Argentina “voltar ao mundo”, este estava em outro ritmo: protecionismo, aumento de juros nos Estados Unidos e um clima de tensão política e financeira.
Quando, em maio, ficou claro que seu plano estava esgotado e seria necessário recorrer ao FMI, um organismo que quase nunca rendeu boas experiências no país, o capital político de Macri já estava muito desgastado.
Ali, os mercados começavam a perguntar se o projeto, pensado inicialmente para duas décadas, duraria sequer quatro anos.
Agora, tanto a inflação quanto o deficit fiscal estão mais altos do que quando Macri chegou ao poder, em dezembro de 2015. E é quase certo que o país voltará à recessão.
Dentro de um ano haverá eleições e muitos, sobretudo os mercados, se perguntam se, no meio desta crise econômica, o projeto liberal de Macri pode ser reeleito ou se o país voltará ao protecionismo do passado.
Cristina Kirchner pode ser candidata, mas se por um lado tem 30% de aceitação, por outro carrega cinco acusações de corrupção em que está implicada ou sendo processada.
A última delas, conhecida como “os cadernos das propinas K”, dá impressão de que a corrupção estava incrustada no poder político e econômico argentino, o que também afetou negativamente a confiança dos investidores no país sul-americano.
(Com informações do G1)
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Eleições de 1950: Vargas previu que seu governo não chegaria ao fim
Em julho de 1950, já em plena campanha para a eleição que, em outubro, marcaria sua volta à presidência da República, Getúlio Vargas deu uma entrevista premonitória à Folha de São Paulo.
Temia ser morto e sabia que seu governo não chegaria ao fim.
Eleito com votação consagradora, não teve trégua e foi levado ao suicídio em 24 de agosto de 1954, menos de quatro meses antes do fim do governo. Eis um trecho:
“Conheço o meu povo e tenho confiança nele. Tenho plena certeza de que serei eleito, mas sei também que, pela segunda vez, não chegarei ao fim do meu governo. Até onde resistirei? Uma coisa, porém, eu lhes digo: não poderei tolerar humilhações.
Tenho 67 anos e pouco me resta de vida. Quero consagrar esse tempo ao serviço do povo e do Brasil. Quero, ao morrer, deixar um nome digno e respeitado. Não me interessa levar para o túmulo uma renegada memória.
Procurarei, por isso mesmo, desmanchar alguns erros da minha administração e empenhar-me-ei a fundo em fazer um governo eminentemente nacionalista.
O Brasil não conquistou ainda a sua independência econômica. Tudo farei nesse sentido. Cuidarei de valorizar o café, de resolver o problema da eletricidade e, sobretudo, de atacar a exploração das forças internacionais. Eles poderão, ainda, arrancar-me alguma coisa, mas com muita dificuldade. Por isso mesmo serei combatido sem tréguas.
Os grupos internacionais não me atacarão de frente porque se arriscariam a ferir os sentimentos de honra e civismo do nosso povo.
Usarão outra tática. Unir-se-ão com os descontentes daqui de dentro, os eternos inimigos do povo humilde, os que não desejam a valorização do homem assalariado, nem as leis trabalhistas, menos ainda a legislação sobre lucros extraordinários.
Subvencionarão brasileiros inescrupulosos, seduzirão ingênuos inocentes. E, em nome de um falso idealismo e de uma falsa moralidade, dizendo atacar sórdido ambiente corrupto que eles mesmos de longa data vem criando, procurarão, atingindo minha pessoa e o meu governo, evitar a libertação nacional (…) Terei de lutar, se não me matarem”.
(Transcrito do Livro “Finanças Públicas”, do professor Orion Herter Cabral). -
Sartori diz que não teve apoio da Assembléia para "fazer mais"
“Eu sempre disse que iria fazer o que precisava ser feito. E o nosso governo só não fez mais porque não tivemos o apoio necessário da Assembleia. Já poderíamos ter condições de pagar os servidores em dia”.
A declaração do governador e candidato à reeleição José Ivo Sartori foi feita no início da noite desta quinta-feira (30), em Santa Maria, no encontro das regiões Centro, Quarta Colônia e Vale do Jaguari, da coligação Rio Grande no Rumo Certo, que lotou o Centro de Pesquisas e Folclore Piá do Sul.
“Mesmo assim, conseguimos avanços importantes com o apoio dos deputados, como a Lei de Responsabilidade Fiscal, a primeira do país, e a Lei da Previdência Complementar. Queremos continuar no processo de equilíbrio das contas”, completou Sartori.
O candidato ao Senado José Fogaça afirmou que desta vez o projeto de mudança é reeleger, pela primeira vez um governador de Estado.
“Nosso compromisso é reeleger o Sartori, que é um governador que não empurrou o problema com a barriga, não maquiou as contas públicas e tem um plano de reconstrução do estado. Depois de quatro anos, o Estado está melhor. Tenho certeza que o Rio Grande vai, pela primeira vez, completar o mais importante projeto de restauração do Estado”, ressaltou Fogaça.
O discurso do candidato ao Senado Beto Albuquerque começou com um questionamento aos presentes: “será que os gaúchos não vão deixar um governador sério e competente arrumar o Estado?” E continuou: “nós todos temos um desafio pela frente, que é deixarmos Sartori e Cairoli terminar o que começaram”.
Mesmo debaixo de forte chuva, Sartori não desanimou. Antes do encontro regional no com lideranças, participou das inaugurações dos comitês dos candidatos a deputado estadual, João Kaus e Beto Fantinel, e visitou o comitê do também candidato a deputado estadual Fabiano Pereira.
Em todos os eventos, Beto e Fogaça acompanharam Sartori. O vice-governador, José Paulo Cairoli, cumpriu agenda na Expointer, em Esteio.
José Ivo Sartori é candidato à reeleição ao governo do Estado pela coligação RIO GRANDE NO RUMO CERTO, que contempla os partidos MDB • PSD • PSB • PR • PSC • PATRIOTA • PRP • PMN • PTC.
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Apicultor de Gramado leva o prêmio de melhor mel da Expointer
Em seu primeiro ano na Feira da Agricultura Familiar da Expointer, em Esteio, o apicultor Rui Model, de 54 anos, levou o primeiro prêmio como produtor do melhor mel apresentado no 7o Concurso de Produtos Agroindustriais promovido pela Secretaria do Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR), com o apoio de outros órgãos públicos e privados.
Neto de um apicultor profissional que abandonou a atividade nos anos 1960 por não saber manejar as abelhas africanas recém-chegadas ao Rio Grande do Sul, Model divide com o sobrinho William Bonath, de 22 anos, a gestão de um apiário de mil colméias baseado em Gramado, onde vende dois terços de sua produção para turistas que levam para outras cidades o mel da Apis Gramado, sua marca. Na Expointer, Model apresenta principalmente o mel (claro) de uva-do-Japão, vegetal asiático bem adaptado à Mata Atlântica.
O segundo melhor produto foi o Mel Schüller, de Agudo. O terceiro, o Mel Multiflor, de Edson Schwendler, de Venâncio Aires. O júri foi formado por Betina Blochtein (pesquisadora da PUCRS), Nadilson Ferreira (técnico da Secretaria da Agricultura), Nelson Vuaden (apicultor em Porto Alegre), Ricardo Boesch (Emater de Triunfo) e Sanderlei Pereira (Emater de Candelária).
Nos outros produtos colocados em concurso, saíram vencedores as seguintes agroindústrias.
Vinho tinto fino seco
3o colocado – Agroindústria Bassani
2o colocado – Agroindústria Paludo
1o colocado – Agroindústria Mascarello
Vinho tinto de mesa seco
3o colocado – Aagroindústria De Bastiani
2o colocado – Agroindústria Paludo
1o colocado – Agroindústria Mascarello
Suco de uva integral (engarrafado)
3o colocado – Agroindústria Carraro
2o colocado– Agroindústria Guerra
1o colocado – Agroindústria Adams
Queijo colonial
3o colocado – Agroindústria Ferrari Alimentos
2o colocado– Agroindústria Laticínio Pipo
1o colocado – Agroindústria Chichelero
Salame
3o colocado – Agroindústria Santa Bárbara
2o colocado– Agroindústria Bergamaschi
1o colocado – Agroindústria Antenor Araldi
Cachaça prata
3o colocado – Agroindústria Casa Bucco
2o colocado – Agroindústria Strohut
1o colocado – Agroindústria Harmonie Schnaps
Cachaça envelhecida: classificação premium
3o colocado – Agroindústria Casa Bucco
2o colocado – Agroindústria Weber Haus
1o colocado – Agroindústria Harmonie Schnaps
Cachaça envelhecida: classificação extra-premium
3o colocado – Agroindústria Unser Schnaps
2o colocado– Agroindústria Weber Haus
1o colocado – Agroindústria 3 Fortuna
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TSE retira da internet conteúdo pró-Bolsonaro postado pelo dono da Havan
A coligação do candidato tucano Geraldo Alckmin (PSDB)pediu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para retirar do Facebook um vídeo pró-Jair Bolsonaro publicado pelo empresário Luciano Hang.
A representação por propaganda ilícita contra o candidato do PSL foi feita depois que uma reportagem do EL PAÍS revelou que o dono da rede de varejo Havan pagou à rede social para que a mensagem alcançasse mais pessoas, o que fere a lei eleitoral. O TSE acatou o pedido da campanha de Alckmin e removeu o conteúdo.
Há cerca de 15 dias, Hang foi às redes sociais anunciar seu apoio a Jair Bolsonaro e investiu usando a ferramenta de anúncios do próprio Facebook para aumentar o alcance e a visibilidade conteúdos pedindo votos para o candidato.
Apesar da expressa proibição à terceirização de propaganda eleitoral não identificada, os conteúdos de apoio a Bolsonaro publicados pelo proprietário da Havan permaneceram turbinados com dinheiro durante todo o final de semana entre os dias 17 e 19 de agosto e o impacto foi significativo.
Enquanto esteve no ar, a transmissão ao vivo declarando apoio ao candidato do PSL acumulou mais de 1.324.483 de visualizações, além de 100.176 reações, 49 mil comentários e 28 mil compartilhamentos.
A decisão que ordenou a retirada do vídeo foi assinada pelo ministro do TSE Og Fernandes no dia 24 de agosto. O magistrado ressaltou que a Lei das Eleições veda expressamente qualquer tipo de veiculação de propaganda eleitoral paga na Internet, com o objetivo de evitar a interferência do poder econômico e a introdução de interesses comerciais no debate eleitoral. Pela legislação, só os candidatos e coligações podem pagar para promover suas mensagens no Facebook ou no Google. O Facebook informou, por meio de sua assessoria, que cumpriu a ordem judicial e indisponibilizou o anúncio considerado irregular pelo TSE.
Além do vídeo, no entanto, havia outra publicação de Hang que promovia Bolsonaro e aplicava dinheiro para que fosse vista por mais pessoas que segue no ar. A fotografia do empresário com Jair Bolsonaro obteve mais de 190 mil reações (que reúne curtidas e outras respostas), 11 mil comentários e 30 mil compartilhamentos. (o El Pais) -
Queda no desemprego é apenas aparente, diz analista do IEDI
A segunda metade de 2018 se iniciou com um pequeno declínio da taxa de desemprego e alta de 1,1% da população ocupada frente a maio-julho do ano passado.
Esses dados divulgados nesta quinta-feira, renderam manchetes otimistas sugerindo que o segundo semestre iniciou com retomada econômica.
Não é bem isso. Uma análise dos técnicos do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI) mostra que se estes dados isolados podem sugerir uma melhora do quadro do emprego, a realidade é outra.
“Ao contrário, o que vem ocorrendo é uma piora sucessiva desde o começo de 2018 que se agravou ainda mais na virada do semestre, sobretudo no caso da indústria que voltou a desempregar.
A taxa de desocupação saiu de 12,8% no trimestre findo em jul/17 para 12,3% naquele findo em jul/18.
Além do recuo ser muito modesto, é preciso considerar que contribuiu muito para esta evolução o crescimento da força de trabalho, isto é, o número de pessoas adicionais em busca de um posto de trabalho, ter ficado praticamente estável.
Na origem disso, está o fato de que muitos vêm desistindo de procurar emprego, depois do insucesso de tentativas recorrentes. É o desalento, que segundo o IBGE ficou quase 18% maior do que em mai-jul/17.
Para um país que almeja reduzir o desemprego, é grave que o desalento cresça a este ritmo enquanto a ocupação varia apenas +1,1%, resultado mais recente de uma trajetória de nítida desaceleração desde a entrada de 2018.
Vale lembrar que a taxa de crescimento da população ocupada caiu pela metade do último trimestre de 2017 (+2%) até agora no trimestre findo em jul/18.
Este menor crescimento da ocupação total ocorre, ainda, antes mesmo dos empregos com carteira assinada – que são de maior qualidade por apresentaram rendimentos maiores e mais regulares – mostrarem alguma reação: em mai-jul/18 houve queda foi de -1,1% ante igual período do ano anterior.
Por sua vez, trabalho sem carteira (+3,4%) e por conta própria (+2,1%), que são os responsáveis pela melhora do emprego desde o ano passado, vêm crescendo cada vez menos.
Outro sintoma de que a situação do emprego pode vir a passar por um novo retrocesso, reforçando o perfil não apenas lento mas também descontínuo da atual recuperação econômica, é o retorno ao negativo do emprego industrial, como mostram as variações interanuais abaixo.
• Ocupação total: +1,8% em jan-mar/18; +1,1% em abr-jun/18 e +1,1% em mai-jul/18;
• Ocupados na indústria: +2,0%; +1,2% e -0,4%, respectivamente;
• Ocupados na construção: -4,1%; -2,5% e -1,6%;
• Ocupados no comércio e reparação de veículos: +1,5%; -0,1% e +0,1%;
• Ocupados em alojamento e alimentação: +5,7%; +2,6% e +1,5%;
• Ocupados em info., com., ativ. financeiras, imob., profissionais e adm.: +1,3%; +0,9% e +2,1%, respectivamente.
Depois de ter liderado a criação de vagas no último trimestre do ano passado, a ocupação na indústria caiu -0,4% em mai-jul/18, referente a 43 mil ocupados a menos do que um ano antes, o que não chega a surpreender pois sua trajetória do ponto de vista da produção já apontava para esta possibilidade.
O desempenho recente do setor é um retrocesso porque é a indústria quem tem grande capacidade de espalhar dinamismo para o restante da economia e porque emprega majoritariamente com carteira assinada. Assim, o revés da indústria reduz as chances de uma reação do emprego formal.
Conforme dados da PNAD Contínua Mensal divulgados hoje pelo IBGE, a taxa de desocupação registrada no trimestre entre maio e julho de 2018 atingiu 12,3%. Em relação ao trimestre imediatamente anterior, fevereiro a abril de 2018, houve redução de 0,3 p.p., e para o mesmo trimestre do ano anterior houve retração de 0,5 p.p., quando apresentou 12,8%.
O rendimento real médio de todos os trabalhos habitualmente recebidos foi registrado em R$2.205, apresentando retração de 0,5% em relação ao trimestre imediatamente anterior (fev-mar-abr), já frente ao mesmo trimestre de referência do ano anterior, houve crescimento de 0,8%.
A massa de rendimentos reais de todos os trabalhos habitualmente recebidos atingiu R$197,2 bilhões no trimestre que fechou em julho, registrando acréscimo de 0,6% frente ao trimestre imediatamente anterior e expansão de 2,3% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior (R$195,9 bilhões).
Para o trimestre de referência, a população ocupada foi de 91,6 milhões de pessoas, aumento de 1,1% frente ao mesmo trimestre do ano anterior (90,6 milhões de pessoas ocupadas). Em relação ao trimestre imediatamente anterior (fev-mar-abr) aferiu-se variação de 1,0%.
Em comparação com o trimestre imediatamente anterior, o número de desocupados retraiu 4,1%, com 12,9 milhões de pessoas. Já frente ao mesmo trimestre do ano anterior observou-se decréscimo de 3,4%. Em relação a força de trabalho, registrou-se neste trimestre 104,5 milhões de pessoas, crescimento de 0,4% frente ao trimestre imediatamente anterior e aumento de 0,5% em relação ao mesmo trimestre do ano passado.
Frente ao mesmo trimestre do ano anterior, os grupamentos de atividades que obtiveram expansão da ocupação foram: Outros serviços (6,0%), Administração pública, defesa, seguridade, educação, saúde humana e serviços sociais (2,7%), Serviços domésticos (2,5%), Informação, Comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (2,1%), Alojamento e alimentação (1,5%), Transporte, armazenagem e correios (0,2%) e Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (0,1%). Por outro lado, os agrupamentos que apresentaram retração na ocupação foram: Construção (-1,6%), Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (-0,6%) e Indústria (-0,4%).
Por fim, analisando a população ocupada por posição na ocupação frente ao mesmo trimestre do ano anterior, observamos expansões nas seguintes categorias: emSegundo a Pnad contínua divulgada hoje, a segunda metade de 2018 se iniciou com um pequeno declínio da taxa de desemprego e alta de 1,1% da população ocupada frente a maio-julho do ano passado.
Isolados, estes dados poderiam sugerir uma melhora do quadro do emprego no país. Não foi este o caso.
Ao contrário, o que vem ocorrendo é uma piora sucessiva desde o começo de 2018 que se agravou ainda mais na virada do semestre, sobretudo no caso da indústria que voltou a desempregar.
A taxa de desocupação saiu de 12,8% no trimestre findo em jul/17 para 12,3% naquele findo em jul/18.
Além do recuo ser muito modesto, é preciso considerar que contribuiu muito para esta evolução o crescimento da força de trabalho, isto é, o número de pessoas adicionais em busca de um posto de trabalho, ter ficado praticamente estável.
Na origem disso, está o fato de que muitos vêm desistindo de procurar emprego, depois do insucesso de tentativas recorrentes. É o desalento, que segundo o IBGE ficou quase 18% maior do que em mai-jul/17.
Para um país que almeja reduzir o desemprego, é grave que o desalento cresça a este ritmo enquanto a ocupação varia apenas +1,1%, resultado mais recente de uma trajetória de nítida desaceleração desde a entrada de 2018. Vale lembrar que a taxa de crescimento da população ocupada caiu pela metade do último trimestre de 2017 (+2%) até agora no trimestre findo em jul/18.
Este menor crescimento da ocupação total ocorre, ainda, antes mesmo dos empregos com carteira assinada – que são de maior qualidade por apresentaram rendimentos maiores e mais regulares – mostrarem alguma reação: em mai-jul/18 houve queda foi de -1,1% ante igual período do ano anterior. Por sua vez, trabalho sem carteira (+3,4%) e por conta própria (+2,1%), que são os responsáveis pela melhora do emprego desde o ano passado, vêm crescendo cada vez menos.
Outro sintoma de que a situação do emprego pode vir a passar por um novo retrocesso, reforçando o perfil não apenas lento mas também descontínuo da atual recuperação econômica, é o retorno ao negativo do emprego industrial, como mostram as variações interanuais abaixo.
• Ocupação total: +1,8% em jan-mar/18; +1,1% em abr-jun/18 e +1,1% em mai-jul/18;
• Ocupados na indústria: +2,0%; +1,2% e -0,4%, respectivamente;
• Ocupados na construção: -4,1%; -2,5% e -1,6%;
• Ocupados no comércio e reparação de veículos: +1,5%; -0,1% e +0,1%;
• Ocupados em alojamento e alimentação: +5,7%; +2,6% e +1,5%;
• Ocupados em info., com., ativ. financeiras, imob., profissionais e adm.: +1,3%; +0,9% e +2,1%, respectivamente.
Depois de ter liderado a criação de vagas no último trimestre do ano passado, a ocupação na indústria caiu -0,4% em mai-jul/18, referente a 43 mil ocupados a menos do que um ano antes, o que não chega a surpreender pois sua trajetória do ponto de vista da produção já apontava para esta possibilidade. O desempenho recente do setor é um retrocesso porque é a indústria quem tem grande capacidade de espalhar dinamismo para o restante da economia e porque emprega majoritariamente com carteira assinada. Assim, o revés da indústria reduz as chances de uma reação do emprego formal.
Conforme dados da PNAD Contínua Mensal divulgados hoje pelo IBGE, a taxa de desocupação registrada no trimestre entre maio e julho de 2018 atingiu 12,3%. Em relação ao trimestre imediatamente anterior, fevereiro a abril de 2018, houve redução de 0,3 p.p., e para o mesmo trimestre do ano anterior houve retração de 0,5 p.p., quando apresentou 12,8%.
O rendimento real médio de todos os trabalhos habitualmente recebidos foi registrado em R$2.205, apresentando retração de 0,5% em relação ao trimestre imediatamente anterior (fev-mar-abr), já frente ao mesmo trimestre de referência do ano anterior, houve crescimento de 0,8%.
A massa de rendimentos reais de todos os trabalhos habitualmente recebidos atingiu R$197,2 bilhões no trimestre que fechou em julho, registrando acréscimo de 0,6% frente ao trimestre imediatamente anterior e expansão de 2,3% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior (R$195,9 bilhões).
Para o trimestre de referência, a população ocupada foi de 91,6 milhões de pessoas, aumento de 1,1% frente ao mesmo trimestre do ano anterior (90,6 milhões de pessoas ocupadas). Em relação ao trimestre imediatamente anterior (fev-mar-abr) aferiu-se variação de 1,0%.
Em comparação com o trimestre imediatamente anterior, o número de desocupados retraiu 4,1%, com 12,9 milhões de pessoas. Já frente ao mesmo trimestre do ano anterior observou-se decréscimo de 3,4%. Em relação a força de trabalho, registrou-se neste trimestre 104,5 milhões de pessoas, crescimento de 0,4% frente ao trimestre imediatamente anterior e aumento de 0,5% em relação ao mesmo trimestre do ano passado.
Frente ao mesmo trimestre do ano anterior, os grupamentos de atividades que obtiveram expansão da ocupação foram: Outros serviços (6,0%), Administração pública, defesa, seguridade, educação, saúde humana e serviços sociais (2,7%), Serviços domésticos (2,5%), Informação, Comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (2,1%), Alojamento e alimentação (1,5%), Transporte, armazenagem e correios (0,2%) e Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (0,1%). Por outro lado, os agrupamentos que apresentaram retração na ocupação foram: Construção (-1,6%), Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (-0,6%) e Indústria (-0,4%).
Por fim, analisando a população ocupada por posição na ocupação frente ao mesmo trimestre do ano anterior, observamos expansões nas seguintes categorias: empregador (4,0%), trabalho privado sem carteira (3,4%), trabalho doméstico (3,2%), trabalhador por conta própria (2,1%) e setor público (1,9%). Em sentido oposto, os seguintes segmentos registraram quedas: trabalho familiar auxiliar (-4,0%) e trabalho privado com carteira (-1,1%).pregador (4,0%), trabalho privado sem carteira (3,4%), trabalho doméstico (3,2%), trabalhador por conta própria (2,1%) e setor público (1,9%). Em sentido oposto, os seguintes segmentos registraram quedas: trabalho familiar auxiliar (-4,0%) e trabalho privado com carteira (-1,1%).
