Porto Alegre desenha "pior dos mundos" para o PT

Elmar Bones
Com sua candidata em queda nas pesquisas, militância retraída e caciques fazendo corpo mole. o Partido dos Trabalhadores corre o risco de ficar fora do segundo turno, pela primeira vez em 20 anos e, pior do que isso, pode ficar sem escolha, tendo que votar nos seus adversários históricos. 
É claro que embora estejamos a menos de 20 dias do primeiro turno da eleição, o quadro eleitoral não está fixado e pode mudar radicalmente. Como diz a própria candidata, Maria do Rosário, “o PT é bom de chegada”.
O alto índice, acima dos 30%, dos que na pesquisa espontânea declaram não saber em quem votar, é um indicativo de que o quadro é volátil. Mas a tendência não se altera.
Na última pesquisa, divulgada nesta segunda-feira pelo Correio do Povo, por exemplo: os indecisos chegam a 31,6%  na espontânea. Na estimulada, os que não sabem em quem votar caem para 11,2%.
Ou seja, mais de 20% dos consultados apontam um candidato, quando os nomes são apresentados. E aí, é natural, a maioria (6,7%) aponta Fogaça, que está na prefeitura há quatro anos e é com certeza o nome mais conhecido de todos.
Em segundo lugar, é lembrada a candidata Manuela D´Avila, do PCdoB/PPS, cara nova de ascensão fulminante, que faz uma campanha de grande visibilidade. Para ela, vão 6,1% dos votos dos indecisos quando os nomes são apontados.
Maria do Rosário, a candidata petista, na estimulada ganha apenas 3,8% em relação à indicação espontânea. E na comparação entre uma modalidade ou outra (estimulada e espontânea), aumenta a distância entre ela e Manuela, o que também é natural, uma vez que a tendência dos indecisos é sempre ir para a novidade ou  para “o nome da hora”.        
“Essas pesquisas nunca nos ajudam, mas a verdade é que essa guria está na nossa frente e a situação é muito difícil”. O comentário da vereadora Margarete Moraes, em campanha pela reeleição, domingo no Brique da Redenção, é um indicador.
O certo é que para reverter o quadro, Rosário terá que tirar votos de  Fogaça, que se mantém estável na liderança ou de Manuela, que já teve 6 pontos abaixo da candidata petista e hoje, em ascensão, leva mais de 5 pontos de vantagem.
Fogaça parece mais vulnerável e aí entra a esperança petista de um “efeito Rigotto”. De qualquer forma o horizonte não é tranquilo numa capital que se tornou quase marca registrada da “administração popular”.
Para complicar tudo, as denúncias de um ex-assessor, jogando farinha grossa no ventilador petista. O caso tem todas as características de uma armação, mas no clima em que se vive terá suas consequências na campanha.    
Se ficar fora do segundo turno, o PT ficará na contingência de apoiar seus adversários históricos do PPS, que estão na coligação com Manuela, candidata do PCdoB, aliado  não menos histórico dos petistas.
Aliás, o PPS dividido entre Fogaça e Manuela é o único dos partidos concorrentes que já está garantido no segundo turno.
 Candid.  Espont.     Estim.        Dif.
 Fogaça     22,5            29,2                6,7
 Manoela   15,4            21,5                6,1
 Maria        12,2           16,o                 3,8
 Luciana      3,8             4,8                 1,o
 Onyx          3,6             6,4                  2,8
Outros        –                 –               –
Não sabem 31,6          11,2                20,4
Fonte: Correio do Povo, 15.09   

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