Categoria: Geral

  • Consumo de gás veicular cresce 30% no Rio Grande do Sul

    A Sulgás, uma das estatais na lista das privatizações, vai ter um de seus melhoras anos em 2018.
    O consumo de gás natural, do qual ela é a única fornecedora no Rio Grande do Sul, cresceu 14% no Estado em relação a 2017.
    A expansão foi puxada pelo aumento das vendas de GNV (gás para veículos), que cresceram 30%, mas também o mercado industrial se mostrou ativo: dez novos contratos para fornecimento de gás a indústrias de médio e pequeno porte foram assinados este ano.
    Os outros dois segmentos do mercado da Sulgás são: o consumo residencial e a cogeração, que é o gás fornecido para geração de energia.Tiveram crescimentos menores.
    A demanda pelo gás veicular decorre do preço da gasolina, que torna vantajosa a conversão de carros, caminhões e ônibus para o uso de gás.
    Em parceria com o Sulpetro, o sindicato dos varejistas, a Sulgás começou a treinar revendedores de combustíveis para operações com o gás natural.
    A primeira palestra foi realizada nesta terça-feira (20), na sede do sindicato, em Porto Alegre.
    Durante o evento, que reuniu proprietários de postos de combustíveis, o diretor-presidente da Sulgás, Rafael Pezzella, destacou os resultados positivos do setor. O consumo de gás veicular bateu recorde em outubro, chegando a 285 mil m³/dia.
    Só entre agosto e setembro, foram mais de duas mil adaptações para o uso de GNV, ampliando a frota para mais de 71 mil veículos rodando com esse combustível no Rio Grande do Sul.
    “Com esses números, outros seis postos poderiam abrir para a venda de GNV. Mas o desafio, agora, é fazer com que as adaptações continuem acontecendo e que consigamos colocar mais opções de abastecimento em locais estratégicos”, acrescentou Pezzella. Atualmente, são 85 postos revendendo GNV no Estado.
    Em sua apresentação, o coordenador de Marketing da Sulgás, Guilherme Cabral, adiantou que a Companhia planeja ações para estimular o consumo de GNV.
    “Em 2019, realizaremos ações promocionais nas revendas que contam com GNV. Também desenvolveremos um aplicativo para os motoristas identificarem os postos que vendem o produto, onde estão localizadas as empresas instaladoras e quais são os preços do combustível”, adiantou Cabral.
    O próximo evento está agendado para a quarta-feira (28), das 13h30 às 17h, na Sede do Sulpetro, em Porto Alegre. O encontro será dirigido para gerentes e funcionários dos postos de combustíveis. Informações e inscrições: (51) 3930-3800 ou pelo WhatsApp (51) 99798-0973.
    A procura pelo serviço de instalação de kits de GNV também aumentou. Oficinas especializadas no serviço relatam que houve um incremento de pedidos de orçamento em cerca de 300%. A fila de espera que era de duas semanas, passou para dois meses.
    Tendência que também pode ser comprovada pelo número de acessos ao simulador de economia no site da Sulgás. A média de acessos era de 463 usuários únicos por mês e, em maio, esse número saltou para 894.
    (Com informações da Assessoria de Imprensa)
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     

  • Imprensa ignora movimento dos sindicatos contra a Reforma da Previdência

    Foi, segundo a CUT, “a primeira mobilização da Campanha Permanente em Defesa da Previdência  nas praças, ruas, órgão públicos e portas de fábricas em vários estados”.
    Assembleias em portas de fábricas, panfletagens e diálogo com a população e trabalhadores, nas praças e ruas de vários estados e cidades brasileiras marcaram o “Dia Nacional de Mobilização em defesa da Previdência e da Seguridade Social” realizado na quinta-feira (22).
    Declaradamente favorável à reforma em gestação no governo Bolsonaro, os jornais e os sites dos grandes grupos de comunicação praticamente ignoraram o assunto.
    Todas as centrais sindicais (CUT, Força Sindical, CTB, Intersindical, CSB, CSP-Conlutas, NCST, UGT e CGTB). estão engajadas na campanha de mobilização nacional contra a proposta em preparo pelo novo governo, que adota o regime de capitalização para a Previdência.
    A reforma da Previdência é uma prioridade do governo Jair Bolsonaro.
    “De acordo com o  futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, ele pretende adotar no Brasil o falido modelo chileno de capitalização da Previdência”, afirma o presidente da CUT, Vagner Freitas.

    Na avaliação das centrais, a proposta de Bolsonaro é ainda pior para os trabalhadores do que o projeto engavetado por Michel Temer, por trazer a capitalização do regime previdenciário.

    O modelo, que vem sendo defendido pelo futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, é pelos sindicatos criticado por impor que a contribuição seja feita apenas pelos trabalhadores em contas individuais.

    Eles apontam os resultados que a privatização da previdência tiveram no Chile, onde os aposentados, segundo lideranças sindicais, recebem menos da metade do salário mínimo do país.

    “Haverá reação para barrar qualquer proposta que prejudique a classe trabalhadora. A resistência está apenas começando”.

    Veja como foram os atos nos Estados:
    No Ceará, o ato em “Defesa do Ministério do Trabalho e Emprego e Contra a Reforma da Previdência” durou toda a manhã em frente à Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE), no centro de Fortaleza. Houve também distribuição de material reforçando a importância da Previdência Social e “sobre os ataques que a classe trabalhadora continua sofrendo”CUT-CE
    Em Pernambuco, a CUT e inúmeros sindicatos filiados, com participação da  CTB, MST, Fetape, FUP, realizaram um ato público de unidade e resistência em frente ao Ministério do Trabalho, no Recife. O ato foi para denunciar os ataques do governo Temer e as medidas anunciadas pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro.
    O presidente da CUT Pernambuco ficou toda manhã conversando com a população que passava no local do ato.
     
    No Paraná, o ato público aconteceu em Curitiba, Esquina da Democracia, no calçadão da Rua XV de Novembro com a Rua Monsenhor Celso. Teve diálogo com a população e panfletagem do Jornal das Centrais.
    CUT-PRCUT-PR
    No centro da Aracaju, em Sergipe, a Central Única dos Trabalhadores, a CSP Conlutas e a CTB se juntaram para promover uma atividade educativa, através de enquete e diálogo com a população do Centro de Aracaju.
    Presidente da CUT Sergipe, Rubens Marques, o professor Dudu, aposta na educação e no diálogo com a população. “A previdência e a seguridade social são fundamentais para a população. É algo que não é ensinado aos jovens, mas até um bebê recém-nascido no Brasil é beneficiado através da licença maternidade que é paga à mãe trabalhadora”.
    A luta contra a extinção do Ministério do Trabalho é outro assunto que foi relembrado nesta atividade construída por lideranças sindicais que representam professores, bancários, jornalistas, trabalhadores do Judiciário, servidores da Previdência, do Ministério do Trabalho, petroleiros, engenheiros florestais, entre outros.
    CUT-SECUT-SE
    No Rio Grande do Sul, o jornal das centrais também foi distribuído e bem recebido pela população no ato público na manhã desta quinta, no Centro Administrativo Fernando Ferrari (CAFF).
    Os diretores sindicais explicaram para os curitibanos os impactos da reforma da Previdência para toda sociedade brasileira.
    CUT-RSCUT-RS
    No estado de São Paulo, teve mobilização dos bancários, médicos, trabalhadores da Saúde, metalúrgicos, metroviários, sindicalistas do setor vestuário, entre outros. Confira aqui reportagem da CUT-SP.
    Com informações das da RBA e CUTs Estaduais.

  • MP quer multar dono da Havan em R$ 100 milhões por coagir funcionários

    O Ministério Público do Trabalho de Santa Catarina (MPT-SC) protocolou, na última segunda-feira (19), um processo contra as lojas Havan e seu proprietário, Luciano Hang.
    O empresário é acusado por “dano moral coletivo” por coagir seus empregados a votarem em Jair Bolsonaro (PSL).
    A ação civil pede indenizações no valor total de R$ 100 milhões.
    De acordo com os procuradores,  além de ter feiro campanha ostensiva para o presidente eleito e contra seu opositor no segundo turno, Fernando Haddad (PT), o empresário obrigou os empregados a participar de manifestações organizadas por ele mesmo e que chamou de ”atos cívicos”, como parte de sua campanha por Bolsonaro.
    Nestes “atos cívicos” o proprietário da Havan foi gravado fazendo ameaças explícitas de fechar lojas e dispensar os trabalhadores, caso Haddad vencesse a eleição.
    Segundo a ação civil, os funcionários teriam sido constrangidos a responder, em mais de uma ocasião, enquetes internas promovidas pela Havan em seus terminais de computadores, informando em quem votariam – num momento em que já era conhecida a preferência do dono da empresa.
    A ação do MPT-SC pede o pagamento de R$ 25 milhões por danos morais coletivos e R$ 75 milhões por danos morais individuais, divididos entre R$ 5 mil para cada um dos 15 mil funcionários da Havan.
    “Os réus valeram-se de sua condição de empregadores para impor sua opinião política a respeito dos candidatos à Presidência da República e para vincular, de maneira absolutamente censurável, a manutenção dos postos de trabalho de seus colaboradores, valendo-se de métodos humilhantes, vexatórios e, até mesmo, de ‘pesquisas eleitorais’ obrigatórias sem qualquer respaldo em lei’”, diz o texto da ação.
    Em nota, o departamento jurídico da Havan informou que a rede de lojas ainda não foi oficialmente comunicada sobre o processo e, portanto, não iria fazer um pronunciamento a respeito.
    (Com informações da RBA)

  • Prefeitura, universidades e empresas firmam pacto pela inovação em Porto Alegre

    Uma aliança pela inovação, firmada há quase dois anos pelas três principais universidades do Rio Grande do Sul (Ufrgs, PUC e Unisinos), ganhou a adesão de empresas e da prefeitura de Porto Alegre.
    O pacto pela inovação da cidade, chamado de Pacto Alegre, foi firmado na tarde desta quarta-feira, 21.
    Trata-se de uma arrojada proposta para tornar a capital  gaúcha numa referência internacional em inovação, cultura e qualidade de vida, até 2025.
    O evento foi realizado no Centro Cultural da UFRGS com a presença do prefeito Nelson Marchezan Júnior, de representantes das universidades, empresas e entidades.
    No evento, foi formalizada a incorporação oficial ao processo do especialista espanhol Josep Piqué, que será o consultor técnico do projeto. Especialista no assunto e gestor do processo de renovação pela inovação ocorrido em Barcelona, Medellín e Santa Catarina, o espanhol destacou a união de forças de todos os agentes da Capital para buscar um futuro melhor.
    “Inovação é uma ambição de um futuro melhor. Precisamos ter compreensão dos desafios urbanos, sociais e econômicos”, afirma.
    O pró-reitor Acadêmico e de Relações Internacionais da Unisinos, Alsones Balestrin, resumiu o projeto como “um presente dos gaúchos desta geração para os gaúchos do futuro”.
    O reitor da PUC/RS, Irmão Evilázio Teixeira, lembrou que esta data é histórica, pois “é o primeiro desdobramento dos projetos para transformar Porto Alegre em referência internacional”.
    Para o reitor da UFRGS, professor Rui Vicente Oppermann, em breve, “Porto Alegre será espelho para o que será reproduzido em muitos outros locais”.
    O objetivo é transformar a cidade em um polo gerador de novos empreendimentos de base tecnológica e startups, atrair novos investimentos e reter talentos no ecossistema de inovação da Capital.
    Também projeta-se avançar em ações estruturantes da cidade, como a viabilização de espaços urbanos adequados e com incentivos direcionados à atração de empreendimentos inovadores e novos investimentos, com modernos espaços para viver, morar e trabalhar.
    O que diferencia o Pacto Alegre de projetos anteriores com o mesmo objetivo é a união das três maiores universidades buscando uma agenda única e convergente.
    A articulação entre elas visa potencializar ações de alto impacto em prol do avanço do ecossistema de inovação e do desenvolvimento da cidade. O projeto tem o apoio do Grupo RBS, Badesul, Agibank e Sicredi.
    A agenda de projetos de transformação deve ser anunciada no início de 2019.
    (Com informações da assessoria de imprensa)

     

  • Guia mostra que maioria dos bancos não respeita direitos do consumidor

    O Instituto de Defesa do Consumidor (IDEC) lança nesta quinta-feira (22) a edição 2018 do Guia dos Bancos Responsáveis (GBR).
    O estudo, que já foi feito em outros oito países e chega a sua 7ª edição no Brasil, avalia as políticas e práticas dos bancos em 18 temas de interesse da sociedade, relacionados aos consumidores, meio ambiente e economia.
    Atualmente, mais de 140 milhões de brasileiros utilizam o banco para receber salário, movimentar dinheiro, fazer investimentos ou empréstimos.
    Os bancos, por sua vez, são remunerados de várias formas: principalmente pelas tarifas, juros e serviços.
    O dinheiro que fica “guardado” no banco é repassado por meio de empréstimos para terceiros. Mas quem são esses terceiros?
    E se, indiretamente, esse dinheiro estiver financiando guerras ou o desmatamento das florestas?
    Para dar este tipo de informação ao consumidor, o Idec analisou as políticas de nove bancos: Banco do Brasil, Bradesco, BNDES, BTG Pactual, Caixa Econômica Federal, Itaú, Safra, Santander e Votorantim.
    Cada um deles foi avaliado, com notas de 0 a 10, em 18 itens divididos em três grupos:
    Temas transversais, no qual entram mudanças climáticas, corrupção, igualdade de gênero, direitos humanos, direitos trabalhistas, meio ambiente e impostos.
    Temas setoriais, como armas, alimentos, florestas, setor imobiliário e habitação, mineração, óleo e gás e geração de energia;
    Temas operacionais, que são direitos do consumidor, transparência e prestação de contas, inclusão financeira e remuneração.
    “O GBR é um instrumento importante para o consumidor saber, por exemplo, se o banco com o qual trabalha é transparente, respeita os consumidores e promove ideias que estejam de acordo com ele. Queremos dar para cada pessoa o poder da informação, e assim, aumentar a sua capacidade de fazer escolhas”, afirma a economista do Idec, Ione Amorim, responsável pelo estudo.
    O resultados do estudo mostra os bancos com um desempenho fraco.
    Em três temas (direitos trabalhistas, meio ambiente e inclusão financeira), as notas são satisfatórias, mas isso se deve principalmente à legislação brasileira, que nesses assuntos força que as instituições adotem políticas mais rígidas.
    Contudo, os resultados ruins nos outros 15 temas, principalmente “Armas”, “Mudanças Climáticas” e “Setor Imobiliário”, derrubaram a nota final, que ficou entre 2 e 4,3.
    Os piores resultados foram no tema ”Armas”. O item avalia o financiamento ou investimento em empresas envolvidas na produção, manutenção e distribuição de minas terrestres, munições de fragmentação e armas biológicas, químicas ou nucleares.
    Com exceção do Santander e do Safra, todos os bancos avaliados ficaram com nota 0, por não apresentarem nenhuma política sobre o tema. Veja no site.
     
    Pela primeira vez, o guia incluiu o tema “Igualdade de Gênero”, que leva em consideração as políticas para igualdade salarial, assédio e representatividade das mulheres em altos cargos administrativos, dentre outros.
     
    A maior nota foi 2,4, o que mostra que as políticas dessas instituições estão ainda muito aquém do esperado.
     
    As notas em todos items, assim como as avaliações de cada banco, estão disponíveis no site www.gbr.org.br .
    As nove instituições financeiras avaliadas tiraram nota abaixo de 5 na maioria dos temas; no ranking geral de nove países, Brasil está na sétima colocação
     

  • Plano de saúde financiou campanha do ministro de Bolsonaro

    O deputado federal Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS) ministro da Saúde escolhido pelo presidente eleito Jair Bolsonaro tem o aval dos deputados da Frente Parlamentar da Saúde, que reúne representantes dos planos de saúde, santas casas e organizações sociais de saúde (OSS).
    O novo ministro diz contar com o apoio de “todo o setor organizado” da saúde, sem mencionar especificamente o setor público, e prometeu a “recuperação da saúde brasileira”.
    Ortopedista de formação, Mandetta presidiu a Unimed de Campo Grande entre 2001 e 2004.
    Em 2005, assumiu a Secretaria de Saúde da capital sul-matogrossense durante gestão dos prefeitos Nelsinho Trad (MDB) e André Puccinelli.
    O futuro ministro responde a inquérito por fraude em licitação, tráfico de influência e caixa 2 na implementação de um sistema de prontuário eletrônico na prefeitura de Campo Grande.
    Segundo uma auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU) de 2014, o pagamento foi feito, mas o sistema não foi instalado, com prejuízo de R$ 6 milhões. Mandetta nega irregularidades.
    Durante a campanha de 2014, quando foi reeleito deputado, Mandetta recebeu doação de R$ 100 mil da operadora de plano de saúde Amil. Neste ano, não disputou eleições.
    Assim como Bolsonaro, Mandetta também critica o programa Mais Médicos, desde a sua implementação, em 2013. Ele chegou a falar em “navio negreiro do século 21” ao se referir aos milhares de médicos cubanos vindos ao Brasil, predominantemente negros.
    “Este era um dos riscos de terceirizar uma área tão essencial. Me parece que era muito mais um convênio entre Cuba e o PT, e não entre Cuba e o Brasil”, afirmou o futuro ministro, que chamou as ações do programa como “improvisações”.
    Mandetta é o terceiro ministro do DEM anunciado para compor o governo Bolsonaro. São também do partido o deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS), que comanda a transição e foi anunciado como ministro-chefe da Casa Civil, e a deputada federal ruralista Tereza Cristina (DEM-MS), que vai ocupar a pasta da Agricultura.

  • Mulheres ocupam 11% das prefeituras e sofrem com assédio e preconceitos

    “A mulher vive muitos preconceitos em vários espaços, na vida profissional, na vida social. Mas no meio político a gente sofre muito. É um espaço onde os homens acham que a gente não tem capacidade de administrar uma cidade.”

    O desabafo é da educadora Tânia Portugal,  prefeita de São Sebastião do Passé (BA) entre 2005 e 2012.

    Segundo a ex-prefeita, filiada ao PCdoB, na falta do que falar sobre competência técnica e profissional, as pessoas começam a desqualificar na parte pessoal. “Você é chamada de descarada, é chamada de sapatona. Se a mulher é muito aberta, comunicativa é descarada. Se é mais retraída é sapatona. É um negócio louco, que homem nenhum vive.”

    Pedagoga com mestrado em Educação, Tânia é a personificação do que foi apurado pelo Instituto Alziras na pesquisa Perfil das Prefeitas no Brasil.

    Segundo o levantamento, 71% têm ensino superior, enquanto entre os prefeitos esse índice é de 50%; 42% delas têm ainda pós-graduação e experiência.

    Mesmo assim, as mulheres, que são 51% da população, governam apenas 11% das 5.570 cidades brasileiras, de acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Estão à frente de cidades pequenas e com Produto Interno Bruto (PIB) baixo.

    No poder, os principais desafios apontados pelas prefeitas são assédio ou violência política, indicados por 53% das pesquisadas.

    “Ninguém chama um homem, como chamaram a presidenta Dilma, de vaca. Sempre tentam desqualificar a mulher. Isso a gente sofre. Não sofri agressão física, mas essa violência sutil a gente sofre bastante. E de tabela a família sofre conosco”, relata a ex-prefeita de 53 anos, nascida em São Sebastião do Passé.

    O estudo, lançado na terça-feira (13), no Rio de Janeiro, ouviu 45% das 649 prefeitas do Brasil, entre maio e julho deste ano e contou com apoio da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Frente Nacional de Prefeitos (FNP), Associação Brasileira de Municípios (ABM) e financiamento do Instituto Clima e Sociedade (iCS) e MRS Logística.

    “Compreender as experiências das mulheres na política municipal é extremamente importante porque a prefeitura é porta de entrada e base da construção de parte significativa das carreiras políticas”, diz Michelle Ferreti, uma das fundadoras do Instituto Alziras, organização que tem o objetivo de desenvolver ferramentas para contribuir para o aumento da participação das mulheres na política.

    prefeita de monterio lobato
    Daniela, prefeita de Monteiro Lobato (SP): ‘A mulher, fora do ambiente doméstico, sempre foi vista como intrusa’

    “Você vai sofrendo os preconceitos, mas ao mesmo tempo vai se firmando e se afirmando nesse espaço. Ouvi piadinhas, desqualificação. Mas o se firmar e se afirmar constantemente a gente vai mostrando o trabalho, ações que a gente desenvolve”, diz Tânia Portugal. Foi assim que ela garantiu sua reeleição em 2008. “Já tem dois mandatos que saí. Ando nas ruas e a população diz ‘eu era feliz e não sabia’.”

    A ex-prefeita foi responsável, por exemplo, por levar a São Sebastião a Farmácia Popular, programa do governo federal que garantia aos cidadãos medicamentos de uso contínuo até 90% mais baratos.

    desafios

    O levantamento do Instituto Alziras revela que 70% das prefeitas em exercício no país haviam ocupado cargos públicos anteriormente, quase um terço havia sido vereadora. E essa atuação abre espaço para a entrada de outras mulheres na política: 55% das entrevistadas possuem um secretariado composto por pelo menos 40% de mulheres.

     “Quando uma mulher ocupa um cargo político, ela cria condições subjetivas e também objetivas para que outras também possam ocupar esse espaço”, diz Michelle Ferreti.

    Governar uma cidade com até 50 mil habitantes é uma realidade para 91% das prefeitas eleitas em 2016 que, somadas, governam apenas 7% da população do país. Enquanto a média de PIB per capita dos municípios governados por prefeitas é de R$ 17,8 mil, aqueles que governados por homens têm média de  R$ 19,7 mil.

    Daniela de Cássia Santos Brito (PSB) é outra mandatária cuja trajetória e realidade confirmam os dados da pesquisa.

    Desde 2012 à frente da administração de Monteiro Lobato, cidade de pouco mais de 4 mil habitantes na região de Campos do Jordão (SP), ingressou na Prefeitura Municipal no ano 2002. Antes, foi secretária de gabinete e responsável pela Secretaria de Cultura e Turismo do município.

    Formada em Pedagogia e pós-graduada em Gestão de Políticas Sociais pela FMU, atuou por três anos, entre 2008 e 2011, como técnica regional do Fundo Social de Solidariedade do Governo do Estado de São Paulo, no gerenciamento de regiões do Vale do Paraíba e Campinas.

    Em 138 anos desde a emancipação política de Monteiro Lobato, é a primeira mulher a liderar o governo lobatense.

    Apesar de todo o preparo e do reconhecimento popular que a premiou com a reeleição em 2016, Daniela também enxerga várias barreiras para a atuação da mulher na vida pública.

    “Uma delas é o conservadorismo dos partidos políticos. A figura feminina ainda não está completamente inserida nos processos democráticos”, avalia, dando como exemplo a diferença de investimentos nas campanhas de candidatos homens e candidatas mulheres. “Isso revela um cenário que impossibilita a concorrência de ‘igual para igual’ na ocupação dos cargos de prefeitas, vereadoras, deputadas, governadoras e até mesmo a presidência.”

    O preconceito de gênero, para Daniela, é uma forma de violência. “A mulher fora do ambiente doméstico sempre foi vista como intrusa. Ultrapassar esses preconceitos e marcar territórios é vencer um dia de cada vez e ser a inspiração para outras mulheres que passam ou já passaram por situações constrangedoras na vida política.”

    Apesar de tudo, 55% das pesquisadas pelo Instituto Alziras dizem ter interesse em prosseguir na carreira política. “Precisamos mapear as dificuldades enfrentadas pelas prefeitas para podermos traçar estratégias e criar ferramentas que contribuam para o aumento da participação feminina na política brasileira”, afirma Michelle.

    prefeitas negras sofrem mais

    As mulheres negras representam 27% da população, mas governam apenas 3% das cidades brasileiras. Entre as 298 prefeitas ouvidas pela pesquisa, 36% se declararam pretas ou pardas. A maioria delas está à frente de cidades do Nordeste.

    Participam há menos tempo do cenário político: 74% está em seu primeiro mandato, enquanto entre as brancas essa porcentagem é de 56% .

    Por outro lado, pretas e pardas têm mais experiência na gestão pública: 75% já ocuparam cargos não eletivos ou de confiança no governo. Entre as brancas, o índice é de 68%.

    As negras também herdam menos capital político da família: 44% das prefeitas pretas ou pardas não possuem qualquer familiar eleito. Mas essa é uma realidade para 33% das brancas.

    Principais conclusões da pesquisa

    Elas são preparadas para o cargo:

    • 70% já ocuparam cargos públicos não eletivos ou de confiança, principalmente em áreas como assistência social (27%), educação  (20%) e saúde (20%).

    • 66% das prefeitas ocuparam cargos de confiança no poder executivo, sendo que 23% delas comandaram Secretarias de Governo.

    • um terço das prefeitas já foi eleita para outros cargos:  29% das prefeitas já foram vereadoras e 14 % foram vice-prefeitas.

    • 71% das prefeitas têm ensino superior (enquanto apenas 50% dos prefeitos tem ensino superior).

    • 42% das prefeitas têm pós graduação.

    São batalhadoras:

    • as prefeitas estão nos municípios menores e mais pobres. Receita tributária per capita média dos municípios governados por mulheres: R$ 199,04. Por prefeitos: R$ 245,08.

    • as prefeitas precisam de mais recursos para se eleger: de R$ 7,10, ante R$ 6,15 para os prefeitos.

    Dificuldades:

    • 53% –  reconhecem que já sofreram assédio ou violência política

    • 48% –  falta de recursos para a campanha

    • 22%  – falta de apoio do partido ou base aliada

    • 24% – falta de espaço na mídia

    Pretas e pardas (conforme denominação do IBGE):

    • 45% são pretas e pardas, a maioria no Nordeste

    • 74% está em seu primeiro mandato. Entre as brancas, a porcentagem é de 56%

    • 75% de mulheres pretas e pardas já haviam ocupado cargos de confiança. Entre as brancas, o índice é de 68%.

    • 44% não possuem qualquer familiar eleito. Entre as brancas, a porcentagem é  33%

    Não são fantoche de marido:

    • apenas 36% das prefeitas possuem marido que já foi eleito para algum cargo na política. Em 21% dos casos, ele foi prefeito (o que, não pode ser considerado demérito, já que ter familiares na política é comum para mulheres e homens eleitos na política brasileira)

  • Zoobotânica abre suas coleções para visitação no domingo

    A Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul realiza no domingo (25/11) mais uma edição do Projeto Ciência na Praça, com a exposição de coleções científicas e atividades direcionadas para as crianças e adultos.
    Esta edição do evento comemora 63 anos do Museu de Ciências Naturais.
    Durante todo o dia, pesquisadores, bolsistas e estagiários nas diversas áreas do conhecimento biológico estarão em contato com o público visitante, passando informações e conteúdos sobre a flora e fauna nativas rio-grandenses.


    O público será convidado a organizar um canteiro com plantas espontâneas e potencial de uso ornamental e bate papo sobre Plantas Alimentícias não Convencionais (PANCs).
    As atividades ocorrem das 9h às 16h, no estacionamento do Jardim Botânico de Porto Alegre.
    O valor do ingresso individual é R$ 6,oo e R$ 3 para estudantes, idosos e crianças. Automóvel custa R$ 11,oo. Todas as atividades são gratuitas.

  • Justiça tardia: jornal publica reparação a Olívio Dutra após 16 anos

    O jornal Zero Hora publicou, nesta terça-feira (20), uma página inteira em reparação à honra do ex-governador Olívio Dutra (PT), por um texto de 16 anos atrás, que constava na sessão ‘Apedido’, escrito pelo advogado Paulo de Couto Silva.
    Na publicação, o advogado acusava Olívio de “conivência e interesse com a prática do jogo do bicho”, além de chamá-lo de “um dos maiores mentirosos que já passaram pelo Estado do Rio Grande do Sul”.
    A reparação ocupou toda a página 13 do jornal e trouxe algumas partes relevantes da decisão judicial, tomada pela 8ª Vara Cível do Foro de Porto Alegre, que apontaram que houve ofensa e calúnia no texto escrito por Couto.
    O advogado ainda se manifestou de forma semelhante em um programa do Canal 20, na mesma época. “Não há como negar que ambas as ocorrências causaram dano na esfera moral do autor, maculando-lhe a imagem de cidadão, quanto mais de homem público”, diz a decisão.
    Em 2004, o advogado já havia sido condenado a pagar uma indenização de 80 salários mínimos a Olívio devido às ofensas. Couto, à época, também entrou com um pedido de impeachment de Olívio, alegando o não cumprimento de acordos feitos no governo anterior para a implantação da Ford no Rio Grande do Sul.
    Ele chegou ainda a lançar um livro intitulado “O Impeachment de Olívio Dutra e o Estado Democrático de Direito”.
    (Com informações do Sul21)

  • Mais médicos: 8,5 mil cubanos deixam o Brasil até 12 de dezembro

    O segundo grupo de profissionais cubanos, vinculados ao programa Mais Médicos, deixa hoje (22) o Brasil rumo a Havana, em Cuba. Os vôos são fretados e sairão de Brasília, Salvador e São Paulo.
    A informação foi confirmada pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), responsável pela intermediação do convênio entre Brasil e Cuba. Há uma semana, 196 médicos retornaram para Cuba.
    O cálculo da Opas é que os 8,5 mil médicos cubanos deixem o Brasil até 12 de dezembro. De hoje a sábado (24), cinco voos partirão com destino à capital cubana, Havana.
    Os profissionais já começaram a se deslocar dos municípios onde estavam alocados em direção às cidades de onde sairão apenas voos para Cuba.

    Brasília - Recepção de novos profissionais brasileiros que atuarão no Programa Mais Médicos (José Cruz/Agência Brasil)
    Profissionais cubanos que atuavam no Mais Médicos José Cruz/Agência Brasil

    O retorno ocorre por decisão do governo cubano, que chamou de volta os profissionais por desacordo com condições impostas pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro, para que os médicos permaneçam no programa.
    Entre as medidas, estão fazer o Revalida – prova que verifica conhecimentos específicos na área médica, receber integralmente o salário e poder trazer a família para o Brasil.
    O presidente de Cuba, Miguel Diaz-Canel, por meio de uma rede social, defendeu os profissionais.
    A imprensa cubana, que é estatal, publica diariamente reportagens, informando a formação e a credibilidade dos profissionais de saúde do país.
    Em nota, o Ministério da Saúde cubano afirmou que as exigências desrespeitam as condições acordadas no convênio com a Opas.
    Dois dias após a decisão, o presidente eleito, Jair Bolsonaro, afirmou que as novas exigências foram definidas para proteger os médicos de más condições de trabalho, por razões que classificou de “humanitárias”.

    Substituição

    Ontem (21), começaram as inscrições para repor as vagas abertas com a saída dos médicos cubanos.
    Os interessados em ocupar os postos têm até domingo (25) para se candidatar. Podem participar profissionais com registro nos conselhos de medicina ou com diploma na atividade validado no país.
    Os candidatos poderão escolher as cidades onde querem trabalhar. A medida que forem sendo preenchidas, as vagas serão retiradas do sistema.
    Os inscritos terão que se apresentar no local selecionado a partir do dia 3 de dezembro para homologar a contratação e iniciar a função. Caso as vagas não sejam preenchidas, será aberto novo edital, no dia 27 de novembro, para buscar outros profissionais.

    (Com informações da Agencia Brasil)