A exposição “Velho: Profissão Solidão”, da artista plástica Graça Craidy, será aberta na próxima segunda-feira ,1º, Dia do Idoso, às 13h30, no hall do 6º andar do Palácio da Justiça (Praça da Matriz, nº 55). Paralelamente, no local – Auditório Desembargador Osvaldo Stefanello – estará acontecendo a Audiência Pública Garantias dos Direitos da Pessoa Idosa: Estratégias, Políticas e Práticas, promovida pela Corregedoria-Geral da Justiça.
Pintadas com tinta acrílica, as 10 telas da mostra, no formato 60X40 cm, foram criadas pela artista com o intuito de promover o debate sobre as grandes questões da terceira idade, entre elas a solidão a que boa parte dos idosos é submetida, principalmente pelo abandono dos familiares.
A Organização Mundial da Saúde classifica a solidão como fator de risco para a saúde maior que o tabagismo, principalmente na velhice, quando a solidão é considerada o “assassino invisível” do idoso, pois conduz a um risco aumentado de depressão e pode tornar o quadro ainda mais agudo, provocando o suicídio.
Dado importante
As estatísticas apontam ainda para outro dado importante, indicando que a faixa etária da terceira idade é a que mais cresce no Brasil e em 2050 será maior que a dos jovens. Como preparar-se para isso numa sociedade que hoje trata seus velhos como “párias desqualificados”, na expressão de Simone de Beauvoir, em seu livro “A Velhice”?
No livro, a escritora francesa alerta que a sociedade trata seus velhos como refugos e que os lazeres não oferecem possibilidades novas ao aposentado: na hora em que se vê liberado, roubam-se ao indivíduo os meios de utilizar sua liberdade, condenam-no a vegetar na solidão e no tédio, como um legítimo descarte.

Falência da civilização
O fato de ser um homem reduzido à condição de ‘sobra’, de ‘resto’, durante os últimos quinze ou vinte anos de sua existência, comprova – segundo Beauvoir – a falência de nossa civilização: semelhante evidência nos seria mais proveitosa se considerássemos os velhos como seres humanos, tendo às suas costas uma existência humana, e não como cadáveres ambulantes”, ela conclui.
A artista Graça Craidy – conhecida por sua arte ativista de denúncia da violência contra a mulher – afirma que nesta coleção “Velho: profissão solidão”buscou sensibilizar a sociedade para a dramática relação entre a solidão e a doença, na velhice. “Como constatou Simone de Beauvoir, a velhice surge aos olhos da sociedade como uma espécie de segredo vergonhoso do qual é indecente falar, mas” – Graça insiste – ”é preciso quebrar essa conspiração do silêncio”.

SERVIÇO:
O QUÊ: Exposição “Velho: Profissão Solidão”, de Graça Craidy
ONDE: Hall do auditório Osvaldo Stefanello, 6º andar do Palácio da Justiça (Praça Marechal Deodoro, nº 55).
QUANDO: Abertura: 1º de outubro de 2018, das 13h30 às 17h. Visitação: até 31 de outubro, no Hall do térreo, do Palácio da Justiça.
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