A China planeja construir até 2035 uma estação de energia solar de 200 MW, no espaço, de acordo com a Academia Chinesa de Tecnologia Espacial (ACTE).
O projeto está em estudos desde 2008 e estão previstos os primeiros testes em 2025.
A instalação capturará a energia solar que nunca atinge o planeta, destacou Wang Li, pesquisador da ACTE que acompanha o programa, ao participar do 6º Fórum de Engenharia China-Rússia, realizado em Xiamen, na Província de Fujian, sudeste chinês.
A energia será convertida em microondas ou lasers e, em seguida, transmitida sem fio de volta à superfície da Terra para consumo humano, disse Wang.
“Esperamos fortalecer a cooperação internacional e fazer descobertas científicas e tecnológicas para que a humanidade possa realizar o sonho de energia limpa ilimitada mais cedo”, afirmou.
O conceito de coletar energia solar no espaço foi popularizado pelo autor de ficção científica Isaac Asimov, em 1941.
Em 1968, Peter Glaser, engenheiro aeroespacial americano, escreveu uma proposta formal para um sistema de energia solar no espaço.
A China já propôs várias soluções de coleta da luz solar e conquistou uma série de grandes avanços na transmissão de energia sem fio desde que o país colocou a energia solar baseada no espaço como um programa-chave de pesquisa em 2008.
No entanto, a ambição tem sido um desafio para a tecnologia atual, pois envolve o lançamento e a instalação de vários módulos de painéis solares e a eficiente transmissão sem fio de mega energia.
Com um investimento de 200 milhões de yuans (US$ 28,4 milhões), a China está construindo uma base de testes em Bishan, no município de Chongqing, sudoeste do país, para a pesquisa de transmissão de energia sem fio de alta potência e seu impacto ao meio ambiente.
Pesquisas nesta área estimularão a ciência espacial chinesa e a inovação em indústrias emergentes, como o transporte espacial comercial, apontou Wang.
A intenção é conseguir aproveitar a energia solar mesmo quando estiver nublado no planeta terrestre, visto que a matriz fotovoltaica da estação ficará fora da atmosfera da Terra.
Os cientistas ainda estão analisando como irão trazer a energia do espaço para a Terra. Uma das ideias é ter painéis captando a luz solar e, sem seguida, transmitir eletricidade para uma instalação terrestre na forma de ondas ou laser.
Se o lançamento for bom e o feixe de transmissão de energia funcionar como esperado, os pesquisadores chineses planejam testar e lançar instalações maiores e mais potentes até o ano de 2050.
(Com informações da Agência Nova China)