Educação, DMAE, Orçamento Participativo, transporte público ,entre outros temas da gestão pública de Porto Alegre foram debatidos ontem a noite na audiência pública ocorrida no Teatro Dante Barone, na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul.
Compareceram três ex-prefeitos, João Antônio Dib, Olívio Dutra e José Fortunati, que discursaram, deram conselhos e criticaram o atual gestor, Nelson Marchezan Júnior.
O prefeito estava com agenda em brasília e o vice, Gustavo Paim, também não foi ao debate, proposto pelo deputado Adão Villaverde (PT).
José Fortunati criticou Marchezan por estar apresentando dados equivocados da gestão anterior. Lembrou do bom desempenho da capital que obteve conceito B nos dois últimos anos (2015 e 2016) e conceito A em 2014, no índice de Responsabilidade Fiscal. e também questionou a falta de transparência da atual gestão.
“A atual gestão não responde às perguntas sobre gastos através da Lei de acesso à informação, no Portal da Transparência, ao contrário da minha gestão quando era divulgado um relatório mensal sobre as despesas”, afirmou.
Fortunati admitiu que foram deixados débitos, mas não os “que o atual prefeito diz”. Criticou duramente a postura de Marchezan que reclama de uma “herança maldita”:
“Isso mostra a postura de um presidente de partido e não de um gestor. E a consequência é que não há políticas públicas para a cidade”, ressaltou.
O ex-prefeito trabalhista questionou o parcelamento de salários, as ameaças de privatização da Carris e defendeu a manutenção do serviço público no DMAE. Lembrou que o Departamento é superavitário e que houve grandes avanços através do Pisa (Programa Integrado Sócio-ambiental).
Lembrou, ainda, que priorizou a transparência durante sua gestão, o que foi reconhecido pelo Tribunal de Contas do Estado classificando a cidade como a mais transparente nas suas contas em todo o estado, e condenou o desmonte nas políticas populares.
João Antonio Dib, que tem se destacado como um dos principais defensores da manutenção do DMAE público, aconselhou Marchezan: “não adianta ficar reclamando”. Lembrou de administrações passadas como a do prefeito Loureiro da Silva, “que pegou a administração de Porto Alegre em condições ruins, com salários atrasados e dificuldades financeiras, mas que entregou um quadro diferente para o seu sucessor.
Olívio Dutra foi o terceiro ex-prefeito a falar. Lembrou de feitos da sua gestão e da pluralidade partidária da “Frente Popular”. Defendeu a importância das relações entre as cidades vizinhas, na Região Metropolitana, reforçou a necessidade de discutir a proposta orçamentária junto à sociedade e ao Poder Legislativo. Também defendeu o perfil público do DMAE e seu aperfeiçoamento.
“O DMAE não é uma política de governo ou de partido, é uma política de estado, deve ser reforçada”.
Sobre a Carris, Dutra lembrou das diversas premiações que a Companhia recebeu, tanto no setor público como da iniciativa privada. “A Carris tem de ser modelo e parâmetro, tem tudo para ser preservada e aperfeiçoada”, defendeu o ex-prefeito.
O ex-vereador e vice-prefeito Sebastião Melo foi um tanto sarcástico: “O prefeito lembra aquele personagem da tevê que diz que aumenta mas não inventa. Ele não inventa mas aumenta muito” ironizou, referindo-se às dívidas deixadas pela gestão anterior.
O diretor do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa), Jonas Reis, criticou fortemente Marchezan. Disse que o atual prefeito ataca os servidores públicos desde antes de começar o seu governo quando, em dezembro do ano passado, quis intervir no pagamento do décimo terceiro.
“Segundo o Portal da Transparência, há R$ 300 milhões no caixa da Prefeitura, então a crise levantada pelo atual prefeito não é real”, destacou o sindicalista.
Reis criticou os últimos projeto enviados por Marchezan à Câmara, que mexem nos salários dos servidores e o cancelamento das audiências públicas do Orçamento Participativo.
Também presentes na audiência pública, deputado estaduais do PT, PMDB, REDE e PC do B, e os vereadores de Porto Alegre, André Carús (PMDB) e Fernanda Melchionna (PSOL), além de representantes de entidades sindicais.
Em audiência pública, ex-prefeitos criticam falta de transparência na gestão Marchezan
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