SESI vai investir de R$ 300 milhões em educação de nível médio no RS

Programa “A Indústria pela Educação” prevê construção de seis novas escolas de Ensino Médio, a ampliação do contraturno tecnológico e a implantação de um Instituto de Formação de Professores.

A Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), por meio do Serviço Social da Indústria (Sesi-RS), anunciou, nesta quarta-feira (25), Dia da Indústria, um investimento de R$ 300 milhões na educação gaúcha. Trata-se do Programa “A Indústria Pela Educação”, que
contempla a maior aplicação na área educacional feita pelo Sesi-RS em seus 75 anos de história no Estado, com recursos originários das contribuições das indústrias.
O aporte permitirá a construção de seis escolas de Ensino Médio em tempo integral nos municípios de Bento Gonçalves, Canoas, Caxias do Sul, Novo Hamburgo,
Lajeado e Santa Cruz do Sul, além da ampliação da estrutura já existente em Pelotas. Quando em funcionamento, as unidades deverão gerar 2,4 mil novas vagas para estudantes e 300 empregos diretos.

O investimento ainda contempla a criação de um Instituto de Formação de Professores, em Porto Alegre, dedicado à capacitação e à qualificação de educadores
de escolas públicas e privadas, principalmente por meio de parcerias com os municípios gaúchos.

Além de qualificação docente, o espaço (que será instalado em um prédio da Travessa Leonardo Truda, no Centro da Capital) fará pesquisas e estudos de dados educacionais do Estado, produzindo análises qualitativas que permitam construir soluções personalizadas para os professores.

“As nações hoje desenvolvidas já mostraram que a indústria e a educação formam a base para uma
sociedade próspera”, destaca o presidente da FIERGS, Gilberto Porcello Petry.
Também estão previstas a reformulação e a ampliação do contraturno tecnológico com ênfase em pensamento computacional. A iniciativa atende a crianças de seis a
15 anos, no turno inverso à escola. Com a ampliação, serão abertas mil novas vagas, beneficiando um total de 5 mil alunos.

A aplicação dos R$ 300 milhões deve começar ainda em 2022, com o lançamento do Instituto de Formação de Professores, e ser concluída no primeiro semestre de 2027. A previsão é de que as primeiras escolas a serem construídas entrem em operação em 2025.

O público-alvo são filhos de trabalhadores da indústria,
que poderão receber bolsas integrais e parciais, e da comunidade em geral.
Sesi-RS já investe no Ensino Médio

A primeira escola de Ensino Médio do Sesi-RS começou a operar em 2014, em Pelotas. Hoje são mais quatro unidades: Sapucaia do Sul, Gravataí, Montenegro e
São Leopoldo.

A decisão de concentrar investimentos no Ensino Médio, por meio de um modelo diferenciado de educação, surgiu a partir da constatação de que era preciso mudar a forma de ensinar, já que a escola tradicional não está conseguindo formar jovens preparados para os desafios da sociedade no século 21, bem como para as mudanças no mundo do trabalho.

Com índices de evasão e de reprovação perto de zero e com resultados de destaque no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), as Escolas do Sesi-RS já receberam mais de cem premiações em eventos científicos no Brasil e no Exterior, além do reconhecimento do Ministério da Educação como uma das instituições mais inovadoras do País.

As seis novas escolas seguirão a proposta pedagógica que já tornou o Sesi-RS referência em educação, na qual o aprendizado se dá por meio da pesquisa, as tecnologias de inovação estimulam a criatividade e a solução de problemas, as turmas são divididas em grupos para incentivar o trabalho colaborativo e os professores atuam como mentores, em apoio aos estudantes na busca de respostas para cada desafio.

Com esse novo investimento, a indústria gaúcha ainda colabora com a educação ao agir em favor da Meta 6 do Plano Estadual e do Plano Nacional de Educação, que destacam a importância da oferta de escolas em tempo integral no nível médio. Atualmente, a rede estadual gaúcha conta com 17 escolas de Ensino Médio com jornada em tempo integral. Com a expansão anunciada, o Sesi-RS terá 11. “Este investimento consolida o papel do Sesi-RS como referência em Ensino Médio. Os estudantes estarão preparados não apenas para o mundo do trabalho
como, também, para uma sociedade cada vez mais digital”, avalia o superintendente do Sesi-RS, Juliano Colombo.
Formação de professores

Desde 2018, o Sesi-RS realiza trabalhos de formação para professores, por meio de parcerias como as firmadas com prefeituras, Secretaria Estadual de Educação (Seduc-RS) e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior (Capes), ligada ao Ministério da Educação, no sentido de compartilhar com os educadores experiências inovadoras que estimulam a aprendizagem. Agora, a instituição investirá na criação de um espaço voltado para essa formação. A meta é preparar os professores das redes pública e privada para desafios da prática em sala de aula, com respeito às culturas juvenis e emprego eficiente de recursos tecnológicos e pedagógicos, resultando em aprendizagens significativas e de qualidade. O Instituto de Formação de Professores do Sesi-RS trabalhará com uma abordagem que considera maior articulação entre a teoria e o contexto mais personalizado do trabalho do professor. Também serão exploradas abordagens didáticas e metodológicas comprovadas e eficazes, que dialoguem com as necessidades cotidianas.

Números da educação do Sesi-RS

O Sesi-RS conta hoje com mais de 14 mil alunos, matriculados em estruturas educacionais oferecidas em 33 municípios. As atividades envolvem Ensino Médio, Educação de Jovens e Adultos (EJA), Contraturno Escolar, Formação de Professores, Educação Infantil e Educação Continuada. Os serviços variam de acordo com a necessidade de cada município ou região.

Enterro da ex-primeira dama Judite Dutra será às 11h deste sábado

Está marcado para as 11 horas deste sábado, 21, o enterro de dona Judite Dutra, esposa do ex-governador Olívio Dutra.

Ela morreu por volta das 6h de sexta-feira, na UTI do Instituto de Cardiologia, onde estava internada há 10 dias, em decorrência de complicações relacionadas a diabetes. Tinha 78 anos

Professora aposentada, Judite nasceu em Rolador, na Região Noroeste do Rio Grande do Sul, mas morou, desde a infância, em São Luiz Gonzaga, nas Missões.

O sindicato dos professores do ensino público, CPERS, ao qual Judite era filiada desde 1971, destacou o papel da professora “aguerrida defensora da educação”. “Teve importante participação nas lutas da categoria. Deixará saudades em todas e todos que, assim como ela, acreditam em um mundo mais justo e igualitário”, diz a postagem no Facebook da entidade.

Primeira dama na prefeitura de Porto Alegre ( 1989 e 1993)  e no governo do Estado de 1999 a 2003, estava sempre ao lado de Olívio Dutra, sempre discreta e atenciosa.

 

Ato pelas liberdades democráticas vai marcar 58 anos do golpe militar

Ato “em defesa das libertades democráticas” vai marcar os 58 anos do golpe militar de 1964 em Porto Alegre, nesa sexta-feira, 1.

Diversas entidades e movimentos sociais, sindicais e estudantis estão envolvidas na manifestação que denuncia, também a precarização dos serviços públicos em Porto Alegre.

O início está marcado para as 10h em frente ao Instituto de Educação Flores da Cunha (Osvaldo Aranha, 527).

O movimento, convocado pelo ANDES, Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior, juntamente com o Fórum dos Servidores Públicos do RS e  coletivos de diversos segmentos, como UNE,  Assufrgs Sindicato,  DCE-UFRGS, APG-UFRGS e Fórum Sindical, Popular e da Juventudes, marcará o encerramento do 40º Congresso do ANDES, que começou no domingo (27/3).

Após a concentração, haverá caminhada até a Esquina Democrática, importante símbolo de luta e soberania popular.

Jornada de lutas

A manifestação faz parte da jornada de lutas em defesa dos serviços públicos, que tem reunido o funcionalismo em intensa mobilização contra o projeto de esvaziamento de áreas como Educação, Saúde e Assistência Social.

Entre as vitórias já celebradas pela categoria está o adiamento da votação da PEC 32, da Reforma Administrativa.

Confira:

Ato em defesa das liberdades democráticas e do serviço público em Porto Alegre

Sexta-feira, 01/04

Hora: 10h

Local concentração em frente ao Instituto de Educação, com caminhada até a Esquina Democrática

 

Confira os principais eventos da semana dos 250 anos de Porto Alegre

Inicia nesta quarta-feira, 23 de março de 2022,  a Semana dos 250 anos de Porto Alegre”.

O período será marcado por diversas atrações e eventos promovidos ou realizados com o apoio da prefeitura da Capital.

A programação completa está disponível no site poa250anos.com.br.

Veja alguns dos principais eventos

Dia 23 – Quarta-feira

Concerto Especial 250 anos no Theatro São Pedro com a Orquestra de Câmara
– Horário: 18h30
– Onde: Theatro São Pedro (Praça Marechal Deodoro, s/n)
Dia 24 – Quinta-feira

Recital da Fasc com Orquestra Jovem do RS e parceiros
– Horário: das 19h às 20h
– Onde: Multipalco Theatro São Pedro (Praça Marechal Deodoro, s/n)
Dia 25 – Sexta- Feira

Homenagem aos Ex-Prefeitos de Porto Alegre no Paço Municipal, com a participação da Banda Municipal.
Todos os ex-prefeitos de Porto Alegre serão homenageados em um evento solene no Paço Municipal com uma medalha dos 250 anos.
– Horário: 10h30
– Onde: Paço Municipal (Praça Montevideo, 10)

Almoço no Mercado Público oferecido pelos mercadeiros – Uma Paella Campeira para 500 pessoas será servida no Bará do Mercado.
– Horário: 12h
– Onde: Mercado Público (Largo Glênio Peres)

Descerramento de placa em homenagem aos Açorianos na Praça Brigadeiro Sampaio

Uma placa em homenagem à imigração Açoriana será instalada na primeira praça de Porto Alegre, a Brigadeiro Sampaio, no Centro da Capital.

O presidente dos Açores estará presente para a homenagem que marca os 250 anos da chegada dos casais açorianos na Capital.
– Horário: 16h30
– Onde: Praça Brigadeiro Sampaio (Rua Gen. Portinho)

Apresentação da Banda Municipal de Porto Alegre, marcando a reabertura oficial do Teatro Renascença e Sala Álvaro Moreira.
A Banda Municipal de Porto Alegre traz um repertorio instrumental de clássicos nacionais e internacionais. O grupo musical é patrimônio da capital gaúcha e teve sua primeira formação no ano de 1925.
– Horário: 18h
– Onde: Teatro Renascença (Av. Erico Verissimo, 307)

Baile de Debutantes no Parque da Redenção
Realizado na Redenção, em frente ao espelho d’água. Será a oportunidade de 250 meninas de 15 anos terem um momento marcante nas suas vidas. Os vestidos foram doados através de uma grande campanha realizada. Elas serão recebidas e escoltadas por cadetes do Colégio Militar, alunos do Colégio Tiradentes, do Colégio Militar e do CPOR da Capital.
– Horário: 19h30
– Onde: Parque Farroupilha/Redenção (Av. João Pessoa, s / nº)
Dia 26 – Sábado

Missa Oficial dos 250 anos de Porto Alegre na Catedral Metropolitana, com o Arcebispo Metropolitano Dom Jaime Spengler
– Horário: 9h
– Onde: Catedral Metropolitana (rua Duque de Caxias, 1.047, Centro)

Solenidade de Aniversário do Colégio Militar
O Colégio Militar de Porto Alegre é uma instituição militar de ensino brasileira, voltada ao Ensino Fundamental e Médio. Em 2022 completa 110 anos de sua fundação.
– Horário: 10h30
– Onde: Em frente ao Colégio Militar, na Redenção (Av. José Bonifácio, 363)

Solenidade de entrega do Paço Municipal para a Secretaria da Cultura, apresentações musicais e bolo comemorativo no Largo Glênio Peres

O Paço Municipal se tornará um grande legado cultural para a cidade como presente de aniversário nos 250 anos. Uma placa marcando a data será inaugurada, além da abertura de uma exposição especial na Sala Aldo Locatelli. A partir dessa data, o Paço vai se chamar Museu de Arte de Porto Alegre.
– Horário: 11h
– Onde: Paço Municipal (Praça Montevideo, 10)

Shows na Rua 26 de Março
O projeto Porto Alegre é aqui – 250 anos, é uma iniciativa idealizada pela ONG SUVE (Sociedade União da Vila dos Eucaliptos) e tem por objetivo trazer um olhar contemplativo sobre Porto Alegre, mostrando que as periferias também fazem parte da cidade e comemoram o aniversário da Capital.
– Horário: 14h às 22h
– Onde: Rua 26 de Março, esquina Estrada Martins Felix Berta
– Atrações:
14h – Alma gaudéria / 14h40 – MC PC / 15h – Banda Gospel / 15h20 – UBC. Nayo / 15h40 – Alan ZN / 16h – Oriundos do gueto / 16h20 – Negro Moura / 16h40 – Mister Deco / 17h – Samba do sorriso / 17h20 – Breaking / 17h40 – Strof / 18h – MC PC / 18h20 – D.Trinca / 18h40 – DRUA / 19h – Nego provocante / 19h20 – Terminal 470 / 19h40 – Chappa / 20h – Ticolé / 21h – Pagode Dorinho

Baile da Cidade – Parque da Redenção
O evento terá grandes atrações, com destaque para o show nacional de Maria Rita e também para tributo a Cristiano Araújo. A expectativa é que mais de 15 mil pessoas participem da festa.
– Horário: com início às 17h
– Onde: Parque Farroupilha/Redenção (Av. João Pessoa, s / nº)
– Atrações:
17h – Participação da escola de samba – Apresentação Carnaval 2022 (Evandro) + som Dj / 17h30 – DJ Cássia / 18h15 – Banda Municipal com a participação de Isabela Fogaça / 19h – Apresentadores da Rádio 104FM e Liliana Cardoso / 19h15 – André Damaceno / 20h – Maria Rita / 21h30 – DJ cabeção / 22h15 – Tributo a Cristiano Araújo
Dia 27 – Domingo

Largada da 18ª Corrida de Aniversário – Edição especial 250 anos de Porto Alegre – Largo Glênio Peres.
– Horário: 8h
– Local da largada: Largo Glênio Peres
– Forma de entrada e participação: inscrições pelo site do Sesc RS

Evento na Ilha da Pintada com almoço
Almoço tradicional de tainha na taquara. O embarque será no Gasômetro, no Barco Porto Alegre. Na ilha, será inaugurado o monumento ao Peixe Pintado, além de apresentações culturais açorianas.
– Horário: 10h embarque no Gasômetro / 11h na ilha
– Onde: Usina do Gasômetro (Av. Presidente João Goulart, 551) e Ilha da Pintada (Armazém Z5)
– Entrada: Ingressos para ida de barco / almoço pago / evento na ilha aberto ao público
Dia 29 – Terça-feira

Apresentação da Esquadrilha da Fumaça na Orla do Guaíba, próximo a Usina do Gasômetro
O Esquadrão de Demonstração Aérea, popularmente conhecido como Esquadrilha da Fumaça e integrante da Força Aérea Brasileira (FAB), fará uma apresentação especial na Capital.
– Horário: 16h30
– Onde: Orla do Guaíba, próximo a Usina do Gasômetro (Av. Presidente João Goulart, 551)
Dia 30 – Quarta-feira

Bênção inter-religiosa para Porto Alegre na Redenção
– Horário: 12h
– Onde: Parque Farroupilha/Redenção (Av. João Pessoa, s / nº)
Dia 1º – Sexta-feira

Evento Carnavalesco da Descida da Borges
Tradicional Descida da Borges com as escolas de samba da Capital, que antecede os desfiles de Carnaval. O evento terá a entrega da Chave da Cidade para o Rei Momo e sua corte.
– Horário: a partir das 18h30
– Onde: Esquina da avenidas Salgado Filho com Borges de Medeiros
Os eventos divulgados são públicos. Em alguns locais, em razão da capacidade, há restrição no número de pessoas.

São Paulo: seis de cada dez moradores de rua chegaram à cidade em busca de vida melhor

Uma reportagem do Fantástico neste domingo abordou um problema que está nas ruas de todas as grandes cidades do país, mas que as autoridades e a mídia de modo geral parece não enxergar: os moradores de rua, ou as “pessoas em situação de rua”, como quer o jargão sociológico.

A reportagem se restringiu a São Paulo, onde um novo Censo da População de Rua aponta que em dois anos esse contingente de desabrigados dobrou na maior cidade do Pais.

São 32 mil pessoas nas ruas da capital paulista neste início de 2022. A maioria são homens, idade média de 41,7 anos e 70% deles são pretos ou pardos.

Em cada dez, apenas quatro são naturais da cidade, dois são de outras cidades do Estado os quatro restantes são de outros Estados.

Ou seja, seis em cada dez moradores das ruas de São Paulo são pessoas que saíram de suas cidades em busca de vida melhor na capital paulista.

O Censo da população de rua em São Paulo é feito periodicamente. O próximo seria em 2023, mas a prefeitura decidiu antecipá-lo diante de um cenário de urgência: o visível aumento do número de pessoas vivendo nas ruas da cidade.

Em 2019 eram cerca de 24 mil pessoas, agora são quase 32 mil pessoas. Em dois anos, essa população cresceu 31%. Isso contando também quem pernoita em abrigos.

Levando em consideração apenas os que ficam o tempo todo na rua, o aumento registrado pelo Censo é ainda maior: 54%. O novo Censo também mostra que 18 em cada 100 pessoas vivem há menos de um ano nas ruas.

O primeiro levantamento foi feito em 2000.

Na época, em cada 10 mil paulistanos, 8 viviam na rua. Em pouco mais de duas décadas, a proporção saltou para 26 moradores de rua em cada 10 mil paulistanos.

Os movimentos e agentes sociais que dão assistência a essa população consideram os números do censo estão aquém da realidade. O Padre Júlio Lancellotti, por exemplo, diz que muitos moradores de rua não são sequer localizados.

“Não é só aquele que está na rua ou está no abrigo. Às vezes ele está em buracos, em lugares inacessíveis. E se você não tem contato com essas pessoas, você não é capaz de saber que elas existem”, afirma Júlio Lancellotti.

Perfil do morador de rua de SP – 2021

96,44% das pessoas em situação de rua na cidade são nascidas no Brasil
39,2% das pessoas são naturais da cidade de São Paulo
19,86% são de outras cidades do estado de SP
40,94% são naturais de outros estados brasileiros
3,56% são estrangeiros
Idade média: 41,7 anos
70,8% deles são pretos ou pardos.
93,5% das pessoas frequentaram escola
92,9% sabem ler e escrever
21,4% têm ensino médio completo
15,3% concluíram o ensino fundamental
4,2% concluíram o ensino superior
Fonte: Instituto Qualitest/IPP

](Com informações do G1)

Pesquisa do Cpers tem resultado parcial: em 414 escolas faltam 1.400 profissionais de ensino

Lançada pelo Cpers no dia 2 de março, a edição de 2020 do Levantamento de Necessidades das Escolas já dá uma amostra das carências das escolas estaduais.

Nestes primeiros dez dias de pesquisa, 414 escolas da rede responderam ao questionário (cerca de 17% do total de instituições estaduais).

A pesquisa, realizada em formulário online e preenchida por diretores, trabalhadores, pais e estudantes, contabiliza até agora a falta de 1.433 professores, funcionários e especialistas, como coordenadores e supervisores:

  • Falta de professores: 633
  • Falta de funcionários: 510
  • Falta de especialistas: 290

Entre as disciplinas mais prejudicadas, estão língua estrangeira (com 96 vagas em aberto), português (65) e matemática (63).

Além da falta de recursos humanos, o levantamento também documenta carências estruturais, políticas de enxugamento e outras dificuldades enfrentadas pelas escolas da rede. Alguns dados:

  • 149 escolas relatam bibliotecas fechadas ou inexistentes
  • 111 escolas relatam problemas estruturais ou obras pendentes
  • 111 relatam laboratórios de informática fechados ou inexistentes
  • 31 sofrem fechamento de turnos
  • 48 também sofrem enturmações
  • 37 relatam turmas multisseriadas
  • 33 denunciam insuficiência na merenda escolar
  • 36 relatam falta de insumos básicos para limpeza e manutenção
  • 22 escolas ameaçadas de fechamento
  • 20 sofrem com o fechamento da EJA

Escolas que queiram participar da pesquisa devem preencher o formulário on line no link  http://cpers.com.br/preencha-e-ajude-o-cpers-a-defender-a-sua-escola/

(Com informações do Cpers)

Acesso a mestrado no Brasil é 16 vezes menor do que em países ricos

O volume de brasileiros com pós-graduação no Brasil é bastante inferior ao registrado em países ricos, de acordo com relatório da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico).
O diagnóstico é divulgado no momento em que o país debate decisões do governo Jair Bolsonaro (PSL) sobre a área. A gestão do presidente já cortou neste ano 12% das bolsas de pesquisa e reduziu pela metade o orçamento de 2020 da Capes, agência de fomento ligada ao Ministério da Educação.
A OCDE, que reúne países desenvolvidos, divulgou nesta terça-feira (10) a edição 2019 do Education at a Glance. O relatório traz comparações internacionais sobre estrutura, finanças e desempenho de sistemas educacionais de 36 países membros da organização e também de nações parceiras, como o Brasil.
Ele mostra que apenas 0,8% das pessoas de 25 a 64 anos no Brasil concluíram o mestrado. A média dos países membros da OCDE é 16 vezes maior: 13% das pessoas nessa faixa etária têm mestrado.
No doutorado, a diferença é de 5,5 vezes. Apenas 0,2% dos adultos alcançaram o doutorado. A média da OCDE de 1,1%.
Os gastos com instituições públicas de ensino superior, que concentram 80% dos estudantes de mestrado e doutorado, aumentaram 19% entre 2010 e 2016, segundo o relatório. Mesmo com o salto, o gasto calculado por aluno ainda é inferior ao da média da OCDE.
No Brasil, o gasto por aluno é de US$ 14.200 (R$ 58 mil), contra uma média de US$ 16.100 (R$ 66 mil). Os valores em dólar refletem o conceito de paridade de poder de compra, que leva em conta o que é possível adquirir com a moeda no país.
O ministro da Educação, Abraham Weintraub, tem reafirmado que as universidades federais representam gastos exagerados para os cofres públicos, principalmente, segundo ele, com a comparação com o que se investe na educação básica.
As universidades federais sofrem neste ano um bloqueio de orçamento de R$ 2,2 bilhões, referente a 30% dos recursos discricionários (que excluem salários, por exemplo). O congelamento do MEC é de cerca de R$ 6 bilhões e atinge ações que vão da creche à pós-graduação.
Weintraub já afirmou que o ensino superior privado é a prioridade do governo na busca pela expansão de vagas. O setor concentra 75% das matrículas da etapa, o que não ocorre nos países ricos.
Segundo o relatório da OCDE, menos de um terço dos estudantes estão em instituições particulares na maioria dos países da OCDE.
O predomínio de instituições privadas pagas e o número limitado de vagas em instituições públicas gratuitas criam, segundo o relatório, “um ambiente complexo para os formuladores de políticas que buscam garantir que o acesso ao ensino superior não seja prejudicado pelo status socioeconômico dos estudantes”.
O documento também indica maior precariedade da oferta em instituições particulares de ensino superior brasileiras. Em 2017, as instituições privadas do país registravam uma média de 42 alunos por professor.
É a maior proporção entre todos os países avaliados e mais de 2,5 vezes a média dos países ricos (16 alunos por professor).
Já a proporção de alunos por docente nas universidades públicas do país é de 11, um dos menores índices entre todos os países analisados. Também é inferior ao da média da OCDE, de 15 (quando se analisa apenas instituições públicas).
O relatório ressalta que essa diferença pode ser explicada, pelo menos parcialmente, pelo fato de as universidades públicas do Brasil realizarem a maior parte da pesquisa no país, “exigindo, portanto, mais pessoal acadêmico”, afirma o texto.
Com relação à educação básica, o estudo da OCDE conclui que o Brasil tem um gasto por aluno menor que a metade do de países ricos.
Comparações recorrentes que relacionam o percentual do PIB (Produto Interno Bruto) investido com educação não levam em conta os valores per capita —o próprio ministro Weintraub tem usado esse argumento para afirmar que o Brasil tem orçamento suficiente para a educação.
Em 2016, o país gastou cerca de US$ 3.800 (R$ 15 mil) por aluno do ensino fundamental, contra uma média da OCDE de US$ 8.600 (R$ 35 mil). No ensino médio, o gasto brasileiro por aluno é de US$ 3.700 (R$ 15 mil), quase três vezes inferior à média de países ricos, que registram US$ 10.200 (R$ 42 mil).
A baixa remuneração dos professores brasileiros, que geralmente representam a maior parcela dos investimentos em educação, é o que tem maior ligação com os reduzidos investimentos por aluno, de acordo com o relatório. Os ganhos de um professor de ensino médio no Brasil são 48% inferiores aos da média da OCDE.
O Education at a Glance mostra outros desafios de inclusão que também exigem investimentos no setor.
Apenas 8% dos jovens que se formaram no ensino médio haviam tido acesso à educação profissional no Brasil, o segundo pior índice entre os países avaliados. A média da OCDE é de 40%.
Os indicadores de educação infantil também são inferiores à média dos países ricos, embora tenha havido avanço nos últimos anos. A proporção de crianças de até três anos matriculadas em creche passou de 10%, em 2012, para 23% em 2017, segundo os dados apurados pela OCDE. Na média dos países ricos, esse percentual é de 36%.
Já as matrículas na pré-escola (de três a cinco anos) evoluíram nos últimos e chegaram perto do nível da OCDE. As taxas de escolaridade nesta idade passaram de de 60%, em 2012, para 84% em 2017 —a média da OCDE é de 87%.
(Com informações da Folha de São Paulo).

Levantamento parcial já aponta falta de mais de 1000 educadores(as) em escolas estaduais

 
Desde o dia 20 de agosto, o CPERS vem solicitando que representantes das escolas estaduais preencham um formulário para mapear as necessidades e carências da rede.
Até o fechamento desta matéria, 234 instituições retornaram o questionário, o que representa aproximadamente 10% do total de escolas. Como apontado no último levantamento, realizado no dia 22, os dados já permitem vislumbrar um quadro caótico, acusando falta expressiva de recursos humanos, problemas estruturais e ameaças de fechamento e municipalização de escolas, entre outros problemas.
O levantamento contabiliza, por exemplo, a falta de 1057 educadores(as). A carência mais expressiva de recursos humanos refere-se a funcionários(as). Faltam 489 profissionais para atuar em áreas como merenda, manutenção, administrativo e limpeza.
Já a falta de professores(as) em sala de aula chega, nas instituições participantes, a 283. Entre as disciplinas mais afetadas estão matemática, português e língua estrangeira.
Os especialistas também representam outra grande lacuna. São professores(as) que atuam em áreas como supervisão, orientação escolar, administração e biblioteca. Faltam 285 nas escolas que preencheram o formulário.
Contratos por tempo determinado
A pesquisa aponta ainda uma grande quantidade de educadores(as) com contratos firmados por tempo determinado, chegando à cifra de 531, dos quais 441 são professores(as).
O formulário também identificou problemas estruturais relacionados à necessidade de obras e manutenção em 153 respondentes, ou 64% das escolas. Algumas instituições relataram que a Secretaria Estadual de Educação (Seduc) está ciente dos problemas, mas ainda não obtiveram retorno do órgão.
O questionário também levanta dados de escolas ameaçadas de fechamento, turmas reduzidas ou com multisseriação, além de outras estratégias utilizadas pelo governo que prejudicam a qualidade da escola pública e o processo pedagógico.