Caos viário na Cidade do México.
Ruas virtualmente sem calçadas na Cidade da Guatemala.
Transporte público deficiente em Caracas.
Moradias precárias no Rio de Janeiro.
Bairros distantes e inseguros em Tegucigalpa.
Invasões e despejos em Porto Alegre
A lista parece interminável quando se trata de problemas que afligem as grandes cidades de todos os países latino-americanos.
Na base de tudo, a causa principal: o crescimento rápido e desordenado dessas metrópoles.
Para o colombiano Elkin Velásquez, diretor da entidade ONU-Habitat para a América Latina, só um esforço internacional pelo desenvolvimento urbano sustentável pode minimizar essas situações que beiram o caos.
Velásquez lançou o desafio no sábado passado, quando pela primeira vez desde sua fundação, em 1978, a organização celebrou o Dia das Cidades, com um ato em Xangai.
“A Europa se construiu durante séculos e, portanto, suas cidades foram se adaptando às necessidades de seus habitantes”, destaca Velásquez.
Na América Latina, por outro lado, elas se consolidaram nos últimos 50 anos com escasso planejamento urbanístico. Isso levou ao surgimento de extensas periferias, segregadas e desconectadas entre si.
No outro extremo está a África, onde apenas 30% das áreas nas cidades estão devidamente urbanizadas, segundo dados da ONU, e 61,7% da população subsaariana vive em bairros precários.
As ruas ocupam apenas 2,2% do espaço metropolitano, enquanto em cidades bem planejadas tal cobertura chega a 35%.
Na América Latina, uma em cada quatro moradores de zonas urbanas vive em assentamentos não planejados, o que significa que estão distantes de quase tudo.
Quem vive em áreas afastadas do centro precisa realizar longos deslocamentos para chegar a escolas, empregos e hospitais.
E essas pessoas precisam, além do mais, usar um transporte público – geralmente em más condições – ou perder uma média de três horas por dia dentro de um carro.
A África enfrenta um problema similar: metade das pessoas mora em assentamentos irregulares.
Entretanto, países como Egito, Líbia e Tunísia puseram mãos à obra e implementaram projetos para reduzir a área dos subúrbios.
“A Cidade do México é o exemplo de uma metrópole extensa, segregada e com um transporte coletivo ineficiente”, afirma o especialista.
A capital mexicana, com mais de 20 milhões de habitantes (São Paulo tem 11,9 milhões), revela muitos dos desafios da América Latina.
O primeiro desafio é tornar a cidade mais compacta.
Os latino-americanos costumam sonhar com uma moradia unifamiliar, diz Velásquez, acrescentando: “Não há solo nem recursos energéticos suficientes. As construções verticais começam a ser uma necessidade”.
O segundo desafio é recuperar os espaços públicos.
O que significa isso? Que essas áreas tenham comércios, parques, transporte, escolas, escritórios públicos e privados, indústria e uma mistura de classes sociais.
O atual modelo de “planejamento”, entretanto, vai em direção contrária.
Mas há lugares onde as coisas já estão mudando.
Velásquez menciona alguns: “Santiago [Chile] tem um plano para recuperar os bairros centrais e lhes devolver a vida.
Em Medellín [Colômbia], o bairro Juan Bobo, que era considerado um dos mais inseguros até 2004, melhorou graças à criação de espaços públicos e moradias dignas”.
Esses projetos acabam se transformando em exemplos para outras cidades. Port Moresby (Papua-Nova Guiné), por exemplo, se inspirou nas iniciativas de Durban (África do Sul) para o combate à criminalidade, e a gestão hídrica urbana em Katmandu (Nepal) é exportável para a América Latina.
Outros projetos influentes foram realizados em São Paulo, Porto Alegre e Curitiba.
Velásquez lamenta que a reordenação das cidades não seja uma prioridade para os Governos. Mas admite que algo está mudando:
“Há 10 anos nem sequer se discutia sobre o desenvolvimento sustentável, e agora algumas cidades já o contemplam. É um avanço, embora continue sendo um desafio para as grandes cidades”.
(com informações de El Pais)
Categoria: Geral
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O desafio das grandes cidades para evitar o caos
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Feira do Livro: Libretos anuncia nove lançamentos
A Editora Libretos, de Clô Barcelos e Rafael Guimarães, chega à sua 15a. Feira do Livro de Porto Alegre com nove lançamentos.
Confira a os lançamentos da Libretos com apresentação da editora:
01 nov – “Vaca Azul é Ninja em uma Vida entre aspas”, de Jéferson Assumção
15h15 – Bate-papo sobre o livro com o autor e Gabriela Silva, na Tenda de Pasárgada.
17h – Autógrafos do livro, na Praça Central
Livro apresenta com humor alegoria do intelectual contemporâneo. Esta narrativa literária com ares de história em quadrinhos, com muitas situações divertidas, trabalha com o alegórico parodiando ainda clássicos da Filosofia e da Sociologia. A Vaca Azul é Ninja, personagem surrealista e iconoclasta do autor, é uma representação irônica de um tipo de intelectual em crise no nosso tempo.
02 nov – Entre a Neve e o Deserto(Libretos), de Gisela Rodriguez
14h15 – pocket show de voz e violão, com intervenções musicais e trechos do romance com Gisela Rodriguez e Ed Lannes, na Tenda de Pasárgada.
16h – Autógrafos na Praça Central
O romance de Gisela Rodriguez, Entre a neve e o deserto, retrata a jornada de três jovens que mergulham em uma trip literária e existencial, tendo como bússola os textos de seus heróis, os escritores malditos Arthur Rimbaud, Jack Kerouac, e Gregory Corso, entre outros.
03 nov – Dora (Libretos – selo Poche – livros de bolso), de Meire Brod
14h – um bate-papo sobre a relação mãe e filha e a construção da identidade feminina na literatura com Luisa Geisler e a autora de Dora, Meire Brod, na Sala Oeste do Santander Cultural
16h – Autógrafos na Praça Central
Novela ficcional que aborda o relacionamento entre mãe e filha, que ora é intercalado de admiração mútua e, em outras vezes, tão conturbado e dolorido como pode ser o universo de sentimentos que envolvem duas gerações diferentes. Porém, a autora extrapola os limites da ficção quando mergulha nos manuscritos da própria mãe que os escreveu há anos, para refazer, ela mesma, a história que imaginou por conta própria.
04 nov – Escritos de Alfabetização Audiovisual (Libretos Universidade), organizado por Maria Angélica dos Santos e Maria Carmen Silveira Barbosa
14h30 – Mesa Cinema e Educação: Programa de Alfabetização Audiovisual promove a produção e reflexão sobre cinema em sala de aula, no Auditório Barbosa Lessa (CCCEV)
16h – Autógrafos coletivos no Memorial RS
O cinema na sala de aula sobre Alfabetização Audiovisual no âmbito da escola pública, na qual serão apresentadas ações e resultados do Programa de Alfabetização Audiovisual (MEC/UFRGS/PMPA). Esse programa visa promover o acesso de estudantes da rede pública de ensino à produção e à reflexão sobre audiovisual.
12 nov – Coligay -Tricolor e de todas as cores (Libretos), de Léo Gerchmann
16h – Bate-papo sobre o livro com o autor do livro Léo Gerchmann, Volmar Santos – fundador da Coligay e Gustavo Andrada Bandeira, doutorando em educação pela UFRGS e estuda a masculinidade nos estádios de futebol, na Sala Santander Oeste.
18h – Autógrafos na Praça Central
O jornalista Léo Gerchmann resgatou a história da Coligay, uma torcida organizada só de homossexuais, que enfrentou o conservadorismo da época, em plena ditadura militar, de 1977 a 1983.
13 nov – O Mistério do Oito Deitado(Libretos), de Daniela Echevenguá Teixeira
14h – Contação com a autora e apresentações de imagens do livro, na Sala de vídeo da Biblioteca Moacyr Scliar, na área infantil.
15h – Autógrafos na Praça Central
O livro destina-se a leitores curiosos e é um convite a uma viagem pelo universo
A partir de um número oito desenhado no papel, a autora começará a sua viagem pela imaginação das crianças, levando os pequenos para uma época em que o tempo era medido pelas ampulhetas, com as quais os piratas regulavam as tarefas nos navios. O universo também será apresentado para as crianças e elas vão descobrir que tanto os incas quanto os poetas têm um profundo respeito pelo universo e que os astronautas vão utilizá-lo como seu campo de trabalho. É no universo também onde estão os satélites e onde acontece o milagre das comunicações no mundo hoje. O universo é um tema que fascina adultos e crianças.
14 nov – A criação da Terra e do Homem – releitura da história e mitologia yorubá(Libretos), de Onà Artero
15h15 – Encontro da Literatura com a Capoeira com o autor Onà Artero e Mestre Cabeça, na Tenda de Pasárgada. O autor faz um bate-papo com o Professor Cabeça, com apresentação de capoeira mirim, este misto de dança-luta e religião que tem suas bases na cultura afro.
17h – Autógrafos na Praça Central
No livro Onà Artero reconta e desenha a lenda Yorubá sobre a criação do mundo. A África é a origem e o berço da civilização e, segundo o autor, é necessário resgatar sua história, suas concepções filosóficas, políticas e culturais. Os desenhos, feitos por Onà podem ser preenchidos e coloridos. O texto é adequado a todas as idades. Os retratos dos orixás, pintados a óleo, foram publicados no verso das capas. O livro é uma referência para a capacitação de professores na exigência prevista na Lei 10.639, que torna obrigatório o ensino sobre as etnias em salas de aula dos anos do Fundamental e Médio.
14 nov – Pão & Circo – Textos, roteiros e argumentos para o Picadeiro (Libretos), de Dilmar Messias
19h15 – O autor Dilmar Messias apresenta um Clown literário. O Nada é um divertido monólogo onde o cômico alemão Franz Fertig desafia a tolerância da plateia. Franz é uma figura remanescente de dois espetáculos em que teve fundamental participação: Certo Dia Numa Estação de Rádio, do cômico alemão Karl Valentim, e Tangos e Tragédias. A personagem percorreu caminho próprio, conservando apenas alguns tênues traços do modelo, brincando com o humor alemão.
20h – Autógrafos na Praça Central
Dilmar Messias – autor, dramaturgo e diretor de teatro – apresenta sua obra, concebida para o picadeiro, editada em forma de textos, roteiros e argumentos. Constam do livro os seguintes trabalhos de Dilmar: Cyrano nas Nuvens, O Mundo da Lua, Cabaré, Misto Quente, Gran Circo Irmãos Siqueira – Circo Mágico, Pão & Circo e Circo Eletrônico. O livro, que apresenta diversas fotos das montagens realizadas pelo Circo Girassol, criado por Dilmar Messias há 15 anos, traz ainda um glossário da linguagem do palco/picadeiro e instrumentos de cena.
Durante a 60ª Feira do Livro de Porto Alegre a Editora Libretos estará presente na Praça da Alfândega, na banca nº 62 – localizada na Sete de Setembro próximo à Rua Capitão Montanha.
NOTA DO EDITOR:
Este espaço está aberto às editoras para divulgação de seus lançamentos durante a 60a.Feira do Livro de Porto Alegre.

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RBS: fantasma da tesoura volta a assombrar
A RBS retomou os cortes de pessoal.
Em setembro, quando o grupo demitiu a primeira leva de 130 funcionários por conta de um “ajuste estratégico”, o JÁ antecipou, com base em fontes confiáveis, que outra leva do mesmo porte ocorreria depois das eleições.
A empresa desmentiu.
Na tarde desta quarta-feira, o anúncio do desligamento do vice-presidente de Jornais, Rádios e Digital, Eduardo Smith, trouxe de volta o fantasma da tesoura.
Nem a formalidade do anúncio, em carta do presidente Eduardo Melzer, conteve a onda de especulações, surgida na véspera, e até uma lista de nomes com antigos e importantes profissionais circulou.
Novos cortes seriam anunciados na próxima segunda-feira, 3, e podem, até janeiro, atingir um número muito maior do que o previsto.
Um consultor de empresas disse ao JÁ que o “ajuste estratégico” programado pela RBS, sob a batuta do administrador Cláudio Galeazzi, prevê a redução total de 10% de cerca de 6 mil funcionários.
A crise que atinge a RBS, com queda de receita publicitária, principalmente dos anúncios classificados, perda de assinantes e venda avulsa dos jornais, é na verdade uma crise sistemica que abala todas as corporações de mídia no país.
Para a vice-presidência de Jornais e Mídias Digitais, no lugar de Smith, irá a jornalista Andiara Petterle, atualmente em São Paulo como CEO da Predicta – empresa de publicidade e mídia programática do portfólio da e.Bricks, holding de investimentos digitais da RBS.
Em entrevista ao Coletiva, ela disse que sua meta “é integrar e reforçar as experiências on e off-line do leitor, enriquecendo e ampliando muito mais sua experiência com o conteúdo e criando novas possibilidades de abordagem com o mercado. A relação de credibilidade com as marcas não muda, mas se amplia nas diversas plataformas”. Andiara assume a nova função em março de 2015.
CARTA DE DUDA MELZER AOS FUNCIONARIOS:
Colegas da RBS,
Compartilho com vocês uma mudança muito importante que estamos fazendo na nossa estrutura e operação. Nosso companheiro de Diretoria Executiva Eduardo Smith, em decisão planejada e conjunta com a RBS, deixará a função de Vice-Presidente de Jornais, Rádios e Digital em 31 de dezembro, encerrando seu ciclo como executivo do Grupo RBS.
Há 20 anos na empresa, mais do que um excelente executivo e colega, Smith sempre foi um grande parceiro. Começou sua trajetória conosco como trainee e foi conquistando posições em reconhecimento a sua dedicação, a sua capacidade e ao seu comprometimento.
Quando convidei o Smith para liderar nossa operação de jornais e rádios, a partir de janeiro de 2013, combinei com ele algumas missões relevantes para esses dois anos, como a formação de um time de alta performance e alinhado aos nossos valores para que pudéssemos enfrentar os desafios da nossa indústria; o desenvolvimento de novas frentes tecnológicas; a implementação das mudanças que marcaram os 50 anos de Zero Hora e a reestruturação dos nossos jornais no RS e em SC.
Entendemos, eu e o Smith, que a missão está cumprida e que as operações sob sua responsabilidade estão prontas para um novo ciclo a partir de 2015. Por tudo isso, e também pela amizade que temos, deixo aqui meu enorme reconhecimento e meu agradecimento a ele por tudo o que fez pela RBS. Desejo muito sucesso ao Smith nos caminhos que vai percorrer e na sua busca por novas perspectivas de desenvolvimento pessoal e profissional.
Diante dessa mudança, farei alguns movimentos importantes: as Rádios, sob liderança da Fabiana Marcon, passam a se reportar diretamente para mim, e nos jornais, estarei à frente do período de transição, que ocorrerá nos próximos quatro meses, até a chegada da nova liderança.
Pensando neste novo ciclo de oportunidades para os nossos jornais, convidei a nossa colega Andiara Petterle para ser a nova Vice-Presidente dos Jornais e Mídias Digitais do Grupo RBS.
Gaúcha de Alegrete, ela começou sua carreira no Rio de Janeiro, onde formou-se em Comunicação Social pela PUC-RJ e concluiu seu mestrado, realizado em parte na universidade Brown (EUA), no Departamento de Cultura Moderna e Mídia, onde também foi pesquisadora.
Andiara, além da grande experiência executiva, tem experiência em gestão de conteúdo, tanto na área editorial quanto na área de negócios. A partir de 2000, trabalhou na TV Globo como coordenadora de jornalismo e produto multimídia. Em 2005, fundou o Bolsa de Mulher, maior grupo de mídia voltado ao público feminino da América Latina. Desde 2011, Andiara está na RBS, nos postos de CEO da Predicta (onde, inclusive, lidera um projeto para a Associação Nacional dos Jornais, ANJ) e líder de empresas de mídia digital da e.Bricks.
Nas conversas com a Andiara, compartilhei nossa visão de futuro para os jornais: valorização do jornalismo, nossa crença e principal atividade; aperfeiçoamento dos nossos jornais impressos, com melhorias no produto e abertura de novas oportunidades de negócio; desenvolvimento de novas plataformas e nova linguagem digital e mobile para nossos conteúdos. Queremos aproveitar ao máximo todo o potencial que temos ao unir o que aprendemos a fazer há 57 anos com as tecnologias disponíveis hoje no mundo.
A Andiara está num momento muito especial. Grávida de oito meses, está esperando a chegada da Olívia. E com a filha e o marido, Guilherme, vem construir a sua família em Porto Alegre no início do ano que vem. Desejo à Andiara muita energia e muita garra para encarar os desafios que virão.
E ao amigo Smith, dirijo minha palavra de gratidão pela dedicação e comprometimento em todos esses anos. Como eu disse a ele, as relações profissionais passam, mas as relações pessoais são as que ficam. Conta sempre comigo e com a RBS!
Eduardo Sirotsky Melzer
Presidente -
Falta imprensa na democracia brasileira
Mal falaram as urnas e a tropas estão na rua.
As tropas da mídia corporativa – Veja/Abril, O Globo, Rede Globo, afiliados e enteados, Estado de São Paulo, Folha de São Paulo que trabalham em sintonia – um exército midiático, com infantaria, artilharia e uma força aérea invejável.
Escancaradamente, foram a vanguarda da oposiçao ao governo Dilma e à sua reeleição. Tentaram até um golpe com uma edição patética da Veja.
Derrotados, lançam em seguida o contra-ataque: a tese, questionável, de que o país saiu da eleição dividido.
Quem mais do que a imprensa teria autoridade para fazer a pergunta?
Que país é esse que saiu desta eleição extraordinária ?. E ir atrás da resposta.
Não, a resposta está pronta. O país está dividido, há “crises institucionais programadas”, como diz Mervel Pereira, em O Globo.
O pior é uma visível orquestração: diz o editorial do Globo que “o país saiu dividido entre os que produzem e pagam impostos e os que se beneficiam dos programas sociais”.
Diz o editorial de Zero Hora: “É preciso pacificar a nação”.
Rosane Oliveira, colunista política:
“Ou é retórica ou é auto-engano a afirmação da presidente de que o país não está partido ao meio” (…)
“Não importa que Dilma seja eleita pelo dos mais pobres, o governo não pode deixar de olhar para os estados que produzem a riqueza necessária para financiar os programas sociais”.
O próprio Merval Pereira em O Globo esclarece essa atitude tão agressiva da “imprensa profissional”, como ele diz, em relação ao governo: a regulação da mídia, tema inaceitável, indiscutivel pelos donos da mídia.
Apegados a uma posição autoritária, esses grupos abandonam o compromisso com o jornalismo e a comunicação, em defesa de privilégios.
Colocam-se ostensivamente na vanguarda de um movimento de contestação.
Ao difundir a tese, questionável, de que o país está dividido, sugerem a falta de legitimidade do governo, recém-eleito e que nem começou.
Uma imprensa que age assim não corresponde ao que demanda uma democracia, ainda mais uma democracia incipiente como a nossa que tem tantos desafios pela frente.
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Câmara apresenta a 60ª Feira do Livro de Porto Alegre
Com um piquenique na praça da Alfândega, a Câmara Riograndense do Livro apresentou, nesta terça-feira, à imprensa, a programação da 60a Feira do Livro de Porto Alegre, que começa na sexta-feira, 31.
Na entrevista, que antecedeu o piquenique, foram apresentadas as peças publicitárias que vão promover a freira. Reproduzem 60 páginas selecionadas de cerca de 400 livros.
Além disso, serão postados nas redes sociais vídeos com autores lendo a página 60 de seus livros preferidos. Os conteúdos serão publicados com a hashtag #minhapagina60.
Na Praça haverá, ainda, um totem onde o visitante poderá fazer a marcação de trechos de escritos de seu agrado.
O piquenique ocorreu, em seguida à entrevista, no novo espaço de alimentação, que terá “uma proposta gastronômica diferenciada”.
O espaço foi reduzido, mas tem novidades – temakeria, trattoria e cafeteria – e a alternativa de nove food trucks (caminhões lanchonetes).
O repórter Mauro Schneider fez o seguinte relato no Jornal do Comércio:
“O patrono desta edição, Airton Ortiz, disse que quer promover a Revolução do Livro este ano. “Quanto mais livros, mais livres”, disse. “A leitura é libertadora. Quem pensa, age de maneira consciente”, alertou ele.
Apesar da ausência do patrono do ano passado, Luiz Augusto Fischer, ex-patronos marcaram presença no evento com a imprensa, que contou com piquenique após o detalhamento da programação.
Luiz Coronel, que ocupou o cargo em 2012, considera a responsabilidade uma “coroa itinerante”. “Não é mesmo, Jane?”, brincou com Jane Tutikian, dona do título em 2011.
O país homenageado, desta vez, é o Canadá. Marco Cena, presidente da Câmara Riograndense do Livro, disse que a organização da Feira neste ano foi muito difícil por causa da Copa do Mundo e das Eleições. Apesar disso, garantiu que será uma edição “bárbara”.
Na área adulta, estão agendadas 130 mesas redondas e 30 oficinas. Além disso, a Tenda Passárgada terá um projeto chamado “Eu Sou”, onde autores falarão sobre sua literatura.
A área infanto-juvenil ainda não retorna ao Cais do Porto, mantendo-se entre as ruas Siqueira Campos e a Mauá. “Dizem que ano que vem voltaremos para lá, vamos ver”, disse Sônia Zanchetta, responsável pelo espaço.
A área internacional voltou para frente do Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs).
A Feira do Livro começa nesta sexta-feira, dia 31 de outubro, e segue até o dia 16 de novembro. -
Tarso minimiza antipetismo: "Sartori se enquadrou melhor"
Em suas primeiras declarações depois da eleição, Tarso Genro disse que os votos que elegeram Ivo Sartori correspondem a um “real desejo de mudança da população”.
Deu a entender que Sartori venceu porque soube interpretar melhor o sentimento de mudança do eleitorado.
“Se enquadrou melhor no atual cenário de expectativas políticas”, disse Tarso, num início de autocrítica de sua campanha.
Na contramão de todas as avaliações, o governador minimizou o peso do antipetismo no resultado, dizendo que se isso fosse verdadeiro, ele não teria sido eleito em 2010.
O pior cenário desenhou-se para Tarso Genro no Rio Grande do Sul quando se abriram as urnas do primeiro turno.
Sua campanha parece ter esquecido experiências anteriores, em que a disputa se polarizou em dois candidatos e um terceiro concorrente, longe do embate entre os favoritos, correu por fora e ganhou a eleição.
Foi exatamente isso que aconteceu em 2002, com Germano Rigotto. Foi mais ou menos o que ocorreu com Yeda Crusius na eleição seguinte.
A candidatura de Ana Amélia (que se elegeu senadora com votação espetacular em sua primeira eleição, em 2010), apoiada pelas forças conservadoras, com a mídia à frente, pareceu imbatível em certo momento e o PT acreditou nisso. Concentrou-se nela, descuidando do “gringo” que, com sua imagem de bonachão, seu discurso quase simplório, foi fazendo a feira.
Esse “mito” do “gringo da colônia”, homem simples, honesto, agregador, já causou grandes dissabores às forças de esquerda no Rio Grande do Sul.
O exemplo histórico é o de Ildo Meneghetti, um apagado engenheiro que entrou na política aos 52 anos e derrotou as principais estrelas do trabalhismo na época – Alberto Pasqualini e Leonel Brizola.
A eleição de Meneghetti, para governador do Rio Grande do Sul em 1962, abriu caminho para o golpe militar que derrubou Jango em 1964.
A região colonial, que cobre a metade norte do Estado, é a mais industrializada e mais desenvolvida, em contraste com as áreas estagnadas da metade Sul.
Eleitoralmente mais densa, ainda tem uma grande influência do clero conservador, medularmente anticomunista e, por decorrência, antipetista.
As denúncias que a semanas do pleito atingiram a imagem de Ana Amélia, de moralidade e austeridade, abriram o caminho para Sartori.
O antipetismo percebeu que a senadora seria uma adversária frágil no segundo turno e jogou suas fichas no “gringo” Sartori.
Candidatura vacilante, de um partido dividido (seu slogan era “Meu partido é o Rio Grande”), ganhou força com o horário eleitoral gratuito e a partir daí começou a receber os votos que desembarcavam de Ana Amélia.
Acabou chegando à frente no primeiro turno e não largou mais a dianteira.
Quando iniciaram-se os debates, as fragilidades da candidatura Sartori ficaram evidentes e as pesquisas chegaram a registrar a reação de Tarso.
Na última semana, Sartori, numa entrevista no portal Terra, fez uma piada de mau gosto com o “piso salarial”, bandeira permanente da categoria.
Com o escorregão, bem explorado pelo PT. pareceu que haveria uma virada.
O próprio candidato petista e sua equipe acreditaram nisso até o final.
Em suas primeiras declarações depois da eleição, Tarso Genro disse que os votos que elegeram Sartori expressaram um “real desejo de mudança da população”.
Deu a entender que Sartori venceu porque soube interpretar melhor o sentimento de mudança do eleitorado.
“Se enquadrou melhor no atual cenário de expectativas políticas”, disse Tarso.
Na contramão de todas as avaliações, o governador minimizou o peso do antipetismo no resultado final, que deu vantagem de 1,5 milhão de votos a José Sartori.
RESULTADO FINAL DA ELEIÇÃO 2014 PARA GOVERnO DO RIO GRANDE DO SUL:
José Ivo Sartori, PMDB: 61,21% (3,9 milhões de votos)
Tarso Genro, PT: 38,79% (2,4 milhões de votos) -
Petrobras contrata investigação independe para apurar corrupção
Providências internas tomadas pela Petrobras relacionadas à “Operação Lava Jato”
A Petrobras, diante das notícias relacionadas às investigações decorrentes da Operação Lava Jato, vem atualizar a imprensa com as seguintes informações:A “Operação Lava Jato” é uma investigação que vem sendo realizada pela Polícia Federal brasileira. No âmbito da operação, um ex-diretor da Petrobras, conjuntamente com outras pessoas, já foi denunciado pelos crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa. Neste momento, estão em curso investigações sobre a prática de supostos crimes em desfavor da Petrobras.
Considerando esse cenário, a Petrobras tomou diversas medidas com a finalidade de apurar fatos, cabendo ressaltar as seguintes:- Constituiu Comissões Internas de Apuração para averiguar indícios ou fatos contra a empresa, bem como subsidiar medidas administrativas e procedimentos decorrentes;- Requereu acesso aos autos da investigação relacionada à Operação Lava Jato, incluindo os autos da ação por lavagem de dinheiro e organização criminosa, como forma de acompanhar de perto as investigações, o que foi deferido pelo Poder Judiciário;- Solicitou acesso ao conteúdo da “delação premiada” realizada pelo ex-Diretor Paulo Roberto Costa, o que ainda não foi deferido pelo Poder Judiciário;
- Vem prestando esclarecimentos às autoridades (Polícia Federal, Ministério Público Federal e Poder Judiciário), inclusive informando as diligências já realizadas no âmbito da companhia;- Solicitou esclarecimentos, para subsidiar suas avaliações internas, às empresas mencionadas na imprensa como tendo atividades sob investigação na “Operação Lava Jato”, especialmente após a repercussão na mídia de informações a respeito da mencionada “delação premiada”.
Especificadamente diante das denúncias de corrupção na companhia efetuadas pelo ex-diretor de Abastecimento, Paulo Roberto Costa, e pelo Sr. Alberto Youssef, em audiência na 13ª Vara Federal do Paraná em 08/10/2014, a companhia, conforme autorizado pelo Juiz da causa, teve acesso oficial ao inteiro teor dos depoimentos – que não se confundem com a íntegra dos depoimentos prestados no âmbito da chamada “delação premiada”, que ainda estão sob segredo de Justiça – e tem utilizado tal material para subsidiar suas Comissões Internas de Apuração.Em 24 e 25/10/2014 a Petrobras assinou contratos com duas empresas independentes especializadas em investigação, uma brasileira e outra americana, com o objetivo de apurar a natureza, extensão e impacto das ações que porventura tenham sido cometidas no contexto das alegações feitas pelo ex-diretor Paulo Roberto Costa, bem como apurar fatos e circunstâncias correlatos que tenham impacto material sobre os negócios da companhia.
Ao autorizar a contratação dessas empresas, a Diretoria Executiva cumpre seu dever de diligência e, além das normas regulatórias e de auditoria aplicáveis pela CVM, considera o contexto do Foreign Corrupt Practices Act (“FCPA”) e da Seção 10A do Securities Act of 1934 (Seção 10A), uma vez que a Petrobras é registrada na Securities and Exchange Commission (SEC) dos EUA.
Paralelamente ao avanço das investigações, a companhia já está trabalhando nas medidas jurídicas adequadas para ressarcimento dos supostos recursos desviados e dos eventuais valores decorrentes de sobrepreços derivados das empresas supostamente participantes do cartel, conforme mencionado no depoimento do ex-diretor Paulo Roberto Costa, além dos danos causados à imagem da companhia.
A companhia reitera que vem acompanhando as investigações e colaborando efetivamente com os trabalhos das autoridades públicas, conforme reconhece o Poder Judiciário. Reitera, ainda, enfaticamente, que manterá seu empenho em continuar colaborando com as autoridades para a elucidação dos fatos.A Petrobras reforça, por fim, que está sendo oficialmente reconhecida pelas autoridades públicas como vítima nesse processo de apuração.
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Minas Gerais derrotou Aécio Neves
Mineiro de Belo Horizonte, Aécio Neves tinha como carro chefe de sua campanha os seus dois mandatos no governo de Minas Gerais, dos quais saiu com mais de 90% de aprovação.
Mas as derrotas no primeiro turno, de seu candidato a governador e dele próprio, minaram sua estratégia.
“Quem conhece Aécio não vota nele”, dizia a propaganda do PT.
A reeleição de Dilma, por pouco mais de 3% dos votos, estaria definitivamente comprometida, se não fosse a derrota de seu adversário em Minas, não pelo número de votos que perdeu, mas pela bandeira de eficiente administrador que as urnas rasgaram. (da Redação) -
Partidos: nanicos tiraram votos de todos os grandes
A votação para deputado federal, que define o tamanho de cada bancada na Câmara Federal, mostra que todos os grandes partidos perderam votos nestas eleições de 2014
O PT, campeão de votos para deputado federal, teve uma queda de 18,3% nas eleições deste ano em comparação com o pleito de 2010.
Caiu de 16,6 milhões de votos na eleição passara para 13,5 milhões em 2014 (número que inclui os nominais e na legenda nos 26 estados e no Distrito Federal).
O PMDB que ficou em segunda colocação na eleição de 2010, com 12,7 milhões de votos, caiu 15%, ficando com pouco mais de 10 milhões de votos agora.
O PSDB também caiu, mas bem menos, apenas 3,6%, ficando com pouco mais de 11 milhões de votos.
Com isso ultrapassou o PMDB, que caiu para o terceiro lugar no ranking dos maiores partidos.
Dos partidos tradicionais, o que mais perdeu foi o DEM, com 44% a menos de votos, caindo de 7,3 milhões em 2010, para pouco mais de 4 milhões.
O PDT, fundado por Leonel Brizola, foi outro dos tradicionais que caiu quase 30% no número de votos para deputado federal. O PP também caiu 14% e mesmo o PSB, que teve um candidato a presidência fez 9% de votos a menos nesta eleição.
Dos 32 partidos, 15 tiveram menos votos neste ano que em 2010. A queda mais surpreendente foi a do Partido Verde, o PV, que encolheu quase à metade (46%), que quase 4 milhões em 2010 para pouco mais de 2 milhões agora.
A maior queda foi registrada pelo PMN (58%), que já alcançara mais de um milhão de votos na eleição passada e agora recuou para 460 mil.
Doze siglas ganharam votos em 2014, sendo o nanico PTN o destaque, com alta de 290,5%, saltando de 180 mil para 720 mil.
O PRB que já tiveram um crescimento acentuado na eleição passada, agora deu um salto de 150% – 1,7 milhão de votos para 4,4 milhões, deixando de ser um nanico para tornar-se um partido médio.
*O número de cadeiras que cada partido ganha na Câmara dos Deputados não é determinado apenas a partir do total de votos que a sigla recebeu. Votos na coligação, na legenda e no candidato são levados em consideração para fazer a conta. Por isso, é possível que um partido tenha mais votos que outro, mas menos cadeiras.
Mesmo sendo o segundo no número de votos, o PSDB é o terceiro no número de cadeiras – 54, contra 66 do PMDB e 70 do PT. O mesmo acontece com o PSB, que é o 4º em votos (6,3 milhões), mas o 6º em cadeiras (34). Já o PSD é o 4º em cadeiras (37) mesmo sendo o 6º em votos (6 milhões). O PT é o lider em ambos os quesitos. (Da Redação). -
Define-se o estilo Sartori de governar
A reação de José Ivo Sartori, o governador eleito no Rio Grande do Sul, às especulações sobre seus futuros secretários, dá uma pista de seu estilo de governar.
Já na campanha, quando foi lembrado que seu vice, Cairoli, é critico do salário mínimo regional, ele foi taxativo: “Quem vai governar sou eu”.
Agora, mal surgiram as primeiras especulações, ele reuniu os assessores e foi claro: não quer ninguém de sua equipe falando em nomes. E avisou à imprensa: “Até 15 de dezembro não vai ter nenhum nome e ninguém está autorizado a anunciar nada”.
Nesse período ele vai consultar seus botões.
Mandou também um recado aos que fazem lobby: “O nome especulado é muitas vezes prejudicado”.
Os nomes no entanto já circulam nos jornais: muitos deles integrantes da coordenação de campanha, como João Carlos Brum Torres, Ibsen Pinheiro, José Fogaça e Luis Roberto Ponte, Germano Rigotto, Giovani Feltes, da nova geração, eleito deputado federal. São citados, como os homens mais próximos de Sartori, Carlos Búrigo, braço direito na campanha, e Edson Néspolo, chefe de gabinete do governador eleito por oito anos em Caxias.
Quando prefeito, Sartori valorizou técnicos sem vínculo partidário, chegou a ter nove deles entre os vinte secretários municipais.
Em todo caso, ele não poderá fugir de reservar um espaço para contemplar a composição política que o elegeu e que envolve: PDT, PTB, PSB, PSD, PPS, PP, PSDB, PRB e Solidariedade…
Fora os compromissos internos: por exemplo, é quase certo que chamará um deputado federal, para que José Fogaça, que ficou na suplência, possa assumir o mandato em Brasília. (EB)
