Ciro Gomes ataca Haddad e o PT: "O Brasil não aguenta outra Dilma"

Ao participar ontem, no Rio, da segunda sabatina com presidenciáveis, promovida pelo jornal O Globo, o candidato do PDT, Ciro Gomes não poupou ataques a Fernando Haddad e ao PT.
Disse que o candidato petista faz política “com punhozinho de renda” e não tem experiência. “O Haddad não conhece o Brasil”, declarou.
Ciro atacou também a vice da chapa, Manuela D’Ávila (PCdoB) – criticada pela falta de experiência e maturidade -, e o próprio o ex-presidente Lula, a quem tinha poupado até agora. Disse que vê isolado e “meio que cercado de puxa-sacos” – “Ele perdeu um pouco a percepção genial que tinha da realidade” – e ao partido que ameaça sua chegada ao segundo turno em outubro: “O PT só pensa em si”.
Ciro sugeriu que Haddad pode ser alvo de impeachment como foi a sucessora e também apadrinhada de Lula, Dilma Rousseff.
Deu estocadas no líder das pesquisas Jair Bolsonaro (PSL), e disse que seu vice, o general Hamilton Mourão (PRTB) é um “jumento de carga”.
Afirmou que, se fosse presidente, o comandante do Exército, general Villas Bôas, estaria demitido e “provavelmente pegaria uma cana”, por ter dito que o próximo presidente pode não ter legitimidade para governar. “Eu mando, eles obedecem”, disse, ao mostrar como procederia em relação às Forças Armadas.
Mesmo numa sabatina permeada por temas econômicos – em que apresentou propostas para a reindustrialização, defendeu a tributação sobre lucros e dividendos, e uma alíquota mais progressiva sobre heranças, além de detalhar seu plano de limpar o nome dos brasileiros do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) – Ciro não perdeu oportunidade de criticar o adversário.
Ao falar sobre sua proposta para desconcentrar o sistema bancário, foi lembrado da tentativa de Dilma intervir no setor. Achou uma ofensa ser comparado à petista – cujo governo definiu como “desastrado” – mas comparou Haddad à ex-presidente.
Fez as deferências de praxe em seu discurso – “é uma mulher honrada, decente” – para logo em seguida mandar sua mensagem. “Olha aí como é que funciona esse negócio de indicar pessoas que não têm treinamento. (…) Outro ramo é o dela, não esse [a política]”, disse.
O ex-governador do Ceará afirmou que a petista foi incapaz de ter “um terço dos deputados para impedir um golpe contra o país no primeiro ano de mandato”.  Disse que “uma pessoa boa como o Haddad” não terá pulso para encarar a o jogo bruto no Congresso. “Como vai encarar? Com punhozinho de renda, da USP, da Maria Antonia?”, disse.
Numa estratégia de desconstruir Haddad, Ciro destacou a importância de se eleger um presidente com liderança. Contou que, quando Lula foi condenado em segunda instância, se viu “cercado por praticamente 48 horas” por emissários do ex-presidente, como Dilma e Roberto Requião, que o queriam para vice da chapa petista. “Agradeci a honra mas disse que isso não era forma de se construir uma liderança. O Brasil não precisa de presidente por procuração, por mais respeitável que seja o outorgante. O Brasil não aguenta outra Dilma”, disse.
Para Ciro, o atual candidato do PT também seria um “presidente por procuração”, não por demérito, mas porque “o Haddad não conhece o Brasil”. “Ele não tem experiência, daí até ele saber onde fica a Cabeça do Cachorro, o Vale do Jequitinhonha, o [Vale do] Mucuri, em Minas Gerais; mesmo em São Paulo, o Vale do Ribeira, o Alto Solimões… Aí fica difícil, de fato”, afirmou.
O presidenciável continuou a associação Dilma/Haddad: “A gente já viu esse filme. No auge da crise do impeachment, a Dilma nomeou Lula ministro. Eu quase morro de vergonha naquela ocasião. E agora Lula tá na cadeia. O que vai acontecer?”, perguntou, para logo desenhar uma cenário pessimista caso o PT volte ao Planalto. “Uma crise tremenda. Basta o PT voltar ao poder que essa crise vai se eternizar, porque basicamente PT e PSDB construíram isso. O espasmo mais doído e mais ameaçador é o Bolsonaro, que surgiu a partir daí”, disse.
Ciro também buscou igualar o PT ao deputado de extrema direita. Em sua opinião, ambos estariam “insultando a inteligência média do povo brasileiro a toda hora”. “Um por gratidão [a Lula], outro por solidariedade cristã pela violência absolutamente descabida que sofreu”, disse, ao se referir à facada da qual Bolsonaro – uma “aberração” – foi alvo em ato de campanha em Juiz de Fora (MG).
 

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