Por Liège Copstein
A Feira do Livro edição 2010 pretende manter o desempenho dos últimos anos, atingindo as médias de 100 mil visitantes dia e 400 mil exemplares vendidos aos final do evento.
Unanimidade na simpatia dos portoalegrenses, é preciso dizer que a Feira é opção de lazer mesmo para quem ainda não descobriu a dor e a delícia da leitura, mas aprecia um bom corpo a corpo na multidão, com direito a pipoca, palhaços, esbarrões acidentais em políticos, artistas e amigos que não se vê há muito tempo.
Esse sucesso popular, aliado aos inegáveis méritos culturais, já rendeu em 2006 a medalha da Ordem do Mérito Cultural, concedida pela Presidência da República.
Este ano, uma nova honraria veio se somar, esta algo poética: a Feira do Livro de Porto Alegre – a mais antiga em tempo contínuo do Brasil – foi declarada Patrimônio Imaterial da cidade.
E se pensarmos no muito que há de imaterial na literatura – ela não é o objeto do livro, muito menos a tinta e o papel, os mesmos com que se faz bulas médicas e listas telefônicas – fica evidente que esse é um reconhecimento que cai como uma luva a um evento tão simpático.
Criada em 1955, por um grupo de livreiros que pretendia dinamitar a sacralização das livrarias como templos hospitaleiros apenas a iniciados, a Feira hoje está tão na boca do povo como as cocadas de maracujá que o seu Pedro da carrocinha faz em casa e venda às toneladas durante essas célebres primeiras semanas de novembro.
É como afirma o presidente da Câmara Riograndense do Livro, João Carneiro: popularizar a literatura era a motivação inicial há 55 anos atrás, e continua sendo atualmente. “E até agora, estamos conseguindo”.