As imagens, que viralizaram na internet, de duas transexuais na frente do prédio onde mora o deputado federal José Otávio Germano, em Porto Alegre, podem causar um estrago maior do que as denúncias que o parlamentar do PP gaúcho enfrenta na Lava Jato.
De uma das denúncias, feita pelo ex-procurador Rodrigo Janot, ele já escapou, foi negada pelo STF na semana que passou. Outra que o inclui no chamado “Quadrilhão do PP” ainda prossegue.
Mas nenhuma delas, nem o envolvimento na Operaçao Detran, um grande escândalo estadual, havia abalado sua confiança na reeleição para um quinto mandato federal..
Numa carta dirigida aos seus cabos eleitorais em março deste ano, Germano alimentava a expectativa de ser o deputado federal mais votado do PP.
Nesta carta, talvez, o deputado tenha cometido uma imprudência ao dizer::”Agora é guerra, os concorrentes estão no nosso próprio partido”. Ele tornou-se um incômodo no ninho do PP gaúcho.
O escândalo promovido por duas pessoas, tratadas no noticiário como ” transexuais” aconteceu na manhã de sexta- feira, 22.
A BM foi chamada até a frente do condomínio onde mora o deputado, no bairro Petrópolis. “Duas transexuais estavam, aos gritos, cobrando suposta dívida do parlamentar”, segundo ZH.. A guarnição da BM tentou negociar o fim do protesto.
“Um dos policiais subiu ao sétimo andar, onde mora o deputado, e voltou dizendo que ele iria pagar a dívida. O soldado pediu que as transexuais esperassem a chegada de uma pessoa que iria trazer o dinheiro. Enquanto isso, por telefone, passou os dados da conta corrente de uma delas, para que José Otávio fizesse o depósito. Depois de duas horas de espera, o PM voltou para dentro do prédio. Ao sair, trouxe R$ 2,5 mil, em notas de R$ 100 e R$ 50.
— Tô com o dinheiro aqui, R$ 2,5 mil. Tu vai me prometer que hoje tu vai aliviar — disse o soldado para a transexual, dando fim à confusão”.
A Brigada Militar vai abrir uma sindicância para averiguar a conduta do policial.
“Outro ponto que será avaliado é o fato de não ter sido registrada ocorrência policial – foi formalizado apenas um boletim de atendimento interno, para controle do batalhão. A BM foi chamada ao local via 190, porque vizinhos se sentiram incomodados com a situação. Em geral, explica Soares, só é registrada ocorrência quando ocorre um crime e quando há uma parte interessada:
— O que vi, vi em um vídeo. E, nas imagens, não vi pessoas se agredindo, consumindo drogas ou praticando ato libidinoso. Vi pessoas gritando. Não me parece que tenha ocorrido crime. Só há registro policial quando há um fato criminoso. Mas, volto a dizer: tudo isso será analisado.
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