A Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal (ADPF) está pedindo ao presidente Michel Temer a substituição do diretor-geral da corporação, Leandro Daiello.
A gestão de Daiello, segundo a associação, seria a causa da saída de delegados da força-tarefa da Lava-Jato.
A nota, encaminhada ao presidente nesta segunda feira, foi aprovada em assembleia na sexta-feira passada.
Diz a nota que, por falta de apoio da direção, “delegados que coordenavam operações policiais foram deslocados para outras áreas e locais, devido ao esgotamento físico, mental e operacional a que são submetidos”.
A manifestação coincide com a saída do delegado Márcio Adriano Anselmo da Lava-Jato, que foi transferido para a Corregedoria da PF no Espírito Santo, alegando justamente “esgotamento físico e mental” depois de mais de três anos de investigações.
Anselmo é o quinto delegado da PF a deixar a Lava-Jato desde o início da operação. Antes dele, foram deslocados os delegados Eduardo Mauat, Luciano Flores, Duilio Mocelin e Erika Mialik Marena – especialista em crimes financeiros e lavagem de dinheiro.
Na carta que será encaminhada nesta segunda a Temer, a associação volta a defender a substituição do atual diretor-geral por um dos nomes de uma lista tríplice. Além de Erika Marena , integram a relação os delegados Rodrigo Teixeira e Marcelo Freitas, ambos de Minas Gerais.
Esse nomes já foram apresentados ao presidente quando ele tomou posse e nomeou Alexandre de Moraes para o Ministério da Justiça.
Agora a ADPF aproveita a saída de Moraes, indicado para o Supremo Tribunal Federal, para pedir novamente a mudança.
A associação também se diz insatisfeita com suposta falta de suporte às operações Acrônimo e Zelotes – ao lado da Lava-Jato, as principais investigações de corrupção atualmente em curso. A entidade sustenta que, nos dois casos, houve redução das equipes de investigação.
A ADPF afirma que a Zelotes, que investiga empresários por “comprar” medidas provisórias e decisões de impacto bilionário do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), deixou de ser conduzida pela Diretoria-Geral e foi transferida à Superintendência da PF em Brasília – o que seria um sinal de que perdeu importância.
A investigação da própria Lava-Jato em Brasília também estaria perdendo quadros.
– Há um sentimento na corporação de que a Lava-Jato está chegando ao fim – disse o presidente da associação, Carlos Eduardo Sobral.
Segundo o diretor regional da ADPF em Minas Gerais, Luiz Augusto Pessoa Nogueira, Daiello recebeu muitas críticas internas quando a Procuradoria-Geral da República decidiu que delações da Lava-Jato seriam tratadas sem os delegados da Polícia Federal para evitar vazamentos.
"Há um sentimento que a Lava Jato está chegando ao fim"
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