O que há por trás das cestas pascais artesanais

Em pleno feriadão pascoalino, deixaram a cidade os cesteiros que todo ano ocupam logradouros públicos de Porto Alegre para vender artesanatos de fibras vegetais. São belas e baratas utilidades de origem indígena, frutos do saber camponês e mateiro de nossos mais primitivos habitantes. A população metropolitana os encara como parte de um folclore cívico obrigatório, mas torce o nariz para o outro lado dessa presença simpática e inquietante. Perto de suas caprichadas exposições de cestos de cipó e palha, os artesãos mantêm barracas de lona preta onde pernoitam com seus familiares, velhos e crianças, em precárias condições de higiene. À medida que os cesteiros gaudérios desocupam os cantos das praças para voltar aos seus locais de origem, no interior do Estado, fica no ar a pergunta: já que os autoriza a ocupar locais públicos para vender seu artesanato, por que o poder municipal não lhes facilita também melhor condição de hospedagem durante sua breve temporada de shopping-ao-ar-livre? Ou haverá a intenção pascal-pedagógica de mostrar que por trás de todo labor artesanal subsiste a face negra da extrema pobreza? (Geraldo Hasse)

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