Guilherme Kolling
A notícia de que uma empresa de Marcos Valério teria repassado R$ 1,2 milhão ao PT do Rio Grande do Sul caiu como uma bomba no Estado. Enquanto jornais estampavam o fato nas machetes, deputados do partido exigiram explicações.
O presidente regional, David Stival, se disse surpreso com as declarações da gerente da SMP&B, Simone Vasconcelos, e negou qualquer envolvimento do Diretório com o esquema do empresário mineiro.
Mas o suposto sacador do dinheiro, o ex-secretário estadual de Finanças e atual secretário de Assuntos Institucionais do PT gaúcho, Marcelino Pies (foto), ficou 48 horas incomunicável depois da denúncia.
Ontem(3/08)ele divulgou nota afirmando que não houve repasse da SMP&B para o partido no Estado. “Pelo que me consta, não existiram movimentações financeiras envolvendo as empresas do Sr. Marcos Valério referentes ao Diretório Regional do partido”, afirma.
O dirigente petista revela, ainda, que quando era secretário de Finanças, em 2003, foi “designado pela direção estadual do PT-RS para buscar junto à direção nacional recursos para quitação das dívidas do partido”.
E admite que ainda “não dispõe de todas as informações sobre movimentações financeiras executadas pela direção nacional, através do Sr. Delúbio Soares”. Marcelino conta que vai prestar todas informações para o esclarecimento do fato aos órgãos competentes.
Questionada pelo deputado Pompeo de Mattos (PDT) durante depoimento à CPI dos Correios, a gerente da SMP&B confirmou o repasse ao PT gaúcho e revelou que falou por telefone pelo menos uma vez com um dos receptores no Estado (os nomes de Marcelino Pies, Jorge e Marcos Passotto figuram na lista) para colocá-lo em contato com Marcos Valério. Ela não soube precisar se o dinheiro foi distribuído através de saque ou depósito bancário.
O presidente nacional do PT, Tarso Genro, negou que a verba tenha sido utilizada para pagar despesas de sua campanha.
Leia a íntegra da nota de Marcelino Pies:
Nota de Esclarecimento
Diante das notícias veiculadas com base em depoimento prestado à Polícia Federal pela senhora Simone Vasconcelos, “a partir de anotações do empresário Marcos Valério”, venho a público esclarecer:
1 – Na campanha eleitoral de 2002 do PT/RS, todas as receitas e despesas foram devidamente declaradas no Tribunal Regional Eleitoral e aprovadas por suas instâncias;
2 – No início de 2003, enquanto estava interinamente exercendo a função de Secretário de Finanças, fui designado pela direção estadual do PT/RS para buscar junto à direção nacional recursos para quitação das dívidas do partido;
3 – Pelo que me consta não existiram movimentações financeiras envolvendo as empresas do Sr. Marcos Valério referentes ao Diretório Regional do partido;
4 – Como não disponho de todas as informações sobre as movimentações financeiras executadas pela direção nacional, através do Sr. Delúbio Soares, adotarei as medidas cabíveis para esclarecer e estabelecer a verdade;
5 – Continuarei buscando e prestando todas as informações essenciais para o pleno esclarecimento da população e dos órgãos competentes para tratar dessa questão, a respeito de quaisquer fatos ou denúncias, na certeza de que tanto as CPIs, quanto a Polícia Federal e o Ministério Público saberão de forma isenta, estabelecer a verdade dos fatos.
Porto Alegre, 03 de agosto de 2005.
Marcelino Pies
Ex-secretário Estadual de Finanças e
atual Secretário de Assuntos Institucionais do PT/RS
Marcelino Pies nega repasse de Marcos Valério ao PT gaúcho
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