As dez da manhã desta quinta-feira (29) se reúne pela primeira vez a Comissão de Sindicância que vai apurar se houve irregularidades em operações de crédito no Banco de Desenvolvimento do Rio Grande do Sul, o Badesul.
Presidida pela procuradora Adriana Krieger de Melo, com mais três técnicos do Badesul, a comissão terá como foco principal esclarecer se houve concessão de empréstimos sem as garantias necessárias para as empresas Iesa Óleo e Gás, Wind Power Energia e D’Itália.
Segundo reportagem do jornal Zero Hora, o Badesul teve prejuízo de R$ 140 milhões com financiamentos às duas empresas, que estão em recuperação judicial depois do fracasso de seus projetos. Por conta das perdas, o Badesul foi descredenciado como agente do BNDES, perdendo assim sua principal fonte de recursos para financiar projetos no Estado. As operações, que teriam causado o prejuízo ao banco, foram realizadas durante o governo de Tarso Genro.
Em entrevista ao Sul 21, nesta terça-feira, o presidente do Badesul à época dos empréstimos, o economista Marcelo Lopes negou qualquer irregularidade e disse que o problema do banco “não tem a dimensão que está se tentando produzir por algumas matérias publicadas na imprensa”.
Defensor do banco, como instrumento para o desenvolvimento do Estado, Marcelo Lopes disse que inclusive a decisão do BNDES, de descredenciar o Badesul, é desproporcional:
“O banco, nos últimos quatro anos, se transformou na maior agência de fomento do Brasil. Somos maiores que a Investe São Paulo. O Badesul tem metade dos ativos de todas as agências de fomento do Brasil. Estranho a decisão do BNDES de descredenciar o Badesul, tanto pela forma como se deu, como pelos indicadores do banco”.
As definições sobre o andamento da comissão foram estabelecidas em reunião com o procurador-geral do Estado, Euzébio Fernando Ruschel; a diretora-presidente do Badesul, Susana Kakuta; e a procuradora do Estado coordenadora da Procuradoria Disciplinar e de Probidade Administrativa e presidente da Comissão de Sindicância do Badesul, Adriana Krieger de Mello, nesta terça-feira (27), no gabinete da PGE.
Segundo o procurador-geral Euzébio Ruschel, “dentre as medidas cabíveis estão o ajuizamento de ação de improbidade administrativa, o ressarcimento de danos e a demissão de servidores”.
O prazo para a conclusão dos trabalhos da comissão é de 30 dias, prorrogáveis por mais 30 dias.

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