Mal falaram as urnas e a tropas estão na rua.
As tropas da mídia corporativa – Veja/Abril, O Globo, Rede Globo, afiliados e enteados, Estado de São Paulo, Folha de São Paulo que trabalham em sintonia – um exército midiático, com infantaria, artilharia e uma força aérea invejável.
Escancaradamente, foram a vanguarda da oposiçao ao governo Dilma e à sua reeleição. Tentaram até um golpe com uma edição patética da Veja.
Derrotados, lançam em seguida o contra-ataque: a tese, questionável, de que o país saiu da eleição dividido.
Quem mais do que a imprensa teria autoridade para fazer a pergunta?
Que país é esse que saiu desta eleição extraordinária ?. E ir atrás da resposta.
Não, a resposta está pronta. O país está dividido, há “crises institucionais programadas”, como diz Mervel Pereira, em O Globo.
O pior é uma visível orquestração: diz o editorial do Globo que “o país saiu dividido entre os que produzem e pagam impostos e os que se beneficiam dos programas sociais”.
Diz o editorial de Zero Hora: “É preciso pacificar a nação”.
Rosane Oliveira, colunista política:
“Ou é retórica ou é auto-engano a afirmação da presidente de que o país não está partido ao meio” (…)
“Não importa que Dilma seja eleita pelo dos mais pobres, o governo não pode deixar de olhar para os estados que produzem a riqueza necessária para financiar os programas sociais”.
O próprio Merval Pereira em O Globo esclarece essa atitude tão agressiva da “imprensa profissional”, como ele diz, em relação ao governo: a regulação da mídia, tema inaceitável, indiscutivel pelos donos da mídia.
Apegados a uma posição autoritária, esses grupos abandonam o compromisso com o jornalismo e a comunicação, em defesa de privilégios.
Colocam-se ostensivamente na vanguarda de um movimento de contestação.
Ao difundir a tese, questionável, de que o país está dividido, sugerem a falta de legitimidade do governo, recém-eleito e que nem começou.
Uma imprensa que age assim não corresponde ao que demanda uma democracia, ainda mais uma democracia incipiente como a nossa que tem tantos desafios pela frente.