Impeachment: mais uma ofensiva frustrada

Elmar Bones
Não durou uma semana a nova ofensiva da oposição pelo impeachment de Dilma Rousseff.
Primeiro, logo depois da eleição, apostaram na iniciativa do Congresso. “Especialistas” foram ouvidos e confirmaram: havia razões de sobra para o parlamento agir contra a presidenta.
Deu errado, nem Cunha nem Calheiros embarcaram na canoa furada. Aécio Neves e um pequeno grupo ficaram isolados.
Depois apostaram no clamor das ruas.
A tropa de choque, devidamente entrincheirada nos principais veículos de comunicação, trombeteou e chegou a falar em dois milhões de pessoas em manifestações por todo o pais.
Previu-se a reedição dos caras pintadas que defenestraram Fernando Collor
Mas já na segunda rodada dos protestos, as ruas minguaram.
Não houve como esconder. Quem estava na rua era a fração mais despolitizada da classe média, pedindo algo que nem sabem direito o que é.
Surgiu, então, a solução salvadora, pela via do judiciário.
Concluiu-se que as manobras contábeis que o governo fez para fechar as contas em 2014 configuravam crime de responsabilidade da presidenta e o STF poderia tomar a iniciativa de impedi-la.
Mais uma vez foram consultados os”especialistas” e a tropa de choque se apressou em validar a hipótese.
Nesta semana, a tese começou a derreter. O jurista Miguel Reale Jr., ao qual foi encomendado um parecer, mostrou-se evasivo, pediu mais tempo.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o mais experiente dos tucanos, foi o primeiro a desbordar. “Impeachment não é assim. Não basta desejar, tem que ter fatos”.
Em seguida, os colunistas alinhados correram a explicar que impeachment de presidente é um último recurso…
Logo outros caciques do PSDB desembarcaram, deixando Aécio Neves mais uma vez sozinho.
A charge de Chico Caruso no Globo da quarta-feira (23) é a pá de cal. “Não brinque com isso, menino”, diz FHC a um desconsertado Aécio, que prepara uma flecha para disparar o impeachment.
Como a estratégia é lacerdista, da guerra sem quartel,  uma nova ofensiva já deve estar em preparo.
O risco desse caminho é que, se Dilma não cair, vai acabar fazendo o sucessor em 2018.

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