A Petrobras é a empresa que opera o maior número de plataformas flutuantes de produção (entre próprias e afretadas) no mundo, segundo a consultoria Petrodata, especializada em informações sobre a indústria mundial de petróleo.
De acordo com os últimos dados da companhia, em dezembro de 2014 ela operava 110 unidades de produção offshore na costa brasileira.
Desse total, 45 são plataformas flutuantes – das quais 29 do tipo FPSO (unidade que produz, armazena e transfere petróleo), 15 semissubmersíveis, e uma unidade de produção que difere dos FPSOs por não armazenar petróleo: a P-53.
Além dessas 45 flutuantes, a companhia opera, ainda, quatro plataformas do tipo FSO, que apenas armazenam e transferem petróleo.
A produção operada pela Petrobras em plataformas flutuantes na costa brasileira em dezembro de 2014 atingiu a média de 2 milhões de barris de petróleo por dia (bpd) – o que corresponde a 88% do volume total de óleo produzido no país – e 51 milhões de m³ de gás por dia, que representam 57% da produção de gás nacional.
Esses volumes não incluem a parcela da Petrobras produzida pelos FPSOs Frade e Fluminense, instalados nos campos de Frade e Bijupirá-Salema, na Bacia de Campos, cujos operadores são, respectivamente, a Chevron e a Shell, com participação minoritária da Petrobras.
Primeiros sistemas offshore
Com a descoberta das jazidas de petróleo em águas rasas, na plataforma continental, nos anos 1960, as primeiras unidades de produção instaladas pela empresa no mar foram as plataformas fixas, cravadas no leito marinho, primeiro no Nordeste brasileiro e posteriormente na costa do Sudeste.
Com o avanço da exploração para águas profundas, na Bacia de Campos, na primeira metade dos anos 80, a alternativa da empresa para colocar em produção os novos campos foram as plataformas semissubmersíveis e os FPSOs.
Uma das maiores vantagens dos FPSOs é que eles dispensam a instalação de infraestrutura de escoamento de óleo, já que são equipados com sistemas de armazenagem e a transferência do petróleo produzido para a costa é feita por navios aliviadores.
Além disso, como podem ser construídos a partir da conversão de um casco de navio preexistente, permitem que se ponha um campo em produção mais rapidamente, antecipando receita.
Pioneirismo dos FPSOs
O avanço da exploração para águas profundas, em plena crise do petróleo, exigia uma solução rápida e economicamente viável para colocar em produção os campos como Marlim e Albacora, os primeiros localizados a profundidades superiores a 500 metros.
Nesse horizonte de profundidade era tecnicamente inviável instalar plataformas fixas, cravadas no leito marinho.
Assim, em meio a uma crise aguda de oferta de petróleo, que exigia que os campos recém-descobertos fossem colocados rapidamente em produção, a solução foi converter navios petroleiros de grande porte, com a instalação de módulos de processamento no convés, transformando-os em unidades de produção.
Com experiência de mais de 30 anos na utilização desse tipo de plataforma, a Petrobras é, também, a empresa que opera o maior número de FPSOs no mundo.
A experiência pioneira nesse campo foi a conversão de um petroleiro em um navio-plataforma, em 1977.
Foi a solução encontrada para antecipar a produção do campo de Garoupa, em águas rasas, na Bacia de Campos, com a conversão do petroleiro Presidente Prudente de Moraes. O resultado foi uma significativa economia de tempo e de recursos.
Foi, também, a primeira vez que a Petrobras utilizou o conceito de FPSO, adaptado ao cenário de águas profundas brasileiro.
Com os bons resultados da experiência, a companhia passaria a investir cada vez mais na conversão de navios petroleiros existentes em sistemas definitivos de produção.
Os novos navios-plataforma eram a melhor estratégia para uma empresa cuja maior parte da produção passaria a ser em águas profundas e ultraprofundas.
Hoje, quase todo petróleo produzido pela empresa (cerca de 90%) vem do mar, tanto em águas rasas quanto profundas e ultraprofundas, pelos diversos tipos de unidades de produção.
Tecnologias inovadoras
Apoiada numa vasta rede de inovação integrada por instituições de pesquisas de todo o país a Petrobras daria, então, uma sólida contribuição tecnológica para as modernas plataformas.
O desenvolvimento de tecnologias inovadoras pelo seu Centro de Pesquisas (Cenpes) consagraria os FPSOs como uma das soluções mais adequadas para campos distantes da costa e em águas profundas e ultraprofundas.
Soluções inovadoras, como os cabos de poliéster e a âncora-torpedo, concebidos por técnicos brasileiros, aperfeiçoaram os sistemas de ancoragem e viabilizaram melhor distribuição dos sistemas submarinos, assim como a instalação de maior número de plataformas numa mesma área.
Com a descoberta dos campos do pré-sal, na Bacia de Santos, nos anos 2000, localizados a mais de 250 quilômetros da costa e em profundidades d’água acima de 2 mil metros, os FPSOs representam naturalmente a melhor solução técnico-econômica.
Essa província já concentra, atualmente, sete FPSOs, incluindo duas unidades que operam os Testes de Longa Duração (TLDs). (Da Assessoria de Imprensa)
Categoria: Geral
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Petrobras destaca avanço da produção em plataformas flutuantes
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Ex-conselheiro diz que Dilma "capitulou"
O economista Luiz Gonzaga Belluzzo foi interlocutor importante da presidente Dilma no primeiro mandato. Foi um dos primeiros a assinar a lista de personalidades pró Dilma na campanha eleitoral.
Mas agora Belluzzo está com um pé atrás. Entrevista dele publicada no Valor desta sexta-feira revela que ele não está de acordo com as medidas tomadas por Dilma na área econômica neste início de segundo mandato.
Ele disse ao Valor, ele afirma que presidente Dilma Rousseff capitulou diante das pressões do mercado e que a política de ajustes é um ‘desatino’.
O economista critica o discurso da nova equipe econômica e enxerga pela frente período de recessão, pela redução da capacidade de empréstimos do BNDES: “Como diz o Keynes, o liberalismo adentrou o quarto das crianças”.
Segundo ele, é preciso abrir com uma política que favoreça a aquisição de insumo e de peças e componentes, mas dê estímulo à exportação ou à produção doméstica – e a taxa de câmbio pode fazer isso. “Quem foi cúmplice de uma valorização cambial prolongada e danosa não pode deixar de considerar os equívocos que cometeu”. -
Lava jato 2, a campanha
O Brasil só será uma democracia no dia em que um procurador não possa vir a público acusar alguém com base em “fortes indícios”.
Ainda mais quando se tratar de uma instituição nacional com grande alcance econômica e social no país.
Dizer que a corrupção continuou em 2014 na Petrobras com base em “forte indícios”?.
É claro que tem que investigar a fundo. Investigar, não divulgar conjeturas, para obter manchetes.
A crise da Petrobrás já tem reflexos negativos em todas as regiões brasileiras. É uma irresponsabilidade agravá-la com base em “fortes indicios”.
E se os “fortes indícios” não se confirmarem? Podem não se confirmar, pois indícios, por mais fortes que sejam, não são verdade, fato.
Não seria simples e correto investigar primeiro, comprovar depois divulgar?. Quanto tempo levaria? Um mês, dois, três? O que se perderia com isso?
Essa pressa na divulgação de informações incompleta só se justifica numa campanha, que não pode parar.
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Agenda Lírica divulga programação
Atividades Promovidas pela Agenda Lírica, da Associação Gaúcho de Cultura Musical:
Apresentação do programa Sexta Lírica na RÁDIO DA UNIVERSIDADE AM 1080, nas sextas-feiras às 20h30min. Ouça ao vivo pela Internet www.ufrgs.br/radio.
Coordenação dos SARAUS LÍRICOS, na primeira quinta-feira de cada mês, às 18h30min, no MUSEU DE HISTÓRIA DA MEDICINA (Av. Independência 270).
Coordenação das CORTINAS LÍRICAS, na terceira quinta-feira do mês, às 19h30min, na Sociedade Italiana do Rio Grande do Sul (Rua João Telles 317).
Eventos
14/JAN/2015 (quarta) 12h30min FOYER DO THEATRO SÃO PEDRO Praça da Matriz
Entrada franca
MUSICAL ÉVORA
QUINTETO PORTO ALEGRE
ELIESER F VIEIRA Trompete TIAGO LINCK Trompete ISRAEL OLIVEIRA Trompa
JOSÉ M VIEIRA Trombone WILTHON MATOS Tuba
21/JAN/2015 (quarta) 12h30min FOYER DO THEATRO SÃO PEDRO Praça da Matriz
Entrada franca
MUSICAL ÉVORA
LUIZ CARDOSO Violão e SINFONIA GAÚCHA:
DOUGLAS MENDES Violino FLEDI SOUTO Acordeão JULIANO CARDOSO Violão
21/JAN/2015 (quarta) às 18h30min PINACOTECA RUBEN BERTA Duque de Caxias 973
Entrada franca
CLÁSSICOS NA PINACOTECA
MARCEL ESTIVALET Violonista LEANDRO FABER Pianista
Obras de Mario Castelnuovo-Tedesco e Leo Brower
21/JAN/2015 (quarta) 20h30min StudioClio José do Patrocínio 698
Ingresso R$ 30,00 e R$ 60,00 www.studioclio.com.br F: (51) 3254-7200
SÉRIE MASTER DE CONCERTOS STUDIOCLIO
Chopin no século XX”
MICHAL SZYMANOWSKI (Polônia) Pianista
Obras de Chopin, Rachmaninoff, Debussy, K.Szymanowski, A.Scriabin e R.Maciejewski.
22/23/JAN/2015 (qui/sex) 21h StudioClio José do Patrocínio 698
Ingresso R$ 120,00 e R$ 150,00 www.studioclio.com.br F: (51) 3254-7200
RECITAL
YAMANDU COSTA Violonista
28/JAN/2015 (quarta) 12h30min FOYER DO THEATRO SÃO PEDRO Praça da Matriz
Entrada franca
MUSICAL ÉVORA
DUO CANTO E VIOLÃO
DEISI COCCARO Soprano FERNANDO MATTOS Violão decacorde
Eventos
18/JAN/2015 (domingo) às 20h30min THEATRO GUARANY PELOTAS/RS
5º FESTIVAL INTERNACIONAL SESC DE MÚSICA
ORQUESTRA DE CÂMARA THEATRO SÃO PEDRO
YAMANDU COSTA Violonista
Regência de ANTONIO BORGES-CUNHA
19/JAN/2015 (segunda) às 20h30min THEATRO GUARANY PELOTAS/RS
5º FESTIVAL INTERNACIONAL SESC DE MÚSICA
CUARTETO 4 MIL (Argentina)
20/JAN/2015 (terça) às 20h30min THEATRO GUARANY PELOTAS/RS
5º FESTIVAL INTERNACIONAL SESC DE MÚSICA
Ópera ORFEU, de Claudio Monteverdi
Produção dos alunos e professores do Instituto de Artes da UFRGS
Regência de DIEGO BIASIBETTI
21/JAN/2015 (quarta) às 20h30min THEATRO GUARANY PELOTAS/RS
5º FESTIVAL INTERNACIONAL SESC DE MÚSICA
QUINTETO PORTO ALEGRE
22/JAN/2015 (quinta) às 20h30min THEATRO GUARANY PELOTAS/RS
5º FESTIVAL INTERNACIONAL SESC DE MÚSICA
CIA DE DANÇA MUOVERE e ORQUESTRA RESIDENTE
23/JAN/2015 (sexta) às 20h30min THEATRO GUARANY PELOTAS/RS
5º FESTIVAL INTERNACIONAL SESC DE MÚSICA
NÚCLEO DE METAIS/BANDA SINFÔNICA ACADÊMICA
24/JAN/2015 (sábado) às 20h30min PRAIA DO LARANJAL PELOTAS/RS
5º FESTIVAL INTERNACIONAL SESC DE MÚSICA
ORQUESTRA UNISINOS ANCHIETA e RENATO BORGHETTI
25/JAN/2015 (domingo) às 20h30min THEATRO GUARANY PELOTAS/RS
5º FESTIVAL INTERNACIONAL SESC DE MÚSICA
ORQUESTRA ACADÊMICA
26/JAN/2015 (segunda) às 20h30min THEATRO GUARANY PELOTAS/RS
5º FESTIVAL INTERNACIONAL SESC DE MÚSICA
NÚCLEO DE CORDAS E VIOLÕES/NÚCLEO DE MADEIRAS
27/JAN/2015 (terça) às 20h30min THEATRO GUARANY PELOTAS/RS
5º FESTIVAL INTERNACIONAL SESC DE MÚSICA
ORQUESTRA RESIDENTE
Solistas: HORÁCIO SCHEFER (RS) e EMMANUELE BALDINI (Itália)
Regência de EMMANUELE BALDINI
28/JAN/2015 (quarta) às 20h30min THEATRO GUARANY PELOTAS/RS
5º FESTIVAL INTERNACIONAL SESC DE MÚSICA
NÚCLEO DE PERCUSSÃO/NÚCLEO DE METAIS
Música na Mídia
16/JAN/2015 (sexta) 20h30 RÁDIO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RS AM 1080
www.ufrgs.br/radio
SEXTA LÍRICA – AS GRANDES VOZES DA ÓPERA
Pilar Lorengar Francisco Kraus Ana Maria Martinez
Alfredo Kraus Sonya Yoncheva/Rolando Villazon Jose Carreras
Produção e Apresentação de AURY HILARIO
18/JAN/2015 (domingo) às 15h RÁDIO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RS AM 1080
www.ufrgs.br/radio
UMA ÓPERA POR SEMANA
A ITALIANA NA ARGÉLIA, de Gioacchino Rossini
Lucia Valentini Terrani (Mez) Francisco Araiza (Ten) Wladimiro Ganzarolli (Bai)
Coro da Rádio Ocidental Alemã de Colônia
Cappella Coloniensis
Regência de Gabriele Ferro
Gravação de 1979
Coordenação de PAULO BUSATO
18/JAN/2014 (domingo) às 22h RÁDIO FM CULTURA 107.7
www.fmcultura.com.br
A ÓPERA DA SEMANA
FALSTAFF, de Giuseppe Verdi
Mirella Freni (Sop) Fernando Corena (Bai) Luigi Alva (Ten)
Coro de Câmara da Holanda
Orquestra Real de Concertgebouw
Regência de Carlo Maria Giulini
Gravação de 1963
Produção de SOFIA DE CURTIS
Boletim da Ópera
O fim de ano é um período de muitos concertos, recitais e óperas por todo o mundo.
Nesta virada de ano, houve a encenação da opereta A Viúva Alegre no Metropolitan
Opera de Nova York, aconteceu a tradicional apresentação da Filarmônica de Viena,
com regência pela quinta vez de Zubin Mehta, a realização da opereta Die Csárdásfürstin,
em forma de concerto, na cidade de Dresden e o concerto de fim de ano do Teatro La
Fenice, em Veneza.
Abaixo, alguns vídeos destas apresentações.
Die Csardasfürstin, de Emmerich Kalman (Netrebko, J.D.Florez, Landschamer, Breslik).
http://www.youtube.com/watch?v=qzTqYn8fEn8
A Viúva Alegre, de Franz Léhar.
Filarmônica de Viena
http://www.youtube.com/watch?v=j-P46Gr4VvY
Teatro La Fenice – La Bohème, de Puccini (Matthew Polenzani e Maria Agresta).
http://www.youtube.com/watch?v=mUy-XiQrEfk
JOSEANE BÖHM
josebohm@bol.com.br
Notas
O maestro LINUS LERNER, que de 31 de janeiro a 08 de fevereiro estará no Estado durante
o GRAMADO IN CONCERT, está participando, como docente, no Festival de Ópera da cidade
de Oaxaca, no México.
Avisos
O 13º CONCURSO BRASILEIRO DE CANTO MARIA CALLAS, realização da
Cia Ópera São Paulo, está com suas inscrições abertas, encerrando em
31 de março. Podem se inscrever cantores brasileiros e latino-americanos
com até 40 anos de idade. Fone (11) 3467-0815.
info@ciaopera.com.br
NOSSOS TALENTOS
LUCIANA KIEFER Soprano
Giunse al fin il momento, ópera As Bodas de Fígaro, de Mozart
Florença, Itália, janeiro de 2011.
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Associação Gaúcha de Cultura Musical Crivellaro Escola de Música Clínica Carlos Gomes de Cirurgia Plástica
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Benvegnu promete gestão profissional na comunicação
(Da Assessoria)
O jornalista Cleber Benvegnú assumiu, nesta terça-feira (13) à tarde, o cargo de secretário de Comunicação do Governo do Estado.
O auditório da Secom, na Rua Riachuelo (Centro da Capital), onde foi realizada a solenidade, ficou lotado com a presença de secretários de Estado, jornalistas, publicitários, comunicadores, sindicalistas, colaboradores, servidores públicos e familiares.
Antes do seu pronunciamento, Benvegnú pediu um minuto de silêncio em reverência às vítimas do atentado ocorrido em Paris na semana passada.
Em sua fala, disse que assume a função comprometido com uma comunicação fundamentada em valores como respeito, liberdade e boa convivência.
Enfatizou também que pretende promover uma “gestão profissional, que divulgue ações e serviços essenciais para a população e, desta forma, aproxime o governo de todos os gaúchos”.
Formado em Jornalismo pela PUCRS, Benvegnú é também advogado e consultor político. Tem 37 anos e é natural do município de Casca.
Começou a trabalhar como redator aos 13 anos e passou por emissoras de rádio, televisão e redações de jornal e internet.
Atualmente, é sócio da Critério – Inteligência em Conteúdo, prestadora de serviços de assessoria estratégica e geração de conteúdo. Agora, a gestão da empresa fica sendo conduzida pelos sócios Soraia Hanna, Rafael Codonho e Tomás Adam. -
A Globo e o conto do "bolivarianismo"
Luiz Nassif, do GGN
Em 1962 a Globo associou-se ao grupo Time-Life, em um momento em que as redes norte-americanas tentavam se internacionalizar. Recebeu cerca de US$ 6 milhões, a dólares da época, e um know-how imbatível de operação.
Foi beneficiada por uma CPI conduzida por João Calmon, dos Diários Associados, que levou os gringos a venderem sua parte. O próprio Roberto Marinho adquiriu com financiamento do Banco Nacional autorizado por José Luiz de Magalhães Lins.
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Em 1980 as verbas publicitárias para a televisão já representavam 85% do total de tudo o que se anunciava no país. Sobravam 15% para a rapa. Desses 85%, a Globo ficava com 85%, contra 11% da TV Tupi e 4% das demais emissoras.
O modelo comercial e político, os pactos com o mercado publicitário, tudo foi tão bem sucedido que a Globo sempre conseguiu fatias de publicidade superiores aos seus índices de audiência.
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Em agosto passado, a Abert (Associação Brasileira de Empresas de Rádio e Televisão) estampava os indicadores favoráveis: no primeiro quadrimestre o meio TV recebeu 70% das verbas publicitárias. Cresceram também o rádio, a TV por assinatura e a mídia exterior.
Quem perdeu: Guias e Listas, com queda de 32%, Revista, que caiu 10,1% e Jornal, que caiu 6%.
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A Globo domina amplamente a TV aberta, tem presença forte na TV fechada, amplo predomínio no rádio, boa presença no mercado de revistas, um dos três jornais mais influentes do país e presença fortíssima na Internet.
A Abril se esvai em sangue. Há informações fidedignas na praça de que a família Civita conferiu mandato a dois bancos para vender a revista Veja. Há anos o Estadão busca um comprador. A Folha caminha para ser um braço da UOL – cujo modelo de negócio está cada vez mais focado em prestação de serviços tecnológicos. O Valor tenta se equilibrar com eventos e edições especiais, mas sua tiragem caiu abaixo dos 50 mil.
Todos esses grupos são vítimas dos novos tempos, sim, mas principalmente da Globo, cujo modelo monopolista atuou como um super aspirador das verbas do mercado.
Em tese, esses grupos seriam os maiores beneficiários de uma regulação econômica da mídia, assim como a imprensa regional e os novos jornais e sites na Internet. No entanto, as maiores resistências a essa regulação econômica partem justamente deles. Como se explica?
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Se vivo fosse e à frente da Folha, Otávio Frias certamente estaria comandando uma campanha pela regulação econômica da mídia. Já o filho comanda uma campanha contra… blogs. Os Mesquita estariam na mesma trincheira, como estiveram por ocasião do acordo da Globo com a Time-Life.
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A Globo conseguiu montar um clima de guerra, de luta contra o tal bolivarianismo, em que ela foi a grande vitoriosa. Invoca-se o fantasma de Hugo Chaves para interditar o debate sobre a regulação econômica da mídia.
Meses atrás, um dos interlocutores dos irmãos Marinho relatava sua preocupação com o enfraquecimento acelerado de seus parceiros. Abril, Estadão e Folha não apenas davam respaldo político à vocação monopolista da Globo, como eram os álibis para quem apontava concentração excessiva de mercado.
A trama conspiratória do bolivarianismo conseguiu iludir o eleitor, o leitor, o telespectador. E, no caso dos demais grupos, também o editor. -
Atentado em Paris: um outro olhar
JE NE SUIS CHARLIE
Por Lelê Teles
Charlie Hebdo? Um provocador obcecado contra o islã, um jornal decadente que perdia leitores a cada ano.
O que ele pretendia com isso?
Hebdo sabia quem e o quê queria provocar com sua obstinada insistência.
Stéphane Charbonier, o Charb, o diretor do Habdo, era judeu.
Isso parece não ter importância; claro, a ênfase é para o islã.
Como bem disse o Therry Meyssan, “o Charlie Hebdo s’était spécialisé dans des provocations anti-musulmanes et la plupart des musulmans de France en ont été directement ou indirectement victimes”.
O fundamentalismo islâmico, é sempre bom lembrar, é um produto do imperialismo ocidental.
Os Estados Unidos alimentaram sujeitos lunáticos, inescrupulosos e sedentos por poder para combater o grande satã, o comunismo.
Bin Laden nasceu daí, e disso todo mundo sabe.
Enquanto cresciam as milícias sanguinárias, protegidas por uma falsa camada religiosa, espancando estudantes, fuzilando professores laicos, colocando as mulheres “na linha”, o ocidente aplaudia.
É lá, é com eles, é o efeito colateral. Melhor que termos os comunistas sentados sobre as maiores reservas de petróleo e gás do mundo.
É bom frisar que os fundamentalistas, recuso-me a chamá-los de islâmicos, não fabricam armas e que as nações “santinhas” estão a encher as burras com todo esse terror.
Lembram das terríveis imagens de Gaddaffi, assassinado brutalmente por sicários ensandecidos? Limparam a área pra turma da toca ninja.
Hebdo, desculpem-me a franqueza, mas era um inocente útil.
Seu jornal, que tinha os maiores chargistas do mundo, não tinha leitor, porque sua leitura obstinada, fundamentalista, estava cansativa.
Ir contra o profeta Maomé era pedir briga, não com os muçulmanos, mas com os fanáticos.
Dizer que o crime em França atentava contra a liberdade de expressão é de um lugar comum risível.
O fundamento dos fundamentalistas é cercear a liberdade de expressão. E eles são contra a liberdade de expressão de todos aqueles que não pensam como eles, sobretudo muçulmanos.
Descobriram isso agora quando morreram não-muçulmanos?
Vi até o Laerte, o Laerte minha gente fina, falar agora em atentado contra a liberdade de expressão, como se essa liberdade fosse exclusiva de jornalistas.
Ô, Laerte, se tu for lá no Afeganistão, tu corre um sério risco de virar churrasco, e não é por causa de tuas charges, hein!
Ao gritarem Allah Akbar! (Alá foi vingado), satisfizeram um desejo oculto de Charlie, que até vaticinara o atentado.
Agora as trapalhadas, obsessivas, do jornal satírico farão com que a Europa se volte contra os muçulmanos, coitados, gente que professa sua fé em paz e em harmonia.
Os franceses já estão nas ruas a falarem em Libertè, a mesma França que impediu as garotas muçulmanas de usar véu nas escolas, a mesma França que insiste em intervenções colonialistas na Françáfrica (Mali, Costa do Marfim e República Centroafricana).
Para os muçulmanos, as charges Charlie Hebdo são apenas ofensas reprováveis e desrespeito, como o foi Je Vous Salue Marie para os cristãos.
Mas Hebdo sabia que provocava a ira dos sicários e parecia gostar disso.
Para os islamofóbicos aquilo era um prato cheio, mais cedo ou mais tarde, embora os muçulmanos convivessem com Hebdo, os fanáticos iriam agir, e o mundo faria crer que agiam em defesa de todos os muçulmanos. O que é uma fraude.
Doze franceses mortos? Sério que é isso que comove o mundo agora?
Os extremistas matam pessoas a todo momento, matam sobretudo muçulmanos.
Essa histeria comovida me lembra o 11 de setembro.
Não vi essa tristeza toda quando eles entraram no Mali abrindo fogo.
Quem foi que puxou o gatilho mesmo? (do 247)
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Jornal francês fez apelo aos leitores para se manter
Roberta Namour, correspondente do 247 em Paris:
– Mergulhado em uma crise financeira, o semanário Charlie Hebdo fez um apelo aos franceses com uma “vaquinha online” para salvar a publicação em novembro do ano passado.
Símbolo extremo da liberdade de expressão no país, o jornal não tinha leitores o suficiente para manter sua circulação.
Depois do covarde ataque terrorista ontem, que deixou 12 mortos e mais uma dezena de feridos, mais de 100 mil franceses foram às ruas em protesto.
Todos levantaram a bandeira do “Je suis Charlie”, em nome da democracia.
Mas não demorou até que as redes sociais estampassem o que grande parte da sociedade francesa pensava de Charlie Hebdo.
Para o francês ‘de base’, suas charges muitas vezes ultrapassavam o limite do aceitável e eram até consideradas uma agressão, uma forma de racismo.
A forma de censura dentro de casa era traduzida pelo baixo número de vendas. Nada, porém, justifica o fim trágico ocorrido na tarde de ontem, em Paris.
A polícia francesa iniciou esta quinta-feira (8), procurando dois suspeitos, dois irmãos, que teriam cometido o atentado contra o “Charlie Hebdo”.
Eles foram identificados como Said Kouachi, 34, Cherif Kouachi, 32.
Um terceiro suspeito, Hamyd Mourad, de 18 anos se entregou após ver seu nome circular nas redes sociais e afirma que é inocente.
Amigos dizem que, na hora do atentado, ele estava em aula.
Entre as vítimas –-mortas a tiros– estão o diretor da publicação, Stéphane Charbonnier, conhecido como Charb, e outros três cartunistas, entre eles o mitológico Wolinski, de 80 anos.
Foram mortos oito funcionários do jornal, um colaborador da publicação, um funcionário do prédio em que funciona o veículo e dois policiais. Além dos mortos, 11 ficaram feridos, quatro em estado grave.
Nesta quinta-feira houve um novo tiroteio, que terminou com uma policial morta e outra vítima em estado grave, mas não se sabe se há relação entre os casos.
Esse foi o pior ataque à mídia desde 2009, segundo o Comitê para a Proteção de Jornalistas. E o atentado mais mortífero na França desde 1961.
O jornal já havia sofrido outros ataques por publicar caricaturas de líderes muçulmanos e do profeta Maomé. Em 2011, a redação, que fica perto do monumento da Bastilha, foi alvo de um incêndio criminoso após ter publicado uma série de caricaturas sobre Maomé.
“Nós vingamos o profeta Maomé, nós matamos Charlie Hebdo”, disseram terroristas após a invasão. Segundo testemunhas, os criminosos se identificaram como membros do braço da rede terrorista Al Qaeda no Iêmen.
Após o ataque, mais de 100 mil franceses foram às ruas em várias cidades do país em homenagem às vítimas. A hashtag #JeSuisCharlie (#EuSouCharlie) se espalhou rapidamente pelas redes sociais.
10h41 -
Manchetes que não foram escritas
O ano de 2014 terminou, as previsões de 2015 estão aí a semear pessimismo, querendo fazer esquecer que há muita coisa que está ficando para trás sem o devido esclarecimento.
Maluf, por exemplo. Como foi que o Paulo Maluf conseguiu limpar aquela ficha?
O texto mais esclarecedor que encontrei é do Luiz Nassif e começa dizendo que a história de como Maluf limpou sua ficha ainda precisa ser contada. Ele dá uma pista.
E a Odebrecht? Todas as empreiteiras estão arroladas na Lava Jato, menos ela, apesar do depoimento do delator falando em 23 milhões e apesar de estar na lista de Graça Forster.
Se a Odebrecht está realmente limpa nessa, é de tirar o chapéu. Merece manchetes de louvor.
E o Eliseu Padilha, o Padilha! Todo o mundo sabe que o Padilha é avião, mas duvido que alguém tenha imaginado que ele ia aterrissar na Aviação.
Mesmo quem viu ele atrás no dindinho que transportava a Dilma na Expointer, em plena campanha eleitoral.
Do dindinho ao céu de brigadeiro!
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Sartori e o desafio que já derrubou oito governadores (2)
(continuação)
O primeiro governador eleito, em 1982, no Rio Grande do Sul foi de certa forma uma continuidade ao ciclo de quatro nomeados pelo poder militar: Peracchi Barcellos, Euclides Triches, Sinval Guazzelli, Amaral de Souza.
Jair Soares era do partido do governo, era ministro da Saúde do último general presidente, João Figueiredo, saiu do ministério para disputar o governo estadual.
Ganhou uma eleição que até hoje suscita dúvidas, derrotando Pedro Simon por 11 mil votos.
Ele recebeu uma situação já deteriorada, com financiamentos desviados de sua finalidade e uma situação calamitosa nas principais estatais. Deu continuidade às práticas dos governos aliados: apostou no aconchego da viúva.
Só que havia uma crise internacional, a economia brasileira patinava, com inflação. desvalorização cambial, queda no PIB e, por decorrência, nos impostos. E o governo militar já batia em retirada, ante as mobilizações e as diretas Já.
Quando foram divulgados os números do Tribunal de Contas do Estado sobre o ano de 1985, o terceiro ano do governo Jair Soares, o Rio Grande do Sul foi manchete no Jornal Nacional: apresentava o maior déficit e a maior dívida entre os Estados. Isso apesar da arrecadação de ICMS ter crescido 17%.
O Estado arrecadou 9 bilhões, gastou 14 bilhões, teve um déficit de 5 bilhões. Segundo a Gazeta Mercantil, era cinco vezes o déficit do Rio de Janeiro, seis vezes o da administração baiana e dez vezes o déficit de São Paulo.
A dívida se elevara a 1,6 trilhões de cruzeiros, a moeda da época.
