A polícia do Rio prendeu nesta terça-feira (16) suspeitos ligados à construção de imóveis irregulares na comunidade da Muzema e em outras localidades da Zona Oeste do Rio. Eles fariam parte da milícia que age na região.
Há três meses, na Muzema, dois prédios irregulares desmoronaram, matando 24 pessoas. O grupo paramilitar que os ergueu continua aginddo em Rio das Pedras, Anil e Gardênia Azul.
Até o meio dia, foram presas 13 pessoas. Outras seis são procuradas.
Um dos alvos principais é Bruno Cancella. Ele foi preso em casa, na Freguesia, em Jacarepaguá. Segundo as investigações, ele movimentou R$ 24,9 milhões para a milícia em quatro anos.
A mulher de Bruno, Letícia Champion Ballalai Cancella, também é foi denunciada.
Letícia trabalha no setor de IPTU da Prefeitura do Rio e é suspeita de ter facilitado os registros dos imóveis no cadastro do imposto. A Justiça não concedeu a prisão dela.
Os 19 mandados de prisão da Operação Muzema foram expedidos pela 33ª Vara Criminal, que também deferiu a suspensão cautelar das atividades de duas empresas:
BLX Serviço de Engenharia Ltda e Manuel Containers Andaimes Rio Eireli – Rio Containers.
As investigações começaram em 2014, a partir de uma denúncia de desmatamento e ocupação irregular. Desde então, 7 mil metros quadrados de Mata Atlântica foram derrubados.
Segundo o delegado Gabriel Ferrando, a polícia quer identificar as pessoas que proporcionam lucros a esses grupos, os “sócios ocultos”.
“A ideia é olhar o problema sobre outro enfoque. É verificar quem são essas pessoas que estão associadas à milícia, quem é um sócio oculto, quem viabiliza o financiamento pra organização criminosa.”
O delegado acrescentou que são pessoas que “sequer pensavam que poderiam ser responsabilizadas.”
Em abril, dois prédios desabaram, matando 24 pessoas, em Muzema.
Os imóveis, de cinco andares, ficavam no Condomínio Figueiras do Itanhangá. A Prefeitura do Rio afirmou, à época, que chegou a interditá-los em duas ocasiões
O desmoronamento ocorreu dias depois de uma forte chuva.
Dois suspeitos de envolvimento na venda dos apartamentos foram presos, e um está foragido.
José Bezerra de Lima, o Zé do Rolo: o homem apontado como construtor dos dois prédios segue foragido. Testemunhas o reconheceram.
Renato Siqueira Ribeiro: preso na última sexta-feira (5) em Nova Friburgo, na Região Serrana. Segundo a polícia, ele mudou de residência diversas vezes, já com investigadores em seu rastro.
Rafael Gomes da Costa: preso ao se entregar na 14ª DP (Leblon) no dia 18 de maio.
(Com informações do Extra)
9