Autor: da Redação

  • Guia mostra que maioria dos bancos não respeita direitos do consumidor

    O Instituto de Defesa do Consumidor (IDEC) lança nesta quinta-feira (22) a edição 2018 do Guia dos Bancos Responsáveis (GBR).
    O estudo, que já foi feito em outros oito países e chega a sua 7ª edição no Brasil, avalia as políticas e práticas dos bancos em 18 temas de interesse da sociedade, relacionados aos consumidores, meio ambiente e economia.
    Atualmente, mais de 140 milhões de brasileiros utilizam o banco para receber salário, movimentar dinheiro, fazer investimentos ou empréstimos.
    Os bancos, por sua vez, são remunerados de várias formas: principalmente pelas tarifas, juros e serviços.
    O dinheiro que fica “guardado” no banco é repassado por meio de empréstimos para terceiros. Mas quem são esses terceiros?
    E se, indiretamente, esse dinheiro estiver financiando guerras ou o desmatamento das florestas?
    Para dar este tipo de informação ao consumidor, o Idec analisou as políticas de nove bancos: Banco do Brasil, Bradesco, BNDES, BTG Pactual, Caixa Econômica Federal, Itaú, Safra, Santander e Votorantim.
    Cada um deles foi avaliado, com notas de 0 a 10, em 18 itens divididos em três grupos:
    Temas transversais, no qual entram mudanças climáticas, corrupção, igualdade de gênero, direitos humanos, direitos trabalhistas, meio ambiente e impostos.
    Temas setoriais, como armas, alimentos, florestas, setor imobiliário e habitação, mineração, óleo e gás e geração de energia;
    Temas operacionais, que são direitos do consumidor, transparência e prestação de contas, inclusão financeira e remuneração.
    “O GBR é um instrumento importante para o consumidor saber, por exemplo, se o banco com o qual trabalha é transparente, respeita os consumidores e promove ideias que estejam de acordo com ele. Queremos dar para cada pessoa o poder da informação, e assim, aumentar a sua capacidade de fazer escolhas”, afirma a economista do Idec, Ione Amorim, responsável pelo estudo.
    O resultados do estudo mostra os bancos com um desempenho fraco.
    Em três temas (direitos trabalhistas, meio ambiente e inclusão financeira), as notas são satisfatórias, mas isso se deve principalmente à legislação brasileira, que nesses assuntos força que as instituições adotem políticas mais rígidas.
    Contudo, os resultados ruins nos outros 15 temas, principalmente “Armas”, “Mudanças Climáticas” e “Setor Imobiliário”, derrubaram a nota final, que ficou entre 2 e 4,3.
    Os piores resultados foram no tema ”Armas”. O item avalia o financiamento ou investimento em empresas envolvidas na produção, manutenção e distribuição de minas terrestres, munições de fragmentação e armas biológicas, químicas ou nucleares.
    Com exceção do Santander e do Safra, todos os bancos avaliados ficaram com nota 0, por não apresentarem nenhuma política sobre o tema. Veja no site.
     
    Pela primeira vez, o guia incluiu o tema “Igualdade de Gênero”, que leva em consideração as políticas para igualdade salarial, assédio e representatividade das mulheres em altos cargos administrativos, dentre outros.
     
    A maior nota foi 2,4, o que mostra que as políticas dessas instituições estão ainda muito aquém do esperado.
     
    As notas em todos items, assim como as avaliações de cada banco, estão disponíveis no site www.gbr.org.br .
    As nove instituições financeiras avaliadas tiraram nota abaixo de 5 na maioria dos temas; no ranking geral de nove países, Brasil está na sétima colocação
     

  • Música de Cinema em dois concertos da Ospa neste final de semana

    Espetáculos acontecem dia 24 e dia 25, na sede da Ospa. Foto: Maí Yandara/Divulgação

    Espetáculos acontecem dia 24 e dia 25, na sede da Ospa. Foto: Maí Yandara/Divulgação
    A Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (Ospa) convida os fãs da sétima arte para dois grandes espetáculos na sua Casa da Música. Nos dias 24 e 25 de novembro, sábado e domingo próximos, às 17h, o maestro Evandro Matté conduz os concertos Música de Cinema. Com uma seleção especial de trilhas de filmes, os eventos são destaque na Temporada 2018 da Ospa. As duas apresentações contam com participações de convidados de peso, das cantoras Anaadi (Ana Lonardi) e Gabrielle Fleck, do cantor Panta, da dançarina Gabriella Castro e da Cia. Municipal de Dança de Porto Alegre. Os ingressos, com valores de R$ 30 a 80, estão à venda em www.ospa.org.br.
    O repertório inclui clássicos, como as trilhas de “Psicose”, de Bernard Herrmann; “A Noviça Rebelde”, de Richard Rodgers & Oscar Hammerstein II; e “O Poderoso Chefão”, de Nino Rota. As crianças serão contempladas com a interpretação do tema de “Frozen”, de Kristen Anderson-Lopez e Robert Lopez. As trilhas de produções como “Pulp Fiction”, “De Volta para o Futuro” e “Footloose” também serão revisitadas. A atriz Fernanda Carvalho Leite é a mestra de cerimônias e faz a apresentação das obras. Neste evento, também será comemorado o aniversário de 68 anos da Ospa, completados no dia 23 de novembro, próxima sexta-feira.
     “O espetáculo do ano passado foi um sucesso tão grande que, desde então, muitas pessoas tem nos perguntado quando faríamos novamente. Além de algumas alterações no repertório, temos a participação da Cia. Municipal de Dança de Porto Alegre, de diversos cantores de destaque e uma super produção durante todo o evento”, comenta o maestro Evandro, diretor artístico da Ospa. A cantora Anaadi, vencedora do prêmio de Melhor Álbum Pop Contemporâneo em português do Grammy Latino 2018, canta um grande sucesso do filme “Frozen” (“Let it go”) e a contagiante “All That Jazz” de “Chicago”. Panta, por sua vez, dá vida a “The Power of Love”, da trilha de “De volta para o Futuro. A bailarina de sapateado Gabriella Castro faz uma performance sobre o tema de “Cantando na Chuva” e a atriz e cantora Gabrielle Fleck participa de um medley de “A Noviça Rebelde/Grease – Nos Tempos da Brilhantina”.
    A Companhia Municipal de Dança de Porto Alegre participa da interpretação de músicas dos filmes “Chicago”, “Footloose” e “De volta para o Futuro”. A Companhia Jovem de Dança de Porto Alegre também marca presença no palco. Os grupos são vinculados à Secretaria Municipal de Cultura e à Secretaria Municipal de Educação. As coreografias são de Raul Voges;
    A Secretaria Municipal de Cultura de Porto Alegre é parceria da Ospa na realização do evento.
    Mais informações pelo site www.ospa.org.br ou pelo telefone (51) 32227387.
    Ospa apresenta Música de Cinema | Série Pablo Komlós
    Apresentador oficial: Banrisul
    Quando: Dias 24 de novembro, sábado e 25 de novembro, domingo
    Horário: 17h
    Local: Sala de Concertos da Casa da Música da Ospa (Centro Administrativo Fernando Ferrari – Av. Borges de Medeiros, nº 1501/Centro, Porto Alegre-RS)
    INGRESSOS
    VENDA ONLINE
     Valores: R$ 80 (camarote), R$ 40 (plateia) e R$ 30 (mezaninos e balcões), com desconto de 50% para estudantes, seniores e sócios do Clube do Assinante ZH e 20% de desconto para titulares do cartão Zaffari Bourbon e para clientes do Banrisul.
    VENDA FÍSICA
    Na bilheteria da Casa da Música da Ospa, no sábado e no domingo, dias 24 e 25 de novembro, das 14h às 17h
    PROGRAMA
    Monty Normann: The James Bond Theme (arranjo: Calvin Custer)
    Bill Conti: For Your Eyes Only (arranjo: Calvin Custer)
    Paul e Linda McCartney: Live and Let Die (arranjo: Calvin Custer)
    John Kander e Fred Ebb: All That Jazz (arranjo: Alexandre Ostrovski Jr.)
    John Williams: Suíte “Star Wars” (arranjo: Jerry Brubaker)
    John Williams: Superman
    Bernard Herrmann: Psicose
    Johannes Brahms: Dança Húngara nº 5, de “O Grande Ditador”
    Pulp Fiction (arranjo: Gilberto Salvagni)
    Kristen Anderson-Lopez e Robert Lopez: Let It Go, de “Frozen” (arranjo de Rodrigo Alquati)
    Nino Rota: Tema de “O Poderoso Chefão” (arranjo: Alexandre Ostrovski Jr.)
    Huey Lewis: The Power of Love, de “De Volta Para o Futuro (arranjo: Alexandre Ostrovski Jr.)
    The Sound Of Music/ Grease Medley: The Sound Of Music / My Favorite Things / Do Re Mi / Edelweiss / The Sound of Music / Sixteen/ Going on Seventeen / Summer Nights (arranjo: Silvane Guerra)
    Richard Rodgers, Oscar Hammerstein II e Jim Jacobs e Warren Casey: There Are Worst Things I Could Do
    Nacio Herb Brown e Arthur Freed: Singing in The Rain
    Kenny Loggins: Footloose (arranjo: Alexandre Ostrovski Jr.)
    Klaus Badelt: Piratas do Caribe (arranjo: Ted Rickets)
    Regente: Evandro Matté
    Participações especiais: Anaadi (Ana Lonardi), Panta, Gabriella Castro, Gabrielle Fleck, Fernanda Carvalho Leite, Cia. Municipal de Dança de Porto Alegre e Cia. Jovem de Dança de Porto Alegre
  • Plano de saúde financiou campanha do ministro de Bolsonaro

    O deputado federal Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS) ministro da Saúde escolhido pelo presidente eleito Jair Bolsonaro tem o aval dos deputados da Frente Parlamentar da Saúde, que reúne representantes dos planos de saúde, santas casas e organizações sociais de saúde (OSS).
    O novo ministro diz contar com o apoio de “todo o setor organizado” da saúde, sem mencionar especificamente o setor público, e prometeu a “recuperação da saúde brasileira”.
    Ortopedista de formação, Mandetta presidiu a Unimed de Campo Grande entre 2001 e 2004.
    Em 2005, assumiu a Secretaria de Saúde da capital sul-matogrossense durante gestão dos prefeitos Nelsinho Trad (MDB) e André Puccinelli.
    O futuro ministro responde a inquérito por fraude em licitação, tráfico de influência e caixa 2 na implementação de um sistema de prontuário eletrônico na prefeitura de Campo Grande.
    Segundo uma auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU) de 2014, o pagamento foi feito, mas o sistema não foi instalado, com prejuízo de R$ 6 milhões. Mandetta nega irregularidades.
    Durante a campanha de 2014, quando foi reeleito deputado, Mandetta recebeu doação de R$ 100 mil da operadora de plano de saúde Amil. Neste ano, não disputou eleições.
    Assim como Bolsonaro, Mandetta também critica o programa Mais Médicos, desde a sua implementação, em 2013. Ele chegou a falar em “navio negreiro do século 21” ao se referir aos milhares de médicos cubanos vindos ao Brasil, predominantemente negros.
    “Este era um dos riscos de terceirizar uma área tão essencial. Me parece que era muito mais um convênio entre Cuba e o PT, e não entre Cuba e o Brasil”, afirmou o futuro ministro, que chamou as ações do programa como “improvisações”.
    Mandetta é o terceiro ministro do DEM anunciado para compor o governo Bolsonaro. São também do partido o deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS), que comanda a transição e foi anunciado como ministro-chefe da Casa Civil, e a deputada federal ruralista Tereza Cristina (DEM-MS), que vai ocupar a pasta da Agricultura.

  • Mulheres ocupam 11% das prefeituras e sofrem com assédio e preconceitos

    “A mulher vive muitos preconceitos em vários espaços, na vida profissional, na vida social. Mas no meio político a gente sofre muito. É um espaço onde os homens acham que a gente não tem capacidade de administrar uma cidade.”

    O desabafo é da educadora Tânia Portugal,  prefeita de São Sebastião do Passé (BA) entre 2005 e 2012.

    Segundo a ex-prefeita, filiada ao PCdoB, na falta do que falar sobre competência técnica e profissional, as pessoas começam a desqualificar na parte pessoal. “Você é chamada de descarada, é chamada de sapatona. Se a mulher é muito aberta, comunicativa é descarada. Se é mais retraída é sapatona. É um negócio louco, que homem nenhum vive.”

    Pedagoga com mestrado em Educação, Tânia é a personificação do que foi apurado pelo Instituto Alziras na pesquisa Perfil das Prefeitas no Brasil.

    Segundo o levantamento, 71% têm ensino superior, enquanto entre os prefeitos esse índice é de 50%; 42% delas têm ainda pós-graduação e experiência.

    Mesmo assim, as mulheres, que são 51% da população, governam apenas 11% das 5.570 cidades brasileiras, de acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Estão à frente de cidades pequenas e com Produto Interno Bruto (PIB) baixo.

    No poder, os principais desafios apontados pelas prefeitas são assédio ou violência política, indicados por 53% das pesquisadas.

    “Ninguém chama um homem, como chamaram a presidenta Dilma, de vaca. Sempre tentam desqualificar a mulher. Isso a gente sofre. Não sofri agressão física, mas essa violência sutil a gente sofre bastante. E de tabela a família sofre conosco”, relata a ex-prefeita de 53 anos, nascida em São Sebastião do Passé.

    O estudo, lançado na terça-feira (13), no Rio de Janeiro, ouviu 45% das 649 prefeitas do Brasil, entre maio e julho deste ano e contou com apoio da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Frente Nacional de Prefeitos (FNP), Associação Brasileira de Municípios (ABM) e financiamento do Instituto Clima e Sociedade (iCS) e MRS Logística.

    “Compreender as experiências das mulheres na política municipal é extremamente importante porque a prefeitura é porta de entrada e base da construção de parte significativa das carreiras políticas”, diz Michelle Ferreti, uma das fundadoras do Instituto Alziras, organização que tem o objetivo de desenvolver ferramentas para contribuir para o aumento da participação das mulheres na política.

    prefeita de monterio lobato
    Daniela, prefeita de Monteiro Lobato (SP): ‘A mulher, fora do ambiente doméstico, sempre foi vista como intrusa’

    “Você vai sofrendo os preconceitos, mas ao mesmo tempo vai se firmando e se afirmando nesse espaço. Ouvi piadinhas, desqualificação. Mas o se firmar e se afirmar constantemente a gente vai mostrando o trabalho, ações que a gente desenvolve”, diz Tânia Portugal. Foi assim que ela garantiu sua reeleição em 2008. “Já tem dois mandatos que saí. Ando nas ruas e a população diz ‘eu era feliz e não sabia’.”

    A ex-prefeita foi responsável, por exemplo, por levar a São Sebastião a Farmácia Popular, programa do governo federal que garantia aos cidadãos medicamentos de uso contínuo até 90% mais baratos.

    desafios

    O levantamento do Instituto Alziras revela que 70% das prefeitas em exercício no país haviam ocupado cargos públicos anteriormente, quase um terço havia sido vereadora. E essa atuação abre espaço para a entrada de outras mulheres na política: 55% das entrevistadas possuem um secretariado composto por pelo menos 40% de mulheres.

     “Quando uma mulher ocupa um cargo político, ela cria condições subjetivas e também objetivas para que outras também possam ocupar esse espaço”, diz Michelle Ferreti.

    Governar uma cidade com até 50 mil habitantes é uma realidade para 91% das prefeitas eleitas em 2016 que, somadas, governam apenas 7% da população do país. Enquanto a média de PIB per capita dos municípios governados por prefeitas é de R$ 17,8 mil, aqueles que governados por homens têm média de  R$ 19,7 mil.

    Daniela de Cássia Santos Brito (PSB) é outra mandatária cuja trajetória e realidade confirmam os dados da pesquisa.

    Desde 2012 à frente da administração de Monteiro Lobato, cidade de pouco mais de 4 mil habitantes na região de Campos do Jordão (SP), ingressou na Prefeitura Municipal no ano 2002. Antes, foi secretária de gabinete e responsável pela Secretaria de Cultura e Turismo do município.

    Formada em Pedagogia e pós-graduada em Gestão de Políticas Sociais pela FMU, atuou por três anos, entre 2008 e 2011, como técnica regional do Fundo Social de Solidariedade do Governo do Estado de São Paulo, no gerenciamento de regiões do Vale do Paraíba e Campinas.

    Em 138 anos desde a emancipação política de Monteiro Lobato, é a primeira mulher a liderar o governo lobatense.

    Apesar de todo o preparo e do reconhecimento popular que a premiou com a reeleição em 2016, Daniela também enxerga várias barreiras para a atuação da mulher na vida pública.

    “Uma delas é o conservadorismo dos partidos políticos. A figura feminina ainda não está completamente inserida nos processos democráticos”, avalia, dando como exemplo a diferença de investimentos nas campanhas de candidatos homens e candidatas mulheres. “Isso revela um cenário que impossibilita a concorrência de ‘igual para igual’ na ocupação dos cargos de prefeitas, vereadoras, deputadas, governadoras e até mesmo a presidência.”

    O preconceito de gênero, para Daniela, é uma forma de violência. “A mulher fora do ambiente doméstico sempre foi vista como intrusa. Ultrapassar esses preconceitos e marcar territórios é vencer um dia de cada vez e ser a inspiração para outras mulheres que passam ou já passaram por situações constrangedoras na vida política.”

    Apesar de tudo, 55% das pesquisadas pelo Instituto Alziras dizem ter interesse em prosseguir na carreira política. “Precisamos mapear as dificuldades enfrentadas pelas prefeitas para podermos traçar estratégias e criar ferramentas que contribuam para o aumento da participação feminina na política brasileira”, afirma Michelle.

    prefeitas negras sofrem mais

    As mulheres negras representam 27% da população, mas governam apenas 3% das cidades brasileiras. Entre as 298 prefeitas ouvidas pela pesquisa, 36% se declararam pretas ou pardas. A maioria delas está à frente de cidades do Nordeste.

    Participam há menos tempo do cenário político: 74% está em seu primeiro mandato, enquanto entre as brancas essa porcentagem é de 56% .

    Por outro lado, pretas e pardas têm mais experiência na gestão pública: 75% já ocuparam cargos não eletivos ou de confiança no governo. Entre as brancas, o índice é de 68%.

    As negras também herdam menos capital político da família: 44% das prefeitas pretas ou pardas não possuem qualquer familiar eleito. Mas essa é uma realidade para 33% das brancas.

    Principais conclusões da pesquisa

    Elas são preparadas para o cargo:

    • 70% já ocuparam cargos públicos não eletivos ou de confiança, principalmente em áreas como assistência social (27%), educação  (20%) e saúde (20%).

    • 66% das prefeitas ocuparam cargos de confiança no poder executivo, sendo que 23% delas comandaram Secretarias de Governo.

    • um terço das prefeitas já foi eleita para outros cargos:  29% das prefeitas já foram vereadoras e 14 % foram vice-prefeitas.

    • 71% das prefeitas têm ensino superior (enquanto apenas 50% dos prefeitos tem ensino superior).

    • 42% das prefeitas têm pós graduação.

    São batalhadoras:

    • as prefeitas estão nos municípios menores e mais pobres. Receita tributária per capita média dos municípios governados por mulheres: R$ 199,04. Por prefeitos: R$ 245,08.

    • as prefeitas precisam de mais recursos para se eleger: de R$ 7,10, ante R$ 6,15 para os prefeitos.

    Dificuldades:

    • 53% –  reconhecem que já sofreram assédio ou violência política

    • 48% –  falta de recursos para a campanha

    • 22%  – falta de apoio do partido ou base aliada

    • 24% – falta de espaço na mídia

    Pretas e pardas (conforme denominação do IBGE):

    • 45% são pretas e pardas, a maioria no Nordeste

    • 74% está em seu primeiro mandato. Entre as brancas, a porcentagem é de 56%

    • 75% de mulheres pretas e pardas já haviam ocupado cargos de confiança. Entre as brancas, o índice é de 68%.

    • 44% não possuem qualquer familiar eleito. Entre as brancas, a porcentagem é  33%

    Não são fantoche de marido:

    • apenas 36% das prefeitas possuem marido que já foi eleito para algum cargo na política. Em 21% dos casos, ele foi prefeito (o que, não pode ser considerado demérito, já que ter familiares na política é comum para mulheres e homens eleitos na política brasileira)

  • II Festival de Hip Hop Zumbi dos Palmares celebra Semana da Consciência Negra

    Acontece no próximo domingo, dia 25 de novembro, em Porto Alegre, a segunda edição do Festival de Hip Hop “Zumbi dos Palmares”.
    O evento na Semana da Consciência Negra homenageia Zumbi, um grande líder da resistência contra a escravidão no Brasil. A primeira edição do evento ocorreu no ano passado, no viaduto do Brooklin.
    A iniciativa é do coletivo Embolamento Cultural e da Ong Emancipa, organizado pelo rapper Tiry, integrante do grupo BFN (Banca Forte da Norte) criador e idealizador do evento Cohab é só Rap – maior evento de Hip Hop do sul do país – que aconteceu por 12 anos no bairro Rubem Berta, juntamente com outros coletivos de juventude e cultura.
    Serão mais de 20 artistas, que irão se apresentar no Largo dos Açorianos, centro de Porto Alegre das 14 às 22h. O encerramento será da atração nacional, o rapper Nocivo Shomon.
    O objetivo principal do festival é fortalecer o movimento hip-hop como ferramenta de inclusão social, entretenimento, resgate e organização da juventude.
    O evento teve o apoio do Psol e do mandato do vereador Roberto Robaina.
    “Precisamos fazer o uso dos espaços públicos, para debater o que é importante.
    Queremos transformar o festival em um evento anual, na semana da consciência negra, também para combater os preconceitos, o racismo e a violência urbana.
    A cultura hip-hop precisa ser valorizada” salientou Robaina.

  • Zoobotânica abre suas coleções para visitação no domingo

    A Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul realiza no domingo (25/11) mais uma edição do Projeto Ciência na Praça, com a exposição de coleções científicas e atividades direcionadas para as crianças e adultos.
    Esta edição do evento comemora 63 anos do Museu de Ciências Naturais.
    Durante todo o dia, pesquisadores, bolsistas e estagiários nas diversas áreas do conhecimento biológico estarão em contato com o público visitante, passando informações e conteúdos sobre a flora e fauna nativas rio-grandenses.


    O público será convidado a organizar um canteiro com plantas espontâneas e potencial de uso ornamental e bate papo sobre Plantas Alimentícias não Convencionais (PANCs).
    As atividades ocorrem das 9h às 16h, no estacionamento do Jardim Botânico de Porto Alegre.
    O valor do ingresso individual é R$ 6,oo e R$ 3 para estudantes, idosos e crianças. Automóvel custa R$ 11,oo. Todas as atividades são gratuitas.

  • Justiça tardia: jornal publica reparação a Olívio Dutra após 16 anos

    O jornal Zero Hora publicou, nesta terça-feira (20), uma página inteira em reparação à honra do ex-governador Olívio Dutra (PT), por um texto de 16 anos atrás, que constava na sessão ‘Apedido’, escrito pelo advogado Paulo de Couto Silva.
    Na publicação, o advogado acusava Olívio de “conivência e interesse com a prática do jogo do bicho”, além de chamá-lo de “um dos maiores mentirosos que já passaram pelo Estado do Rio Grande do Sul”.
    A reparação ocupou toda a página 13 do jornal e trouxe algumas partes relevantes da decisão judicial, tomada pela 8ª Vara Cível do Foro de Porto Alegre, que apontaram que houve ofensa e calúnia no texto escrito por Couto.
    O advogado ainda se manifestou de forma semelhante em um programa do Canal 20, na mesma época. “Não há como negar que ambas as ocorrências causaram dano na esfera moral do autor, maculando-lhe a imagem de cidadão, quanto mais de homem público”, diz a decisão.
    Em 2004, o advogado já havia sido condenado a pagar uma indenização de 80 salários mínimos a Olívio devido às ofensas. Couto, à época, também entrou com um pedido de impeachment de Olívio, alegando o não cumprimento de acordos feitos no governo anterior para a implantação da Ford no Rio Grande do Sul.
    Ele chegou ainda a lançar um livro intitulado “O Impeachment de Olívio Dutra e o Estado Democrático de Direito”.
    (Com informações do Sul21)

  • Mais médicos: 8,5 mil cubanos deixam o Brasil até 12 de dezembro

    O segundo grupo de profissionais cubanos, vinculados ao programa Mais Médicos, deixa hoje (22) o Brasil rumo a Havana, em Cuba. Os vôos são fretados e sairão de Brasília, Salvador e São Paulo.
    A informação foi confirmada pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), responsável pela intermediação do convênio entre Brasil e Cuba. Há uma semana, 196 médicos retornaram para Cuba.
    O cálculo da Opas é que os 8,5 mil médicos cubanos deixem o Brasil até 12 de dezembro. De hoje a sábado (24), cinco voos partirão com destino à capital cubana, Havana.
    Os profissionais já começaram a se deslocar dos municípios onde estavam alocados em direção às cidades de onde sairão apenas voos para Cuba.

    Brasília - Recepção de novos profissionais brasileiros que atuarão no Programa Mais Médicos (José Cruz/Agência Brasil)
    Profissionais cubanos que atuavam no Mais Médicos José Cruz/Agência Brasil

    O retorno ocorre por decisão do governo cubano, que chamou de volta os profissionais por desacordo com condições impostas pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro, para que os médicos permaneçam no programa.
    Entre as medidas, estão fazer o Revalida – prova que verifica conhecimentos específicos na área médica, receber integralmente o salário e poder trazer a família para o Brasil.
    O presidente de Cuba, Miguel Diaz-Canel, por meio de uma rede social, defendeu os profissionais.
    A imprensa cubana, que é estatal, publica diariamente reportagens, informando a formação e a credibilidade dos profissionais de saúde do país.
    Em nota, o Ministério da Saúde cubano afirmou que as exigências desrespeitam as condições acordadas no convênio com a Opas.
    Dois dias após a decisão, o presidente eleito, Jair Bolsonaro, afirmou que as novas exigências foram definidas para proteger os médicos de más condições de trabalho, por razões que classificou de “humanitárias”.

    Substituição

    Ontem (21), começaram as inscrições para repor as vagas abertas com a saída dos médicos cubanos.
    Os interessados em ocupar os postos têm até domingo (25) para se candidatar. Podem participar profissionais com registro nos conselhos de medicina ou com diploma na atividade validado no país.
    Os candidatos poderão escolher as cidades onde querem trabalhar. A medida que forem sendo preenchidas, as vagas serão retiradas do sistema.
    Os inscritos terão que se apresentar no local selecionado a partir do dia 3 de dezembro para homologar a contratação e iniciar a função. Caso as vagas não sejam preenchidas, será aberto novo edital, no dia 27 de novembro, para buscar outros profissionais.

    (Com informações da Agencia Brasil)
  • Ex-embaixador americano sugere que Bolsonaro se afaste da China

    Em entrevista a Folha de S. Paulo, o ex-embaixador americano Thomas Shannon sugeriu ao governo Bolsonaro uma maior aproximação com os Estados Unidos, com abertura do mercado brasileiro aos produtos norteamericanos.
    A abertura do mercado brasileiro para os EUA, segundo Shannon pode reduzir as barreiras americanas à entrada de produtos brasileiros, como aço e alumínio, hoje com tarifas restritivas
    Shannon foi foi embaixador no Brasil durante quase quatro anos (2010-2013) e ocupava o terceiro mais alto cargo do Departamento de Estado dos EUA até o início deste ano.
    A receita dele para estreitar as relações políticas e comerciais entre os dois países passa pelo reconhecimento a patentes, compras de armas, cerco à Venezuela e afastamento da China.
    “As áreas que têm potencial de avanço continuam as mesmas. Uma delas é, obviamente o comércio. Brasil e EUA precisam focar em investimento e acesso a mercado. Transferência de tecnologia e proteção de propriedade intelectual também são prioridades. Há espaço para uma cooperação em segurança, envolvendo as Forças Armadas dos dois países. Podemos expandir programas de treinamento, desenvolvimento de tecnologia militar e de armamentos. No campo político, a Venezuela é certamente a questão maior e mais premente, mas é preciso falar sobre a China.”
    Com relação à china a pressão é explícita: “Acredito que o presidente eleito e sua equipe entendem que, ainda que seja importante vender commodities para a China, o tipo de relação econômica que o país tem com os EUA oferece muito mais para o futuro do Brasil”. Ele sinalizou que quer o Brasil inundado por produtos ‘made in USA’: “O mercado brasileiro é relativamente fechado”.
    Sobre a Venezuela, Shannon deixou claro que a intervenção no país será um tema da visita a Bolsonaro do assessor de segurança nacional dos Estados Unidos, John Bolton, da ala “dura” do governo Trump.
    Ele vem ao Brasil no próximo dia 29 para estabelecer uma pauta comum no tratamento da questão Venezuela: “A conversa entre Bolsonaro e Bolton será importante para isso. Tanto o Brasil como os EUA querem continuar pressionando o governo venezuelano a permitir a entrada de ajuda humanitária”.
    Na entrevista, o ex-embaixador sugere sanções brasileiras à Venezuela: “Isso depende da estrutura de sanções do país, não sei até onde o Brasil pode ir nesse sentido. Mas o Brasil tem investimentos significativos na Venezuela e é um grande fornecedor de alimentos, ou seja, tem outras alavancas que pode usar”.

  • Haddad e Boulos lançam frente em defesa dos movimentos sociais

    Fernando Haddad, candidato do PT, e Guilherme Boulos, candidato do PSOL, na última eleição presidencial, lançaram ontem em Brasilia “um movimento de resistência a qualquer tentativa de criminalização dos movimentos sociais e de ataques às liberdades democráticas garantidas pela constituição”.
    Em ato na Câmara dos Deputados, os dois líderes criticaram os ataques recentes do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) e de seus aliados, tentando criminalizar os movimentos sociais e suas mobilizações.
    Fernando Haddad, manifestou “solidariedade irrestrita ao direito de organização e de reivindicação de todos os movimentos sociais”, especialmente do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), “os mais ameaçados pelas recentes tentativas criminalização”.
    “Temos que construir a democracia e criar condições concretas para que as pessoas tenham direito à terra, à casa própria, à escola, à universidade e ao sistema de saúde. Portanto, esses movimentos [sociais] têm o compromisso com o que há de mais sagrado em um ambiente de liberdade, os direitos sociais e civis”, declarou Haddad.
    Boulos afirmou que os movimentos sociais “não vão se intimidar com ameaças de criminalização de suas lutas”.
    Como exemplo, citou a tentativa de endurecer a lei contra o terrorismo (PLS 272/16), atualmente em tramitação no Senado. Parlamentares de direita, principalmente aliados do próximo presidente, tentam classificar o MST e o MTST como organizações terroristas.
    “É verdade que o Bolsonaro foi eleito, mas a democracia não é praticada apenas em um domingo de quatro em quatro anos. A democracia é uma prática cotidiana que pressupõe o respeito às oposições, às minorias, aos movimentos sociais e às liberdades constitucionais, como o direito à livre manifestação e à livre expressão. Não se pode tratar movimento social na pancada, mas sim com políticas públicas”, avisou Boulos.
    O representante da direção nacional do MST Alexandre Conceição também criticou a tentativa de criminalização dos movimentos sociais.
    Ele garantiu que o movimento em defesa da democracia, e do direito à terra, a teto e pela demarcação das terras indígenas “está apenas começando”.
    “Eles dizem que somos terroristas, mas terrorismo é a política econômica que querem implementar, que tira direitos da classe trabalhadora e joga milhões na pobreza. Ocupar terra não é crime, crime é não fazer a reforma agrária e a reforma urbana. Nenhum minuto de silêncio, nenhum passo atrás, faremos a resistência contra a retirada de qualquer direito e a criminalização dos movimentos sociais”, desafiou.
    Também discursaram durante o ato público deputados representando o PCdoB, o PSOL, além da líder indígena Sônia Guajajara, candidata a vice-presidente na chapa de Boulos na última eleição.