Associação alerta que mudar regras para energia solar é prematuro

As mudanças na resolução da geração distribuída no Brasil, propostas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para 2020, são extremamente prematuras diante do atual cenário brasileiro da modalidade, em comparação com as experiências internacionais ao redor mundo.
A avaliação é da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). Segundo a entidade, a geração distribuída solar fotovoltaica ainda é muito pequena e está em fase de desenvolvimento inicial no Brasil. Atualmente, dos mais de 84,4 milhões de consumidores cativos brasileiros atendidos pelas distribuidoras de energia elétrica, apenas de 163 mil (equivalente a 0,2%) desfrutam desta tecnologia.
A Califórnia (EUA), referência mundial nas regulamentações para o segmento, só começou a mudar as regras – e a taxar os geradores de energia solar – quando esta modalidade já tinha 5% de participação na matriz energética.
Ao atingir este patamar, o regulador estabeleceu que, quando injetar energia na rede, os consumidores com geração distribuída devem pagar US$ 0,02/kWh (R$ 0,08/kWh). Tal pagamento equivale a apenas 10,5% da tarifa de energia elétrica dos consumidores residenciais e comerciais da Califórnia, valor muito inferior às propostas da Aneel para o Brasil, que variam entre 34% e 60%.
O estado californiano também garantiu ao setor estabilidade e previsibilidade nas mudanças, reduzindo riscos e evitando insegurança jurídica e regulatória aos consumidores, empreendedores e investidores do mercado.
A Absolar também cita o caso da Espanha, como alerta às autoridades brasileiras. Em 2010, o governo espanhol alterou as regras para energia solar fotovoltaica, com impactos profundos aos consumidores com geração distribuída e demais agentes do setor. A medida, fora dos padrões internacionais, inviabilizou a energia solar no país durante mais de 8 anos.
Só depois anos de paralisação e retrocesso, novas autoridades espanholas corrigiram os erros do passado. Em 2018, voltaram a viabilizar a energia solar fotovoltaica, adotando um sistema de compensação de energia elétrica equivalente ao utilizado atualmente no Brasil. A nova regra recuperou a confiança dos consumidores, do mercado e dos investidores, abrindo caminho para a atração de milhões de euros em novos projetos e a geração de milhares de empregos de qualidade à população espanhola.
Estes são alguns dos diversos exemplos de países que adotaram medidas bem-sucedidas para o desenvolvimento da energia solar distribuída, com resultados importantes para suas sociedades. Como consequência destes programas, países como Austrália, China, EUA e Japão, por exemplo, já ultrapassaram a marca de 2 milhões de sistemas solares fotovoltaicos distribuídos, enquanto que na Alemanha, Índia, Reino Unido e outros, o quantidade supera 1 milhão de conexões.
Em resumo, a Absolar recomenda ao regulador e ao governo brasileiro que incorpore as melhores práticas internacionais de geração distribuída em suas propostas para o Brasil, evitando retrocessos e riscos econômicos e jurídicos vivenciados em outras economias. Só assim este mercado pode continuar se desenvolvendo e se consolidar, trazendo vantagens econômicas e ambientais para os consumidores e o país.
 

Mais de 500 milhões de dólares de prejuízos no rastro do tufão Hagibis

O governo do Japão anunciou que os danos causados pelo tufão Hagibis às indústrias agropecuária, silvícola e pesqueira giram em torno de US$ 527 milhões.
A estimativa do prejuízo total, até esse sábado (19), em 35 províncias foi feita pelo Ministério da Agricultura, Silvicultura e Pesca e deverá aumentar.
Prejuízos em instalações agropecuárias, como armazéns e sistemas de irrigação chegaram a cerca de US$ 224 milhões, e estragos em plantações de arroz, maçã e outros produtos agrícolas foram de aproximadamente US$ 57 milhões.
Deslizamentos que atingiram estradas florestais causaram cerca de US$ 95 milhões em danos.
O número em várias províncias, onde rios transbordaram em decorrência do tufão, ainda não foi totalmente contabilizado.
Shinzo Abe
O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, visitou a província de Nagano, na região central do Japão, para ver as regiões inundadas pelo tufão Hagibis.
Abe foi de helicóptero ver as comunidades que ficaram inundadas, quando um dique à margem do rio Chikuma se rompeu na semana passada.
Ele esteve em um distrito onde duas pessoas morreram por causa das inundações e, depois de fazer um minuto de silêncio, ouviu relatório sobre o desastre, lido pelo governador da província.
Na quinta-feira (17), o primeiro-ministro tinha ido também às províncias de Miyagi e Fukushima, no nordeste do país, para inspecionar regiões que foram inundadas pelo mesmo tufão.
*Emissora pública de televisão do Japão

Marcha global pelo clima mobiliza ativistas em diversas cidades brasileiras

Em defesa do meio ambiente, jovens e ativistas de diversas partes do mundo se unem na greve mundial pelo clima, nesta sexta-feira, 20, para cobrar medidas emergenciais contra o aquecimento global. As manifestações ocorrem em mais de 150 países, entre eles Estados Unidos, Alemanha, Grécia, Japão, Austrália e Brasil. Em São Paulo, centenas de manifestantes também se reúnem, em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista, desde o fim da tarde desta sexta.
Puxando a marcha, na avenida, um cordão com dezenas de crianças segurando cartazes e faixas com desenhos que remetiam ao meio ambiente. Em alguns deles, era possível ler frases como “estão destruindo o planeta” e “luta como uma criança”. No Rio de Janeiro, jovens manifestantes também saíram às ruas em protesto pela causa ambiental.

Fridays for Future

As mobilizações são inspiradas no movimento Fridays for Future (Sextas-feiras pelo Futuro), greve estudantil em favor da defesa do meio ambiente criada no ano passado por Greta Thunberg, uma jovem ativista sueca de 16 anos.

Em 2018, ela passou a protestar em frente ao parlamento de seu país contra as mudanças climáticas. E suas ações vêm conquistando o apoio de jovens de diversos países europeus.

Pelo Twitter, Greta acompanha as mobilizações mundiais realizadas nesta sexta-feira. Os eventos estão previstos para ocorrer até o dia 27.

Nas redes sociais, outra jovem ativista também chama a atenção para a urgência de ações em prol do meio ambiente. Katie Eder, de 19 anos, é diretora executiva da Future Coalition (Coligação Futura), organização norte-americana que promove mudanças sociais e ambientais.

Japão fabricará roupas a partir de garrafas de plástico recicladas

A partir da primavera do ano que vem, uma gigante japonesa do setor de roupas do Japão planeja vender produtos feitos com fibras provenientes da reciclagem de garrafas de plástico.
A operadora e uma empresa têxtil e química anunciaram que vão desenvolver conjuntamente tecidos que secam com facilidade de fibras de poliéster feitas a partir de garrafas PET.
O presidente da operadora, Tadashi Yanai, disse: “Nossa meta é ir além dos conceitos tradicionais de moda e vestuário. Queremos criar roupas completamente novas. Estamos trabalhando nisso há mais de 30 anos. Essa atitude não vai mudar.”
Funcionários da empresa dizem ter conseguido aperfeiçoar a tecnologia de remoção de impurezas das garrafas, permitindo a fabricação de fibras particularmente finas que, segundo eles, podem ser utilizadas em produtos altamente funcionais.

Pesquisa revela contaminação por antibióticos em rios paranaenses

 
A descoberta dos antibióticos no início do século XX causou uma verdadeira revolução na saúde. Os medicamentos “milagrosos”, como eram chamados na época, possibilitaram a cura de doenças até então fatais, como pneumonia, tuberculose e febre reumática. Milhões de vidas foram e ainda são salvas graças a eles.
O remédio “mocinho”, no entanto, também tem um lado “vilão”. Pesquisadores constataram que o uso excessivo de antibióticos afeta não somente a saúde humana, como também a natureza. Em contato com o meio ambiente, os antibióticos podem criar bactérias resistentes, romper o frágil equilíbrio ecológico de rios e até afetar processos biológicos.
Os efeitos negativos já podem ser vistos, inclusive, nos rios do Paraná, segundo Eliane Carvalho de Vasconcelos, pesquisadora e professora do programa de Mestrado e Doutorado em Gestão Ambiental da Universidade Positivo.
“Possivelmente todos os rios do estado que recebem efluente de estações de tratamento, ou aqueles que recebem diretamente os dejetos, estão contaminados por antibióticos”, diz a professora, que também é doutora em Ciências – na área de concentração química analítica – pela Universidade de São Paulo (USP).
A Organização das Nações Unidas (ONU) alerta que “instalações para o tratamento de esgoto não conseguem remover todos os antibióticos e bactérias resistentes da água”.
Rios do Paraná
Nos últimos anos, Eliane tem feito pesquisas nos rios do Paraná envolvendo estudantes de graduação e mestrado. Em um dos estudos, feito no rio Passaúna, na Região Metropolitana de Curitiba, os alunos usaram cebolas orgânicas – geralmente utilizadas como bioindicadores ambientais – para verificar o potencial tóxico da água.
“Foi constatado que havia cafeína, o que indica a presença de substâncias farmacêuticas, como antibióticos e hormônios, uma vez que a cafeína é usada como marcador”, afirma.
Na pesquisa não foi avaliada a quantidade exata de antibiótico no rio, mas, segundo Eliane, já foi possível verificar que a presença dessas substâncias na água afetou processos biológicos da cebola, como a divisão celular, essencial para o crescimento e a manutenção do organismo.
Crise global
A contaminação das águas por antibióticos é um problema mundial. Em maio deste ano, pesquisadores da Universidade de York, no Reino Unido, divulgaram um estudo alarmante sobre o tema, que acendeu o alerta de países, estados e organizações internacionais. Os pesquisadores analisaram 701 amostras de águas coletadas em 72 países e encontram antibióticos em 65% delas.
Uma das consequências desse fenômeno é a resistência aos antibióticos, que acontece quando determinada bactéria se modifica em resposta ao uso ou à exposição excessiva a esses medicamentos. A ONU já classificou a resistência a antibióticos como uma crise global e a meta da entidade, agora, é alcançar níveis de uso adequado de antibiótico em humanos e animais até 2050.
No Brasil, a compra de antibióticos apenas com receita foi um grande avanço para frear o consumo do remédio no país, de acordo com Eliane, e, consequentemente, a presença do medicamento na natureza. Mesmo assim, o consumo ainda é alto por aqui. O brasileiro usa, em média, 22 mil doses de antibióticos todos os dias, o que coloca o país como o 19º maior consumidor do mundo, na frente dos países da Europa, Canadá e Japão, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Como 80 % dos antibióticos são excretados sem ser metabolizados pelo organismo, segundo a ONU, boa parte vai para o esgoto e para a natureza.
“Precisamos continuar reforçando a importância do uso consciente entre seres humanos e na agricultura, que também utiliza antibióticos. Além disso, é preciso continuar com campanhas sobre a importância do descarte correto”, diz a professora. (Com informações do site LabNetwork)

Interesse por Amazônia dispara no Google e no Twitter

Assim como o crescimento das queimadas no Brasil tem sido desenfreado, o interesse pelo assunto tem se destacado nas redes sociais e no Google.
Celebridades e esportistas, por exemplo, entraram na comoção mundial e publicaram imagens de incêndios com a hashtag #PrayForAmazônia. O detalhe é que muitas dessas imagens eram velhas ou tiradas em outros lugares.
No Google, Amazônia foi um dos assuntos que mais cresceu globalmente. As consultas pelo tema dobraram em todo o mundo de quarta-feira (21) a quinta-feira (22).
Os termos relacionados com mais destaque nos últimos sete dias, todos com alta acima de 5.000%, foram:
– Pray for Amazonia
– Incêndio Amazônia
– Incendio en el Amazonas
– Amazon rainforest fires
– Amazon rainforest forest fires
Dos três assuntos buscados em conjunto com a floresta que mais saltaram nas buscas na última semana, todos estão relacionados a queimada: época de queimadas, incêndio e fogo.
Apesar do incêndio afetar o território brasileiro, o país é quarto na lista dos países com mais interesse de busca pelo tema Amazônia. Portugal, primeiro da lista dos países com mais interesse de busca, registrou quase o dobro de buscas pela Amazônia nas últimas 24 horas que o Brasil (85% mais interesse) –o Google não fornece números brutos, e mede por aumento percentual de pesquisa por determinado assunto.
No Twitter, a mesma situação se repete, como podemos ver nos dados a seguir tabulados pela Bites, empresa de análise de dados.
Fazendo a busca por amazônia, amazon, amazônica, amazônico e a hashtag #prayforamazon, nos últimos sete dias, foram 12.290.905 menções na plataforma. Importante ressaltar que pode haver alguma confusão com a empresa Amazon – mas como a curva abaixo indica, as menções regulares a esses termos (e à floresta) não chegam a 700 mil por dia. Na terça (20), foram 2,3 milhões; na quarta (21), 4,5 milhões e na quinta (22), 3,2 milhões de tuítes (até as 20h).
Na análise demográfica, o Brasil lidera, seguido pelos Estados Unidos, e, bem abaixo, Reino Unido, Espanha, Japão e Canadá.

Está fácil mostrar que o assunto dominou a internet no Brasil nos últimos três dias. Se pegarmos só o Brasil, no Twitter, foram produzidos 29.549.235 tuítes nesse período, ao todo. A nuvem de termos mais mencionados é povoada por Amazônia.
E 9 das 10 hashtags mais usadas no país são sobre a Amazônia, inclusive #Amazôniasemongs, bolsonarista, que aparece em duas versões.

Também houve muitas mensagens escritas no Brasil em inglês. E sete das dez mensagens com mais retuítes no Brasil nesses três dias mencionaram a Amazônia. (Com informações da Folha de São Paulo)