A dívida pública, de R$ 2,3 trilhões, custa ao Brasil R$ 270 bilhões em juros, por ano.
Esse valor é dez vezes maior do que o governo gasta anualmente com o programa Bolsa Familia.
Esta é uma das questões que serão debatidas no seminário “Brasil: Desafios e Oportunidades”, nesta quarta-feira em Brasilia.
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, estará presente para falar sobre caminhos para os investidores aqui no país. O ex-presidente do STF, Joaquim Barbosa, também estará presente.
A abertura será feita pelo presidente da EBS Business School e Ph.D em Economia, Judas Tadeu Grassi. Ele vai mostrar que “poucos países tem oportunidades como aqui, mas que nós enfrentamos um grande problema: o governo gastador”
Cenário
Para Judas Tadeu um novo Brasil só será possível se corrigirmos as distorções no setor público, que fica com 36,5% do PIB em impostos. Mesmo assim, o montante não é suficiente porque os nossos governos nos custam algo como 41,5% do PIB. Nos países desenvolvidos, os governos custam em torno de 25% do PIB. No Chile, por exemplo, é de apenas 18%.
“Assim, há um déficit anual de 5% do PIB. Por isso, temos agora uma dívida de R$ 2,3 trilhões, que nos custa anualmente algo como R$ 270 bilhões somente em juros, valor que é maior do que 10 vezes o Bolsa Família (que nos custa R$ 25 bilhões para que 13 milhões de famílias passem menos fome”, explica o Presidente da EBS.
Serviço
O evento, que acontecerá no Hotel Royal Tulip Brasília Alvorada, promovido pelo Consulado Geral da Áustria em São Paulo e Embaixada da Áustria no Brasil.
Fechado para convidados, deve receber profissionais brasileiros e austríacos que trabalham no Brasil e com negócios entre os dois países.
(Com assessoria de imprensa)
Categoria: Geral
-
Juros da dívida equivalem a dez Bolsa Familia
-
Prefeitura apresenta contas parciais de 2014 em audiência pública
Um balanço parcial de receitas, despesas e ações de gestão efetuadas pela prefeitura de Porto Alegre entre setembro e dezembro de 2014 será dado a conhecer aos cidadãos em duas audiências públicas nesta terça-feira (24), a partir das 09h30, na Câmara Municipal.
Nesta hora, a Comissão de Saúde e Meio Ambiente inicia a análise do relatório do Executivo sobre ações em saúde no período. A pasta era comandada por Carlos Casartelli até a última terça-feira (17), quando o ex-secretário foi demitido pelo prefeito após manifestar pelas redes sociais contrariedade com a interferência da Fazenda nas contas de sua pasta.
A partir das 10h, o secretário da Fazenda, Jorge Tonetto, e a titular da pasta de Planejamento Estratégico e Orçamento, Izabel Matte, abrirão detalhes das contas gerais da administração municipal ao longo do terceiro quadrimestre de 2014 na Comissão de Economia, Finanças e Orçamento.
Segundo o site da prefeitura, o secretário Jorge Tonetto frisou a importância da divulgação a cada quatro meses dos números como um “compromisso de divulgar com transparência o trabalho realizado pela administração municipal, detalhando os números em audiência pública”. Apesar disso, nenhum dos dois compromissos constava na previsão de pautas da prefeitura no início da noite da segunda-feira (23).
Em janeiro, o prefeito José Fortunati celebrou um superávit de R$ 269,38 milhões ao apresentar o balanço anual das receitas e despesas ordinárias do município. Foi o primeiro resultado positivo depois de dois anos com as contas no vermelho – o que favorece ao Executivo Municipal a tomada de empréstimos.
Fortunati busca apoio em Brasília para reduzir passagem
Enquanto seus secretários se encarregam de apresentar à população as contas dos meses de setembro a dezembro de 2014, o prefeito José Fortunati estará em Brasília, onde irá conversar com a bancada gaúcha sobre o projeto de desoneração do transporte coletivo em níveis estadual e federal. “A redução do valor final da tarifa poderia ser superior a 20%”, antecipa o prefeito.
Fortunati vai pedir apoio na aprovação do Regime Especial de Incentivo ao Transporte Coletivo Urbano e Metropolitano de Passageiros (Reitup), que está em tramitação no Congresso Nacional.
A reunião ocorrerá às 17h, no Plenário 13 da Câmara dos Deputados. Exatamente no mesmo horário, o Bloco de Luta pelo Transporte Público de Porto Alegre começa a concentração para uma marcha, que sairá do Paço Municipal, no Centro Histórico. Os manifestantes estão contrariados com o aumento que passou a vigorar no último domingo (22), na cidade: R$ 3,25 para os ônibus e R$ 4,85 para as lotações.
O prefeito leva à Capital Federal não apenas a sua demanda particular, mas fará eco aos colegas dos executivos municipais que integram a Frente Nacional de Prefeitos (FNP), da qual é presidente. A sugestão da entidade é que o governo federal isente as empresas que operam no setor de tributos como PIS e Cofins para a compra de combustíveis e equipamentos.
Fortunati defende ainda que uma parte da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) sobre a gasolina e o diesel poderia ser repassada para os municípios. “É nas cidades que as pessoas abastecem. Parte desse valor poderia ser direcionada ao transporte público”, destacou.
Os prefeitos também pedem a implantação de um modelo de planilha de custos único para todo o país e medidas de transparência.
Em 2013, Porto Alegre viu a tarifa de ônibus e lotações ser reduzida a partir da isenção do Imposto sobre Serviço de Qualquer Natureza (ISQN) para as empresas que operam, sem licitação, o sistema de transporte coletivo.
Com informações da Prefeitura Municipal de Porto Alegre e da Câmara de Vereadores -
Saída é uma lei geral da propina
GERALDO HASSE
Havia outrora, num programa humorístico de rádio, uma dupla de personagens que representavam o corruptor e o corrupto.
Eles dialogavam e não chegavam a um acordo, até que o primeiro dizia ao outro, identificado como político ou funcionário público:
– Doutor, toque aqui neste objeto.
– Hã?
– Toque, Doutor, o senhor não vai se arrepender.
O outro tocava no “objeto misterioso” e logo ficava bonzinho. Estava implícito no quadro humorístico que o “objeto” era um pacote de dinheiro.
Passados tantos anos, ferve cada vez mais o caldeirão do gorjetório.
Enquanto o MPF e a PF juntam indícios e provas de “propinas” associadas a contratos superfaturados em encomendas da Petrobras – ficam para o segundo tempo, se houver, os contratos da Eletrobras e outros entes estatais –, resta esperar que no devido tempo o Judiciário esclareça o que é ético e permitido no mundo dos negócios em que o dinheiro público é usado para pagar serviços privados.
Se em todo negócio existe uma taxa de serviços, não seria mais racional criar uma lei estabelecendo as regras para a distribuição de propinas?
Não é segredo que o mundo dos negócios consagrou inúmeras formas de “gratificação” por serviços prestados. Veja-se quantos nomes tem a “coisa”.
Tome-se como referência o que fazem as igrejas. Foi na mais antiga delas que se estabeleceu o “dízimo” ou, seja, os fiéis deviam doar 10% dos seus rendimentos para sustentar os sacerdotes e seus cultos. É claro que ninguém doa esse percentual, mas se criou um teto que acabou se tornando a base de um império religioso.
Nos restaurantes e hotéis, institucionalizou-se a “gorjeta” de 10%, valor que pode ser maior, claro, dependendo da qualidade do serviço e da satisfação do cliente. Em muitos lugares, a gorjeta é legalizada como “taxa de serviço”. Em outros, foi abolida.
No mercado imobiliário, vigia antigamente a “taxa de corretagem” de 5% ou 6%, mas houve uma diversificação que pode ser resumida assim: enquanto nos alugueis a taxa de intermediação pode chegar a 10%, nas vendas de grandes apartamentos orçados em milhões, o corretor assalariado pela incorporadora se contenta com apenas 1%.
Nos remates de animais e leilões de mercadorias, o profissional responsável pelos negócios tem direito a uma “porcentagem” de apenas um dígito (5%, máximo) de cada negócio.
Em bancas de jornais (que estão minguando) e livrarias (dominadas por grandes redes), a “margem” é de 30%. Nas leis de incentivo à cultura e ao esporte, o governo federal contempla os intermediários com 10% do valor do projeto, cabendo 2% ao agente encaminhador da papelada e 8% ao captador dos recursos junto às empresas patrocinadoras.
No setor financeiro, entre as inúmeras taxas existentes, uma das mais peculiares é o “spread” bancário, taxa a que faz jus um banco ao agenciar ou intermediar um empréstimo de um grande banco. Por exemplo, o banco do estado faz o meio-campo entre uma empresa regional e o BNDES. Sai o financiamento e o intermediário recebe um spread de 0,5% sobre o valor total. Se rola algum por fora, nunca se sabe mas sempre se desconfia.
No mercado publicitário, a “comissão de agência” foi durante muito tempo de 20% sobre o valor dos anúncios e recentemente foi reduzida para 15%, queda compensada pela criação da “BV” (bonificação por volume), regra segundo a qual as agências recebem dos veículos um percentual das verbas programadas, o que redundou na concentração das veiculações e na cartelização da mídia.
Nas galerias de arte, a “comissão” vai de 25% a 50%. Nos contratos envolvendo jogadores de futebol e outros esportistas, rolam comissões igualmente polpudas, tanto que um dos maiores atletas brasileiros, Ronaldo Fenômeno, não deixou o mundo da bola, tornando-se empresário de coleguinhas como Neymar,
Na arquitetura, a convenção indica um percentual de 5% a 15% do valor da obra. No comércio de material de construção e em ramos afins (tintas, vidros, aço, móveis para auditórios etc), os compradores são aquinhoados com “descontos” ou com “agrados” depositados em conta-corrente ou em contas-laranjas…
Entramos agora no amplo universo das “consultorias” dos grandes negócios, cujas comissões variam tanto que adquiriram nomenclatura específica: “bola”, “graxa”, “propina”. Quem opera nesse mercado se identifica como “consultor”, nunca como “laranja” ou “lobista”.
Rico é o mundo dos engenheiros de obras públicas e vasto é o vocabulário desse mundo em que o essencial é invisível aos olhos. A linguagem do mundo dos negócios PP (público-privados) lembra o palavrório dos serviços de telemarketing, que prometem benefícios e vantagens que não serão cumpridos.
A maioria das pessoas está acostumada a viver nesse mundo de falsificação e mentiras, sujeitando-se a pagar o preço da convivência com a falcatrua, tal é a força do “objeto misterioso”.
Em grande número de situações, não há saída senão submeter-se. É o que acontece quando vem o guardador de carros e diz: “Pode deixar, Doutor, eu tomo conta”. A gente deixa, mesmo tendo consciência de que a desigualdade de renda entre um guardador e um proprietário de carro torna impossível um relacionamento confiável entre ambos.
É assim que bacanas e pés-de-chinelo realimentam, em diversos níveis e em todos setores, a cordialidade fajuta que mascara desde as relações sociais até as transações no mundo dos negócios.
Quem nos salvará de tanta hipocrisia? O juiz Sérgio Moro? O ex-ministro Joaquim Barbosa? O bispo Edir Macedo? Ou será que estamos condenados a conviver para sempre com a picaretagem e a falência ética?
Talvez seja ingenuidade esperar que o Judiciário ponha as coisas nos devidos lugares, mas nunca os brasileiros precisaram tanto de reflexões maduras e sentenças equilibradas sobre o ético e o lícito num meio cujo denominador comum é, de alto a baixo, o dinheiro.
Se em todo negócio há um percentual para remunerar ou gratificar o(s) agente(s) intermediário(s), a solução não seria tornar todos os contratos obrigatoriamente transparentes? Tudo indica que não há outro caminho.
LEMBRETE DE OCASIÃO
“Não se pode receber da verdade mais do que nela se investiu”
Milorad Pavitch, escritor sérvio (1929-2009)
-
Imposto sobre grandes fortunas pode render 10 bilhões
O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) atacou o ajuste fiscal do Governo Dilma como um ‘pacote de maldades’ do Governo Dilma Rousseff, baseado em duas Medidas Provisórias— 664 e 665 —, que reduzem os benefícios de trabalhadores e aposentados e restringe o acesso ao seguro-desemprego.
Randolfe, em discurso na tribuna do Senado Federal nesta quinta, propôs que o Governo Federal apoie a regulamentação do Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF), que segundo ele “atenderia mais da metade dos R$ 20 bilhões que o Governo pretende arrecadar com o seu infeliz Pacote de Ajuste Fiscal”.
O senador do PSOL citou um relatório de 2014 do banco Credit Suisse, com sede em Zurique, na Suíça, listando cerca de 1.900 pessoas com um patrimônio líquido superior a US$ 50 milhões (cerca de R$ 130 milhões), que poderiam ser alcançadas pelo Fisco brasileiro para “dar um quinhão maior de contribuição no combate à desigualdade de renda no País”.
Randolfe Rodrigues destacou, em seu discurso, que cerca de 10 mil famílias no Brasil se enquadram na moldura das grandes fortunas. “Nesse universo privilegiado, metade — ou 5 mil famílias — teria um patrimônio somado equivalente a 40% do PIB brasileiro, a sétima maior economia do mundo, que representa uma riqueza de US$ 2,24 trilhões”, destacou Randolfe.
Nessa conta, lembrou o senador do PSOL, cerca de US$ 900 bilhões estariam concentrados nas mãos das 5 mil famílias mais ricas do País. O Imposto sobre Grandes Fortunas foi aprovado pela Constituição de 1988 (Artigo 153, Inciso VII), mas até hoje não foi regulamentado: “Passaram-se mais de 26 anos e o Brasil ainda não estabeleceu as regras que tornariam viável este imposto ainda intocado pelo Fisco”, reclamou Randolfe.
O senador do PSOL lembrou que “reduzir direitos sociais, aumentar tarifas e preços públicos vai na contramão não só do que defendeu a presidente Dilma Rousseff na campanha eleitoral, mas também do que quer, deseja e merece o povo brasileiro”. E fez um alerta: “O povo que foi às ruas em 2013 e em 2014, com certeza, retomará as ruas em 2015 por mais e melhores direitos. A sociedade não aceita mais pagar, com os impostos mais caros do mundo, uma estrutura política apodrecida que frauda e corrói seus direitos mais elementares”. (Da assessoria)
-
Sartori e o perigo dos cortes indiscriminados
O governador Ivo Sartori está caindo na armadilha que engole governadores, principalmente os do PMDB, no Rio Grande do Sul.
Essa contenção de gastos, indiscriminada, leva a casos como esse de cortar o serviço de emergências no litoral durante o veraneio, com milhares de turistas e serviços de atendimento deficientes nas praias.
Foi preciso que um menino, de uma familia de turistas argentinos, caísse da sacada para que se percebesse o absurdo. Muito mais vai surgir, esperemos que não à custa de vidas.
O rigor nas despesas é indispensável, mas o corte indiscriminado não significa rigor, significa falta de clareza, que leva à falta de critério.
O histórico dos governos estaduais que sucessivamente fracassam há mais de quatro décadas no RS,(desde que voltou o voto direto), mostra que essa tecla da “austeridade” a qualquer custo é o caminho mais curto para a derrota na próxima eleição.
Deteriora os serviços, desorganiza a gestão, desestimula os servidores públicos… E a economia que proporciona não chega a ser significativa diante do rombo acumulado.
De todos os oito governadores que passaram nesse período, talvez com a possível exceção de Antonio Britto, o ex- governador Tarso Genro foi o único que tentou outro caminho, mais ousado.
Em vez de dar prioridade aos cortes, empenhou seus melhores esforços em buscar recursos para retomar os investimentos e destravar setores estratégicos do Estado, numa perspectiva de mais longo prazo.
Ele perdeu a eleição, por muitas razões. Mas sua estratégia tinha coerência com a necessidade essencial do Estado, que é ter um projeto de desenvolvimento de longo prazo, inserido num projeto nacional.
Esse é o único caminho consistente para superar, inclusive, o desequilíbrio crônico das contas públicas estaduais.
Se olhar com atenção e sem preconceito para o governo anterior, o governador Sartori poderá encontrar inspiração para sair dessa armadilha do “equilíbrio a qualquer preço”, que onera ainda mais o contribuinte e pouco contribui para o verdadeiro equilíbrio.
Continuidade é a palavra que o governador deveria incorporar imediatamente ao seu vocabulário. Até para ter legitimidade para pedir para continuar em 2018.
.
-
Agert promete apoio a Sartori

O governador José Ivo Sartori e o secretário da Coordenação de Comunicação, Cleber Benvegnú, receberam a direção da Associação Gaúcha de Emissoras de Rádio e Televisão (Agert), no final da tarde desta segunda-feira (9), no Palácio Piratini.
Na reunião, Sartori enfatizou que quer manter uma relação qualificada com o segmento, pautada pelo diálogo. “De peito aberto, estamos prontos para dialogar, pois consideramos esse o caminho para superar desafios e avançar”.
Além da saudação ao governador, três iniciativas fizeram parte da agenda: a entrega do Relatório Social da entidade, a oportunidade de realizar uma rede de comunicação com a população através dos veículos do interior, na segunda quinzena de maio, e por fim, convidar Sartori para participar da abertura do Congresso da Agert, em 27 de outubro desse ano, em Canela, na Serra. O evento ocorre a cada dois anos.
“Estamos aqui para confirmar que a nossa Associação é sua parceira e que estamos ao seu lado”, disse o presidente Roberto Cervo Melão ao final do encontro. -
Globo manda cortar citação a FHC na Lava Jato
O e-mail da diretora da Central Globo de Jornalismo, Silvia Faria, a todos os chefes de núcleo, mandando aliviar o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso no noticiário da Operação Lava Jato é a peça mais quente do dia.
A ordem, que manda tirar FHC dos vídeos sobre o escândalo da Petrobrás, foi reproduzida no blog do Luiz Nassif:
“Assunto: Tirar trecho que menciona FHC nos VTs sobre Lava a Jato
Atenção para a orientação
Sergio e Mazza: revisem os vts com atenção! Não vamos deixar ir ao ar nenhum com citação ao Fernando Henrique”.
O recado se deveu ao fato da reportagem ter procurado FHC para repercutir as declarações de Pedro Barusco – de que recebia propinas antes do governo Lula.
Reproduzido em todos os blogs independentes, o assunto até agora mereceu o silêncio da Globo e seus aliados
Silvia Faria, está no cargo desde 2012. Além de coordenar a cobertura das equipes de jornalismo nas cinco sedes da Globo (Rio, São Paulo, Recife, Brasília e Belo Horizonte), Silvia acompanha as coberturas jornalísticas das 117 emissoras afiliadas.

PRATA DA CASA
Um perfil da diretora, extraído do site da Central Globo de Jornalismo:
Silvia Correa de Faria nasceu em Astolfo Dutra, Minas Gerais. Filha do funcionário público Waldemiro Correa de Faria e da dona de casa Marília de Dirceu Oliveira Faria, formou-se em jornalismo pela Universidade de Brasília e fez MBA em gestão empresarial na Fundação Dom Cabral.
Começou a trabalhar, como estagiária, no Jornal de Brasília em 1978, enquanto cursava a universidade. Seu primeiro emprego foi na Folha de S. Paulo, na qual permaneceu entre 1980 e 1986. A partir de 1987, trabalhou na sucursal brasiliense do jornal O Globo, primeiro como repórter, depois como coordenadora de Economia e chefe de redação. Naquele ano, cobriu o pedido de moratória da dívida externa brasileira e o Plano Bresser, tentativa do governo Sarney de controlar a inflação.
Em 1989, a jornalista voltou a cobrir um plano econômico do governo, o Plano Verão, traçado pelo economista Maílson da Nóbrega. Sobre as dificuldades do exercício do trabalho jornalístico em Brasília, onde as relações entre público e privado nem sempre ficam claras, Silvia é enfática ao se reportar à experiência no jornal O Globo no início da sua carreira:“A minha escola, por eu ter trabalhado no Globo desde muito nova, sempre fui assim: eu sou rigorosamente exigente nesse aspecto. Ac
ho que o jornalista tem que ser jornalista, não dá para ser outra coisa, não tem como servir a dois senhores, se perder nessa orientação. Você tem que ser isento, você tem que viver do seu trabalho, saber o que pode fazer no seu trabalho para que você possa ser respeitado. Ser uma pessoa criteriosa, isenta, imparcial. Sabe, essa escola Globo, ela introduziu essa cultura.”
Silvia Faria recebeu o Prêmio Imprensa Embratel em 1991 por sua reportagem, publicada no jornal O Estado de S. Paulo, sobre o uso irregular de estatais para financiar governos estaduais. Em 1993, teve uma rápida passagem pela Folha de S. Paulo, como coordenadora de Economia. No ano seguinte, voltou para o jornal O Globo.
Em 1997, tornou-se coordenadora de Comunicação do Banco Central do Brasil, cargo em que permaneceu por dois anos, quando foi contratada pelo Estado de S. Paulo para dirigir a sucursal do jornal em Brasília. Em 2001, ainda na capital federal, transferiu-se para a revista Época, como diretora de redação. Em outubro do mesmo ano, Silvia Faria assumiu a chefia de redação da Rede Globo em Brasília. Três anos depois, foi promovida à diretoria de jornalismo da sucursal.
A partir de dezembro de 2011, além de fazer a supervisão dos telejornais de rede, a jornalista ficou responsável pelo controle editorial dos noticiários locais de Brasília, Belo Horizonte e Recife; assim como dos programas Globo Repórter, Profissão Repórter e Globo Mar. Já no mês seguinte, passou a ocupar o cargo de diretora executiva da Central Globo de Jornalismo da Rede Globo, coordenando coberturas importantes, como a da CPI do Mensalão e o julgamento dos acusados pelo STF.
Com a sucessão de Octávio Florisbal por Carlos Henrique Schroder na direção-geral da Rede Globo, Silvia Faria assumiu, em setembro de 2012, a direção da Central Globo de Jornalismo, no lugar de Ali Kamel. -
122 mil disputam 47 vagas na Petrobras
Provas para 47 vagas e formação de cadastro serão realizadas no dia 8 de março
O processo seletivo da Petrobras Distribuidora, visando ao preenchimento de 47 vagas, em cargos de nível médio e superior, e formação de cadastro de reserva, teve um total de 122.750 inscritos, uma média de 2.161 candidatos por vaga.As carreiras de nível superior são Administração, Ciências Contábeis, Comunicação (Relações Públicas), Direito, Ênfase em Automação, Ênfase em Vendas a Grandes Consumidores, Ênfase em Vendas a Rede Automotiva, Engenharia (Ambiental, Elétrica, Mecânica, Produção e Segurança do trabalho), Psicologia e Serviço Social. Para esses cargos, a remuneração mínima é de R$ 8.866,74.
Para os cargos de nível médio serão selecionados Técnicos de Administração e Controle Júnior, com remuneração mínima de R$ 3.095,97; já para cargos de nível médio com formação técnica, as carreiras são Técnico de Manutenção Júnior (ênfase em Elétrica e ênfase em Mecânica), Técnico de Operação Júnior e Técnico de Química Júnior, com remuneração mínima de R$ 3.730,66.As provas serão realizadas no dia 8 de março e a divulgação do resultado final será feita em 12 de maio de 2015. O processo seletivo terá validade de 12 meses, podendo ser prorrogado por igual período. A lista com o quantitativo de inscritos por cargo e polo de trabalho está disponível no Portal BR (www.br.com.br/rh) e no site da Fundação Cesgranrio (www.cesgranrio.org.br).
Gerência de Imprensa/Comunicação Institucional
Telefone: 55 (21) 3224-1306 e 3224-2312
Plantão: 55 (21) 99921-1048 e 99985-9623
Fax: 55 (21) 3224-3251
imprensa@petrobras.com.br -
Crise da água revela colapso da gestão ambiental
Geraldo Hasse
Por mais que os técnicos avisem, os políticos não têm conhecimento nem coragem para atacar o problema do abastecimento d’água
Se fosse prefeito, V. decretaria o racionamento da água? Não precisa responder.
Um diretor da Sabesp matou a charada ao afirmar que “não se pode racionar o que não existe”.
Sim, os 20 milhões de habitantes da megalópole paulista estão na bica do suicídio hídrico, mas é preciso não esquecer que o problema afeta intermitentemente outros 30 milhões de brasileiros.
A falta d’água na cidade mais populosa e rica do país sintetiza o drama da insustentabilidade da exploração dos recursos naturais.
Está ficando claro como água: a crise hídrica, que tem desdobramentos graves no setor energético, é um assunto sério demais para ficar na mão dos políticos.
Enquanto estes não têm conhecimento nem coragem para encarar o problema, os técnicos não possuem poder para atacá-lo a curto ou médio prazo, só atuando no longo prazo mediante a apresentação de dados sobre pluviometria, desmatamentos, exploração dos aquíferos e as famosas mudanças climáticas, que muitos políticos desdenham e até alguns cientistas menosprezam.
Por menos que se possa provar a relação entre as mudanças climáticas e a falta d’água, todos os tópicos mencionados no final do parágrafo anterior estão interligados e fazem parte do rol de temas subjacentes à crise ambiental discutida nos últimos 40 anos e que mais recentemente passou a ser debatida sob novo nome – a questão da sustentabilidade da exploração dos recursos naturais da Terra.
Só que os debates não se transformam em medidas, pois prevalecem os interesses econômicos, como ficou notório no caso da Sabesp, cuja privatização parcial levou a empresa a zelar mais pela lucratividade do que pelo abastecimento.
Não é esse o único exemplo de subversão do interesse público pelo enfoque privatista. No caso de uma mercadoria fundamental como a água, trata-se de um crime perfeitamente denunciável pelo Ministério Público ou, na omissão deste, pelos cidadãos lesados nos seus direitos.
Na realidade, o recurso à Justiça já começou e tende a se intensificar pois são cada vez maiores as áreas sujeitas a estiagens, secas e problemas climáticos. No Brasil o problema era restrito ao Semi Árido nordestino, onde a seca virou um flagelo intermitente. Agora ela aparece no Sudeste, no Pantanal, no Cerrado e até no Pampa. No mundo nem se fala: da Califórnia à Austrália, ninguém sabe o que fazer quando chega o verão e os bombeiros já não dão conta das emergências.
Está se confirmando cada vez mais a previsão de aumento da temperatura na superfície terrestre. É só 1,5 graus C em média, dizem os partidários do “laissez faire” na economia, esquecendo que esse número representa um acréscimo de 7,5% sobre a temperatura média anual em regiões de clima temperado. O suficiente para alterar o regime da Natureza em vários aspectos, a começar pelas chuvas.
Como acontece em São Paulo e em outras regiões de Mata Atlântica, a escassez de água em alguns pontos mais densamente povoados – e, portanto, mais radicalmente explorados, do ponto de vista ambiental – tem a ver com o desmatamento praticado nos últimos séculos. As cabeceiras dos rios do planalto paulista foram totalmente devastadas. Algo semelhante aconteceu nas zonas litorâneas dos territórios fluminense, capixaba, mineiro e baiano, onde foram implantadas vastas monoculturas arbóreas que, além de comprometer seriamente a biodiversidade, não cumprem o papel hidrológico exercido pelas florestas naturais.
É elementar que a vegetação nativa condensa umidade nas copas e raízes, protegendo os lençóis subterrâneos e recarregando as reservas hídricas. Como lembra o professor Ciro Correia, da Geologia da USP, a recarga dos aquíferos subterrâneos não se faz na mesma velocidade da demanda por água para consumo humano, animal, agrícola e industrial. Aí está o X do problema: agrava-se a defasagem consumo x recarga de água.
De uma forma simplificada, se pode dizer que está havendo uma ruptura do circuito natural de realimentação das reservas hídricas. Com as mudanças climáticas alterando drasticamente o regime das chuvas, o problema se acentuou. Onde vai parar, não se sabe, mas sua gravidade está sendo escamoteada por grande parte dos meios convencionais de comunicação.
Em compensação, nas redes sociais e nos blogs, espalha-se a denúncia de que os paulistanos mais abonados estão buscando uma saída na perfuração de poços artesianos em profundidades variáveis de 10 a 1000 metros. A busca de saídas individuais vai agravar o problema coletivo. O que vai sobrar para os pobres? Pela lógica da História, chafurdar na água suja.
LEMBRETE DE OCASIÃO
Um lobo e um cordeiro bebiam água no mesmo ribeirão. Eis que o lobo interpela o cordeirinho:
“Você está sujando a água que eu bebo”.
O cordeiro responde prontamente: “Impossível, Senhor Lobo, eu estou bebendo água abaixo de onde se encontra Vossa Senhoria”.
“Isso não importa!”, diz o lobo, pulando sobre o animalzinho indefeso.
(Resumo da fábula de Esopo) -
Assis Hoffmann, o fotógrafo dentro da cena
Assis Hoffmann tinha 17 anos e era auxiliar do fotógrafo da sucursal do jornal Última Hora, em Caxias do Sul.
Um dia o fotógrafo saiu mais cedo, coube ao auxiliar empunhar a velha rollei, quase do tamanho de um paralelepípedo, para cobrir um evento político no cinema principal da cidade.
Era uma palestra do líder comunista Luiz Carlos Prestes. Deveria ser um comício, mas a polícia, temendo conflito, restringira o evento a recinto fechado.
Mesmo assim, quebrou o pau logo no início: grupos anticomunistas açulados por padres católicos invadiram o cinema e atacaram os integrantes da mesa na hora em que Prestes começava a falar.
Assis Hoffmann estava chegando com sua rollei quando a pancadaria começou.
Ao contrário da maioria, inclusive os jornalistas, que procuravam se afastar do conflito, o novato se meteu no meio, onde rolavam socos, pontapés, cadeiradas. Até uma faca ele flagrou na mão de um padre.
A sequencia de fotos que cobriu a capa da Última Hora no dia seguinte marcou a entrada de Assis Hoffmann no aguerrido time de repórteres-fotográficos da UH, que na época revolucionava o pasmacento jornalismo em Porto Alegre.
Ali naquelas fotos de principiante já estava o seu DNA profissional – fotógrafo dentro da cena, em cima do fato.
Era o ano de 1959, era o início das agitações que culminariam em 1964, um tempo do qual Assis Hoffmann se tornaria um testemunho indispensável – as cenas da Legalidade, a visita de Lacerda a Porto Alegre às vésperas do golpe _ quando ele, fotografando no meio da pancadaria, atraiu a ira dos homens do Choque e acabou estendido no chão, desmaiado, com a rollei pendurada no pescoço.
O desembarque de Goulart em Porto Alegre na madrugada de 2 de abril de 1964. O governo ruindo. Jango na pista do aeroporto, tenso, fumando, com sua perna claudicante, é a imagem acabada de um presidente acuado.
O flagrante do delegado Luiz Fleury, em 1971, no auge do terror da ditadura, do qual ele era a face até então oculta. “Fleury!”, ele gritou quando viu o delegado já entrando no setor de embarque do aeroporto Salgado Filho. Fleury se virou e ele disparou a rollei. “Seu filho da puta…”, o delegado queria esganá-lo.
“Me dá esse filme”. Enquanto a máquina rebobina, ele pega um filme virgem no bolso. Abre a máquina, faz que retira o filme e entrega o outro,virgem, para o delegado que corre para o embarque. A foto, publicada na Veja, é uma das poucas que existem de Fleury nesse período.
Recupero de memória esses episódios que envolvem Assis Hoffmann. São coisas que ouvi dele, outras que presenciei nas muitas vezes em que trabalhamos juntos. E que me ocorrem no momento em que fico sabendo de sua morte.
Para Assis Hoffmann não importava o jornal ou a revista para o qual estava trabalhando. Seu alvo era sempre o mesmo: a foto, aquela que continha a síntese da notícia.
Pela seriedade, pelo rigor, pelo senso de responsabilidade com que desempenhava suas tarefas, ele se tornou um líder. O fotógrafo de jornal era até então uma categoria subalterna, desmerecida, o retratista.
Assis via na frente, a imagem como testemunho, a fotografia como notícia, o fotógrafo como um profissional do jornalismo. Não por acaso, das equipes que formou, saíram alguns dos maiores fotógrafos do jornalismo brasileiro.
