Elmar Bones
O PT formalizou o que já se sabia: Tarso Genro é o candidato ao governo do Rio Grande do Sul em 2010.
A campanha, que agita os bastidores desde fevereiro quando o PSDB lançou Yeda Crusius à reeleição, agora se generaliza, como briga de rua.
A própria governadora havia antecipado o embate na semana passada ao reagir às denúncias de corrupção e acusar Tarso Genro, de valer-se da condição de Ministro da Justiça para usar a polícia federal contra ela.
Para Yeda, mais do que para qualquer outro, o que interessa no momento é o clima de campanha eleitoral. Por isso, ela declara que Tarso deve deixar o ministério, já que é candidato.
Seu objetivo é “politizar” tudo, principalmente a ação da polícia federal, colocá-la sob suspeita de que “está agindo a mando do ministro, que é candidato”.
Nesse sentido, a governadora é a maior beneficiária da antecipação da candidatura petista.
As denúncias de corrupção que abalam seu governo serão, a partir de agora, debitadas na conta da luta eleitoral. A não ser que apareçam as tais provas e aí sua candidatura não valerá um CD virgem.
Se não, continuará válida a frase do deputado Cláudio Dias, dita em fevereiro, quando ela foi lançada à reeleição: “Qualquer um que pretenda chegar ao Piratini, terá que enfrentar Yeda Crusius”.
Ministro da Justiça e candidato, Tarso Genro terá limitações nos seus movimentos. A justificativa para uma definição do candidato agora é a necessidade de mais tempo para “construir uma política de alianças” de acordo com os novos tempos. Não é só isso.
O acordo que levou os outros dois pretendentes – Adão Villaverde e Ary Vanazzi – a desistirem de uma disputa, indica que Tarso superou o primeiro obstáculo, que era evitar uma prévia desgastante.
Mas o grande desafio – unir o partido em torno de seu nome – ainda permanece.
No próprio site do PT, um texto de análise, que considera “coroada de êxito” a estratégia para escolher o candidato do partido, menciona “a incompreensão de alguns poucos que continuam a se posicionando contrariamente”.
Quanto às alianças, fora os partidos menores, à esquerda, a possibilidade mais consistente é com o PDT, a principal das forças subsidiárias da política regional. Mas esse ainda é um terreno bastante movediço, que depende incluse de uma melhor configuração da disputa nacional.
O balé Yeda/Tarso vai inquietar o PMDB, que tem dois nomes na agulha: Germano Rigotto, ex-governador, candidatíssimo, e José Fogaça, reeleito consagradoramente em Porto Alegre, mas que não assume publicamente a disposição de concorrer.
Rigotto perdeu a eleição passada para Yeda Crusius e, na disputa de 2010, terá dificuldades com a governadora que o sucedeu e tem boa munição para atacá-lo, já que no primeiro turno ambos disputarão os votos do mesmo campo.
Fogaça quebrou a hegemonia de 16 anos do PT em Porto Alegre e, mais que isso, reelegeu-se. Aparentemente, navega em águas amenas e ainda não começou a sofrer o natural desgaste do segundo mandato. Mas, ao menos publicamente, revela inapetência para a disputa. Novos fatos terão que surgir para que sua candidatura se consolide.
Agora, é tudo campanha eleitoral
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