Mau gosto na água: Cettraliq sente-se injustiçada pela Fepam

Paralisada desde o dia 10 de agosto, a Cettraliq, empresa especializada em tratamento de efluentes líquidos já removeu 50 por cento dos dejetos estocados em seus tanques.
Ela teve suas atividades suspensas pela Fepam no dia 10 de agosto por, supostamente, fazer “emissão de odores fora dos limites da sua planta”.
Localizada no bairro Navegantes, perto do acesso a ponte do Guaíba, a empresa atendia a outras 1,5 mil de pequeno e médio porte fazendo o tratamento de seus dejetos líquidos, que anteriormente eram lançados in natura na rede pluvial.
A Cettraliq , sente-se injustiçada, mas está cumprindo com a determinação da 10ª Vara da Fazenda Pública de Porto Alegre e enviando este material, cerca de 2600 metros cúbicos de dejetos para uma empresa multinacional localizada em Joinville, Santa Catarina ( a 650 quilômetros de Porto Alegre).
O prazo se encerra no próximo dia 5 de janeiro. Até esta segunda-feira (12/12), já haviam sido retirados cerca de 50% dos 2.600 metros cúbicos de efluentes que permaneciam na planta. Para o transporte desses efluentes foi necessária a contratação de 80 caminhões tanques.

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Técnicos da Cettraliq explicam posição da empresa. Foto Wálmaro Paz

 
A bióloga Isabel Claas, explicou que o envio para Joinville se deve ao fato de somente lá existir uma planta com capacidade de processar e tratar estes resíduos, assim como vinham sendo feitos pela Cettraliq. Ela disse não ter ideia do custo desse transporte, mas entende que será a única alternativa. Existe uma outra empresa que trata resíduos líquidos em Canoas, porém funciona sem licença da Fepam, tem apenas o licenciamento municipal e, conforme ela a metodologia e a tecnologia utilizadas deixam muito a desejar. A empresa fechada demitiu cerca de 40 técnicos e mantem apenas três funcionários que estão trabalhando na transferência dos efluentes até o seu final.
O engenheiro químico José Carlos Bignetti, que fala na qualidade de porta-voz da empresa juntamente com a bióloga Isabel Claas, explicou todo o fluxo dos resíduos dentro dos tanques de tratamento da empresa.
Conforme ele nada era lançado diretamente ao rio. “O prédio onde funcionava a Cettraliq foi construído em 1906 e tinha acesso direto para captação e lançamento de dejetos ao rio Guaíba. Mas com os aterros para a construção do cais Navegantes e a própria Ponte do Guaíba este acesso foi bloqueado. Na estação da empresa os efluentes tratados, uma água que pode até ser utilizada em limpeza, eram lançados na rede pluvial onde eram sugados pela bomba da Trensurb que juntamente com o esgoto pluvial da região eram lançados ao rio”.
Os dois técnicos entendem que a empresa foi utilizada como bode expiatório para justificar a incompetência de outros órgãos: Departamento de Esgotos Pluviais (DEP), DMAE, etc.
Isabel lembra que foram realizadas mais de 7 mil análises de água nos dejetos, na empresa, no rio, nas casas de bombas e nada foi encontrado, a não ser uma bactéria: a actinomicetes, que produz um cheiro característico e é encontrada no lodo de esgotos e do fundo dos rios.
A Biologa disse que “a Cettraliq está consciente de que a sua atividade emitia um odor característico, mas totalmente diferente daquele percebido nos arredores da empresa e no bairro. Para a empresa, há outras possíveis causas para a percepção desse cheiro no local.
No 4º Distrito, onde a empresa está localizada, há várias companhias que produzem resíduos de todo tipo. A empresa acredita que a necessidade de dar uma resposta à opinião pública, compreensivelmente indignada com a qualidade da água que está consumindo, acabou levando a Fepam a responsabilizar a Cettraliq pelo problema, sem que nenhum nexo causal tenha se estabelecido entre a sua atividade e as alterações no sabor e odor da água da Capital”.
A Cettraliq esta aguardando a finalização do processo que responde atualmente para comprovar sua inocência.
Nesse caso recorrerá à Justiça para se ressarcir dos prejuizos que “foram imensuráveis após a condenação antecipada feita por alguns órgãos de imprensa”, explica Bignetti.
 

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