Mesmo sendo facultativa, a votação sobre o Pontal mobilizou 22.619 portoalegrenses, que compareceram às 300 urnas espalhadas pela cidade. Mais de 80% (18.212 votos) disseram “Não” à construção de residências no terreno do antigo Estaleiro Só. Mas isso não encerra a discussão. O “Não” que os moradores depositaram nas urnas quer dizer muito mais, porque o debate envolve toda a orla do Guaiba e o assunto está longe de terminar.
A edição de oito páginas do JÁ reconstitui toda a trajetória do polêmico projeto, desde o histórico do terreno do extinto Estaleiro Só, num dos pontos mais valorizados da orla do Guaíba, até sua tramitação nas instâncias técnicas da prefeitura e aprovação pela Câmara Municipal. O movimento comunitário que se mobilizou contra o projeto também merece destaque especial.
A edição estará à venda, a R$ 2,oo o exemplar, em bancas, livrarias e pontos de distribuição nos locais mais movimentados da cidade. “Estamos apostando no leitor”, diz o editor Elmar Bones. Segundo ele, “apesar de ser um dos assuntos mais discutidos na mídia local nos últimos dias, a desinformação é muito grande e boa parte da população ainda não sabe em que e por que vai votar”.
“A Orla é o Alvo”, é a manchete da edição especial, que tem os seguintes tópicos principais:
“Uma lei sob medida” – Revela como surgiu e como tramitou em tempo recorde o projeto para mudar a legislação e viabilizar a construção do conjunto arquitetônico num área de proteção ambiental.
“Na origem, uma área pública” – Conta os antecedentes do terreno onde se pretende construir o projeto, conhecido como a Ponta do Melo e que já foi sede de uma das maiores empresas do Rio Grande do Sul, o extinto Estaleiro Só.
“Trabalhadores ainda estão no prejuízo”- Mostra como os ex-empregados do Estaleiro Só lutam há mais de dez anos para receber as indenizações a que tem direito, sem sucesso, apesar de o terreno ter sido leiloado exatamente para pagá-los.
“Gigante da construção está por trás do projeto” – Sobre a articulação empresarial para viabilizar o empreendimento, orçado em R$ 200 milhões.
“Prefeito Tarso Genro pediu urgência para mudar a lei” – Esclarece como foi a primeira alteração de lei para viabilizar a urbanização do terreno do antigo Estaleiro Só.
“Emenda esvaziou a consulta pública” – Descreve as manobras regimentais que a liderança do executivo na Câmara fez para restringir a consulta popular sobre o projeto.
“Consulta dividiu o movimento comunitário” – Fala da repercussão, entre os grupos e entidades que questionam o projeto, da proposta de consulta pública inserida no projeto.
“Essa briga ainda vai muito longe” – Entrevista com Nestor Nadruz um dos líderes do Fórum de Entidades e do movimento pela preservação da orla do Guaíba.
Locais onde comprar seu exemplar
Livrarias
Palavraria – Vasco da Gama, 165 – Bom Fim
Palmarinaca – Jerônimo Coelho, 281 – Centro
Bancas
Centro
– Mercado Público – Banca do Julio
– Largo Glênio Peres, 99 – Banca São Jorge
– Borges de Medeiros, 464 – esq Salgado Filho – Stand Brasil
– Salgado Filho, 135 – Banca São João (saída lotação Zona Sul)
– Borges de Medeiros esq. Fernando Machado – Banca do Clovão
– Fernando Machado, 806 – Miscelânea Sakia (perto do Zaffari)
– Riachuelo, 1544 – Tabacaria Novo Milênio
– Andradas esq Mal. Floriano – Banca Masson
– Andradas esq Gal. Câmara – Banca Vera Cruz
– Rua Sete de Setembro, 1001 – Stand Assinante
Bom Fim
– No Bric da Redenção, na rua José Bonifácio, no final de semana
– Venâncio Aires esq Osvaldo Aranha
– Venâncio Aires, 1187 – Tabacaria Braz
– Jacinto Gomes esq Venâncio Aires – Banca Folhetim
– Felipe Camarão, 677 – Banca da Felipe
Cidade Baixa
– Rua da República quase esq Av João Pessoa – Banca da República
Menino Deus
– Getúlio Vargas, 769 – Banca Maurício Sirotsky
– José de Alencar, 600 – Banca Look
Santana
– Jacindo Gomes, 463, a caminho da Ipiranga – Mercado Zerbes
– Jerônimo de Ornellas, 527 – Banca Santa Terezinha
– Jerônimo de Ornellas esq Jacinto Gomes – Banca São Jerônimo
Companheiros do “Já”:
O simulacro que é essa “consulta pública”deverá fazer com que, incautos ou mal-intencionados, votem “não”, com a falsa crença de que estarão salvando o “Pontal”. Ledo engano: assim como os que apostam no “sim”, estarão referendando um processo capcioso, que, se a Justiça não barrar, entregará aquela área para um mega-projeto arquitetônico privado,esbulhando dos portoalegrenses um bem público que pertence à comunidade.Quem viver verá.