O Pontal do Estaleiro foi o centro dos debates desta quarta-feira na Câmara Municipal de Vereadores de Porto Alegre, com discussões entre as lideranças das bancadas.
Após Beto Moesch (PP), ter entrado com pedido de liminar no Tribunal de Justiça do Estado, para suspender a votação do projeto, Nilo Santos (PT) estranhou o posicionamento do vereador do Partido Progressista, quando, em 2006, se mostrou favorável. Para o vereador, a área do Estaleiro Só é uma vergonha para a cidade, pois se tornou um local onde se reúnem drogados e marginais. “O projeto vai gerar desenvolvimento e emprego em Porto Alegre.” Acrescentou que a cidade “não vai deixar de crescer por causa de um grupo pequeno de pessoas”.
Beto Moesch esclareceu que nunca foi a favor do projeto do Pontal do Estaleiro. Disse que quando presidiu o Conselho Municipal do Meio Ambiente a proposta nunca foi analisada. Beto afirmou ser contrário à proposta porque ela fere a Lei Orgânica do Município. “Todos querem um empreendimento no Estaleiro. A questão é qual o tipo de obra que se deve fazer lá.”
A vereadora Neuza Canabarro (PDT) reafirmou que é contra o projeto e disse que apresentará um pedido ao Executivo para que desaproprie a área, devolvendo-a para o município. Afirmou ainda que é sempre difícil realizar alguma obra na orla e lembrou o governo Collares, que enfrentou dificuldades para reativar a Usina do Gasômetro. Observou, porém, que no caso do Estaleiro a situação é diferente. “O Plano Diretor define o espaço como área cultural.”
Maristela Maffei (PCdoB) partiu em defesa da ex-vereadora Jussara Cony, afirmando ser fácil fazer discursos quando uma pessoa atacada não se encontra no local para de defender. Na opinião de Maffei, Neuza Canabarro (PDT) não deveria ter citado Cony em pronunciamento afirmando que ela teria impedido a revitalização da Usina do Gasômetro. Maffei respondeu com críticas ao governo Collares lembrando que havia na época, vários projetos para ocupar a orla, mas que não foram executados.
João Antônio Dib (PP), em função do adiamento, pediu ao Executivo que envie técnicos para analisarem, juntamente com os vereadores, o impacto que tal projeto, se aprovado, causará naquela área. O vereador apresentou também nesta tarde, um requerimento convocando o Secretário do Planejamento Municipal, Ricardo Gothe, a comparecer em sessão ordinária para prestar esclarecimentos sobre o Projeto. A data não foi definida.
Margarete Moraes (PT) creditou a mesa, “que apenas cumpriu com um acordo feito antes pelas lideranças”, quando concordou com o adiamento da votação. Segundo a vereadora, se votado agora, antes das eleições municipais, a discussão causaria tensões desnecessárias. Informou que a bancada petista votará contra a proposta e que, “é a favor de um projeto que todos os cidadãos possam usufruir”.
Na opinião de Luiz Braz (PSDB), os vereadores que estão contra a proposta do Pontal do Estaleiro também devem ter votado contrário às quatro torres que completam o BarraShopping na Zona Sul. “Se não, não vejo coerência nas posições”. Disse ainda que a liminar, concedida pela Justiça ao vereador Beto Moesch (PP), não significa que o projeto não será apreciado pelos vereadores. Considerou também que a proposta apresenta um tratamento de primeiro mundo para o esgoto naquele local.
O peemedebista Haroldo de Souza também concordou que o adiamento do projeto do Pontal do Estaleiro foi bom para a Casa. Disse que quando mesmo retornar para votação, será favorável à proposta. “Quero o melhor para a minha Cidade”. Ressaltou que não quer ser como muitos vereadores que viajam e vêm coisas bonitas e lamentam que Porto Alegre não tenha as mesmas paisagens.