Greve no 8º dia: ministro fala em "infiltrados", líder denuncia "intervencionistas"

A maioria dos caminhoneiros em greve quer voltar ao trabalho, depois das concessões anunciadas pelo governo. Mas estão sendo impedidos por “intervencionistas que agem para derrubar o governo”.

Foi o que declarou à imprensa na tarde desta segunda, o Presidente da Associação Brasileira do Caminhonheiros (Abcam), José da Fonseca Lopes, um dos lideres que assinaram o acordo com o governo Temer.

Lopes é presidente da Abcam desde a fundação, em 1983 e sempre fez acordos.

Ele mencionou “intervencionistas” que “querem derrubar o governo”, sem dar nomes.

No oitavo dia, a greve dos caminhoneiros transtornou as rotinas em todo o país e se for mantida pode ter consequências imprevisíveis, devido ao desabastecimento de combustível e à falta de gêneros e alimentos. .

“Não é o caminhoneiro mais que está fazendo greve. Tem um grupo muito forte de intervencionistas aí e eu vi isso aqui em Brasília, e eles estão prendendo caminhão em tudo que é lugar”, declarou Lopes ao sair de uma reunião no palácio.

Quem são?

“São pessoas que querem derrubar o governo. Não tenho nada a ver com essas pessoas nem os nossos caminhoneiros autônomos têm. Mas estão sendo usados para isso.”, afirmou.

Sobre nomes, disse que “na hora certa” serão divulgados. Lopes  disse que, primeiro, informará ao governo.

“Vou entregar porque eu não faço parte desse tipo de situação. Eu não faço parte disso e não aceito que estão usando caminhoneiros para isso. Se querem derrubar o governo, que montem um esquema separado”, declarou. “Os caras quem dar um golpe no Brasil e eu não vou fazer parte disso”, afirmou.

Segundo ele, o pacote de medidas anunciado pelo governo para atender às reivindicações dos caminhoneiros “resolveu o problema da categoria tranquilamente”.

“O pessoal quer voltar a trabalhar, mas eles têm medo porque estão sendo ameaçados de forma violenta”, afirmou. “Isso está pegando em todo lugar”, declarou.

Lopes disse que, neste momento, o caminhoneiro está sendo usado “como bode expiatório”. “Acho que chegou a hora de o governo fazer alguma coisa”, afirmou.

Lopes estima em pouco menos de um terço dos caminhoneiros que ainda resistem a suspender a greve. “Faltam uns 30% [de caminhoneiros para desmobilizar], mais ou menos. Eu acho que até amanhã já está bem encaminhado para voltar à realidade.”

‘Inflitrados’

O discurso do líder da Abcam reforça o que disse mais cedo o Ministro Carlos Marun, em entrevista coletiva no Palácio do Planalto: “O serviço de inteligência do governo avalia a possibilidade de que pessoas com interesses “políticos” estejam infiltradas no movimento dos caminhoneiros.

“Nós tivemos as informações dos líderes de que muitas dessas concentrações, pessoas que ali estão, são pessoas que não são caminhoneiros. São pessoas que se infiltraram no meio do movimento com objetivos diferenciados, objetivos políticos. Nosso serviço de inteligência está cuidando disso”, afirmou.

Na sexta-feira, quando sofreu o primeiro revés nas negociações com os grevistas, o governo denunciou um lock out (greve de empresas).
O Globo chegou a dar em manchete na sexta-feira  que 17 inquéritos seriam abertos pela Polícia Federal para investigar grandes empresas do setor de transportes que estariam dando sustentação ao movimento dos caminhoneiros.
No domingo, Temer mudou de tom, atendeu a todas as reivindicações dos grevistas, não mencionou nem as forças armadas que requereu nem o locaute que seus ministros denunciaram. Também o noticiário tirou de lado a questão dos empresários fomentando a greve dos caminhoneiros com propósitos outros.
Restou a greve que continua imprevisível, agora atribuida a “infiltrados” e “intervencionistas”.

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