Veto à reeleição de Maia e Alcolumbre é vitória de Bolsonaro

O Supremo Tribunal Federal decidiu neste domingo vetar a possibilidade de reeleição dos atuais presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), para os respectivos cargos.

A decisão foi feita em plenário virtual. Entenda os votos:

Reeleição de Rodrigo Maia – 4 votos a favor e 7 contra;

Reeleição de Davi Alcolumbre – 5 votos a favor e 6 contra.

A votação começou na 6ª feira, 4, e foi concluída na noite deste domingo, 6.

A expectativa era por uma decisão favorável. Os votos dos demais ministros deveriam vir na sequência do relatório de Gilmar, que se manifestou a  favor da reeleição em ambas as Casas.

A forte reação nas redes sociais e na mídia tradicional contra a liberação das reeleições pesou na  reviravolta final.

O veto à reeleição no legislativo é uma vitória para o presidente Jair Bolsonaro, porque pavimenta o caminho para o Planalto ter um aliado no comando dos deputados e dos senadores a partir de fevereiro de 2021.

No entendimento do relator, Maia e Alcolumbre poderiam se reeleger, mas deveria haver uma regra para que fosse permitida apenas uma recondução. Ele foi seguido pelos ministros Dias Toffoli, Alexandre de Moraes e Ricardo Lewandowski. Nunes Marques acompanhou o relator, mas em relação à candidatura de Alcolumbre apenas.

Edson Fachin, Luís  Barroso e Luiz Fux seguiram os votos das ministras Carmen Lúcia e Rosa Weber e do ministro Marco Aurélio Mello, contrários à reeleição. Ao proferir seu voto, o presidente do STF, ministro Luiz Fux, disse que a norma constitucional “impede a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subsequente a do primeiro ano da legislatura”.

Segundo Fux, “não há como se concluir pela possibilidade de recondução em eleições que ocorram no âmbito da mesma legislatura sem que se negue vigência ao texto constitucional.”

Resultado final
Como o ministro Nunes Marques votou contrário à candidatura da reeleição de Rodrigo Maia, na mesma legislatura, para a presidência da Câmara; e a favor da candidatura de Davi Alcolumbre, para o Senado; o placar final da votação, em sessão de julgamento no plenário virtual, ficou em 7 votos a 4 contra a Maia e 6 a 5 contra Alcolumbre.

(Com EBC, G1 e Congresso em Foco)

Oposição diz ter assinaturas para CPI da Lava Jato

A oposição afirma que já conseguiu o número de assinaturas suficientes para instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar irregularidades da Operação Lava Jato, após as denúncias publicadas pelo site The Intercept Brasil. O presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia disse que ainda não analisou o pedido. “Não vi ainda, tenho que ver o mérito. A CPI tem que ter fato determinado e é isso que precisa ser analisado nas próximas semanas”, ponderou Maia. A CPI virou trending topics no Twitter, assim como a CPI do Lava Toga (com a hashtag #LavaTogaSim).
Com 175 assinaturas o requerimento de criação da CPI foi entregue na mesa diretora da Câmara dos Deputados, na última quarta-feira (11). Com o apoio de partidos do Centrão, as legendas alinhadas à esquerda ultrapassaram em quatro deputados o mínimo necessário. O partido que mais teve assinaturas foi, naturalmente, o PT (53), seguido pelo PP (22).
O jornalista Glenn Greenwald, editor e cofundador do site Intercept, celebrou o avanço da CPI da Lava Jato.  “Os investigadores da ‘corrupção’ agora serão oficialmente investigados, como deveriam ser”, escreveu Greenwald nas redes sociais.
Alguns deputados se arrependeram de assinar a CPI, falaram até que não sabiam o que assinavam, que foram enganados. Já são nove deputados que pedem a retirada de seus nomes. Mas agora é tarde e a última esperança de Moro e Deltan Dallagnol para evitar comissão chama-se Rodrigo Maia, que já se manifestou afirmando que não pode aceitar os pedidos de retirada de apoio da CPI.
O regimento diz que assinaturas não podem ser retiradas após o pedido ser apresentado. Em conversa com o site O Antagonista, Maia confirmou: “Eu não posso retirar assinaturas”.