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No mês em que comemora um ano de atividade ininterrupta como um espaço independente destinado a criar e expor arte contemporânea, em Porto Alegre, o V744Atelier, idealizado pela artista visual Vilma Sonaglio, brinda o público com a mais recente produção de uma das mais profícuas artistas plásticas gaúchas, a pintora e desenhista Téti Waldraff. Tripadeiras, nome da exposição celebrativa, será inaugurada no próximo dia 03 de setembro, sábado, das 16h às 19h (confira detalhes no “Serviço”), com entrada franca. O conjunto expositivo celebra a natureza e destaca-se pela intensidade das cores, pela exuberância das formas e pelo movimento.
A exposição Tripadeiras apresenta desenhos a partir de anotações visuais/fotográficas e verbais feitas nos jardins da casa de Téti Waldraff, nos dois últimos anos 2021/2022. Segundo a artista, a proposta é convidar o espectador a olhar e então ver fragmentos capturados e reinventados envolvendo a magia e a exuberância de folhas, flores, cipós e trepadeiras floridas, ou não, com suas cores nas diferentes estações do ano. – São configurações no plano bidimensional, ou seja, desenho no papel e desenho no espaço tridimensional com linhas feitas de diversos tecidos, como lycra, cetim e malhas, tendo como base estrutural o fio de eletricidade, explica. Tripadeiras, uma palavra inventada por Waldraff, contém e apresenta a mistura de tripas e trepadeiras, floridas ou não.
Instaladas no espaço do corredor e na sala principal do V744atelier, Tripadeiras oferece um passeio de observação e apreciação. A importância desta exposição no contexto do espaço é criar um diálogo e apontar novas maneiras de ver e conviver com arte contemporânea, que é o principal foco do espaço gerido por Vilma Sonaglio. A mostra amplia as possibilidades de novas experiências, propondo uma conversa sobre desenho expandido. – Acredito que tudo que o olho captura é uma forma de desenhar. E esta captura se transforma em criação, em sonho, ou seja, um novo olhar, avalia Waldraff.
A exposição contará com uma reflexão teórica apresentada na forma de texto crítico pela professora, historiadora e crítica de arte, Paula Ramos, que mediará um debate com a artista a se realizar em outubro, em data a ser informada pela imprensa. Ramos acompanha o trabalho de Téti Waldraff há muitos anos e realizou, em 2014, a curadoria da exposição individual da artista, “Jardim em Flor”, no MAC-RS. Nas palavras dela: “Com suas linhas abundantes, cítricas e vigorosas, bi ou tridimensionais, as tripadeiras são expressões de desenho e revelam uma artista absolutamente madura e plena, que não tem receio de colorir, de se contorcer e de se derramar pelo espaço”.
A exposição Tripadeiras apresenta quatro trabalhos relacionados entre si. O primeiro – “Alto Risco/21 Desenhos para 2021” – se constitui de 21 desenhos verticais, cada um nas dimensões de 65cmx48cm, sobre papel preto, feitos com canetas posca. Alto Risco…está relacionado a riscar/arriscar/risco/linha e também ao fato de que foram desencadeados no começo de 2021, época em que a pandemia do Covid-19 apresentou sinais de novas ondas, ao contrário do desejado por todos. “Alto Risco…é coragem, é alegria para seguir e repartir com os olhos de ver de quem se interessar”, explica a autora. O segundo – “O Que Tem Dentro do Papel, O Que Sai do Papel? É Rasgar/Riscar/Arrancar Prá Ver!” – são cinco desenhos verticais nas dimensões de 96cmx48cm, sobre papel preto, feitos com canetas posca e apresentam experiências de arrancar a “pele do papel” que contém no seu interior a cor rosa. Fazem diálogo com os 21 desenhos Alto Risco… e foram realizados em 2022. O terceiro – “Brotos Floridos” – é uma intervenção/instalação pensada para o corredor branco da entrada do V744atelier. É feito com diversos tecidos, fio de eletricidade e vasos cerâmicos se ramificando na parede do corredor, realizado em 2022. O quarto trabalho – “Vivas Tripadeiras Vivas!” – será apresentado na sala em diálogo com os desenhos feitos sobre papel. É constituído de dois vasos cerâmicos grandes e tripadeiras feitas com tecidos e fio de eletricidade.
– O convite é para olhar de perto, olhar de longe, fragmentos e recortes do que meu olhar configurou num primeiro momento em passeios/rondas de procura, olhar plantas, flores, folhas, troncos, galhos, cipós, trepadeiras que cultivo nos nossos jardins de casa em Porto Alegre e em Faria Lemos, conta a artista. Brilhos feitos pela luz do sol, pela chuva, pelo vento e neblina. Cores e formas em transformação nas diferentes estações do ano. Ela revela que o “caderno de anotações” para esta exposição foi a captura de imagens com seu celular.
A inspiração Téti Waldraff faz entender que não é para ser paisagem, não é para ser natureza morta. – É desejo, é sonho, é alegria pelo êxtase das plantas que meus olhos viram e que configurei por meio da linguagem da arte. É um zoom dentro das folhas, flores, cipós, trepadeiras e o mato do entorno. Tripadeiras é invenção dela: mistura de tripas com trepadeiras floridas ou não, que seu olhar e fazer busca ofertar a quem se interessar em olhar e ver um pouco da magia, da exuberância que está quieta no jardim, no mato, esperando ser contemplada e reinventada. Esta intervenção/exposição está sintonizada com um trabalho que a artista realizou em 2019 no Centro Cultural da Ufrgs, no Projeto Grafite de Giz, no qual também partiu de registros fotográficos feitos nos jardins do entorno do Centro Cultural. – Fiz um “Jardim de Giz” num painel/quadro preto de 6mX3m, com fundo preto, remetendo aos antigos quadros negros de colégios”, detalha. Por isso, nos desenhos que apresenta na atual exposição ela faz uso do papel preto. – Fixo minha cabeça nos jardins de casa e da casa da serra. No atelier, onde faço meus desenhos é o meu refúgio. É onde desembocam fios e linhas que reinventam as formas e cores das flores, folhas, cipós que vi. É meu olhar sobre o mundo. Brilho, opacidade, forma, cor e linha brotando no plano bidimensional e tridimensional, reflete. Sobre Téti Waldraff Téti Waldraff (Sinimbu RS1959) é artista plástica e professora, formada em Educação Artística/Artes Plásticas no Instituto de Artes da Ufrgs (1984) e bacharel em Artes Plásticas/Desenho pelo Instituto de Artes da Ufrgs (1986). Desde os anos 80 desenvolve atividades profissionais em arte-educação, ministrando oficinas e palestras, paralelo ao desenvolvimento de sua produção plástica em seu próprio atelier. Realizou diversas exposições individuais e participa de coletivas desde os anos 80. Suas obras estão em acervos do Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli (Margs), Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul (MAC-RS), Pinacoteca Barão de Santo Ângelo-Instituto de Artes da Ufrgs, Fundação Vera Chaves Barcelos-Viamão-RS, Coleção Diógenes Paixão-Rio de Janeiro- RJ. Integra a Coleção Gilberto Chateaubriand, Rio de Janeiro-RJ, e a Coleção Renato Rosa, Porto Alegre-RS. Atualmente, vive e trabalha em Porto Alegre- RS, onde tem atelier próprio, e também em Faria Lemos, interior de Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha.
Sobre o V744atelier Idealizado pela artista visual Vilma Sonaglio, o V744atelier é um local para criar e expor arte contemporânea. Abriga exposições de artistas convidados, mas também aceita propostas de criadores que estejam desenvolvendo sua pesquisa e produção em todas as linguagens na arte contemporânea. Inaugurado em 18 de setembro de 2021, com a exposição “ViCeVeRSa…pode não ser o que é”, de Sonaglio, o Atelier já sediou a exposição “Paisagem sem Volta”, de André Venzon e Igor Sperotto (19/12/21 a 25/02/22), “Beabá”, de Maria Paula Recena e Marcos Sari (12/03/22 a 28/04/22) e . “C+asa”, de Marcelo Silveira (14/05 a 22/07/22). “Tripadeiras”, de Téti Waldraff, é a quinta mostra do espaço expositivo e marca a comemoração de um ano de atuação do espaço expositivo. |
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