Sessenta brasileiros de diversos estados iniciaram nesta terça-feira (9) em Sete Lagoas (MG) um curso de controle biológico e manejo integrado de pragas agrícolas. São professores, pesquisadores, estudantes, técnicos e produtores rurais. O evento, que termina sexta-feira, prova de que a Embrapa tem condições de reagir ao uso abusivo de agrotóxicos na agricultura brasileira.
“Os custos da agricultura estão cada vez mais altos e temos um conhecimento acumulado ao longo dos últimos 30 anos que podem ajudar a mudar esse cenário”, afirmou Antonio Alvaro Corsetti Purcino, chefe geral da Embrapa Milho e Sorgo, destacando a possibilidade de usar insumos biológicos em vez de químicos nocivos ao meio ambiente.
Entre os palestrantes destacam-se os pesquisadores Fernando Valicente e Ivan Cruz, que acumulam mais de 40 anos de experiência em Sete Lagoas. Também participam do curso palestrantes da Universidade Federal de São João del-Rei), da Universidade Federal de Viçosa e da Unifemm (Centro Universitário de Sete Lagoas), além de técnicos de empresas especializadas na comercialização de inimigos naturais das principais pragas agrícolas.
No primeiro dia do curso, a Embrapa Milho e Sorgo recebeu pedidos de brasileiros de diversas regiões para que o manejo integrado de pragas seja levado a outras cidades ou que seja ensinado via internet. O jornalista Guilherme Viana, assessor de comunicação da Embrapa Sete Lagoas, reconheceu que há nos meios rurais uma demanda latente por tecnologias agrícolas ecológicas. Um exemplo recorrente é o do baculovirus, criado no Centro Nacional de Pesquisa de Soja em Londrina em 1988, quando a Embrapa ainda estava longe de fazer parcerias – hoje comuns – com a indústria química instalada no Brasil.