Higino Barros
Para não correr o risco de ouvir um “Fora Temer”, gritado por milhares de pessoas presentes ao Maracanã, o presidente interino Michel Temer não teve o nome anunciado durante a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos 2016. Em seu lugar, quem fez a abertura oficial da competição, o presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI). Temer limitou-se a encerrar a cerimônia, declarando abertos os jogos do Rio. Falou dez segundos sob estrondosa vaia, logo abafada pela música alta.
A cerimônia de abertura é um espetáculo concebido para a televisão. Calcula-se que cerca de quatro bilhões de pessoas assistam a transmissão. Na maior parte, ela não teve muito significado para a audiência mundial já que foi centrada nas belezas e traços culturais do Rio de Janeiro, não mostrando a diversidade geográfica e humana do País, muita mais rica.
Mas a cerimônia não foi o mico que muitos esperavam (e torciam) que fosse. Chegando a ser emocionante e linda em alguns momentos. Para quem se emociona, por exemplo, com Paulinho da Viola cantando o Hino Nacional, num arranjo de cordas em levada de quase samba. Ou Gisele Bündchen desfilando como garota de Ipanema, ao som da música de Tom Jobim, para a maior plateia que já a assistiu, em sua carreira de super modelo.
Olimpíada da selfie
O uso de tecnologia led para obtenção de efeitos especiais funcionou do começo ao fim e o efeito do avião 14 BIS levantando voo do estádio foi de rara beleza, pois teve como cenário o Rio de Janeiro, uma cidade de paisagem maravilhosa mesmo. O espetáculo ainda deu toques sobre a preservação da natureza e o respeito à diversidade, em meio a estética de desfile de escola de samba.
Se a delegação dos músicos brasileiros que participaram da cerimônia causou muitas críticas, por ausências inexplicáveis e presenças discutíveis, a presença africana de tanta importância para a formação da cultura brasileira foi marcante. O tempo todo havia negros na tela, o que nos representa com mais exatidão para o exterior.
No final teve mais shows musicais, mas a maior atração foi o desfile dos atletas do mundo inteiro meio em clima de carnaval, aproveitando para se divertir e com celular na mão, tirando fotos. Essa, seguramente, vai ser a Olímpiadas da selfie. Tendo como cenário o Brasil, com suas mazelas e delícias e como cantado pelo público do Maracanã, “bonito por natureza”.
Abertura das Olimpíadas em clima de carnaval, a imagem do Brasil na TV
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